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segunda-feira, 30 de maio de 2016

GRAMSCI E SUAS ESTRATÉGIAS

Written by Fabio Blanco 30 de maio de 2016

Dentro da estratégia gramsciana de hegemonia, uma tática usada amplamente é o diversionismo. E este consiste em, simplesmente, criar algum tipo de confusão, como discussões, debates e indignações, fazendo com que todos comecem a prestar atenção nisto, tirando do foco do problema principal que, normalmente, denuncia aqueles mesmos que estão tumultuando.

Esse diversionismo também é uma forma de manter o controle do debate, não permitindo que questões novas sejam levantadas, ameaçando, assim, revelar a verdadeira natureza dos fatos e, ainda, capitalizar sobre o problema, fazendo com que até situações que, em princípio, seriam prejudiciais ao movimento, acabando por contribuir para seu fortalecimento.

Dentro da tática de domínio cultural, praticada pelo movimento revolucionário, isso significa manter o controle total. Nada escapa de seus interesses, mesmo quando tudo parece ser contra eles.

O caso do tão noticiado estupro coletivo é o exemplo perfeito disso. O fato, em si, tem tudo para demonstrar os problemas dos grupos que dominam a cena no país na última década. Afinal, são eles que promovem essa cultura do submundo, como o funk, são eles que tratam a criminalidade como apenas um efeito da desigualdade econômica, são eles que promovem a baixaria da liberalização sexual e da libertinagem, são eles que acham lindo as músicas que chamam as mulheres de cachorras e incentivam os homens a “pegá-las” à vontade, são eles que saem as ruas, incentivando as mulheres a chamarem a si mesmas de putas e vadias, oferecendo-as de uma maneira mais vil que as prostituas, já que estas, pelo menos, recebem pelos serviços prestados.

A sociedade, ao ter ciência dos fatos, tende a enxergar a realidade que se encontra por trás deles. As pessoas, sabendo do que ocorreu, começam, obviamente, a pensar como vivemos em um país violento, como a promoção da liberação sexual pode trazer consequências nefastas e como os grupos que estão no poder são culpados diretos pela promoção do crime e da pornografia que são componentes imediatos de tudo o que foi veiculado.

Então, como forma de esconder tudo isso, o que faz a militância? Simplesmente, esconde essa realidade sob camadas de discussões que não têm nada a ver com o fato em si.

E nessa esteira que surge, por exemplo, essa idéia da “cultura do estupro”. Ao forçar uma denúncia sobre uma mentirosa idéia que todo homem é ensinado a achar a violência sexual contra a mulher como algo normal (o que é uma grande mentira, vide a reação que essa mesma sociedade tem quando se depara com casos de estupro), os grupos de controle querem apenas que o problema real seja ofuscado, tirando, ainda, desse desvirtuamento, algumas vantagens ideológicas.

Essa tal cultura do estupro não existe e é apenas mais uma forma de conduzir as pessoas, como um dócil rebanho, para um aprisco onde a militância tenha o total controle de tudo o que é discutido. Quem não entende isso fica à mercê desse jogo ideológico, caindo como um patinho nessa tática diversionista.

Por isso, saber como funciona a mente revolucionária é imprescindível, principalmente como forma de situar-se quando tudo parece uma grande confusão.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

CULTURA DO ESTUPRO?

Ao contrário dos panfletos que se proliferaram no facebook pedindo o “fim da cultura do estupro”, o Brasil não tem essa cultura. Grande parte da Índia, da África e do Oriente Médio tem. O Brasil não. Aqui, estupro é visto por todos como crime. Estupros ocorrem, mas são feitos nas sombras, por indivíduos deslocados, psicopatas. Nenhum estuprador se vangloria publicamente de seus feitos. O que ocorreu no Rio de Janeiro foi uma farra, mais uma típica farra brasileira na qual os personagens não têm noção da gravidade de seus atos, acham graça, sentem orgulho.

