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sábado, 27 de fevereiro de 2016

HORST WESSEL

Horst Wessel foi um líder das SA, divisão constituída por Hitler para defesa do movimento nacional-socialista durante seus eventos públicos, e também antigo membro da resistência nacionalista durante a República de Weimar. No seio da Berlim vermelha do final da década de 20, ele erigiu uma forte militância em defesa das ideias do movimento.
Um diálogo histórico
A 14 de janeiro de 1930, membros da organização paramilitar comunista Rotfrontkämpferbund foram até o apartamento de Horst Wessel, onde o comunista Albrecht Höhler (também conhecido como Ali) atirou contra seu rosto quando ele abriu a porta.
Horst Wessel faleceu a 23 de fevereiro no hospital municipal Friedrichshain devido a uma infecção generalizada oriunda do ferimento.
Antes de sua morte, Wessel fez uma entrevista com o germanista e perito em arte medieval, Dr. filósofo Hans Gerkenrath, sobre o sentido da resistência nacionalista, a qual continua ainda atual – após mais de 80 anos – e por isso mesmo deve ser lembrada como registro histórico.
Hans Gerkenrath: “Você tem uma habilidade extraordinária para arruinar seu futuro. Eu apenas acreditei que você teria mais fantasia neste aspecto. Mas deixemos a piada de lado, qual é o sentido em frequentar um bar qualquer e sair no braço com os marxistas e levar assim uma vida medíocre? Poxa, pense um pouco, é este seu objetivo de vida? Afinal de contas você é um estudante de uma corporação e além disso um brilhante jurista e pode, se quiser, fazer uma fantástica carreira. E o que você faz? Você vai até Wedding e deixa que o sangue escorra em sua face e de seus oponentes. Puxa vida, Wessel, se você quer ver sangue, promova um duelo; o que é mais condizente para pessoas de seu nível acadêmico. Quando te vejo assim, uma raiva gélida toma conta de mim. Você pode muito bem escrever sobre isso, você é uma pessoa talentosa. Como uma pessoa da área de humanas…”
Horst Wessel: “Espere um pouco, um segundo. Agora você me forneceu finalmente uma palavra-chave. Eu sei muito bem que você não entenderá nada daquilo que vou lhe explicar a seguir, seria o mesmo que falar em chinês. Mas eu quero conversar com você pelo menos uma vez em chinês. A coisa está desta forma:
Situação: eu venho de uma família de pastor, boa educação, concluí o ensino médio, faço parte da Kösener SC – Normannia e Alemannia, duas excelentes associações. Eu estudei Direito com muito afinco e dedicação. De vez em quando eu escrevo poesia e novelas. Eu adoro literatura e também música, resumindo, como você disse, eu sou uma pessoa de humanas. Eu também tenho muito bons modos, não é verdade? Eu nunca comi peixe com a faca e eu também posso beijar a mão de uma dama, sem que ela fique úmida pelo meu nariz. Me desculpe Hans, eu já estava começando a falar da forma firma como falo na SA. Em consideração a você, eu vou tentar falar de forma erudita. Ou seja, eu sou uma pessoa de humanas, isso nós concordamos. Eu devorei as obras de Goethe e adoro a Romantik, Schlegel, Tieck, Novallis – Eu idolatro Hörderlin e eu conheço meu Nietzsche e meu Kant – portanto, eu sou uma pessoa de humanas. E eu posso lhe contar e explicar o que venha a ser o dolus eventualis e como era o Direito da Roma Antiga na época de César.
Eu não vou cansar de repetir que eu sou uma pessoa de humanas. E agora ouça bem. Eu deixei de lado todo este conhecimento humanístico. Eu moro em um apartamento horripilante, que exala sopa de repolho e café de cevada, pois sempre como agora sopa de repolho e bebo café de cevada. Eu eu saio no braço, tão frequente seja necessário – e deve ser frequente – nas ruas contra trabalhadores alemães incitados e contra criminosos e cafetões. Eu tenho uma camisa marrom e marcho com meus camaradas e estes meus camaradas são “simples trabalhadores”, como você denominaria estes alemães, que talvez sejam nossos melhores exemplares. Eu permaneço em meu local de hábito. Eu sirvo às SA 24 horas por dia e eu não recebo um centavo por isso.”
