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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PRESIDENTE EMILIO MEDICI - O PRESIDENTE

Emílio Garrastazu Médici - 100 anos (04 Dez 1905 - 04 Dez 2005)

Um Homem. Um Caráter. Uma Personalidade. Um Chefe. Um Líder. Um Patriota.

Quem era?

Nascido em Bagé, RS, iniciou sua carreira militar no CMPA, fazendo, em seguida, todos os cursos que o levaram ao oficialato e ao generalato.

Em 1964, era Comandante da AMAN. De onde saiu pra ser Adido do Exército junto à Embaixada Brasileira em Washington, EUA.

Voltou para uma Vice-Chefia do Estado-Maior do Exército, no RJ, de onde Costa Silva, seu antigo chefe e amigo, o levou pra chefiar o SNI.

Registre-se, porque contado por ele mesmo e foi uma clara faceta de seu caráter: primeiro, Costa e Silva o convidou para presidente da Petrobrás, o que não aceitou, declarando que não podia sê-lo, pois nada entendia de Petróleo. Dia seguinte, é chamado de novo, e o novo Presidente da República convidou-o, agora, pro SNI. Pra tal cargo não podia deixar de aceitar, concordaram os dois, pois um oficial, desde seus primeiros postos, que lida com informações. Tinha obrigação de conhecer o assunto.

No posto, que exerceu com absoluta correção, ficou de 15 Mar 67 até o início de 69, quando, promovido a 4 Estrelas (Gen Ex), foi nomeado Comandante do III Exército, com sede no seu RS. Com a morte de Costa e Silva, foi o escolhido - e imposto, pois não o queria - pelo Alto Comando das FFAA para ser o candidato da Revolução à Presidência da República. Eleito pelo Congresso, exerceu o cargo de 30 Out 69 a 15 Mar 74.

Depois se recolheu ao recesso do lar, onde se manteve, até o fim, com total discrição. Embora alguns políticos tenham querido fazê-lo o candidato da Revolução em uma eleição direta, numa fase de transição pro governo dos civis.

Que fez, de importante?

À Revolução de Mar, aderiu de corpo e alma. Desde os seus primórdios que foi, inteligente e discretamente, preparando seus oficiais e depois os próprios cadetes que comandava, pra defesa da Democracia ameaçada pelo próprio Governo da República de então, já entregue e submetido aos comunistas, que, desde a Intentona de 35, queriam tomar o Poder. Ele o fez para defesa da Democracia, como dizia, único regime político em consonância com a nossa tradição histórica. Deflagrada a Revolução e consciente de que a AMAN era a vanguarda das tropas do II Exército que viriam de SP pra enfrentar as tropas legalistas que viessem, como vieram, do RJ, tomou, à falta de outros meios próprios, senão um Batalhão de Serviços, a ousada e cruciante decisão de empregar seus jovens cadetes, sob o comando de seus oficiais, para barrarem as tropas adversas nas alturas de Barra Mansa. O que foi cumprido à exação.

Teve um papel histórico, um dos motivos, talvez, da sua escolha para Presidência. No seu Gabinete de Comandante da AMAN, presente o General Amaury Kruel, Comandante do II Exército, já chegado a Resende com suas tropas, deu-se o final da Revolução vitoriosa. O General Armando de Moraes Âncora que recebeu com as honras militares a que este fazia jus e que viera representando o então Ministro da Guerra, Jair Dantas Ribeiro, gravemente enfermo, reconheceu a vitória da Revolução.

E todos os possíveis enfrentamentos foram de pronto suspensos em todo o País. Foi o complemento da vitória de Médici, do seu espírito de decisão.

Seu governo foi pleno de realizações em todos os campos do Poder.

Extremamente modesto e reservado, mas de grande visão, convocou para o seu Ministério Homens da mais alta qualidade, sem considerar as injunções político partidárias. Carismático, caiu no gosto do povo e criou, então, o mote do "Ninguém segura este país". Quanto à Amazônia, a que deu cuidadosa atenção, dizia e repetia "Integrar, pra não entregar" o Lema do Projeto Rondon, ciente e consciente de que é preciso integrar todo o País, inclusive a comunidade indígena à comunidade brasileira.

