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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amanda no Faustão

Os militantes virtuais do Partido dos Trabalhadores, bem como seus cúmplices do PC do B, escolheram a hora mais inadequada para ironizar com a professora Amanda Gurgel, pelo fato da sua participação no PSTU, um partido radical de esquerda.Ao aparecer no palco de Faustão, a pequenina professora agigantou-se na audiência nacional, provocando um maremoto de popularidade no Twitter e Facebook, e levando a hashtag #dezporcentodoPIBjá para a liderança dos temas mais citados no Brasil.Apesar dos milhões de internautas prestando solidariedade à luta de Amanda, muitos militantes petistas e comunistas tiveram a burra coragem de ficar postando piadinhas após a professora criticar também o governo do PT quanto aos investimentos na Educação.No vídeo que projetou Amanda Gurgel, ela já havia generalizado os descasos com os professores e com o ensino público, dizendo que no País, em todos os governos, federal, estaduais e municipais, nunca foi dada prioridade à Educação.Também deixou evidente sua discordância com os encaminhamentos da luta do magistério pelo Sinte-RN, o sindicato dos professores, que segundo ela é usado pelo PT e PC do B para os objetivos partidários e/ou daqueles que são filiados.O que se viu nas redes sociais neste domingo foi uma professorinha de pouco mais de um metro e meio se transformar no “bullying” do PT. Milhares de internautas saíram em sua defesa e distribuíram sopapos virtuais nos que tentavam desqualificá-la.E pra quem imaginava que Amanda montaria nas asas da mosca azul e saíria por aí em busca de tornar-se uma “Preta Gil do socialismo”, enganou-se. Centrada na questão do magistério, deu o recado com a sabedoria de quem sabe a efemeridade do sucesso virtual.Sua presença na maior televisão do Brasil foi importante até para quebrar tabus da poderosa emissora. Foi preciso Amanda para a Globo tocar nos verdadeiros números da Educação no Brasil da “era Lula”, um país mais atrasado do que o Peru.Foi assim que Faustão abriu o bate-papo, citando a terrível estatística que desmascara os dados fantasiosos do marketing petralha e consagra o valente discurso que Amanda Gurgel proferiu na audiência pública da Assembléia Legislativa do RN.Vamos lembrar o que disse a professora: “Em nenhum governo, em nenhum momento, que nós tivemos no nosso estado, na nossa cidade, no nosso país, a Educação foi uma prioridade”. Eis a verdade que finalmente a sociedade começa a enxergar.Mas toda a valentia e espírito público da pequena Amanda, em que pese os equívocos inerentes ao partido em que ela milita, de nada adiantarão se a luta pela Educação seguir o mesmo expediente virtual de outras. Não é uma “hashtag” que mudará a História.Por toda a Europa e o Oriente, os jovens e os trabalhadores iniciaram reivindicações pela web, mas logo saíram dos teclados de computadores e foram com seus celulares e iPads para as ruas. Porque será sempre no espaço real aonde floresce o avanço.A Praça do Sol, em Madrid, irradiou o brilho da campanha virtual #spanishrevolution pelas ruas da capital da Espanha e ganhou adesões gigantescas pelo mundo, levando multidões às praças e ruas e induzindo estudiosos a afirmar que repete-se o “Maio 68”.Quando pediu no Faustão que as pessoas digitassem a hashtag da campanha pelos 10% do PIB para a Educação, Amanda conseguiu o que é inerente ao modismo das redes sociais. Teve uma popularidade fulminante, mas de fôlego curto, como as demais.Quando encerrou a rodada do futebol pelo Brasil e Paul McCartney subiu ao palco do estádio Engenhão, a palavra de ordem virtual proposta pela professora já havia passado seus quinze minutos na cabeça dos Trending Topics e sumido das “timelines”.Nenhum governo, democrático, liberal ou autoritário, teme cidadania virtual. O que mete medo é povo nas ruas, contribuintes exigindo direitos e cobrando decência e seriedade. Se 10% dos twiteiros que teclaram a hashtag de Amanda saíssem as ruas, já era um grande começo de uma luta com bom fôlego.

E o PT que morra pelo cansaço

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