Bunker da Cultura Web Radio

Free Shoutcast HostingRadio Stream Hosting

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

No Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, somos todos “negacionistas”

Há pouco mais de um ano, com a publicação do relatório final da enviesada Comissão da Verdade, o estado brasileiro cruzou uma fronteira: reconheceu a condição de verdade oficial a uma determinada narrativa histórica.Mutatis mutandis, o Direito Comparado tem subsidiado os juristas com inúmeros casos bastante atuais, nos quais se constata a tendência crescente de proteção jurídica a um fato da história por todos nós conhecido, pretendido inquestionável: o relato do genocídio judeu.
No Brasil, diferentemente do cenário internacional, não há — pelo menos por enquanto — consequências na esfera penal a quem ousa questionar o “pensamento obrigatório”. Não por falta de vontade. O Projeto de Lei Federal 987 de 2007 pretende, nesse sentido, criar um novo e decisivo marco em nossa política criminal: tornar crime a negação do Holocausto. São diversas as implicações jurídicas possíveis e ainda pouco exploradas.
Quando na USP, há poucos anos, a Tese de Láurea — posteriormente convertida em livro — questionou a legitimidade das leis europeias que colocam na cadeia os “negadores do Holocausto”, uma parcela fundamentalista da academia procedeu uma verdadeira patrulha ideológica sobre os envolvidos, vendo naquela arguição científica uma terrível heresia, estigmatizando-a e sepultando um debate tamanho frutígero para uma compreensão crítica da realidade política.

