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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

“Nova República”, mais um legado militar.

Prof. Marlon Adami

De 1964 à 1985 foi o período da história brasileira do Regime militar, contragolpe de 64, contra revolução, termos corretos e nunca utilizados pela mídia, nas escolas ou universidades.
No início dos anos 80 o perigo socialista que se aproximava e já implementava o socialismo no país através do governo Jango, foi extinto, com os auto - exílios dos guerrilheiros e lideranças socialistas, desmantelamento de grupos guerrilheiros e a tomada do poder pelos militares enfraquecendo a atuação dos inúmeros partidos de esquerda que existiam e foram resumidos na bipolaridade entre ARENA(situação) e MDB(oposição).
Com o cenário sem a presença ativa dos socialistas e a democracia sendo protegida e mantida pelos militares nos 21 anos de regime militar com sucesso, a função e o propósito do regime havia sido cumprido e a devolução do cenário político aos civis sempre foi aguardada, inclusive pelos próprios militares, pois o regime não teve a intenção de deter o poder e muito menos tinha projeto político, o que não configura o regime militar como Ditadura.
Nos 21 anos do regime militar as instituições foram preservadas e mantidas funcionando dentro de uma margem de segurança contra os ataques sorrateiros dos socialistas através dos AI’s – Atos Institucionais, ferramenta legal de preservação da democracia contra a pretensão socialista de muitos políticos e organizações legais e ilegais existentes no país.
A tão famigerada “censura” durante o regime foi uma ferramenta de preservação da moral da sociedade da propaganda socialista nos meios de comunicação de massa, ou seja, quem não tinha intenção de propagandear a revolução socialista ou baixarias que atacassem a moral da sociedade não sentiu em nenhum momento a tal censura do regime militar.
Em suma, tivemos 21 anos de ordem, disciplina, proteção e preservação da democracia e da sociedade contra as atividades de implantação da ditadura do proletariado no país, com progresso e desenvolvimento onde no período passamos a figurar entre os países mais desenvolvidos – 8ª economia do mundo – enquanto antes através dos anos conturbados do pós guerra e da influência e atribulações socialistas – de 1946 à 64 – aparecíamos como a 84ª economia do mundo. Não podemos negar que em 20 anos o Brasil avançou e muito pela mão e determinação dos militares que guardavam as rédeas e os rumos do país.
A Lei da Anistia de 1979 foi o aviso dado pelos militares que a democracia estava salva e que os civis teriam o controle da política nacional em breve, porem pecaram anistiando os auto - exilados que foram os promotores, líderes e guerrilheiros de retornarem ao país com todos os direitos políticos assegurados e anistiados de todos os crimes praticados contra a democracia e a sociedade durante o período da guerrilha.

Nos 21 anos de regime militar observamos uma feroz atuação dos guerrilheiros marxistas e uma resposta eficaz das forças militares, mas outro pecado praticado pelo regime militar foi deixar o campo intelectual e midiático liberado para a atuação dos marxistas para implementar a revolução silenciosa teorizada por Gramsci a partir da doutrinação em sala de aula e os meios de comunicação.
Os auto - exilados retornaram, se organizaram em torno do PMDB (MDB rebatizado nos anos 80) e algumas lideranças sindicais e religiosas de esquerda (Lula, Olívio Dutra, Evaristo Arns...) mobilizando-se e contaminando a sociedade com o discurso de “liberdade, democracia e Diretas Já”. 