Um governo que optou por uma educação que não cobra responsabilidade dos alunos, que não cobra que os jovens respeitem seus pais, seus professores, seus colegas, o espaço onde estudam e a cidade onde vivem. Uma educação que prega a liberdade sexual para crianças de 10 anos de idade. Uma educação sem formalidades, que ao mesmo tempo em que rejeita o aprendizado de matemática, de línguas e de ciências, permite que as festas das escolas sejam embaladas a funk proibidão, aquele que exalta o sexo e o crime. Uma educação que menospreza a alta cultura valorizada pelas classes mais altas e supervaloriza a “sub-cultura” dos guetos, como já descreveu o psiquiatra Theodore Dalrymple. Uma educação que diz que o jovem pobre e negro tem o direito de fazer ele mesmo as “reparações históricas” que julga necessárias – arrastões, pequenos furtos etc.
A educação brasileira sempre foi uma tragédia, mas nunca antes na história do Brasil a delinquência foi tão estimulada.
Quem não se lembra de que ao final do governo FHC a extrema-esquerda brasileira condenou o PSDB por não ter resolvido todos os problemas do Brasil em 8 anos? Eu me lembro.
Quem não se lembra de que a própria esquerda sempre fez questão de dizer que educação pública molda as relações sociais? Eu me lembro. Por tanto, nada mais justo do que avaliar os 13 anos de governo petista sob essa ótica.
O que o PT deixa?
Uma sociedade de delinquentes. Uma sociedade onde os pais não se preocupam com os filhos, onde os filhos não respeitam os pais, onde os jovens não respeitam ninguém.
O PT deixou os mais pobres ainda mais distantes dos mais ricos.
João Cesar de Melo

Pois bem, vamos falar de estupro?


Pois bem, vamos falar de estupro? Talvez as feministas da massa de manobra esquerdista não gostem desse texto, afinal.....

O MAIOR ESTUPRO EM MASSA DA HISTÓRIA
Aos 80 anos, Gabriele Köpp tem problemas com sono, por vezes, simplesmente não consegue comer. Aos 15 anos, ela foi repetidamente violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum conhecimento prévio sobre o sexo.
A revista "Spiegel" escreve que não existem os dados exactos sobre a quantidade de mulheres alemãs violadas pelo exército soviético, o número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média 12 vezes. Quase metade das vítimas possui os sindromas pós – traumáticos, incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional. Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo directo sobre a sexualidade.
A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados em público.
Em 1945, os soviéticos foram os primeiros a chegar em Berlim. Mesmo após a rendição dos nazistas, o sofrimento do povo alemão parecia não ter fim. Os soldados do Exército Vermelho invadem casas, arrancam mães e filhas de suas famílias e as estupram em praça pública, algumas foram estupradas várias vezes por grupos de até 10 soldados. Mais de 2 milhões de mulheres alemãs foram estupradas só em 1945, desde crianças de 8 anos à idosas de 80. O livro “Anônima, Uma Mulher em Berlim”, é um relato perturbador sobre os abusos sexuais sofridos pelas mulheres da Alemanha em 1945.
A “doença russa”
Gabriele Köpp lembra na conversa com o jornalista de "Spiegel" que a sua menstruação parou por completo durante os 7 anos. Naquela época era um sintoma bastante comum entre as alemãs e era chamado pelos ginecologistas de “doença russa”.
Quanto Gabriele Köpp é perguntada se conheceu o amor, se teve alguma vez as relações sexuais, ela responde: “Não, não tive nada disso. Para mim existia apenas uma coisa – a violência”.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O estado é uma gangue de ladrões em larga escala

O estado é uma gangue de ladrões em larga escala: A motivação fundamental daqueles que defendem o estado é saber que, uma vez na máquina pública, eles terão acesso a gordos salários, empregos estáveis e uma aposentadoria integral. Aqueles que estão fora do serviço público defendem o estado por saber que ele lhes dará vantagens em qualquer barganha sindical. Governos dilatados dividem a sociedade em duas castas: aqueles que dão compulsoriamente seu dinheiro para o estado e aqueles que ganham dinheiro do estado. Para manter o sistema funcionando, aqueles que dão têm de ser numericamente muito superiores àqueles que recebem. Foi assim nos primórdios do estado-nação e ainda o é atualmente. A existência de eleições não altera em nada a essência dessa operação.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