Livro que questiona a interferência do Direito sobre a Ciência histórica
O suposto “holocausto judeu”, o novo dogma da modernidade, necessita da lei para se firmar
Tanto não se deveria admitir a revisão de uma versão sobre um fato histórico (o mérito), tido “transitado em julgado”, como não se toleraria nem sequer o questionamento da proibição de se questionar o dogma. Sim, soa mesmo confuso e kafkiano.
Dentro da mesma discussão acerca dos limites da liberdade de expressão, há de se destacar a bastante noticiada censura ao trabalho dos biógrafos, impedimento que sensibilizou a opinião pública, chegando à pauta do Supremo Tribunal Federal. Centenas de professores universitários publicaram manifesto conjunto que muito lembra o seu correspondente francês, Liberté pour l’Histoire. O resultado anunciado não podia ser outro: não há espaço para a censura prévia na república contemporânea (ao menos em tese…).
Tratou-se de uma rica ocasião na qual os limites da liberdade de expressão foram, mais uma vez, rediscutidos e sopesados com outros direitos tutelados na Constituição, tal qual o foram no emblemático caso Ellwanger. No outro episódio mencionado, na França, os acadêmicos também se mobilizaram contra as “leis memoriais”, fazendo uma única exceção: o Holocausto judeu, cuja proteção por meio da lei penal fora casuisticamente reputada legítima e necessária.
Os paralelos não se esgotam por aí. A mesma França, a qual permite as caricaturas e provocações mais agressivas possíveis à religião maometana, encarcera também — vejam só — aqueles que questionam o genocídio armênio. Na Turquia, por sua vez, é crime (literalmente) afirmar a ocorrência de um genocídio armênio, constituindo-se algo que, em confrontação com a legislação gaulesa, poderíamos caracterizar como uma excêntrica antinomia internacional. Ironicamente, o historiador britânico Bernard Lewis, filho de pais judeus, foi condenado na França por questionar o dogma histórico dos armênios.
Exemplos outros há em abundância. Polônia, Estônia e Letônia encarceram aqueles que negam os crimes do comunismo (representados em maior parte pela extinta União Soviética), ao passo que a Rússia criminaliza quem “distorça o papel da URSS na Segunda Guerra Mundial”. Aqueles que tiverem curiosidade acerca de uma das maiores reviravoltas provocadas pela revisão histórica — e muitas outras ainda estão por vir, como o caso de Rudolf Hess — podem pesquisar sobre o massacre de Katyn, o qual expôs justamente a falsa narrativa da “verdade oficial” envolvendo crimes de guerra entre Alemanha, Polônia e União Soviética.
Ao contrário do que muitos pensam — e torcem —, o veredicto do tribunal ad hoc composto pelos vencedores da guerra, em Nuremberg, está longe de ter se estabelecido como fulcralmente acurado.
Voltando ao âmbito das biografias, vale registrar um estudo apresentado na Universidade de Montreal, sem que causasse qualquer escândalo acadêmico, em que se procurou “desmontar o mito do altruísmo e generosidade de Madre Teresa de Calcutá”, verdadeiro ícone da solidariedade humana. Este mesmo Canadá, porém, faz parte do grupo de países que condenam e prendem os “negacionistas” da Shoah (vide o caso Zündel).
No Irã, o revisionismo da biografia de Jesus, a partir do apócrifo Evangelho de Barnabé, infere que “Jesus nunca foi crucificado e que Cristo previu a vinda do profeta Maomé”. Agências de notícias desse país de maioria islâmica afirmam que a descoberta “vai causar o colapso do cristianismo no mundo inteiro”. Encontra-se literatura revisionista dos dogmas da doutrina cristã em praticamente qualquer livraria do mundo.
Todavia, neste mesmo estado do antigo território persa, o autor de Versos Satânicos, livro considerado uma terrível ofensa ao Islã, teve sua morte exultada por ninguém menos que o Aiatolá Khomeini, a maior autoridade religiosa do país.
Nos EUA, embora fortemente cristianizado, faz-se valer a liberdade de expressão estatuída na Primeira Emenda. Há, a título de ilustração, estudos publicados que procuram comprovar a autenticidade do Evangelho de Judas (no qual, ao contrário da “Bíblia oficial”, onde esse discípulo é retratado como um traidor, se sugere que foi Jesus quem pediu para seu amigo que o traísse perante as autoridades). O pesquisador Joseph Atwill, também estadunidense, foi muito além disso: Cristo seria uma completa fabricação da aristocracia romana com o intuito de controlar o povo e fazer frente ao movimento messiânico na Judeia.
O famoso judeu Elie Wiesel, ganhador do Nobel da Paz, confrontado em entrevista com o fato do “negacionismo” ser permitido nos Estados Unidos, em discurso similar ao citado dos antirrevisionistas franceses da década passada, propõe a criação de uma particular ressalva legal à liberdade de expressão dos americanos: “Sou um grande admirador da Primeira Emenda, mas acho que ela deveria comportar uma exceção em relação ao Holocausto”.
Voltemos à inflamada realidade brasileira e sua sucessão interminável de escândalos políticos. Da narrativa oficial proclamada pela Comissão da Verdade, passando pela polêmica das biografias, aportamos no cenário das condenações de políticos, também proclamadas pela corte suprema.
Com o julgamento dos réus no processo da Ação Penal 470 (vulgo mensalão), pela mais alta corte do país e em último grau recursal (lembrando que os infringentes não abarcam toda a trama), o Estado brasileiro declarou a existência de uma sofisticada quadrilha que atuou no governo federal, desviando dinheiro público, à época da administração deste mesmo Partido dos Trabalhadores que promove, agora, uma censura de ofício aos saudosos do regime militar e a outros teóricos dissidentes.
Notável, neste contexto, que o historiador e ferrenho antipetista Marco Antonio Villa defenda, conforme assinalado em seu livro Ditadura à Brasileira, ao contrário da Comissão da Verdade e da grande maioria dos autores que pesquisam a esse respeito, que apenas metade do período que vai de 1964 a 1985 pode ser considerado como uma verdadeira “ditadura militar”.
Vejamos que parte daqueles que desqualificam como uma teoria da conspiração a interpretação contramajoritária dos eventos da Segunda Guerra Mundial bradam ser uma “maquinação da mídia golpista” e “invenção da direita” o mais infame caso de corrupção dos últimos tempos. Negavam também, há não muito tempo, o petrolão, sendo depois desmentidos pelo próprio balanço auditado da empresa estatal e pelas delações premiadas.
Os petistas, antes considerados referências éticas na política, ao instituírem uma Comissão da Verdade e silenciarem com a prisão dos revisionistas inconvenientes, convertem a si próprios em potenciais delinquentes de opinião (ou seja, também revisionistas de uma verdade oficial, pois negam a existência do mensalão, discussão esta também já “transitada em julgado”, se nos valermos da mesma lógica).
Tal estrutura de incongruências irá fatalmente implodir, e isso está longe de ser uma questão partidária ou oposicionista, conforme já visto no panorama internacional. Não se pode defender uma seletiva liberdade de expressão para alguns, quando apropriado, e ao mesmo tempo sacramentar novos tribunais neoinquisitoriais para uma minoria de párias políticos.
Por que o Charlie Hebdo circula livremente, enquanto Dieudonné é preso por fazer piadas com os judeus? Por que militantes da Marcha das Vadias e da Parada Gay podem vilipendiar símbolos cristãos, ao ponto de publicamente introduzirem o crucifixo no ânus e registrarem o ato, em plena Avenida Paulista, enquanto a Viradouro foi proibida, mediante liminar judicial, de prestar uma homenagem às vítimas do Holocausto, retratando-o em seu desfile de Carnaval?
Os militares são negacionistas do libelo da resistência dita “democrática”, composta por movimentos de luta armada em defesa das ditaduras comunistas. Os petistas são negacionistas do mensalão, e nem por isso se cogita a prisão de seus militantes por questionarem também uma verdade oficial e transformarem corruptos sentenciados em heróis (o que poderia, no limite, ser subsumido como apologia ao crime).
Parte dos humanistas da USP, tão bem a postos para estigmatizarem uma pesquisa metadiscursiva laureada (a qual certamente não leram), são também negacionistas de diversas teses por eles revisadas e tomadas como objeto de análise no ambiente acadêmico, ao longo de suas carreiras, a exemplo do professor Clóvis de Barros Filho, para o qual “pedofilia é amor” e “há afetos que a sociedade aplaude e afetos que a sociedade não aceita”; nas suas palavras, o “tesão oficial”.
Não consta ter havido qualquer moção da Congregação da FFLCH ou do IP a esse respeito, muito menos no caso de Paulo Ghiraldelli, filósofo doutor pela PUC, o qual ainda mais explicitamente defende a relativização da vida sexual infantil.
Falta-lhes compreender que, se em uma universidade deve haver espaço para a universalidade do conhecimento, não se pode criar exceções casuísticas que apenas evidenciam uma incoerência sistêmica dessas trincheiras acadêmicas da “esquerda” brasileira.
Há, para citar apenas mais um exemplo emblemático dentre infindáveis outros, renomados pesquisadores, como o professor e meteorologista Luiz Carlos Molion, que negam categoricamente as mudanças climáticas por resultado da ação humana. Afirmam que a Terra está a esfriar, entrando numa nova era glacial (!), e não o contrário, como dispõe a cartilha do aquecimento global da ONU.
Não seria também uma verdade histórica a existência da rede de corrupção petista, tal quais as apontadas violações de direitos humanos pela ditadura? A dor causada ao biografado e à sua família em virtude de informações escancaradas pelo seu biógrafo apócrifo não seriam análogas à dor causada pelos ateus “negacionistas” dos cânones religiosos e pelos caricaturistas de Maomé?
Um participante de uma marcha da maconha, já reconhecida legítima pelo STF, não causa também a indignação de setores mais conservadores, da mesma forma que parte da mobilizada comunidade judaica, autodiscriminada “povo eleito”, alega lutar justamente contra a discriminação por meio da aprovação do Martelo do Holocausto(Malleus Holoficarum)?
Há, de fato, um quê de “Je suis hypocrite” nisso tudo.
Segundo o hors concours das citações tão presentes na retórica antitotalitária, George Orwell, “se liberdade significa algo, significa o direito de dizer às pessoas aquilo que elas não querem ouvir”. De fato, no campo das ideias, os “negacionismos” são recíprocos e essa é uma dinâmica natural no processo de busca pela verdade e pelo aperfeiçoamento do conhecimento humano.
Neste 27 de janeiro, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, cumpre refletir: não somos todos nós, em ao menos algum plano, também “negacionistas” de uma crença alheia? Quantas pessoas podem se sentir ofendidas com nossas opiniões mais controvertidas? Devemos caminhar no sentido de criminalizar opiniões, encarcerando os militares pró-64, os petistas de punho cerrado, os biógrafos não oficiais, os ateus, os humoristas, os usuários de drogas militantes, os cientistas contramajoritários e todos aqueles “negacionistas” de uma verdade oficial, assim caracterizados em virtude do volúvel espírito de seu tempo, o Zeitgeist?
Antonio Caleari
Antonio Caleari é bacharel em Direito pela USP, revisionista e autor do livro “Malleus Holoficarum: o estatuto jurídico-penal da Revisão Histórica na forma do Jus Puniendi versus Animus Revidere” (Chiado Editora, Lisboa, 2012).
Conjur, 27/01/2016.