A partir dessa mobilização e do discurso inflamado inicia o processo de exclusão e demonização dos militares, do regime militar e da possível direita existente no país, por uma tomada do cenário político pela esquerda tornando a política nacional, um cenário e hegemonia de partidos de esquerda das mais diversas correntes socialistas e comunistas. Foram atores em 85 da esquerda política, Tancredo Neves, Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Lula e até José Sarney que passou desde o início da sua carreira política ao lado do regime militar e dos preceitos de direita. Já nesta época Sarney mostrou que era um político que não tinha ideologia política, mas a sanha de estar no mínimo próximo ao poder e teve a sorte de ser presidente da república após a morte do presidente eleito e não empossado, Tancredo Neves.
Neste momento político não observamos os baluartes da esquerda política tomando o cenário de assalto, mas também estavam presentes as atuais “lideranças” como Aécio neves, há época um jovem envolvido na política e com status por ser o neto de Tancredo, mas estudando e tendo contato com a esquerda marxista leninista conforme orientações de FHC, o professor sociólogo que chegou para encaminhar e criar a nova militância de esquerda no Brasil.
Em 89, a primeira eleição direta pós regime militar, já se observava o pluripartidarismo na política nacional.
20 – Fernando Collor de Mello – PRN – Partido da Reconstrução Nacional: Esse puto chegou com o estigma de “caçador de marajás”, abria seu discurso com “minha gente” e prometia um “Brasil novo”. Convenceu os brasileiros de que seria uma jovem e feliz solução, especialmente após o debate do segundo turno exibido no Jornal Nacional, e acabou eleito no segundo turno. Não preciso detalhar muito a respeito do saque promovido por ele, Zélia, o “imexível” Magri, entre outros frequentadores da Casa da Dinda. E pensar que, depois das caras pintadas e do impeachment, ele está prestes a virar senador e dizer a todos nós: “voltei, seus imbecis”.
13 – Luís Inácio Lula da Silva – PT – Partido dos Trabalhadores: Tenho saudades desse Lula, que aparecia na TV após a “criativa” vinheta da “Rede Povo”, contagiou gerações com o “Lula lá, brilha uma estrela”, mobilizou artistas, entidades… Fico imaginando se o Lula de 89 seria diferente do Lula eleito em 2002…
12 – Leonel Brizola – PDT – Partido Democrático Trabalhista: O terceiro colocado daquele pleito era, certamente, o meu candidato. Não só por causa do inesquecível “lá lá lá lá lá brizoooola”, mas também por causa da sua primeira prioridade de governo: rever a concessão da TV Globo… Sei não, mas acho que o Brizola foi outro que se perdeu no tempo, saindo até como vice do Lula em 98. Há quem questione seu estilo (quem for do Rio pode se manifestar), mas especialmente agora, um Brizola faz falta ao menos para contrabalançar a campanha.
45 – Mário Covas – PSDB – Partido Social Democracia Brasileira: Os tucanos eram uma dissidência recém-inaugurada do PMDB, e ninguém poderia prever que nos anos seguintes protagonizariam com o PT essa “polaridade fantasiosa” – já que os dois partidos se revelaram praticamente iguais. Mas já no seu primeiro aniversário conseguiu o quarto posto nacional, trazendo como expoente o futuro governador de São Paulo, falecido em 2001. Especialmente em São Paulo, ele se saiu muito bem, rivalizando diretamente com o seu grande adversário político no estado…
11 – Paulo Maluf – PDS – Partido Democrático Social: … Ele mesmo, o homem cujo e-mail era maluf@mas.faz, o homem do “estupramasnãomata”, do leve-leite, do piscinão, do cingapura, da jacu-pêssego, enfim. Lembro que, na simulação escolar feita no meu primeiro grau, Maluf vencia Covas por uma pequena diferença. Enfim, esse é mais um que está prestes a voltar ao Congresso – Maluf, todos lembram, era o “candidato da situação” na eleição indireta de Tancredo.
22 – Guilherme Afif Domingos – PL – Partido Liberal: Feche as duas mãos e aproxime-as. Com as mãos ainda fechadas, coloque uma em cima da outra. Por fim, com a mão direita, aponte com o indicador. Faça tudo isso dizendo “juntos chegaremos lá” e repita o grande meme daquela campanha. Afif, hoje no PFL e virtual derrotado por Suplicy ao senado, usou artifícios como esse e o “dois patinhos na lagoa”, correspondentes ao número, para subir nas pesquisas e se credenciar, ainda que por pouco tempo, como o “anti-Collor”. Não deu.
15 – Ulysses Guimarães – PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro: Era uma questão de honra. O homem que promulgou a constituição brasileira e um dos mais emblemáticos personagens da política nacional tinha que concorrer, ainda que estivesse bem longe de ser eleito. O grande mistério da vida de Ulysses, no entanto, foi a tragédia envolvendo seu desaparecimento em 1992, após o acidente de helicóptero que, certamente, o matou – digo isso porque nunca encontraram qualquer vestígio.
23 – Roberto Freire – PCB – Partido Comunista Brasileiro: Posso estar enganado, mas apesar de ser um político com idéias de extrema esquerda, o Roberto Freire trazia sim boas idéias mas sem assustar tanto como o Lula. Terminou com alguns mil votos, mas até hoje é um dos nomes mais populares da política nacional.
25 – Aureliano Chaves – PFL – Partido Frente Liberal: Esse dificilmente chegaria longe, já que era vice do Figueiredo e ainda tinha uma imagem colada ao regime militar. Mas era bonachão e simpático. O ex-governador mineiro faleceu em 2002.
51 – Ronaldo Caiado – PSD – Partido Social Democrático: Afinal de contas, quem era ele? Apareceu como um sujeito bonitão, vindo de Goiás e montado em seu cavalo e atacando veementemente o Lula. Logo lembraram de suas ligações com os ruralistas e a sua orientação conservadora. Pouco tempo depois, lá estava Caiado no PFL, onde hoje é deputado federal.
14 – Affonso Camargo – PTB – Partido Trabalhista Brasileiro: Esse também tinha uma musiquinha longa e bonitinha, e se vendia como o “pai do vale-transporte” e “criador do bilhete único”. Realmente, a lei que criou o benefício é dele. Mas fora isso, talvez seja conhecido no estado do Paraná, e só. Saltou de partido algumas vezes, até ser eleito deputado federal pelo PSDB.