Hans Gerkenrath: “E então…”
Horst Wessel: “Eu estou longe de terminar. Então, eu coloquei de lado tudo aquilo que possuía como conhecimento. E agora preste atenção. Por enquanto nada significa para mim: segurança da existência, perspectiva de carreira, o valor da cultura, a espiritualidade, a formação, até mesmo o arcabouço jurídico nada significa no momento para mim e eu quero lhe dizer que até mesmo minha vida nada significa no momento – enquanto este povo permanecer em tal horrível situação interna e externa. Enquanto este povo não tiver alguma cultura e espiritualidade e existência segura, eu também não quero ter. Espero que você me entenda, o que eu quero dizer, Gerkenrath?”
Hans Gerkenrath: “Naturalmente eu entendo isso! Eu apenas acho, Wessel, que você irá reconhecer que não se pode levar cultura a este povo ou a qualquer outro, à medida que se promova pancadaria de vida ou morte e …”
Horst Wessel: “Sim! Sim! Justamente assim! Poxa, agora chegamos ao centro do negócio. Você acredita realmente que eu saiba exatamente quantas pessoas se sentem incomodados com nossas maneiras brutais e com nosso rude linguajar e todo nossa rude apresentação? Hans, tem que ser assim, tem que ser simples! Primeiramente a casa deve ser construída, antes que a decoremos. Primeiro as estradas devem ser construídas, antes que os carros rodem sobre elas. Primeiro a existência desta pátria deve ser garantida, antes que nós possamos pensar em Goethe, Hörderlin, Johann Sebastian Bach e todas as coisas que alegrem a alma. Gerkenrath! Não existe uma cultura alemã sem um Estado alemão e não existe um Estado alemão sem um povo alemão.
Você bem sabe que eu não sou adepto de frases de efeito. E mesmo assim eu disse a você uma frase fundamental de minha cosmovisão. E agora lhe direi uma aplicação desta cosmovisão. Pode parecer um pouco grosseiro, mas nos tornamos rudes na luta. A aplicação prática desta cosmovisão é o seguinte: quem for uma pessoa com cultura, uma pessoa alemã, e quem conhece os bens culturais desta nação alemã e os ama durante toda sua vida, quem quer proteger e conservar, quem quer contribuir com uma pequena ou grande ação para que esta joia cultural possa continuar a florescer e crescer, que a considera seu bem mais precioso – justamente ele, Hans, tem que deixá-la temporariamente de lado neste momento. Pois primeiro a casa tem que ser limpa para esta cultura, você entende? Talvez a casa tenha que ser construída desde o começo. E quando a casa estiver pronta, limpa e digna, desinfetada e brilhante, então teremos chegado ao ponto. Quem estiver convicto disto, que esta atual casa alemã não é digna para abrigar o verdadeiro espírito cultural alemão, este tem que abandonar primeiramente o atual teatro de faz de contas, deixar os salões, sair das repúblicas de estudante, sair dos centros de convenções – e sabe para onde ele deve ir? Ele tem que ir para as ruas, ele deve estar lá no meio do povo e ele deve falar e discursar e, se for preciso, sair no braço para que a velha e empoeirada casa alemã seja demolida e uma nova possa ser construída.
Você percebe, é assim que as coisas estão. E por mais paradoxal que pareça, Hans: neste bairro operário, onde eu me encontro, nesta aflição burguesa, da necessidade, do crime, da miséria e da incitação, nestes bairros onde você certamente nunca esteve, mas que se tornou meu lar e por mais que você torça o nariz – aqui a cultura alemã é defendida por nós, pela SA, aquela cultura, meu caro, que você quer possuir, mas pela qual você nada faz para preservá-la.