A GUERRA ANTES DA CIVILIZAÇÃO



Excelente artigo sobre a questão civilizatória e a guerra.

ACESSE E CONFIRA....

http://portalconservador.com/a-guerra-antes-da-civilizacao/

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

BRICS, O SONHO ACABOU?

Os encontros de Davos são um termômetro. De luxo, claro! Neste ano, a nata dos mandachuvas do planeta compartilhou mais ansiedades do que otimismo. É que a economia mundial – e também a política – parecem ir mal. As bolsas de valores estão no fundo do poço, os preços do petróleo idem e o crescimento chinês degringola.

Além do terrorismo islamita, da guerra entre xiitas e sunitas no Oriente Médio, das provocações chinesas no mar da China meridional, dos problemas cabeludos que a Europa está enfrentando, ou até a bomba de hidrogênio da Coreia do Norte, é preciso muita fé para continuar apostando na retomada do crescimento econômico mundial. Nessa enxurrada de preocupações faltava alguma coisa. Que fim levou o famoso Brics, esse acrônimo transformado em grupo sem muito recheio reunindo o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul?
Há muito pouco tempo, os países do Brics ainda eram vistos como os salvadores da economia global e como o clube dos “emergentes” que iam mudar as regras do jogo internacional. Hoje, ninguém fala mais nisso, nem no único projeto palpável do grupo, o praticamente natimorto “Banco dos Brics”.

Reputação dos países do Brics despencou

Os países membros não tiveram nem cara para aparecer em Davos. Foram só um ou dois ministros e alguns empresários midiáticos tentando explicar o derretimento das economias do Brasil, da Rússia e da África do Sul, a freada da China e os parcos resultados do governo Modi na Índia. E prometendo que tudo isso era passageiro, salvo o condutor e o motorneiro. Incredulidade geral! Na verdade, a reputação dos países do Brics despencou e eles não conseguem nem manter o grupo atuante além de proclamações bombásticas que não convencem ninguém.
O Brasil está à beira de ter que amargar mais alguns anos parecidos com a famigerada “década perdida”, com o agravante de uma crise política, social e ética de dimensões históricas. Se a economia global, cada vez mais impactada pela nova revolução tecnológica, vai precisar de menos matérias-primas, a economia brasileira vai sobreviver como? Sobretudo com um parque industrial cada dia mais obsoleto, serviços de péssima qualidade, um “custo Brasil” na lua e uma governança econômica errática.

Investidores não se deixam mais enganar

Os sul-africanos estão na mesma triste situação, mas com uma economia bem menor e vulnerável, e um grupo dirigente corrupto, enrolado em graves problemas raciais, e rejeitado por boa parte da população. Quanto à Rússia, o futuro é negro. O país depende quase completamente do preço do petróleo. O nível atual não dá nem para financiar 40% do orçamento público. E o governo autoritário de Vladimir Putin aumentou loucamente as despesas militares e não fez nada para construir uma economia competitiva. Resultado: uma recessão que vai durar e um arrocho mantido pela repressão.
A Índia continua crescendo, mas não tanto quanto seria necessário para tirar uns 800 milhões de indianos da miséria. As reformas de Narendra Modi estão de fato atoladas no pântano dos poderosos clientelismos federais e provinciais do país. Quanto à China, ninguém em Davos acredita nas estatísticas oficiais do crescimento do PIB. Os dirigentes chineses que eram vistos como super-homens capazes de resolver qualquer problema econômico passaram à categoria de trapalhões.