SOCIALISMO AFRICANO


Muito de nós já vimos imagens das crianças etíopes com fome, com barrigas inchadas e olhos cobertos com moscas. O que poucos sabem é que elas foram vítimas inocentes do Derg, um grupo de militares marxistas que tomou o poder na Etiópia e usou a fome para chantagear partes rebeldes do país.
Entre 1983 e 1985, mais de 400 mil pessoas morreram de fome. Em 1984, o Derg utilizou 46% do PIB para gastos militares, criando o maior exército da África. Em contraste, o gasto com saúde diminuiu de 6% do PIB em 1973 para 3% em 1990.
Previsivelmente, o Derg culpou a seca pela fome, mesmo com a escassez de alimentos tendo sido precedida por meses de chuva. Em 1991, o Derg foi derrubado e seu líder, Mengistu Haile Mariam, escapou para o Zimbabwe, onde mora sob proteção do governo e dos pagadores de impostos até hoje.
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Consumo de calorias por pessoa, 1961-2013. Fonte: Banco Mundial
Falando em Zimbabwe, em 1999, Robert Mugabe, o ditador marxista que assumiu o poder há 35 anos, criou um catastrófico programa de reforma agrária que tinha como objetivo estatizar fazendas privadas e expulsar fazendeiros e empresários não-africanos. O resultado foi um colapso na produção agrícola, a segunda maior hiperinflação já registrada no mundo – 89,700,000,000,000,000,000,000% por ano (sim, 89,7 sextilhões) – e 94% do país sem emprego.
Milhares de zimbabweanos morreram de fome e doenças, apesar da massiva ajuda internacional. Como no caso da Etiópia, o governo do Zimbabwe culpou o clima, roubou grande parte do dinheiro da ajuda internacional e negou alimentos e medicamentos aos seus adversários políticos.
A tabela abaixo mostra que seis das dez piores matanças por fome no Século XX aconteceram em países socialistas. Além disso, Nigéria, Somália e Bangladesh tiveram escassez de alimentos como resultado de sucessivas guerras e má gestão estatal.
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Maiores matanças do Século XX por fome, em proporção da população. Fontes: Zycher and Daley (1989); US Bureau of the Census; World Bank; populstat.info; Institute of Development Studies.
Hoje não há um único caso de fome em massa em andamento no mundo – nem mesmo em locais devastados pela guerra como a Síria, e por quatro motivos. Primeiramente, o nível produção agrícola está mais alto do que nunca, o que fez os preços caírem: entre 1960 e 2015, a população mundial aumentou 143% enquanto o preço dos alimentos diminuiu 22%. Além disso, as pessoas têm mais renda e podem comprar mais comida: nos últimos 55 anos, a renda per capita média mundial aumentou 163%. Houve também desenvolvimento maciço dos transportes e das comunicações, o que tornou possível entregar ajuda alimentária em qualquer parte do mundo de forma relativamente rápida. E, por fim, a globalização e o comércio garantem que os alimentos possam ser adquiridos por qualquer pessoa e em qualquer lugar.
A África foi a principal beneficiária desse desenvolvimento, Em 1961, cada africano consumia, em média, 1993 calorias por dia. Em 2011, último ano que o Banco Mundial forneceu os dados do continente, o consumo de calorias de cada africano era de 2618 calorias. Globalmente, o consumo aumentou de 2196 para 2870 calorias por dia. Na Etiópia não foi diferente. Dois anos depois da deposição do Derg, cada etíope consuma 1508 calorias por dia e, em 2013, o consumo por etíope já era de 2131 calorias por dia.
O Zimbabwe, que ainda sofre com um ditador socialista marxista, não teve a mesma sorte. Em 1961, cada zimbabweano consumia 2115 calorias por dia e, em 2013 – 52 anos depois – esse consumo se manteve praticamente o mesmo (2110 calorias por dia).
Onde quer que tenha sido instalado, da União Soviética até a Venezuela, o socialismo falhou. O socialismo é a fábula que promete igualdade e abundância para trazer tirania e fome.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O que é o estado?

