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quarta-feira, 30 de março de 2011

A ONDA



Rodrigo Constantino

Após ler o
ótimo texto de Bruno Garschagen no OrdemLivre.org, sobre a sedução do poder, segui sua dica e aluguei o filme "A Onda" (2008) para assistir. Excelente filme! Recomendo a todos. O mais impressionante, em minha opinião, não é nem o fato de o poder corromper, mas sim a atração que a sensação de pertencer a um grupo coeso desperta nas pessoas, especialmente nos mais ressentidos.

A menina que não tinha namorados e sentia forte inveja da outra, mais independente e namorando o garoto popular da escola; o pobre garoto rejeitado, excluído do grupo, que parecia disposto a fazer qualquer coisa em troca de aceitação; esses são os tipos mais suscetíveis ao encanto das ideologias coletivistas, como o nazismo e o comunismo. Quando todos se vestem da mesma forma, se identificam com os mesmos gestos, marcham em ritmo único, então não há mais espaço para o indivíduo. E tudo aquilo que mais incomoda uma pessoa sem auto-estima é a diferença entre indivíduos. Ela a obriga a enxergar seus defeitos, sua covardia, sua inveja, bem diante do espelho.

O coletivismo vem oferecer "completude" a estes fracos, um sentido de "família" onde todos são iguais, uma tribo cujo líder assume o controle representando cada um dos membros, que podem então abrir mão da responsabilidade por suas vidas. Regimes e instituições totalitárias sacrificam, em primeiro lugar, justamente o indivíduo. Este é mortificado em nome do "bem geral". "Por que só ela pode ter um namorado legal e eu não?", eis o tipo de angústia que leva uma massa de ressentidos em direção aos regimes totalitários.

Nazismo e comunismo sempre lutaram pelo mesmo tipo de alma. A onda que varreu aquela sala de aula - o filme é baseado em fatos verídicos de uma experiência que ocorreu na Califórnia em 1967 - é a onda do coletivismo, que atende às demandas dos mais ressentidos e invejosos. Corram para as locadoras e aluguem este ótimo filme. Não vão se arrepender.

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