China é o único mercado que ainda interessa

O dilema é simples: para voltar a crescer, a China tem que turbinar o mercado de consumo privado interno. Mas isto não é possível sem liberalizar o crédito e diminuir o poder das empresas estatais. Só que essa solução destrói a força e a autoridade do Partido Comunista Chinês que depende da distribuição clientelista do crédito para se manter no poder. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
Nos luxuosos hotéis de Davos, o Brics já é história e pouca gente ainda está disposta a apostar um níquel em cada um dos países do grupo – salvo na economia chinesa, mas o risco é cada vez mais alto. “O sonho acabou”, como cantava Gilberto Gil em outra encarnação.

* Alfredo Valladão, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, colabora às terças-feiras com a RFI.

Filha de Jesse Owens revela a verdade em documentário

          


Fotomontagem com Jesse Owens e Adolf Hitler


Sabe-se que a historia é escrita pelos vencedores. Também a das Olimpíadas. E, deste modo, quase todos deram crédito ao mito de que Hitler, o “odioso chanceler racista” teria se recusado a tocar a mão do negro Jesse Owens, culpado de representar o “mundo livre” e de ter conquistado algumas medalhas nas Olimpíadas de Berlim de 1936, representada no filme Olympia de Riefenstahl, uma celebração grandiosa do Terceiro Reich.
Tudo o que se sabe até agora entre Jesse Owens e Hitler é falso
Essa história chegou a comover multidões, para que finalmente pudesse ser descoberta a sua farsa. Infelizmente, foram precisos quase 80 anos para a verdade aparecer, ainda que o próprio Jesse Owens tivesse desmentido o fato, em sua autobiografia de 1970: “Depois de descer do pódio, passei por frente a tribuna de honra para voltar aos vestiários. O Chanceler me viu e me acenou com a mão. Eu, feliz, respondi a sua saudação. Jornalistas e escritores relataram sobre uma hostilidade que nunca existiu”.
Declarações do direto interessado que não vieram a tona nem menos nos Estados Unidos, onde as leis raciais foram abolidas há pouco tempo, pais no qual a palavra de um “negro” não tinha peso. O fato é que Race, um filme que deve sair nos EUA no dia 19 de fevereiro, feito em colaboração com a filha do atleta americano, Marlene Owens Rankin, pretende dar luz a verdade histórica: “Meu pai nunca se sentiu esnobado por Hitler”, explica Marlene, “mas ficou profundamente magoado pelo fato de Franklin Delano Roosevelt, o presidente americano da época, não o tivesse recebido na Casa Branca”. Uma realidade com a qual os americanos custarão a aceitar.
Conte-se também as inúmeras tentativas de encontro com o democrático Roosevelt, o qual, empenhado na campanha eleitoral de 1936, não tinha nenhuma intenção de se encontrar com um “negro” e arriscar perder votos. Tanto que Owens chegou a se inscrever no partido republicano e a fazer campanha pelo adversário do presidente, Alf Landon.
Talvez Race, com a potência visível do próprio cinema, terá a capacidade de esclarecer de uma vez por todas o ocorrido, para o qual nem sempre bastam as declarações diretas do próprio Jesse Owens, nem mesmo as declarações de Siegfried Mischner, jornalista alemão que declarou ter visto um aperto de mãos entre Hitler e Owens. “Jesse trazia uma foto consigo e, depois da Olimpíadas, pediu a imprensa para que corrigisse um erro que se arrasta até os nossos dias”. Na América racista dos anos que se foram, as palavras daquele afro-americano valiam menos que a de um branco. E, com isso, os EUA humilharam o próprio campeão, não apenas levando-o por louco, mas fazendo-o competir contra cavalos de corrida e animais outros.
São coisas sobre as quais se fala pouco, como das Olimpíadas de Sant Louis de 1904, onde os americanos se divertiram a organizar os chamados “Jogos das raças inferiores”, conhecidos também como “jornada antropológica”, na qual se divertiam a ver pigmeus, esquimós e americanos nativos a competir. Mais uma bela página escrita pelos nossos “vencedores”. Mas a mentira tem pernas curtas, por mais que a verdade espere 80 anos para aparecer.

Davide di Stefano – Casapound
Il primato nazionale, 02/01/2016.

Oriente Medio --- Sunnitas - Xiitas - Isis -- Arabia Saudita - Syria...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Seres humanos têm se engajado em guerras por, pelo menos, 10.000 anos.

massacre seres humanos dez mil anos atras3
Novo estudo da Universidade de Cambridge (Reino Unido) encontrou restos fossilizados de homens, mulheres e crianças com sinais claros de que foram violentamente massacrados no Quênia, o que sugere que os seres humanos têm se engajado em guerras por, pelo menos, 10.000 anos.
A descoberta pode ser a evidência mais precoce de conflito humano já registrada pela ciência.

Origem da guerra

Os cientistas ainda não têm certeza de como a guerra e a violência organizada – que, infelizmente, são hoje uma parte comum e importante de nossas vidas – começou em nossa espécie.
Será que foram desencadeadas por algo profundo em nossa história evolutiva, ou são um sintoma do sentimento de posse que veio com a agricultura, por exemplo?
Os recém-achados 27 esqueletos parciais de uma tribo de caçadores-coletores que parece ter sido brutalmente morta podem esclarecer um pouco essa questão.

