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terça-feira, 10 de novembro de 2015

NOITE DOS CRISTAIS

Um dos episódios negros do período em que o Nacional-Socialismo governou a Alemanha. Fruto da propaganda de atrocidades e ódio de ambos os lados, uma reação espontânea da população, diante do assassinato de um diplomata alemão por um judeu, levou a um pogrom em diversas localidades do Reich para desespero do governo.
O pavio aguarda sereno
Dentre as diversas atrocidades e injustiças colocadas sobre os ombros da Alemanha pelos vencedores da Guerra Mundial (1914-1945), destaca-se a famigerada Noite dos Cristais. Não é raro lermos que este episódio teria marcado o início do polêmico Holocausto judeu.
A assim chamada Noite dos Cristais do Reich (Reichskristallnacht) – referindo-se à noite de 9 para 10 de novembro de 1938, também denominada Noite do Pogrom do Reich ou Pogrom de Novembro (Reichspogromnacht ou Novemberpogrome) – foram atentados contra a vida, propriedades e instalações dos judeus por todo o Reich alemão.
Esta perseguição foi notória e se consagrou posteriormente como Noite dos Cristais, denominação esta mantida após a guerra. De acordo com a reeducação imposta ao povo alemão, a República Federal da Alemanha (RFA) tenta em vão consolidar uma versão politicamente correta. Desta tentativa aparece em alguns textos o termo “Noite do Pogrom”.
Na historiografia usual, o governo do Reich é incriminado por ter ordenado um pogrom. [1] Na realidade, o pogrom aconteceu partindo do seio da população alemã como reação a mais um assassinato de alemães, desta vez do diplomata Ernst Eduard vom Rath, pelo judeu Herschel Grynszpan.
Naturalmente não se pode aprovar aquela onda de violência generalizada contra seres humanos dentro de um Estado de Direito, mesmo quando o Talmud descreva os não-judeus não como pessoas, mas sim como gado, pois está escrito:
“Porém, vocês são minhas ovelhas, as ovelhas de meu rebanho, seres humanos vocês são, vocês se chamam seres humanos, mas não são seres humanos os povos do mundo (não-judeus), mas sim gado”. (Baba mezia 114b) [2]
Uma análise crítica e pormenorizada daquela época revela a existência de indícios mais do que suficientes que apontam para a improbabilidade do governo Nacional-Socialista ter desejado executar tais ataques. Poderemos citar os seguintes pontos:
- nesta altura dos acontecimentos, muitos judeus já tinham emigrado da Alemanha
- o país estava em franca expansão econômica, o desemprego diminuindo, as exportações aumentando
- aprovação das Leis de Nuremberg, as quais já haviam sido assimiladas pela população
- anexação pacífica, espontânea e festejada da Áustria
- Hitler havia acabado de angariar sua mais importante conquista diplomática, a anexação dos Sudetos
Indicação de Hitler para receber o Prêmio Nobel da Paz pelas conversações sobre a paz na Europa que manteve com o britânico Chamberlain
Portanto, qual interesse teria o governo Nacional-Socialista em promover tamanha barbárie contra os judeus? Ela somente iria justificar e endossar as inúmeras inverdades e mentiras oriundas da propaganda de guerra daplutocracia anglo-americana. Teriam muito a perder junto aos países que importavam os produtos alemães e criariam dificuldades e desonra às colônias de alemães mundo afora.
O Estado-Maior de Hitler emitiu um comunicado “a todos os chefes provinciais para imediata execução”:
“Como ordem explícita da mais alta instância, não se deve atear fogo nas lojas de judeus, ou atos semelhantes, sob hipótese alguma.” [3]
O ajudante de Goebbels, Friedrich Christian Prinz zu Schaumburg-Lippe, relatou a conversa entre Joseph Goebbels e o chefe de polícia Graf Helldorf: [4]
“Tudo isso é uma grande desordem. Não é assim que podemos resolver o problema judeu. Não desta forma. Assim nós fabricamos mártires. E então? Nós nos ridicularizamos diante de todo o mundo, Helldorf… E eu? Eu tenho que pagar o pato, tenho que arrumar tudo com a propaganda. Algo impossível. Nós perdemos a credibilidade quando fazemos essas coisas, você entende?… Me puxaram o tapete. Me ridicularizaram. Nós não poderíamos ter preparado um terreno melhor para a propaganda inimiga. Nosso pessoal matou uma dúzia de judeus, mas por essa dúzia talvez nós pagaremos com um milhão de soldados alemães!”
Reação espontânea da população alemã
Por outro lado, para entender a reação da população – não justificá-la – devemos ter sempre em mente que o movimento de Hitler representava a última esperança depois de uma guerra perdida, a qual não foi iniciada pela Alemanha, mas que gerou desgraça e miséria para milhões de alemães. O Nacional-Socialismo era a luz divina diante da decadência, corrupção e bancarrota econômica da República de Weimar. E logo que o regime de Hitler assumiu o controle, aconteceu esta estúpida declaração judaica de guerra econômica contra a Alemanha, quando a liderança judaica mundial conclamava o boicote dos produtos alemães.