Eu lhe digo: cada briga com um comunista em um canto qualquer, cada pequena passeata da SA em uma vizinhança hostil, cada briga em locais de reuniões é um passo avante na rua da cultura alemã, e cada cabeça de um membro da SA, que é atingida pelos comunas, foi mantida ereta em prol do povo, pelo Reich, pela casa da cultura alemã.
Você vê, eu posso lhe explicar exatamente sobre o que se trata, justamente porque eu sou uma pessoa erudita. E eu absolvo meus serviços da SA dia a dia e noite após noite, eu não quero ser nada mais, enquanto for necessário, do que um soldado de Adolf Hitler. Enquanto puder, eu quero brigar com os comunistas. Frente a frente, eu digo a você, eu quero enfrentá-los por toda parte!
Eu sei que existem professores universitários e escritores e pintores e músicos, sobre os quais se diz, eles são os portadores da cultura deste país. Por ora isso não é verdade. Por ora são dignos desta honra apenas os inúmeros anônimos que colam cartazes e distribuem panfletos, que protegem nossos eventos, que se tornam desempregados, que passam fome e frio, e que pedem esmolas e arriscam sua saúde e sua vida a todo o momento.
Caro Hans, em épocas onde o destino deve ser decidido, deve-se lançar mãos às vezes de métodos primitivos. Assim como as pessoas têm que comer para poder trabalhar, nós devemos lutar de forma primitiva e antiquada para que a nação esteja segura.
A SA marcha por Goethe, Schiller, por Kant e Bach, pelo domo de Colônia e pelos cavaleiros de Bamberg, por Novalis e Hans Thoma, pela cultura alemã, queira você acreditar ou não.
Vocês querem que a Alemanha volte a ser novamente totalmente alemã, quer dizer, que a Alemanha se torne nacional-socialista. Talvez isso aconteça ou não. Mas tem que acontecer. E vai acontecer com esta SA, a qual você caçoa por entrar nas brigas de rua. Você conhece Hyperion, não é verdade! Eles não o conhecem. E por conhecê-lo, eu quero garantir que Hölderlin perambule por muito mais tempo por terras alemãs, mas ele deve encontrar primeiro um solo alemão. E nisso eu contribuo no momento e eu vou caminhar com centenas de jovens selvagens e robustos pela Friedrichshain e socar o nariz de cada comunista, ponto. Acabou. Finito.”
Hans Gerkenrath: Estimado Wessel, pode ser que seja assim. Mas eu não posso imaginar, que ainda por atalhos, estes rapazes selvagens de Wedding tenham algo a ver com a cultura alemã, que vocês honrem Goethe com suas pancadarias sanguinolentas, e que vocês sejam porta-vozes da cultura através de uma gritaria descomunal e maneiras grosseiras. E que você jogue tudo isso fora, que…”
Horst Wessel: “Ah, Gerkenrath! Existe uma frase citada frequentemente, que você mesmo faz uso: jogue fora, assim você não perde. Portanto, nós estamos jogando fora, nós, da SA, para que não percamos, mas sim ganhemos de volta e você está aí e acha tudo grosseiro, sem maneiras – sim, pelo amor de Deus, a luta não é um acontecimento nobre e através da caneta tinteiro e máquinas de escrever não se pode mais defender agora a cultura alemã e muito menos reconquistá-la. Nós devemos agora, meu caro camarada, trabalhar por Goethe com canecas de cerveja e cadeiras. E quando tivermos ganho, bem, então nós abriremos os braços e abraçaremos nossos portadores da cultura e celebraremos juntos.
Veja, Gerkenrath! Quando o Terceiro Reich for realidade, e você sempre disse isso que isso vai acontecer, que você vai andar com a suástica e gritar “Heil Hitler!” – mas você ainda não terá entendido o que lhe expliquei. Talvez eu não esteja mais em condição de lhe explicar mais uma vez a coisa toda. Pois você não deve esquecer que nós não apenas brigamos por esta cultura alemã, mas nós também estamos dispostos a morrer por ela caso seja necessário. E isso nós já temos incorporado antes de vocês!”
Fonte: “Die S.A. erobert Berlin: Ein Tatsachenbericht” de Wilfrid Bade, 1933

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