Violência além da dúvida

Os pesquisadores encontraram evidências de que os indivíduos – incluindo mulheres e crianças – foram submetidos a lesões extremas como trauma contuso, ossos quebrados e feridas de flecha no pescoço. Pontas de projéteis de pedra foram encontradas dentro do crânio e tórax de dois homens.
Quatro esqueletos também foram encontrados em posições que indicavam que as suas mãos tinham sido amarradas, incluindo uma mulher nos estágios finais de uma gravidez.
“Estes restos humanos registram a morte intencional de um pequeno grupo de pessoas que não foram enterradas, e fornecem provas de que a guerra fazia parte do repertório de relações intergrupais entre alguns caçadores-coletores pré-históricos”, disse a principal pesquisadora do estudo, Marta Mirazon Lahr.

Motivo: o de sempre, “dinheiro”

Os restos foram descobertos em um local chamado Nataruk, a 30 km a oeste do lago Turkana. Graças a datação por radiocarbono, os cientistas pensam que as mortes ocorreram entre 9.500 e 10.500 anos atrás.
Naquela época, Nataruk teria sido uma região arborizada fértil às margens de uma lagoa. Logo, os pesquisadores teorizam que a localização invejável da tribo pode ter sido a causa do conflito. Além disso, haviam evidências de propriedades no local, o que sugere que os indivíduos armazenavam alimentos.
“O massacre de Nataruk pode ter resultado de uma tentativa de tomar recursos – território, mulheres, crianças, alimentos armazenados em potes -, cujo valor foi semelhante ao das sociedades agrícolas posteriores, em que ataques violentos contra os assentamentos se tornaram parte da vida”, disse Lahr.
massacre seres humanos dez mil anos atras2
Ou seja, as condições socioeconômicas foram, como em outras instâncias precoces de guerra, os prováveis motivos do conflito: o desejo de conquistar, ainda que violentamente, uma forma mais estável e materialmente mais rica de vida.

Não sobrou ninguém

Como descartar a possibilidade do conflito ter sido simplesmente o que os pesquisadores chamam de “resposta antagônica padrão para um encontro entre dois grupos sociais”? Em outras palavras, como sabemos se os dois grupos não se cruzaram sem querer e tentaram tirar os recursos um do outro – algo que não é classificado como guerra, e que era comum entre caçadores-coletores?
O que torna este cenário improvável é que, nesses ataques antagônicos, geralmente apenas os homens eram mortos, com as mulheres e crianças sendo tomadas pelo grupo vencedor. O que torna esta descoberta única é que poucos indivíduos parecem ter sido poupados (se é que algum foi).
Dos 27 indivíduos analisados, 21 eram adultos, incluindo oito homens, oito mulheres e cinco restos que não puderam ser verificados. Os ossos de seis crianças foram encontrados perto dos restos de quatro mulheres adultas.

Natureza agressiva

Os pesquisadores não sabem quem foram os responsáveis pelo massacre, mas as pontas de flechas ou lanças encontradas eram feitas de obsidiana, uma rocha vulcânica preta que não era usada por outras tribos do final da Idade da Pedra na região – o que sugere que os dois grupos confrontados em Nataruk tinham diferentes origens.
massacre seres humanos dez mil anos atras
Infelizmente, provavelmente nunca saberemos exatamente o que aconteceu em Nataruk, ou por que esses indivíduos foram mortos.
Mas essa não é a primeira vez que sinais da guerra são encontrados tão cedo em nossa história evolutiva.
“Eu não tenho nenhuma dúvida que é de nossa biologia ser agressivo e letal, assim como ser profundamente amoroso”, disse Robert Foley, coautor do estudo. “Muito do que nós compreendemos sobre biologia evolutiva humana sugere que estes são dois lados da mesma moeda”.
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature.