Resposta alemã ao boicote judaico
Como reação ao boicote imposto, o governo Nacional-Socialista conclamou por sua vez o boicote contra os produtos e serviços dos judeus que ainda moravam e trabalhavam dentro do território do Reich. Esta ação surtiu pronto efeito, a liderança judaica no estrangeiro cedeu e as atividades comerciais puderam ser restabelecidas ao longo dos meses seguintes. O artigo Boicote econômico – ontem e hoje mostra em detalhes este episódio.
Em 1935, a situação piorou para a minoria judaica diante da aprovação das leis de proteção ao sangue de Nuremberg, que proibiam casamento entre arianos e judeus. Para um país de 60-70 milhões de habitantes, em sua maioria da mesma raça, essa lei surtia pouco efeito, para não dizer efeito algum. Mas ajudou a acirrar os ânimos contra o partido NSDAP. Tanto que a quatro de fevereiro de 1936, o judeu nascido na Iugoslávia e crescido em Frankfurt, David Frankfurter, assassinou o chefe do partido NSDAP na Suíça, Wilhelm Gustloff. Ele foi condenado a 18 anos de prisão, libertado em 1945, emigrou então para Israel e viveu desde então da indenização alemã. Provavelmente ele tinha alguém por detrás que lhe passara a ordem para executar o serviço, a fins de provocação.
A sete de novembro de 1938, um jovem de 17 anos foi morar em Paris com seu tio. Herschel Grynszpan, cujos pais vieram para a Alemanha como “judeus poloneses”, sendo deportados ao final de 1938, foi até a embaixada alemã em Paris e atirou no secretário Ernst vom Rath. Este foi ferido gravemente e veio a falecer no hospital na tarde do dia 9 de novembro de 1938. Grynszpan foi preso pela polícia francesa. As investigações se prolongaram até a campanha da França em 1940 e ele foi entregue à Alemanha após a vitória da Wehrmacht.
Um processo foi preparado, porém, nunca aconteceu. Há versões que apontam que Grynszpan tenha retornado a Paris ao final de 1945. Sua família conseguiu com ajuda da American Join Distribution Committee se mudar para aPalestina.
Em ambos atentados, no dia seguinte se apresentou o advogado Moro Giaffieri, de Paris, para a defesa dos assassinos, de espontânea vontade como ele salientou. Ele foi recusado na Suíça. Ele era um conhecido do sionista que vivia em Odessa, Bernard Lacache. [5]
Este escreveu na LICA:
“Grünspan, você está absolvido: é tarefa da Liga Mundial judaica, organizar o bloqueio moral e econômico da Alemanha de Hitler, o boicote contra o carrasco. Tarefa da Liga Mundial judaica é defender todos os Grünspan do mundo, judeus, negros, mulçumanos e cristãos. Nossa tarefa é ser os inimigos inconciliáveis da Alemanha e Itália… Nossa tarefa é declarar a guerra sem misericórdia à Alemanha, o inimigo público nr. 1”[6]
“É nossa tarefa organizar o bloqueio moral e econômico da Alemanha e dividir esta nação… É nossa tarefa, finalmente fazer acontecer uma guerra sem perdão”. [7]
Joseph Goebbels declarou de Munique à imprensa:
“A indignação justificada e compreensível do povo alemão frente ao assassinato covarde de um diplomata alemão em Paris ganhou grandes proporções na última noite. Em inúmeras cidades e vilarejos do Reich, aconteceram revides contra prédios e comércios de judeus. A toda população, apela-se à vital exigência de parar imediatamente com todas as demonstrações e revides contra a judiaria, não importa de qual natureza.
Os danos provocados na Noite de Cristal
O número de vítimas é citado entre 36 e 91. Cerca de 10.000 a 35.000 judeus foram presos, dos quais a grande maioria foi liberada nos dias subseqüentes. 101 sinagogas foram destruídas pelos incêndios e 76 avariadas. No total, 12% das 1.420 sinagogas do Reich foram atingidas. O restante 88% permaneceram intactas, vindo a ser destruídas em sua grande maioria através do bombardeio terrorista anglo-saxão durante a guerra contra as cidades alemãs.
Um exemplo especial fica por conta da sinagoga da rua Oranienburg, em Berlim, que nada tinha sofrido em 1938, porém, veio a ser destruída pela ataque aéreo inglês.

