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quarta-feira, 26 de junho de 2013

MAIS GRAMSCI....

GRAMSCI, Antonio
1891 – 1937




Especializando-se em “Teoria Política”, foi um autor prolífico e, também, como Editor de diversos jornais Comunistas, contribuiu efetivamente para a divulgação das Ideias da Esquerda, tanto em quantidade, quanto em qualidade.
A propósito, é oportuno registrar que lhe coube à missão de fundar o “L’ORDINE Nuovo”, em conjunto com Palmiro Togliatti, em 1919. E também mencionar a valiosa contribuição que prestou para a criação do “La Cittá Futura”.
Quanto à prática política, registre-se que pouco tempo após a fundação do “L’ORDINE Nuovo”, ele e o grupo que o fundou e aqueles que se tornaram colaboradores e/ou simpatizantes, aliaram-se a Amadeo Bordiga (e à ala Comunista Abstencionista do Partido Socialista Italiano [PSI]), e fundaram o Partido Comunista Italiano – PCI – em 21 de Janeiro de 1921.
Graças à sua importância junto à Intelectualidade e aos correligionários, logo foi elevado à condição de liderança partidária, mas até 1924 foi mantido como subordinado a Bordiga em razão de detalhes formais.
Só com a queda de Amadeo Bordiga, no citado ano de 1924, é que pôde assumir de fato e de direito a direção da agremiação.
A partir de então as suas teses passaram a ser oficialmente adotadas pelo PCI e se tornaram quase que inquestionáveis a partir do Congresso Partidário realizado em 1926.
Antes, porém, um fato marcou a sua vida pessoal. Estando na Rússia como representante do Partido, conheceu a jovem violonista Giulia Schultz que lhe deu dois filhos.
Outro fato ocorrido nesse mesmo ano também teve importância capital em sua vida, embora naquele momento não se tivesse a exata noção do que representaria o advento do Fascismo na Itália.
GRAMSCI, de fato, desdenhou o Movimento Ultra Direitista e o classificou como mais um estertor sem importância da Burguesia.
Contudo, na URSS, a visão sobre o fato já era mais sombria e realista e foi por isso que ele recebeu da Internacional a missão de juntar as Forças Esquerdistas em uma Frente Ampla – preferencialmente sob a liderança dos Comunistas – para dar combate sem trégua ao novo inimigo.
Desse modo, coube-lhe não só uma missão, mas duas, haja vista que além de combater as hordas de Mussolini ele deveria levar o PCI à liderança da Frente Ampla, dando aos Comunistas o status de “A Nova Força Política”.
É claro que tal pretensão encontrou feroz resistência em todo o leque das Forças Progressistas.
Para o Partido Socialista era inaceitável abandonar a sua sólida posição de supremacia, que já durava um largo tempo. E outros segmentos temiam perder espaço e poder.
Mesmo dentro do PCI, houve quem temeu acabar sendo subordinado aos Socialistas, não obstante o esforço que fizessem para que tal não ocorresse.
Contudo, apesar das divergências, GRAMSCI prosseguiu em sua tarefa e em 1924 foi eleito Deputado pela região de Vêneto e com isso ganhou uma tribuna importante para lançar seus ataques contra o Fascismo que, então, já ensaiava um galope rumo ao Poder.
Paralelamente ao Legislativo, GRAMSCI trabalhava na fundação de mais um jornal a serviço da Causa, o “L’Unitá” (que posteriormente passaria a ser o órgão oficial de Imprensa do Partido Comunista) e mantinha estreita colaboração com Moscou, quer através dos caminhos oficiais, quer através dos contatos feitos por sua família que ali ficara residindo por questões de segurança e de afinidade ideológica, enquanto ele se transferira para Roma.
Em 1926 outros dois acontecimentos importantes sacudiram sua rotina e marcaram sua atuação política.
O primeiro foi a carta que enviou ao Komiterm criticando as manobras da Ala Esquerda do Partido Bolchevique (representada por Zinoviév e por Lev Davidovitsch Bronstein, mais conhecido por TROTSKY) em oposição a Stalin; mas, também, apelando ao mesmo para que não castigasse aqueles opositores.
Missiva, aliás, que foi interceptada por motivos não revelados, por Palmiro Togliatti, que estava em Moscou representado o Partido.
A interceptação iniciou um duradouro desentendimento entre ambos que nunca foi totalmente resolvido.
NOTA do AUTOR – Togliatti após a morte de GRAMSCI cuidou da edição de suas obras, mas nem por isso aceitou fazer qualquer comentário sobre a suposta simpatia do companheiro a Trotski, tampouco sobre a desavença entre ambos.
O segundo episódio foi deveras marcante. Pode-se dizer que foi mesmo crucial. Ocorreu em 08 de Novembro quando a Policia o prendeu.
Após o julgamento, GRAMSCI foi condenado a cinco anos de reclusão na remota ilha de Ustica e no ano seguinte a mais vinte anos, na cidade de Turim, na região de Púglia.
Certamente que essas condenações, oriundas muito mais de injunções políticas do que jurídicas, agravaram seu estado de saúde que já vinha debilitado há algum tempo.
A rápida evolução de suas enfermidades fez com que lhe fosse concedida Liberdade Condicional, em 1934, mas ele pouco desfrutou dessa semiliberdade, pois faleceu pouco depois aos 46 anos de idade.

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