Charlatanismo de Paulo Freire

A primeira vez que ouvi falar de Paulo Freire foi na universidade, num curso chamado “A Escola no Mundo contemporâneo”, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH – USP). Sempre que a professora citava frases e textos do Paulo Freire, quase todos os estudantes exaltavam profunda alegria, como se tivessem chegado a um orgasmo. Confesso que, a princípio, era bastante leigo no assunto e, por esse motivo, pensei que Paulo Freire realmente era um educador de respeito. Somente no decorrer do curso, depois da turma ter visitado duas escolas do MST junto com a professora, que comecei a desconfiar dessas “teorias lindas” que foram apresentadas lá no curso. É necessário estudar nossos inimigos e, por essa razão, li A Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire e pretendo, através deste artigo, desmascarar esse charlatão e alertar o leitor sensato do mal que seu método faz em qualquer lugar que é aplicado.
Logo no início do livro “A Pedagogia do Oprimido”, Freire fala da necessidade de “conscientizar” as pessoas, colocando na cabeça de cada uma delas que elas são oprimidas e que, por essa razão, precisam ter a “consciência crítica” para “se libertarem” da opressão e de seus opressores. A princípio, isso é realmente lindo! Mas, não vou fazer como muitos professores de universidades fazem e parar por aqui. Vamos seguir adiante e ir até o final.
Nas Primeiras Palavras do livro, Freire relata que, durante seus cursos, muitos participantes o questionavam, alegando que essa tal “consciência crítica” era anárquica e que ela poderá conduzir à desordem. Segundo Freire, quem fazia isso demonstrava ter “medo da liberdade”. Ainda nesta parte introdutória do livro, ele afirma que seu ensaio poderá provocar “reações sectárias” num grupo de pessoas que ele rotula de “reacionários”. Assim, Paulo Freire, logo no início, já solta a primeira pérola de seu livro, escrevendo que seu trabalho foi feito apenas para “homens radicais” e, entre esses homens, estão os marxistas. Ainda se referindo aos seus leitores marxistas, ele escreve que Na medida, porém, em que, sectariamente, assumam posições fechadas, “irracionais”, rechaçarão o diálogo que pretendemos estabelecer através deste livro.
Ainda nesta introdução, vale a pena destacar algumas partes que irei analisar posteriormente:
O sectário, por sua vez, qualquer que seja a opção de onde parta na sua “irracionalidade” que o cega, não percebe ou não pode perceber a dinâmica da realidade ou a percebe equivocadamente.
Até quando se pensa dialético, a sua é uma “dialética domesticada”.
Esta é a razão, por exemplo, por que o sectário de direita que, no nosso ensaio anterior, chamamos de “sectário de nascença”, pretende frear o processo, “domesticar o tempo” e, assim, os homens. Esta é a razão também porque o homem de esquerda, ao sectarizar-se, se equivoca totalmente na sua interpretação “dialética” da realidade, da história, deixando-se cair em posições fundamentalmente fatalistas.
Ou seja, Paulo Freire é um ser “iluminado” que, arrogantemente, rotula todos aqueles que não concordam com sua pedagogia de “sectários irracionais” , incluindo esquerdistas que, por ventura, possam discordar de seu “ensaio iluminado”, e afirma que os “sectários” são alienados e que, por essa razão, não podem interpretar a realidade ou a história. Logo adiante, ele diz que somente algum “radical” pode “libertar” o homem da opressão.
No final desta introdução, ele escreve que:
O radical, comprometido com a libertação dos homens, não se deixa prender em “círculos de segurança”, nos quais aprisione também a realidade. Tão mais radical, quanto mais se inscreve nesta realidade para, conhecendo-a melhor, melhor poder transformá-la.”. Além disso, finaliza com a seguinte mensagem:
Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Daí que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical, cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários”.
Paulo Freire quer “libertar” os oprimidos, mas, nesse trecho, ele fala que apenas quem concorda com ele poderá ler seu livro. Ninguém pode criticar seu ensaio! No final, apenas Freire e seus seguidores, que o tratam como um ser divino, serão doutrinados… Ops! Quero dizer, “libertados”…
É interessante fazer um parêntese importante aqui para salientar que, na história da humanidade, cada vez que um louco surgiu fazendo discursos semelhantes ao do Freire, alegando que desejava “libertar” seu povo da opressão e “transformar a realidade”, milhões de inocentes pagaram com suas vidas e seus sangues foram derramados em nome de tais “libertações”… Lênin, Stalin, Hitler, Mao e Fidel Castro que o digam!
Freire demonstra, aparentemente, estar preocupado com a liberdade dos oprimidos, mas solta mais pérolas no seu ensaio, citando várias vezes, com admiração, Karl Marx e Friedrich Engels, que são considerados os pais do comunismo. A história nos ensinou que liberdade e comunismo não combinam, pois são coisas incompatíveis. Mesmo assim, de maneira muito cínica, Freire ignora esse fato e continua sua novela marxista, frisando que os oprimidos devem superar seus medos e “se libertarem” da opressão, mas sem se transformarem em novos opressores. É o mesmo clichê marxista que os ditadores socialistas, inimigos da liberdade, usaram no decorrer da história, para fazer exatamente o oposto do que eles prometeram e sufocar as liberdades individuais dos indivíduos. Se realmente quisesse criar um ensaio para libertar os oprimidos, rumo à liberdade, então não deveria adicionar Marx e Engels como um dos ingredientes principais de seu livro. Freire ignora tudo isso, demonstrando não compreender a história. Talvez se ele fosse um “sectário”, compreenderia melhor a história…
Freire insiste que os oprimidos devem se conscientizar que são oprimidos e, para ele, a única maneira deles conquistarem a liberdade é através da revolução (oh, quanta originalidade!), sendo necessário haver prática, e não apenas teoria. Segundo Freire, um empregado que trabalhava na zona rural e que, posteriormente, passa a ser dono de terras, tornando-se assim o patrão de novos empregados, não conquistou nada, pois ele passou a ser o novo opressor. Ele só será “libertado” se fizer, junto com outros, a tal revolução. Que raciocínio estúpido! Sua argumentação não passa de uma verdadeira armadilha, um círculo vicioso que, infelizmente, engana muitos universitários por aí.
No livro, Paulo Freire critica o que ele chama de “educação bancária”. A educação bancária, segundo ele, é aquela cujo educador é um mero narrador que apenas “deposita” conteúdos para os alunos, deixando de lado a tão desejada “conscientização” da realidade opressora que o aluno supostamente sofre. Ensinar gramática, matemática ou qualquer outra disciplina é algo que Freire considera ser inútil, pois apenas aliena os educandos e não “liberta” eles da opressão. No próprio livro ele escreve que ensinar quanto é quatro vezes quatro para os alunos é algo vazio, alienador e que mantém os opressores no poder. A educação, para ele, não deve ser bancária, e sim “libertadora”.
De fato, Paulo Freire fez um excelente trabalho escrevendo porcarias como “A Pedagogia do Oprimido” que, posteriormente, influenciaram, e continuam influenciando, muitos “educadores” e “professores” no Brasil inteiro, que quando entram nas salas de aulas, se preocupam mais em transformar seus alunos em “vítimas sociais” do que com qualquer outra coisa. Os resultados disso, que são consequências das aplicações desses modelos freireanos e socioconstrutivistas nas escolas e universidades, são as piores colocações nos ranks internacionais referentes à educação. Eu poderia citar vários aqui, mas não vou. No meu último artigo escrevi sobre os 53 mil candidatos do ENEM que zeraram suas redações. Viva Paulo Freire, o patrono da educação brasileira!
Há uma parte no livro que Freire relata que, em um de seus cursos, um operário falou que “Talvez seja eu, entre os senhores, o único de origem operária. Não posso dizer que haja entendido todas as palavras que foram ditas aqui, mas uma coisa posso afirmar: cheguei a esse curso ingênuo e, ao descobrir-me ingênuo, comecei a tornar-me crítico. Esta descoberta, contudo, nem me faz fanático, nem me dá a sensação de desmoronamento”. Para Freire, o ideal é: ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Ou seja, o professor não deve manter sua autoridade, e sim ignorar os anos que ele passou estudando e “aprender” e “construir” junto com seus alunos, observando o mundo. Resumindo: burros éramos e burros ficamos.
As técnicas que Freire inventou não foram aplicadas somente no Brasil, mas também em Porto Rico, Guiné Bissau e outros lugares. O fato é que nenhum desses lugares produziu redução das taxas de analfabetismo. Por acaso você conhece algum cientista competente que foi alfabetizado pelo método Paulo Freire?
No artigo “Viva Paulo Freire!”, do professor Olavo de Carvalho, há diversos depoimentos de pessoas que trabalharam com Freire, desde colaboradores até admiradores, e vale a pena ler esses depoimentos que seguem abaixo:
Eis algumas das conclusões a que chegaram, por experiência, os colaboradores e admiradores do sr. Freire:
“Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”,Saturday Review of Education, Abril de 1973.)
“Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?”(David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”,American Anthropologist, Março 1986.)
“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha da Pedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.)
“A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger,Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.)
“Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientization and What It’s All About”, New Internationalist, Junho de 1974.)
“A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Association em Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.)
“Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review.Vol. 27, No. 3, 1992.)
“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed., Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.)
Outros julgamentos do mesmo teor encontram-se na página de John Ohliger, um dos muitos devotos desiludidos (http://www.bmartin.cc/dissent/documents/Facundo/Ohliger1.html#I).
Não há ali uma única crítica assinada por direitista ou por pessoa alheia às práticas de Freire. Só julgamentos de quem concedeu anos de vida a seguir os ensinamentos da criatura, e viu com seus própios olhos que a pedagogia do oprimido não passava, no fim das contas, de uma opressão da pedagogia.
Neste artigo apontei uma das principais causas da educação brasileira ser tão precária e miserável. Pretendo, em breve, fazer outro mostrando possíveis soluções para corrigir e endireitar o Brasil. Finalizo este artigo afirmando que Paulo Freire me libertou… Deste câncer chamado de Pedagogia do Oprimido. Mais educação bancária e menos educação “libertadora.
By Carlos Gabriel Cunha

