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terça-feira, 7 de junho de 2011

Bando de hipócritas!

Ao menos, parecia ser essa a intenção inicial. Mas algumas outras pessoas chiaram com o que seria mais uma propaganda comunista publicitária de calúnia e difamação às forças armadas. Queriam imparcialidade. Para fingir isenção, os produtores da novela chamaram pessoas que pertenceram ao regime militar, como Jarbas Passarinho, Sebastião Curió e José W. de Melo, o último, o oficial do exército que ajudou a catar os pedaços do soldado Mário Kozel Filho, que foi despedaçado por uma bomba jogada no quartel de onde servia, em São Paulo, pelos terroristas de esquerda. Curiosamente, de todos os depoimentos, os militares parecem os mais sérios e condizentes com a realidade daqueles tempos sombrios. Apesar da programação trash e dos conchavos políticos da TV de Sílvio Santos com o governo federal, que agora transformou o SBT em um mais novo "Pravda" ou "Gramna" da nossa reles imprensa brasileira, o que chama atenção é o depoimento daqueles homens que diziam combater uma "ditadura". Não estou relativizando aqui os crimes, as perseguições políticas e as torturas praticadas pelos serviços de repressão política dos militares. Inclusive, conheço amigos que, de alguma forma, sofreram com o regime militar. Contudo, o posicionamento dos militares é quase sempre contrito.
A reação muitas vezes tímida e apática das forças armadas, quando são caluniadas a respeito dessa época, é fruto das culpas que os militares sentem quando a questão é a tortura e o emprego da violência contra os opositores comunistas. Mais do que a propaganda comunista, mais do que a versão mentirosa da militância de esquerda, esse sentimento de culpa foi um elemento que feriu uma boa parte das forças armadas. Para muitos militares, a ditadura foi um peso, um legado carregado demais a assumir, numa situação latente de conflito e desintegração social da nação. O remorso sentido pelos militares da atualidade é profundamente moral. E a posição atual dos militares é de um escrúpulo que chega a ser uma espécie de penitência, de masoquismo.
Raramente alguém neste meio justifica a tortura. No máximo, justifica o regime de exceção para evitar que a esquerda levasse o país à guerra civil ou ao totalitarismo. É inegável o senso de patriotismo e honra das forças armadas. O exército brasileiro coleciona várias gerações de homens honestos, com enorme espírito de dever. Mesmo entre os generais presidentes do regime militar, havia esse espírito austero de incorruptibilidade. A "guerra suja" contra a guerrilha comunista quebrou essa ética estóica dos quartéis, descambando para a degeneração e mesmo para a insubordinação contra a hierarquia militar. As paixões ideológicas do regime militar corromperam até as entranhas das forças armadas brasileiras. Contudo, a solução brasileira foi mais branda do que a de outros países da América Latina. Não foi o Chile de Pinochet, a Argentina de Videla ou a Espanha de Franco.
Se o posicionamento militar é envergonhado, o outro lado é raivoso, histérico, ressentido e presunçoso. Dentre vários depoimentos da novela, um certo Carlos Eugênio da Luz, chefe da ALN, da turma terrorista de Carlos Marighella, só falta babar nas barbas quando descreve como matou a sangue frio um empresário dinamarquês, acusado de colaborar com o regime. Outro senhor, Carlos Molina, chora quando diz que a sua juventude não teve a liberdade de outras gerações. Outros depoimentos falam de pessoas que foram torturadas, perseguidas ou mortas. E todas essas pessoas cândidas falam sempre em defesa da democracia!

Vi gente chorando e praguejando contra o regime militar. No entanto, quando o pessoal de esquerda prega que defendia a democracia, naturalmente está mentindo. Aliás, esse pessoal mente até hoje sobre seu passado e seu presente. Ou na pior das hipóteses, é uma dupla mentira, já que o significado que entendem de "democracia", com certeza não é o da pessoa comum. Na prática, é a "democracia popular", a linguagem viciada e travestida do comunista, que esconde seu amor pelo totalitarismo. A "democracia", tal como nós, os mortais, entendemos, é apenas a caprichosa democracia liberal e, portanto, "burguesa".