O que é o estado?: Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 !-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Times New Roman; mso-fareast-font-family:Times New Roman; mso-ansi-language:PT-BR; mso-fareast-language:EN-US;} p {mso-margin-top-alt:auto; margin-right:0cm; mso-margin-bottom-alt:auto; margin-left:0cm; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Times New Roman; mso-fareast-font-family:Times New Roman; mso-ansi-language:EN-US; mso-fareast-language:EN-US;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} -- /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:Tabela normal; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:Times New Roman; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} O que é o estado? É um grupo dentro da sociedade que clama para si o direito exclusivo de controlar a vida de todos. Para isso, ele utiliza um arranjo especial de leis que permite a ele fazer com os outros tudo aquilo que esses outros são corretamente proibidos de fazer: atacar a vida, a liberdade e a propriedade. Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 !-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Times New Roman; mso-fareast-font-family:Times New Roman; mso-ansi-language:PT-BR; mso-fareast-language:EN-US;} p {mso-margin-top-alt:auto; margin-right:0cm; mso-margin-bottom-alt:auto; margin-left:0cm; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Times

ANGOLA 1961

Em meados do século XX, nem o Partido Comunista de Angola (uma simples filial do PCP constituída por uma dúzia de militantes de Luanda) nem os tradicionais oposicionistas republicanos tinham verdadeira expressão em Angola. A única força que agrupava um número considerável de militantes independentistas era a União das Populações do Norte de Angola (UPNA), uma organização de cunho tribalista fundada na segunda metade dos anos 50 e dirigida por chefes Bakongo que, em 1958, a conselho de N’Krumah, amputaram “do Norte” à sua designação e se transformaram em UPA.
Esta organização tinha sede na capital do Congo belga, Léopoldville (crismada Kinshasa após a independência, em Junho de 1960) e tinha como líderes Manuel Nekaka e seu sobrinho, Holden Roberto, que reclamavam ter ascendência real e se propunham restaurar o Reino do Kongo.
Em 1959, presumindo poder controlar o movimento e assim evitar que o independentismo angolano ficasse refém da União Soviética, a administração norte-americana decidiu apostar na UPA – e contratou Roberto com uma avença de 900 dólares mensais. Roberto, no entanto, manteve contactos com a União Soviética, a China e vários países africanos que já haviam alcançado a independência, queixando-se sempre de não receber deles o apoio monetário e material que reclamava.
Ao contrário do que por vezes se afirma, a UPA não teve participação directa no surto grevista de Janeiro de 1961 nas plantações algodoeiras da Baixa de Cassange (um movimento aparentemente espontâneo e sem direcção política) ou nos ataques de 4 de Fevereiro de 1961 em Luanda (organizados pelo cónego Manuel Mendes das Neves e manipulados pelo PC angolano, depois conhecido como MPLA).
Pelo contrário: foi para não perder o controlo das fileiras independentistas que a UPA decidiu agir na única zona de Angola que conhecia e onde se movimentava com relativa facilidade: a província angolana do Congo, mais tarde dividida em dois distritos, Congo e Zaire. E fê-lo também, a conselho norte-americano, para aproveitar os debates que decorriam na ONU, nesse preciso momento, sobre as províncias ultramarinas portuguesas.
