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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ha, Brasil!



Prof. Marlon Adami

Dentro do processo histórico brasileiro no século XX e princípio do século XXI, observamos três investidas marxistas, praticadas com estratégias diferenciadas. De maneira sucinta para nos determos na análise da atualidade do país, resgatamos a primeira investida através de Luiz Carlos Prestes, com sua Coluna Prestes nos anos 30, já com um forte contato e orientação através da KGB soviética, com a atuação em território nacional da agente Olga Benário, que acompanhou Prestes ao Brasil após uma de suas viagens a URSS.
Esta primeira tentativa de tomada do poder pelo marxismo, 17 anos após a realização da Revolução Russa, mostra o vanguardismo brasileiro em trazer esse novo modelo de sistema político e econômico para a nação, ainda muito jovem em sua república e pouco desenvolvida economicamente, frente a Europa e EUA. Esta tentativa marxista foi interrompida através do modelo nacionalista brasileiro de Getúlio Vargas, alinhado com o Nacional Socialismo/Fascismo europeu, de despontava como terceira via entre o modelo capitalista norte americano e britânico europeu e a jovem experiência soviética do socialismo marxista da URSS.
No final dos anos 40 e na década de 50, o movimento revolucionário marxista nacional se reestrutura e volta atuar em frentes diferenciadas, através da política partidária, movimentos sociais rurais e urbanos, sindicatos e uma forte atuação através da imprensa escrita e editorial.
A partir do governo JK podemos observar a aproximação dos regimes socialistas com o Brasil, onde culminou com a explicitação de Jânio Quadros, João Goulart e Leonel Brizola em promover a implantação do marxismo soviético com apoio de Cuba, China, URSS, resultando em 1964, na contra revolução efetuada pelas forças armadas encabeçada pelo exército, após várias manifestações da sociedade organizada e apoiada por instituições civis e religiosas, da até então, direita conservadora.
Até meados de 1968, a esquerda brasileira atuou em oposição ao regime militar de forma pacifica, mas estruturando novas estratégias conforme ocorria o insucesso de suas práticas pouco incisivas. Além da atuação dos partidos organizados, surgem várias organizações subversivas, na sua maioria nascidas no movimento estudantil universitário, tanto no campo quanto na cidade no formato guerrilheiro/terrorista, orientados e financiados por Cuba/URSS, explicitamente decididos em implementar a ditadura do proletariado para o país.
Além de Leonel Brizola, podemos citar outras lideranças desse movimento, hoje ilustres ex ou autoridades detentores ou agentes de influencia do poder e controle do Estado brasileiro, como Dilma Vana Roussef, Zé Dirceu, José Genoíno, Franklin Martins, Carlos Araújo, Carlos Minc, Fernando Gabeira, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva, entre tantos outros.
À partir de 1968 a guerrilha armada e já com projeto de ação revolucionária promove um período de ações violentas, assaltos, ataques a viaturas policiais, quartéis e delegacias, sequestros, ataques à bomba foram as práticas contestadoras ao regime e com o discurso da busca da liberdade e democracia para o país, avançavam no projeto revolucionário de instalação da ditadura do proletariado.
Para evitar de todas as formas o avanço da revolução marxista no Brasil, o regime militar instituiu medidas restritivas que para a grande maioria da sociedade, não foram censoras ou autoritárias, mas preventivas e cautelosas para evitar a tomada de poder da esquerda armada. Só a esquerda derrotada, depois de 50 anos e denominando os simpatizantes do regime ou para os mais jovens, admiradores do momento histórico nacional, de viúvas e filhotes da ditadura que nunca existiu, só na ótica esquerdista que houve ditadura, o que através de um discurso falacioso repetido muitas vezes, acaba se tornando verdade pela falta de conhecimento da sociedade e das gerações que não viveram a época. Corrupção do conhecimento!
O fracasso da guerrilha armada, fez com que elementos do movimento revolucionário fugissem do Brasil, se auto exilando até o governo do Gal. João Figueiredo, quando instituiu a lei de anistia, tanto para a esquerda revolucionária e criminosa, quanto para os agentes do regime militar que estavam a cargo de reprimir a guerrilha e o terrorismo.
Na minha concepção, o maior erro do regime militar foi combater a revolução marxista através de investidas legais e pela atuação na contenção e combate a guerrilha e o terror, esquecendo que a pior arma ficou a disposição da esquerda, que foi a infiltração e atuação, inclusive renovando quadros, em órgãos do governo relacionados ao ensino, imprensa, editoras e mídia de massa, ou seja, conforme Gramsci, “não invada os quartéis, não peguem em armas, invada as salas de aulas e forme os estudantes a sua mentalidade”, ou seja, criar a militância desde a juventude a partir das escolas e universidades garantindo, assim, a renovação dos quadros revolucionários.