Não vejo da parte dessa gente perseguida, que militava em grupos comunistas e terroristas, nenhum ato de reflexão ou sentimento de culpa. Pelo contrário, eles se locupletam pela causa que defenderam. E justificam os sequestros, assaltos a bancos e assassinatos, em nome de uma lógica rasteira. Escuto de um indivíduo, em depoimento ao SBT, os seguintes termos: "- Sequestramos pra salvar vidas!" ou então "matamos por uma boa causa". E mais: "-Assaltamos um banco, porque os banqueiros apoiavam a ditadura". Na perspectiva deste indivíduo, apontar armas contra civis num banco ou explodir bombas para despedaçar civis ou soldados rasos de guaritas, que nada tinham a ver com a política de sua época, são apenas males necessários de uma causa maior. A terminologia genérica, abstrata das vítimas, no sentido de impessoalizá-las, escamoteia a frieza psicótica da guerrilha de esquerda de eliminar pessoas reais. Quando neste meio alguém fala em "erro", nunca o é em termos morais, mas políticos, táticos. O "erro" da guerrilha não é matar ou explodir pessoas ou assaltar bancos, sequestrar e aterrorizar a população civil. O "erro" essencial da guerrilha, na cabeça de seus ex-militantes, é pelo fato de terem tão somente perdido a guerra. Não importava se milhares ou milhões de pessoas inocentes iriam morrer. Não importava se o Brasil caísse numa ditadura ao modo de Mao Tse Tung ou Stálin. A causa abstrata vale mais do que cidadãos de carne e osso. E os mesmos extremistas que hoje falam de tortura e defesa dos "direitos humanos", na mídia, nos jornais ou nas câmeras de uma novela, negam a humanidade para aquelas pessoas que foram vítimas de seus crimes.

Imagina que escândalo seria se algum militar afirmasse que torturava guerrilheiros e terroristas para salvar milhões de brasileiros do comunismo? Por mais que a repressão política tenha sido um expediente terrível, mas necessário, para combater a guerrilha, nenhum militar se gaba das práticas de tortura. Nem mesmo aqueles que viveram no regime ou fizeram parte dele. A recíproca, no entanto, não é verdadeira. Os militantes esquerdistas que choram podem se envaidecer de seus crimes. Falsificam a memória histórica e contam uma versão unilateral dos fatos, para ludibriar as novas gerações. Eles até se indenizam por isso. E a grande maioria dos chorões que odeia o regime militar, defendia algo pior para o Brasil. A ditadura comunista, que em toda a história do século XX, matou centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, não parece fresca demais na memória da população. Tal como nas ações terroristas de esquerda, sua história também é ocultada.

A esquerda não fazia protestos em favor da democracia, não pegara em armas pela liberdade. Pegara sim em armas para implantar um regime de terror pior do que a ditadura militar. Provavelmente o terrorismo contra o Estado se tornaria, no poder, o terrorismo de Estado. Como é possível respeitar as lágrimas destes indivíduos, se foram apologetas do Arquipélago Gulag, dos massacres stalinistas, dos expurgos em Cuba, Coréia do Norte e China? A ditadura militar, sem dúvida, não foi um paraíso. Mas a ditadura comunista foi pior do que isso: foi o inferno na terra. A esquerda pode chorar à vontade, dizendo que sua "geração" foi destruída. Sua geração sobreviveu. Isso não se pode dizer dos jovens russos, chineses, norte-coreanos e cubanos, muitos dos quais foram eliminados e jamais foram lembrados pela história, para receber pagamento da "bolsa-ditadura" (veleidade da malvada "democracia burguesa," que os seus beneficiários sempre odiaram). A democracia brasileira, nas mãos do PSDB e do PT, inventou um estatuto jurídico curioso: a do terrorismo premiado!

Se esta juventude dos anos 60 e 70, precocemente envelhecida com a ideologia do Muro de Berlim, e embotada com o sonho totalitário de sujeitar o país aos ditames soviéticos, expusesse sua vontade não somente nas ruas, mas também no governo do país, o Brasil pagaria um preço altíssimo em vidas. É pior, pagaria com sua própria liberdade, caminhando para a destruição. O sonho deles seria o pesadelo de todos. Os velhos ex-terroristas de hoje não experimentaram o sofrimento de um Jan Palach tocando fogo no próprio corpo, no centro de Praga, por conta dos tanques soviéticos esmigalhando a liberdade de seu país; não viveram a sina de milhões de jovens sendo deportados para os campos de arrozais do Kampuchea; não sofreram as torturas e brutalidades causadas pela Revolução Cultural Chinesa, inclusive, com histórias aberrantes de espancamentos selvagens e canibalismo. Pelo contrário, esses jovens terroristas, hoje velhos, caquéticos, cheios de autocomiseração maníaca, estavam ao lado dos algozes de todos estes países e gentes. E hoje, essa mesma esquerda se apropria do Estado, transforma-o num antro de corrupção e lama e sonha em destruir a democracia, tal como em 1964. Em suma, a esquerda pode chorar rios de lágrimas pelo seu sofrimento. Porém, não merece uma lágrima sequer do povo brasileiro! Porque as vítimas do totalitarismo podem chorar rios de lágrimas, mas o comunismo só deu ao mundo rios de sangue.

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