Na madrugada de 15 de Março de 1961, bandos da UPA atacaram em simultâneo zonas fronteiriças do extremo Norte de Angola, vindos do Congo ex-belga e, em grande parte, contratados nos “bas fonds” de Kinshasa, armados de catanas e canhangulos e drogados para que não temessem as balas dos europeus. Nas roças e localidades por onde passaram, torturaram e mataram as famílias europeias que encontraram, com sinistros requintes de malvadez.
Foi monstruoso o grau de inumanidade dessas hordas, não só sobre homens europeus e bailundos mas também sobre mulheres e crianças. Holden Roberto, chefe da UPA, reconheceu várias vezes, em entrevistas, a crueldade dos ataques de Março de 1961, gizados por si mesmo e por Franz Fanon.
Essa crueldade está documentada nas inúmeras fotografias publicadas na imprensa da época e incluídas em livros que passavam de mão em mão, bem como em filmes que a RTP só parcialmente exibiu.
Crime hediondo
Os ataques foram então justificados como “resposta” à repressão da greve nas plantações algodoeiras da Baixa do Cassange, dois meses antes, mas a justificação não convenceu, por duas razões: primeira, os ataques foram planeados a partir de Dezembro de 1960, quando ainda nem sequer haviam ocorrido os assaltos em Luanda ou as greves no Cassange; segunda, os ataques partiram do Congo ex-belga e visaram concretamente o Alto Congo português, bem longe portanto das zonas algodoeiras e com nula participação dos trabalhadores do algodão.
Talvez a existência de testemunhos fotográficos das atrocidades cometidas seja incómoda para certas mentes “politicamente correctas”, para as quais um massacre cometido em nome de uma ideia é condenável, mas já não o é se cometido em nome de outra ideia.
Seja como for, em relação à generalidade dos testemunhos fotográficos sobre os acontecimentos de 15 de Março, não há a menor dúvida de “autenticidade”. É possível que uma ou outra imagem tenha sido retocada em laboratório, mas há centenas delas (e quilómetros de filme, de impossível manipulação na altura) a atestar um crime hediondo que vitimou milhares de pessoas.
Encontrava-se então em Angola uma equipa de reportagem da RTP, que logo partiu para o Norte e chegou às zonas fustigadas nos dias seguintes, recolhendo os primeiros testemunhos e captando imagens dos destroços que encontrou. Pela autenticidade dessas imagens falaram os jornalistas Horácio Caio e Neves da Costa, o realizador José Elyseu e o operador de imagem Serras Fernandes, que constituíam a equipa.
Poucos dias depois chegaram ao Norte de Angola muitos outros jornalistas, radialistas e cineastas, entre eles o grande Augusto Cabrita, cujas ideias de esquerda nunca o impediram de contar a verdade.
Por mil palavras
Falar, pois, de “questões éticas” no que se refere à difusão de testemunhos gravados a quente em 1961 é pretender avaliar uma situação de há 53 anos com os critérios de hoje; e questionar a “autenticidade” dos testemunhos fotográficos desses dias negros é pôr em dúvida o sofrimento que muitos sentiram, viveram, testemunharam e condenaram em Março de 1961 e que faz hoje parte, como matéria provada e confirmada, da História Política.
Podemos usar muitas aspas distanciadoras ou expressões higiénicas como “fotografias atribuídas aos massacres da UPA”, como se elas pudessem ser atribuídas a outra coisa.
O que se passou no Congo português em Março de 1961 não comporta eufemismos: gostem ou não, foi mesmo um massacre o que a UPA perpetrou então em Angola.
O “alegado” autor também dispensa as aspas, pois ele próprio o confirmou, no que foi secundado por alguns dos facínoras que participaram nos ataques e que muitos anos depois os relataram, com repugnante cópia de pormenores, na série televisiva de Joaquim Furtado sobre as guerras de África.
Se há casos em que uma imagem vale por mil palavras, este é um deles.