À direita, foto falsificada da sinagoga da rua Oranienburg,
simulando um incêndio
Sobre o número de sinagogas atingidas existem números contraditórios: [8]
“191 sinagogas foram destruídas”. [Die Welt, 09/11/2005]
“Pelo menos 1.283 sinagogas foram invadidas e parcialmente destruídas”. [Die Welt, 01/11/2008, pág. 28]
Durante o Pogrom de Novembro, cerca de 840 e 7.500 comércios e lojas dentre cerca de 100.000 existentes na Alemanha (ou seja, entre 0,8% e 7%) foram destruídos ou avariados, assim como 171 casas.
A 11 de novembro de 1938, o chefe da polícia de segurança, Heydrich, anunciou ao ministro-presidente prussiano Göring os seguintes números:
“191 sinagogas foram incendiadas, outras 76 foram demolidas completamente. Além disso, 11 prédios, capelas em cemitérios e semelhantes construções foram incendiados e outras 3 totalmente destruídas. Foram presos cerca de 20.000 judeus, além disso 7 arianos e 3 estrangeiros. Estes foram presos para sua própria segurança. Homicídios resultaram em 36, também 36 feridos foram feridos gravemente. Os assassinados e feridos são judeus. Um judeu continua ainda desaparecido. Entre os judeus mortos encontra-se um, entre os feridos dois de nacionalidade polonesa”. [9]
Conclusão
A reação espontânea da população alemã contra a minoria judaica foi fruto da tensão escalonada entre dois espíritos antagônicos. Ambas as partes lançaram mão da propaganda virulenta para fazer valer seus objetivos, porém, os efeitos colaterais foram nefastos para os dois lados. É correto afirmar que a Noite dos Cristais foi um dos pontos negros da história alemã deste período, assim como também é incorreto afirmar que o governo Nacional-Socialista tenha organizado o pogrom.
O chefe do partido declarou em setembro de 1941:
“Uma repetição da ação de 9 de novembro de 1938 não deve acontecer. Está abaixo da dignidade do movimento quando seus membros incomodam os judeus. Tais ações estão e permanecem proibidas”. [10]
Artigo publicado originalmente a 3 de março de 2010.
[1] “(…) uma ação pensada, provocada e apoiada por aquele governo” – Philipp Jenninger, 1988.
[2] Citações do Talmud provêm da reedição completa e não censurada do Talmud Babilônico, traduzido do hebraico por Lazarus Goldschmidt, 2002 Suhrkamp-Verlag Frankfurt, ISBN 3-633-54200-0
http://www.suhrkamp.de/buecher/der_babylonische_talmud-_54200.html
[3] Arquivo federal Koblenz, Az.: NS 6/231.
[4] Compare Wilfred von Oven em Ingrid Weckert: “Feuerzeichen: Die Reichskristallnacht”
[5] Chefe da organização hostil aos alemães “Ligue internationale contre l antisémitisme” (LICA)
[6] Le Droit de Vivre, 9.11.1938
[7] Le Droit de Vivre, 18.11.1938
[8] citado em: National Journal
[9] Die Zahlen der Reichskristallnacht von Heydrich und Merkel, fact-fiction.net, 23 de novembro de 2008
[10] Hillberg, página 29, nota 37 (Hillberg, Raul – The Destruction of the European Jews, Chicago 1961); Fonte: Walk, Joseph – Das Sonderrecht für die Juden im NS-Staat, 2ª Edição 1996, página 347.

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