Com o fracasso da revolução marxista armada, mas com a implementação da revolução Gramscista, de forma sutil e silenciosa, o Brasil caminhou para a redemocratização.
A partir de 1985, o discurso de formação da sociedade se pauta na difusão da “Liberdade, cidadania e direito”. A Liberdade pregada no discurso do Estado para a sociedade, resgatava o período do regime militar como se a censura tivesse sido praticada para toda a sociedade, o que é uma inverdade, pois a censura foi uma forma de prevenir e evitar a ação do discurso panfletário da esquerda para a implementação da ditadura do proletariado. Essa liberdade ampla e romântica difundida foi a primeira grande armadilha para iniciar o processo de destruição da sociedade, seria como se o Estado estivesse dando um superpoder onde cada pessoa pudesse fazer e pensar o que bem entendesse sem nenhum tipo de represália ou norma a ser cumprida, ou seja, criar um cenário de repressão geral que foi quebrado através da mão esquerdista, ora no poder e desestrutura-la através da quebra do paradigma para criar um novo, através de sua orientação.
A “cidadania” mal explicada se limitou a participação do cidadão no sistema eleitoral, na cobrança de promessas praticadas pela classe política e na utilização do judiciário.
O “Direito” para o cidadão foi a principio, ter acesso ao judiciário, onde pelo desconhecimento e/ou ignorância, formou um cidadão que acredita ter direito a tudo, esquecendo que antes de se obter ou praticar o seu direito, ele tem deveres a serem cumpridos, sem contar a falta de reflexão dos atos a serem praticados que por vezes, prejudiciais a sociedade acabaram por congestionar o judiciário e criando uma sociedade “irresponsável e leviana”.
O segundo grande mote da redemocratização foi propagar a “Participação Popular”, ou seja, instigar e formar uma classe de pessoas interessadas nos assuntos do Estado, mas que ao mesmo tempo foram sendo recrutadas a participar dos partidos políticos que formavam o poder e que pouco ou quase nada influenciavam na gerencia através da tal Participação Popular, mas que acabaram por ser doutrinadas na mentalidade dos partidos esquerdistas que se consolidavam no cenário politico nacional.
Com essas práticas sutis a esquerda nacional formou sua militância, seja ela urbana, rural, intelectual, sindical...tendo a “democracia” um termo permanente e forte em seu discurso, que ao mesmo tempo criou e propagou uma imagem nefasta do que seria uma direita política ativa e participante do processo político nacional. Esse processo de extinção total de uma “direita política” se consolida com a hegemonia da social democracia, dita, a direita da esquerda e posteriormente da esquerda revolucionária no poder nos últimos 20 anos.
De forma breve, podemos observar os resultados nada positivos para a sociedade desse processo revolucionário sutil praticado pela esquerda brasileira em sua terceira tentativa de tomada do poder e que dia a dia se consolida ter sido praticada com sucesso e obtendo não apenas a permanência no poder mas a formação de uma sociedade doutrinada e repleta de vícios que favorecem o modelo ditatorial e corrupto que observamos diariamente, tendo preocupação apenas no projeto de poder e nas ações administrativas enganosas, observando a primazia da corrupção e da ingerência do Estado com o que é mais necessário que é o cuidado com a coisa pública como um todo.
Constatamos que a sociedade brasileira se encontra submissa as ações do Estado, seja na área civil, econômica e política, resultado do processo de doutrinação que colocou o Estado acima do bem e do mal e a sociedade em um patamar de inferioridade onde ela não consegue ter iniciativa se não for através da mão forte do Estado e justificando essa dependência através de um discurso vitimista, sempre colocando no capitalismo, os males das suas deficiências, incapacidades e da pseudo injustiça social que apenas a mentalidade revolucionária esquerdista quer que a sociedade veja.
Esse Estado tutelar e promotor de tudo para todos, ou quase todos, desmonta e empobrece a camada produtiva através da extorsão fiscal que concentra a riqueza para redistribuir através de seus projetos sociais que não fomentam o progresso, mas uma dependência do Estado.
O empobrecimento econômico, intelectual geraram uma sociedade vulnerável, dependente e repetindo sem reflexão, mas por indução o discurso e as praticas errôneas do Estado que o tutela, não tendo observado que comprou um projeto com experiencias catastróficas e sem perspectivas de sucesso, se limitando a fases prosperas e após uma realidade dura e atroz que serve de sustentáculo do discurso para resolução e busca de soluções que nunca chegam.

Infelizmente essa é a triste realidade que vivemos e que o progresso econômico que gera oportunidades, abre caminhos para o desenvolvimento socioeconômico foi e cada vez mais vem sendo substituído pela tutela de um grupo de iluminados que submetem a sociedade aos seus projetos que apenas geram pobreza, ignorância e crimes de toda ordem.

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