O colapso da Venezuela não irá acabar com o poder sedutor do socialismo - e há explicações para isso

O colapso da Venezuela não irá acabar com o poder sedutor do socialismo - e há explicações para isso: Olhando para o futuro, é seguro prever que mais países irão se recusar a aprender com a história e irão adotar novamente políticas socialistas, ainda que talvez sob outra roupagem e sob outro rótulo. Pior ainda: quando isso novamente ocorrer, haverá idiotas úteis -- para utilizar as palavras de Lênin -- que irão cantar as glórias do socialismo até o momento em que tal país se afundar no mais profundo colapso. E, após o colapso, esses nobres palpiteiros irão simplesmente tirar o time de campo, ignorar tudo o que escreveram, e passarão a parolar eloquentemente sobre outros assuntos. O que nos leva a essa importante pergunta: dado que o socialismo sempre fracassou em todos os locais em que foi tentado, por que ainda existem inúmeras pessoas que insistem em lhe tecer glórias e em tentar fazê-lo funcionar? A psicologia evolucionária nos fornece uma resposta plausível.

COLONIA DE BANQUEIROS

Fazer empréstimos para quitação de questões internas e externas não é uma exclusividade do Brasil. Não há a necessidade de ser um especialista em economia histórica pra ter esse conhecimento superficial sobre o assunto. A nossa monarquia, por exemplo, também não escapou da necessidade em buscar dinheiro de outras fontes e isso nunca foi segredo para ninguém, principalmente após a perda do contato direto com Portugal.
Mas a comparação entre Monarquia Brasileira e República Brasileira é o que assusta. Na década de 1930, o escritor Gustavo Barroso realizou um levantamento sobre os empréstimos realizados no Brasil entre os anos de 1824 e 1927, obra que foi reeditada pela Revisão Editora em comemoração ao centenário de Barroso em 1989. Abaixo você confere alguns trechos do livro e também a comparação:
“Depois de proclamada a República, piorou a nossa situação. A velocidade adquirida com os empréstimos da monarquia se acelerou ao sopro dos desperdícios republicanos e rolamos mais depressa para o abismo […] Não era possível aguentar o peso esmagador do serviço de juros, sobretudo depois das perturbações políticas, sociais e militares do início da era republicana. Em 1898 o Governo Campos Sales e Rotschild fizeram o primeiro funding-loan, isto é, o primeiro Empréstimo de Consolidação […] a juros de 5% e prazo de 63 anos. Até 1961! Verdadeira hipoteca do futuro”. (Barroso, 1989, p.52)
Para se ter ideia desses números relatados, o empréstimo citado por Barroso correspondia ao valor de 8,6 milhões de libras, valor que em 1961 chegou ao valor de 27,2 milhões de libras (!) graças aos juros e ao prazo exorbitante contratado pelo então presidente da república.
“Em verdade, o Brasil tem sido e continua a ser a galinha dos ovos de ouro do argentarismo internacional. Há um certo cuidado, pois, em não matá-la e dar-lhe, às vezes, um pouco de fôlego e milho afim de que não se acabe a maravilhosa postura”. (Barroso, 1989, p.55)
Empréstimos da Monarquia de 1824 a 1889 – 65 anos:
Quantia apurada ou recebida:
£51.632.877,00
Quantia devida:
£62.760.932,00
Quantia paga ou a pagar:
£152.111.251,00
Empréstimo da República de 1893 a 1927 – 34 anos:
Quantia apurada ou recebida:
£93.816.367,00
(em apenas 34 anos, 82% mais se comparado à monarquia)
Quanta devida:
£103.015.717,00
(64% mais que a monarquia)
Quantia a pagar:
£305.760.708,00
(101% mais que a monarquia)
Bom, no final de contas, os números não mentem e os números não escondem. Os dados apurados há mais de 80 anos provam que a república faliu o Brasil e nos tornou dependente de grupos de interesse internacionais. Somos, definitivamente, uma ‘Colônia de Banqueiros’.

BARROSO, Gustavo. Brasil colônia de banqueiros. 3 ed. Porto Alegre: Revisão, 1989.