56 – Enéas Ferreira Carneiro – PRONA - Partido de Reedificação da Ordem Nacional: Em sua primeira aparição ao mundo, o legendário Enéas dizia a que veio em menos de trinta segundos. Aos poucos veio fazendo barulho até arrebatar 1,5 milhão de votos para deputado federal em 2002 e, após quatro anos, mostrar que realmente só funciona falando – e de barba.
42 – José Alcides Marronzinho – PSP – Partido Social Progressista: Sensacional! Marronzinho aparecia amordaçado e ameaçava falar o que nenhum outro era capaz! Era a voz dos pobres na eleição, mas eles não deram muita bola. Vá contando: já são treze nomes.
54 – Paulo Gontijo – PP – Partido Progressista: Esse era bizarro. Aparecia só a sombra, a abreviação PG e um enorme slogan inspirado em JK: 100 anos em cinco. Sumiu.
31 – Zamir José Teixeira – PCN – Partido Comunitário Nacional: Sem comentários.
27 – Lívia Maria de Abreu – PN – Partido Nacionalista: Lívia Maria??? Essa eu tive que ir pro Google para descobrir que ela aparecia em uma cozinha, dizendo que era capaz de colocar ordem na casa.
55 – Eudes Mattar – PLP – Partido da Libertação Proletária: A única vantagem desse cidadão era poder dizer a todos o quanto era fácil votar nele: Eudes Mattar era o último nome da lista. Ninguém lembra mais disso, e na época ninguém lembrou também. Mesmo com tanto esquecimento, nem em último ele conseguiu chegar.
43 – Fernando Gabeira – PV – Partido Verde: O bom e velho Gabeira, o homem que expulsou Severino Cavalcanti e que tem a árdua missão de salvar o Partido Verde da extinção. Naquele ano, o melhor era a “musiquinha” (?). “Gabeira Presidente do Brasil”, dito como se fosse um mantra indígena, remetendo a um virundum histórico.
33 – Celso Brant – PMN – Partido da Mobilização Nacional: Outro que parecia um cara muito legal, mas não foi pra frente. Foi fundador do PMN, o mesmo que revelou o bizarro Samuel Silva… Era professor em Minas Gerais até falecer, em 2004.
16 – Antônio Pedreira – PPB – partido do Povo Brasileiro: Pedreira era dureza. Xingava o Collor, o Lula, o Brizola… Quase não tinha programa, de tanto direito de resposta que aparecia. Tudo papagaiada: o nome dele voltou ao noticiário no início do escândalo dos correios, que culminou com a descoberta do mensalão. E o PPB não tem nada a ver com o que era PDS: era Partido do Povo Brasileiro, que logo acabou. O 16 hoje é aquele contra burguês.
57 – Manuel Horta – PDC do B – Partido Democrata Cristão do Brasil: Conseguiu a proeza de ser o último entre os que valiam. Claro que o último lugar histórico dessa eleição ficou com…
26 – Armando Corrêa – PMB - Partido Municipalista Brasileiro: Esse cidadão era pastor evangélico, aparecia com uma voz suave e serena em sua propaganda cujo slogan era “Acooorda Brasil”, associado a um despertador. O fim do partido, fundado por ele, foi melancólico: sua vaga na disputa eleitoral acabou sendo vendida por uma bela grana. Quem comprou seu lugar na brincadeira foi…
26 – Sílvio Santos – PMB – Partido Municipalista Brasileiro: O homem do baú estava louco pra ser presidente. E ganharia com o pé nas costas, não fosse a sequência de lambanças que marcaram sua epopeia. Silvio era do PFL, mas a legenda não queria saber do apresentador e fechou com Aureliano Chaves. Mas com uma ajuda do próprio partido, descobriu que Armando Correa topava tudo por dinheiro e se lançou candidato, já durante a campanha, a despeito do prazo do TSE. Numa bela noite, o dono do SBT apareceu como o 26, perguntando ao povo se sabiam o que era Justiça Social. “Eu também não sabia”. Depois da sessão “porta da esperança”, o pior: como as cédulas já estavam impressas, o mestre da comunicação dizia que “para votar em Sílvio Santos, tinha que marcar Corrêa 26″. Pena que o TSE acabou com a farra… Pedro de Lara e Gugu Liberato dariam ótimos ministros.
Foram 22 candidatos – 20 de partidos de esquerda e 2 de partidos de direita e tendo 9 partidos agrupados em três coligações:
ALIANÇA LIBERAL CRISTA: PDC / PL
BRASIL NOVO: PRN / PSC / PST / PTR
FRENTE BRASIL POPULAR: PDCdoB / PSB / PT
Os demais partidos concorreram independente e sem se coligar ou ter outros partidos na base de apoio.
Observamos que os partidos e seus candidatos deixavam claro sua vertente ideológica, Socialista, Comunista, Liberal, Democrata Cristã, Social Democrata, mas alguns partidos como o do presidente eleito Fernando Collor trouxeram apenas denominações um tanto apelativas como Reconstrução, Mobilização que na verdade, se observarmos a estrutura nacional de 85/89 comparada com os dias atuais, o regime militar entregou muito bem estruturado o país, mas as questões da crise financeira da época não era um legado do regime, mas uma transição onde diversos países estavam passando e se readequando a realidade que culminaria com a globalização econômica.
O primeiro governo da Nova República com Sarney à frente é marcada pela ineficiência às mudanças econômicas globais e a incapacidade de reação da política econômica do governo.
O segundo governo com Fernando Collor trouxe medidas drásticas para combater a crise econômica e principalmente mostrou a força de mobilização da esquerda em protestar e a instalação do câncer nacional denominado “corrupção”.
À partir do governo Itamar Franco com maior intensidade e aplicação a Social Democracia traz o Plano Real criado pelo FMI e implantado pelo ministro da fazenda, FHC, na sua formação de sociologia conseguiu encontrar a formula para estabilidade econômica do país e inclui-lo no projeto de globalização econômica com apoio do FMI e ONU.
Esse projeto rendeu dois mandatos de FHC na presidência, um aparelhamento do Estado com militantes de esquerda e aumentar as práticas da corrupção e transformações sociais cumprindo a agenda do socialismo Fabiano e do Gramscismo, corrente essa que o PSDB segue fielmente.
Tendo Lula como um dos seus alunos de Socialismo Fabiano, mas desvinculado do Foro de SP, onde o PT/Lula é um dos partidos de esquerda fundadores da organização, FHC confiou na amizade e na proximidade do ideário de Lula e ajudou a elege-lo, tentando criar um revezamento de poder entre o PT e o PSDB e dividindo entre os dois partidos os apoios dos demais partidos, ou seja, duas grandes coalizões partidárias se revezando no poder.