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

QUESTÕES ALEMÃS

Martin Schulz, um político social-democrata alemão e presidente do Parlamento Europeu, supostamente disse a um político israelense:

"Para mim, a nova Alemanha existe apenas para garantir a existência do Estado de Israel e do povo judeu".



Uau!



A fonte? Avraham Burg, um empresário israelense e membro do Knesset, no Haaretz ano passado. Então isso é um pouco velho, mas eu não vi isso ser discutido antes, e ajuda a explicar a reação suicida da Grã-Mufti Merkel e da classe política alemã à invasão afro-islâmica da Europa, chamada de "crise imigrante".

Burg nos diz:

"Dê um grande 'obrigado' a Martin Schulz



[...] Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, é um amigo próximo meu. Na maioria das questões relativas ao conflito israelo-palestino nós discordamos. Ele está mais próximo do mainstream israelense, e suas posições se assemelham aos do presidente do Partido Trabalhista Isaac Herzog. Ele uma vez me disse, durante uma conversa franca, 'Para mim, a nova Alemanha existe apenas para garantir a existência do Estado de Israel e do povo judeu'. Ele é um intelectual brilhante e um político consciencioso, e nós não precisamos nos preocupar, ele não vai abandonar sua amizade existencial tão facilmente. [...] Assim, eu quero dizer um grande 'obrigado' a Martin Schulz, um dos últimos e melhores amigos de Israel no mundo".



Bem, Burg estava fazendo esses comentários no contexto da revolta entre políticos e a mídia israelense por causa de um comentário feito por Schulz reclamando (em um discurso bastante pró-israelense) do fato de que israelenses na Cisjordânia (colonos judaicos, para ser mais preciso) podem usar quatro vezes mais água do que os palestinos.

Burg poderia estar exagerando um pouco para ajudar a imagem de seu amigo Schulz durante uma crise midiática. Mas Schulz não fez qualquer tentativa de corrigir a afirmação relatada no Haaretz. Assim ou ele, de fato, a fez em privado ou estava feliz em vê-la relatada sem correção ou outros comentários. Schulz está então contente com ter o público israelense saber que o povo alemão e seu governo, a República Federal da Alemanha, existem "apenas para garantir a existência do Estado de Israel e do povo judeu".

Não deveria o governo alemão existir apenas para servir aos interesses do povo alemão, e não os de um povo estrangeiro ou grupo minoritário?

Schulz é um político social-democrata alemão comum. Como ocupante temporário da função de Presidente do Parlamento Europeu, ele possui uma minúscula quantidade de poder dado a ele sob o estranho regime que é a União Europeia, a pequena recompensa por uma longa carreira de manter a cabeça abaixada e seguir o fluxo da ortodoxia plutocrática e internacionalista.