RESENHA DO BUNKER 22 05 16

sábado, 21 de maio de 2016

ACAMPAMENTO IDEAL

Em todo acampamento que se preze, até o detalhe mais insignificante para a pessoa corrente é de grande importância para aquele que acampa. Um acampamento deve ser realizado ao ar livre e preferencialmente no monte. Deve-se passar necessariamente uma noite no mínimo, em tendas ou barracas, com ordem rigorosa.
Durante a história da Europa, podemos nomear duas organizações completamente distantes do Nacional Socialismo, que estiveram em torno da vida de acampamento, podendo ser tomadas como de melhor organização e resultados no que diz respeito aos seus objetivos particulares.
O primeiro, cronologicamente falando, seriam os acampamentos dos romanos. Estas fortificações tanto em tempo de paz como de guerra e em qualquer estação do ano, eram, na sua época, um impressionante avanço tecnológico e certamente militar. A disciplina do exército, a preparação e o adestramento de suas legiões eram surpreendentes. A energia inesgotável destes soldados se demonstrava na construção de acampamentos eventuais, que depois de longas marchas de mais de 30 quilômetros, levantavam-se somente para passar a noite e logo os destruíam.
O segundo que poderíamos nomear é o movimento “Boy Scouts”. Alguns poderão rir ao ler isto, mas eu gostaria de fazer compreender a que grau de importância ele se elevou para alguns jovens. Em 1857, nasce o criador do “escotismo”, Baden Powell. Este londrinense havia combatido em várias campanhas na África e deixou-a com a fama de coordenador e herói militar, regressando à Inglaterra, onde seu livro “Aids to Scouting” (Ajudas para o escotismo) estava tendo um grande sucesso – chegando, inclusive, a ser usado nas escolas. Pensou que todos seus conhecimentos em matéria de campo e de sobrevivência deveriam ser difundidos e se aplicou em uma publicação quinzenal chamada “Escotismo para jovens” (1908), onde expôs as bases do perfeito aventureiro. Os ideais que difundia “O Grande chefe” eram aqueles que os jovens de hoje já perderam: natureza, ecologismo, esportes, iniciativa, cavalheirismo, perdão, religiosidade, limpeza, sobrevivência e algo mais importante, que trouxe a alguns círculos o título de “fascista”: patriotismo. Este último item dizia que devia ser nossa razão de ser; deveria nos motivar a levantarmo-nos pelas manhãs e ajudar nossos semelhantes pela melhora da pátria. Tudo o que apontou Baden Powell foi realizado por ele nos acampamentos juvenis.
No III Reich, destacar-se-iam os acampamentos da Hitlerjugend, chegando a agrupar quase 9 milhões de jovens. Não se pode duvidar que estes foram os que impulsionaram a Nova Alemanha. Dentro das Hitlerjugend, a formação tinha como base uma instrução de concepção sócio-econômica e o exercício físico diário, sendo o acampamento um ponto muito importante para estes agrupamentos. Os benefícios que se obtiveram referente à influência nestes jovens – moços e moças – a favor do bem comum, fizeram com que a “delinquência juvenil” praticamente inexistisse, convertendo-se em boas relações que existiam entre as famílias dos membros. Nem as escolas, nem as empresas, nas quais os adolescentes ingressavam, livraram-se de um maior rendimento e resultados positivos. Quando em 1945 se estava perdendo a guerra e Berlim sofria o ataque inimigo, os jovens da Hitlerjugend se mantiveram firmes na defesa da capital. Relembrando assim o lema de honradez, sendo capazes de se defender; o que foi, na verdade, uma visão firme em todo o momento destas formações. Inclusive quando tudo estava perdido e o exército se havia rendido, eles seguiam fielmente em primeira linha.
Também o Serviço do Trabalho Alemão organizava acampamentos – constituídos de outro modo – mas com a finalidade de contribuir com a Nova Ordem Social, como eles sabiam bem, fazendo-o com esforço incansável e uma fé inquebrantável de suas almas ardentes. Cito alguns fragmentos do livro “Um americano vê a Nova Alemanha”, aproveitando a neutralidade do escritor, para ver, por exemplo, o puro socialismo que se respirava entre aqueles moços que cediam seus postos de trabalho remunerados a pessoas necessitadas: “Eles haviam deixado seu posto de trabalho em impressoras a homens casados ou desempregados. Faziam este sacrifício voluntariamente, pelo interesse do bem comum”. De modo semelhante, é importante ressaltar a satisfação que sentiam pelo trabalho bem realizado em favor de sua pátria e o júbilo com ele, que se tomava nas jornadas: “O espírito de satisfação e contentamento acerca do trabalho realizado e o cumprimento dos deveres do serviço de trabalho é sim um sentido de alegria e felicidade geral, expresso em si mesmo nestes cantos”. Podemos dizer claramente que o Serviço de Trabalho foi triunfante e um adianto para a Alemanha e para a formação espiritual de seus membros.
Sabemos as carências da juventude atual, sem valores nem metas, preocupada em sair às discotecas aos fins de semana e possuir um calçado de marca. Por isso, acreditamos que devemos recuperar a importância do camping e dos acampamentos. O objetivo principal tem de estar próximo da natureza, distante da “civilização”, da comodidade que não nos é necessária, para divertir-se em um ambiente completamente puro. Quando estou propondo este distanciamento, não me refiro a outra coisa senão abandonar esses cemitérios que formigam, que são as cidades, com telhados ruidosos e cheios de fumaça. Frente a esta máquina mutiladora de espíritos livres, a montanha majestosa ou a tranquila planície.
Desfrutar de semanas de acampamentos é gozar das maiores belezas que Deus pôde nos ter dado. Algo que não se pode obter entre muros e partições. É dura e rigorosa a estância em um acampamento, mas todo adolescente necessita de cuidados e direção para conduzir a bem perto seu desenvolvimento individual e assim criar jovens ativos que serão os homens do amanhã. O conjunto também é um ponto a destacar, o grupo perante qualquer dificuldade emula a uma cadeia inquebrantável, unida por correntes perfeitamente firmes e forjadas na maior camaradagem que sobrevive e supera a qualquer inconveniente.
Poucas pessoas são capazes de aprender isto tudo, no conforto da civilização. E quando tratam de se deslocar a espaços naturais, veem-se incapacitados. Tudo isto é preocupante. Mas o mais preocupante é não saber quando chegará o momento e a necessidade de que nosso povo tenha de recorrer a sua juventude. Esta resposta é afirmativa, que entra em ação poderosa, sacrificando suas vidas se é necessário em uma luta brutal, tal qual aqueles valentes de 1945.
M. Beramedi