Lula cumpriu dois mandatos, implementou a agenda do socialismo Fabiano e colheu os frutos semeados por FHC, tendo assim resultado positivo frente a sociedade, que nem o escândalo do Mensalão arranhou a imagem dos seus dois mandatos. A parceria PSDB/PT ficou explícita com a implementação do projeto assistencialistas e de formação de curral eleitoral através do famigerado Bolsa Família, uma estratégia advinda da cartilha Gramscista.
Quando seria o momento do PT retornar o poder para o PSDB e sua social democracia Fabiana, Lula e seus “cumpanheros”, romperam o acordo da bipolaridade eleitoral e elegeram o “poste” sem lâmpada, Dilma Rousseff, uma burocrata, militante profissional e ex – guerrilheira, que sem capacidade alguma de administrar ou gestionar o país é eleita e reeleita recentemente.

Comentar ou expor o primeiro mandato de Dilma, dispensa maiores comentários, o sucateamento do país, o aparelhamento completo das instituições, a corrupção em níves inimagináveis e a total participação explicita no projeto socialista do Foro de SP, são algumas das peripécias dessa socialista que terminou de acabar com o pouco de democracia que ainda existia e literalmente transformou o país numa ditadura socialista....e assim foram os 30 anos da Nova República que não passou de um título que não se cumpriu.

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