Enquanto tal, Schulz é tão bom indicador quanto qualquer outro das tendências das classes políticas alemã e europeia hoje. Sua insanidade é também a insanidade da Chanceler Angela Merkel e da elite político-midiática alemã em geral.

Obviamente, a República Federal da Alemanha não é uma incorporação justa ou particularmente "democrática" da vontade espontânea do povo alemão. Ao invés, ela foi fundada sob ocupação estrangeira após a Segunda Guerra Mundial, após os alemães terem sido traumatizados pela incineração de dezenas de milhares de civis, pela limpeza étnica de 9 milhões de alemães na Prússia Oriental, Silésia, Sudetos, e pelo estupro em massa de pelo menos 2 milhões de mulheres alemães pelos Aliados, a coalizão igualitária de liberais e comunistas.

Em resposta, os alemães ocidentais criaram uma ditadura antinacionalista, a República Federal, para que nunca mais as potências ocidentais tivessem motivo para infligir tamanha chacina horrível e sadista sobre seu povo. Políticos alemães como Schulz foram criados a base de "antinazismo" e foram ensinados a acreditar que seu povo, os alemães, eram o povo mais maligno no mundo e que eles tinham o dever de se redimir através de um altruísmo ilimitado e não-recíproco em relação a outros povos.

Os alemães foram, de certa forma, reprogramados após a Segunda Guerra Mundial para se autodestruírem. Esta programação ainda está operando e até mesmo entrou em metástase. "Jornalistas" alemães populares dizem abertamente ter uma missão sagrada de solapar ideias nacionalistas e de direita, não reportar sobre elas objetivamente ou discuti-las criticamente.

Daí, a afirmação de Schulz de que "a nova Alemanha só existe para garantir a existência do Estado de Israel e do povo judeu" e o convite suicida de Merkel para um assentamento islâmico ilimitado na Alemanha.

O caso de Merkel é ainda mais curioso. Ela foi criada na ditadura comunista da Alemanha Oriental, a República Democrática Alemã. Os alemães são um povo talentoso, e a Alemanha Oriental foi a ditadura mais economicamente próspera e rigorosa de todo o bloco comunista, com até 5% da população servindo como informantes do Ministério de Segurança do Estado (Stasi).

Na verdade, o "prusso-stalinismo" da Alemanha Oriental teve sucesso. A taxa de natalidade nativa foi mantida em níveis de substituição por políticas natalistas agressivas e progressivas, incluindo benefícios sociais generosos, um chamado "ano do bebê" de licença pós-maternidade paga, e pressão propagandística em cima de todas as mulheres (incluindo trabalhadoras e educadas) para que tivessem filhos pela Pátria. Por causa dessas políticas, a fertilidade alemã oriental se recuperou até níveis de substituição nos anos 80, níveis próximos da notoriamente obcecada França (e sem depender da fertilidade de imigrantes africanos e muçulmanos, é claro). Em contraste, na Alemanha Oriental, toda política natalista era tabu por sua associação com o Terceiro Reich. Nascimentos desabaram na década de 70 ao nível de 1.3 e nunca se recuperaram desde então.

Os alemães orientais tinham até mesmo algumas políticas eugênicas, ainda que elas não estivessem no mesmo nível dos comunistas tchecoslovacos. Praga implementou incentivos financeiros consideráveis (o equivalente a 10 meses de salário) para a esterilização voluntária de até 2 mil mulheres por ano, afetando massivamente a taxa de fertilidade elevada da população cigana. (Também houve aparentemente uma pequena minoria de casos de esterilização forçada, pelos quais a República Tcheca tem considerado pagar reparações).

A linha dura do comunismo, via de regra, ajudou a vacinar os europeus orientais e centrais contra a forma mais suave de esquerdismo que se tornou hegemônica no Ocidente desde os anos 60. Assim, o movimento Patriotas Europeus Contra a Islamização do Ocidente (PEGIDA) é mais forte na Alemanha Oriental, particularmente Leipzig, onde a queda do regime comunista alemão começou há mais de duas décadas. 

Poloneses, húngaros, tchecos, eslovacos e romenos ficam todos assombrados com a perspectiva de assentamento africano ou islâmico imposto pela União Europeia, e seus governos estão levantando vários graus de resistência. Eles riem dos franceses por terem permitido que sua nação fosse afro-islamizada, levando à transformação de igrejas em mesquitas, festivais anuais de queima de carros, e impulsos periódicos de terrorismo matando, dependendo da situação, judeus, cartunistas de esquerda ou bondosos brancos liberais.

Merkel, porém, parece não se importar. Ela é, suspeito, apenas uma marionete refletindo o consenso de uma classe política alemã que não é capaz de pensar em objetivos mais elevados do que vender mais alguns BMWs e ser gentil com estrangeiros para demonstrar que eles se redimiram por seu passado.

Mas quando isso acaba? Thilo Sarrazin, uma figura mais intransigente, profetizou que isso acabará com o fim do próprio povo alemão.

Vamos esperar que os alemães acordam antes que isso aconteça. A Europa não pode, eu creio, ressuscitar sem a Alemanha. E não haverá salvação para a Alemanha a não ser que a classe política atual seja removida e substituída. 

Até então, o povo alemão será governado por indivíduos como Martin Schulz e Angela Merkel. Tão perturbados, tão danificados, que eles acreditam que a nação alemã tem o dever de se destruir. Importando povos da África e do Oriente Médio, eles parecem friamente indiferentes àqueles alemães cujas vidas tem sido arruinadas como resultado.