O Projeto Rondon foi extinto pelos governos revanchistas, mas agora recriado pelo atual governo, a pedido dos estudantes da UNE, um reconhecimento de seu alto significado e valia. E encheu o nosso peito de gozo quando, em corajosa decisão histórica, ampliou os limites do nosso mar territorial para 200 milhas.
Foram o INCRA, o MOBRAL, o Projeto de Metas e Bases pra Ação de Governo, o Estatuto do Índio, o Plano de Integração Nacional, as rodovias Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho. Foi a Refinaria de Paulínia, a maior do País. Foi Ilha Solteira, outra e importante hidrelétrica. E foi, talvez, o maior dos seus feitos, quando no campo social criou o Fundo Rural. Beneficiando, assim, milhares de velhinhos, no interior, e por conseqüência, a economia de pobres municípios. E foram muito mais obras e feitos.

Foi a época do "milagre econômico", chegando a registrar-se um crescimento extraordinário do PIB (cerca de 10% ao ano) e uma inflação que se reduzira a 14%. Foi o aumento da produção industrial, o crescimento das exportações. Um crescimento econômico de que resultou o Brasil passando de 48ª pra 8ª economia do mundo. Foi uma época da diversificação das atividades produtivas, com o surgimento de uma nova classe média. Entre suas obras e que deixaram sua marca, estão aí a grande usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo; a Ponte Rio-Niterói, uma velha e importante aspiração dos fluminenses; e o gesto ousado de lançar a Transamazônica, com o objetivo estratégico de vivificar aquela potentíssima região, futuro de grande potência pro Brasil, que precisa ser defendida pelos brasileiros, a todo o custo, contra a cobiça estrangeira.

Tornou-se um líder nacional, admirado e louvado pela grande maioria do povo.

Seus índices de popularidade ultrapassaram os 80%. Sendo Homem simples, um Homem do povo, tinha suas preferências no futebol, nosso esporte maior, e foi no seu governo que o Brasil consagrou-se Tricampeão Mundial de Futebol, o que festejou de portões do Alvorada abertos à população, ele mesmo - que prognosticara o resultado de 4x1 sobre os italianos - exibindo, com alegria, o Pavilhão Nacional, distendido em suas mãos. Por sua naturalidade como Homem do povo, decerto, foi convidado pra assistir a um importante jogo no Maracanã, parece que um Vasco x Flamengo.

Aceitou, mas chegou atrasado cerca de 10 ou poucos mais minutos. Ao ser anunciada a sua presença, o jogo já começado, todo o Maracanã levantou-se e, de pé, o aplaudiu calorosamente, por alguns minutos. Tal fato jamais acontecera antes, ao anúncio de qualquer grande autoridade com a presença anunciada. As esquerdas, não conformadas, até hoje não lhe perdoam isso, nem ao povo.

No seu governo, foi de extraordinária grandeza: manteve, a despeito dos muitos antagonismos, da incompreensão, o Congresso aberto e não caçou nenhum deputado. Mereceu, sem seu cortejo, o respeito internacional, como Homem digno e totalmente voltado à missão de servir a seu País. Contudo, teve de
combater o crime, e teve que enfrentar movimentos estudantis e sindicais adversos. E pior, teve de fazer frente a grupos armados de esquerda, como a Aliança Libertadora Nacional, de Marighela; e a VAR/Palmares, de Lamarca; e o MR8; e o PC do B; e outros... E teve que enfrentar e resolver os problemas dos seqüestros de diplomatas estrangeiros, como foi o caso do Embaixador Charles Elbrick, dos EUA. E teve que enfrentar, ainda, a guerrilha rural de Ribeira/SP, Caparaó/MG e Araguaia/PA. E, aí, demonstrou a sua extraordinária capacidade de comando. Não cedeu, foi um exemplo de energia e decisão.

Combateu, sem tréguas, os inimigos do Brasil, inimigos da ordem democrática, a serviço de interesses estrangeiros. Não fora assim, teríamos, hoje, as "FARB" - "Forças Armadas Revolucionárias Brasileira", à moda das "FARC" da Colômbia.

Que concluir?

Médici foi, e é, um nome de nossa história, que a posteridade irá reconhecer. A despeito das mentiras que os derrotados pela Revolução, esta que ele tão bem simbolizou, assacam contra ele.

Mas ninguém tira da história - do reconhecimento da história - os que mereceram ficar na história dos grandes e bravos, pelo muito que fizeram pelos seus povos, por sua gente.

Ele foi um Homem, digno desse nome. A Presidência lhe sendo missão cometida que cumpriu com o espírito e a alma voltados para os interesses do país. Um Homem que serviu, e como serviu!

Deus o guarde como os brasileiros devem guardá-lo no Panteão da Glória!

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