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sexta-feira, 29 de julho de 2011

TERROR

Operação Gomorra

Estamos no final do mês de julho. Isto me lembra os mesmos dias do mês de 68 anos atrás. Os mesmos dias do ano de 1943. Dias de um verão quentíssimo em Hamburgo na Alemanha. Dias em que conheci o verdadeiro TERROR.

Tivemos agora a oportunidade de ver os estragos causados por UMA bomba detonada no dia 22 deste mês em Oslo, capital da Noruega por um homem que o mundo chama de terrorista. Veio-me à mente a pergunta: como deve ser chamado o homem que planejou e ordenou a OPERATION GOMORRAH? Foi ele também quem deu este nome à ação infernal, que levou 2.829 aviões de bombardeio a lançar 8.931 bombas explosivas e quase um milhão e quatrocentas mil bombas incendiárias sobre Hamburgo nestes dias ao final de julho de 43. As explosivas variavam de 125 a 4.000 quilos. Representavam certamente um poder explosivo milhares de vezes superior ao da bomba de Oslo. Dos aviões que as transportaram 2.718 foram da Royal Air Force britânica e 111 americanos. Estes últimos só atacavam de dia.

Em dez ou doze horas de bombardeio, quase todas depois da meia-noite, foram totalmente destruídas 40.414 casas residenciais, 33% das existentes, e 56% dos 450.800 apartamentos residenciais. Morreram 41.800 pessoas e 125.000 ficaram feridas. Imagine-se o que sofreram: ou foram soterrados ou carbonizados. Isto é TERROR.


Na imagem acima vemos como ficou uma parte do bairro de Hamm. Era uma área exclusivamente residencial, longe do porto ou de qualquer lugar de importância estratégica. Durante a Segunda Guerra a cidade de Hamburgo sofreu um total de 213 ataques aéreos, o primeiro em 18 de maio de 1940 através de 30 aviões que lançaram 80 bombas.

No meu livro “...e a GUERRA CONTINUA” eu descrevo um pouco o que vivi e senti diante daquele horror que é a guerra aérea contra uma população civil. Pelo menos o que é descritível. Falo ali também da visão apocalíptica que tem aquele a quem é dado assistir de longe a uma ação deste tipo, quando centenas de aeronaves vêm despejar sua carga mortífera na calada da noite.


Aconteceu no ano seguinte. Participava de um curso para aprender a voar com planadores. A área de aprendizado se situava em Fischbeck, do lado esquerdo do Rio Elba, donde se tinha uma visão panorâmica de Hamburgo, cuja maior parte se estendia à distância do outro lado do rio. Em uma das noites vi acontecer um grande ataque aéreo à cidade. Foi o terror espetacularizado. Some-se: holofotes varrendo o céu, explosões de granadas antiaéreas, luzes de magnésio multicoloridas lançadas pelos atacantes, balizando e iluminando tudo, inumeráveis clarões de bombas detonando e, finalmente, o vermelhão dos incêndios, nascendo, crescendo e se alastrando. Mesmo sendo espectador distante, você não consegue esquecer que em meio a toda aquela tormenta tem GENTE! Homens, mulheres e crianças...

Lembro aos senhores Donos da Guerra de hoje que TERROR DE VERDADE é isto.

Norberto Toedter, 29/07/2011.

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