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Lucros!

São os lucros o que possibilitam as empresas a fazer novos investimentos, a adquirir mais maquinários, a expandir suas instalações e, com isso, aprimorar sua capacidade produtiva.
São também os lucros que possibilitam a contratação de novos empregados ou até mesmo a concessão de aumentos salariais.
Lucros necessariamente têm de ser reinvestidos na empresa, seja na forma de reposição de estoques, seja na forma de expansão dos negócios, seja na forma de contratação de novos trabalhadores, ou até mesmo na forma de aumentos salariais.

Se os lucros fossem consumidos pelos capitalistas em produtos e serviços — como fantasiam os anti-capitalistas —, as empresas simplesmente não seriam capazes nem de repor seus estoques. A padaria da esquina não teria nem como comprar farinha para fazer mais pão.
Consequentemente, tais empresas perderiam sua fatia de mercado.
São os lucros, portanto, que permitem que as empresas façam novos investimentos, intensifiquem seu capital produtivo, contratem mais pessoas e paguem maiores salários.
Ademais, o desenvolvimento de novos e melhores produtos que as pessoas desejam comprar, e o aprimoramento de mais eficientes e menos custosos métodos de produção daqueles produtos que já existem e que as pessoas continuam querendo comprar, são as principais formas de um empreendedor obter lucros em um livre mercado.
Para isso, a esmagadora maioria dos lucros obtidos em uma economia livre tem de ser poupada e reinvestida.
Henry Ford, que começou com um capital de aproximadamente US$ 25.000 em 1903 e terminou com um capital de aproximadamente US$ 1 bilhão à época de sua morte em 1946, foi responsável pela maior parte do tremendo progresso ocorrido nos automóveis produzidos ao longo desse período, bem como na eficiência com que eles passaram a ser produzidos. Foi amplamente graças a ele que os automóveis de 1946 eram incrivelmente superiores àqueles produzidos em 1903.
Foi graças a ele — que reinvestiu quase todo o seu lucro para aprimorar o processo de produção — que os automóveis apresentaram uma espetacular redução real de custo, indo de um preço hoje comparável ao de um iate para um preço que praticamente qualquer pessoa podia bancar.
Ou seja, à medida que sua fortuna crescia, Ford a reinvestia exatamente na expansão da produção destes automóveis aprimorados. O outro lado da moeda da crescente fortuna de Ford foi o crescente beneficiamento do público em geral.
O que acontecerá -- principalmente com os mais pobres -- quando o governo entrar em cena confiscando boa parte dos lucros das empresas?
Ludwig von Mises responde no artigo abaixo:

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Os 100 anos do acordo secreto que ajudou a causar o caos do Oriente Médio

Há 100 anos, um encontro secreto entre dois diplomatas, o inglês Mark Sykes e o francês François Georges-Picot, contribuiu um bocado para a lambança lamacenta em que o Oriente Médio está atolado até hoje. No dia 16 de maio de 1916, a dupla riscou no mapa as áreas de influência que seriam dominadas assim que o Império Turco-Otomano, que ainda mandava na região, fosse derrotado. Corria a Primeira Guerra, e eles estavam certos de que se sairiam vencedores (o que de fato ocorreu, dois anos depois).
O britânicos decidiram ficar com um vasto cinturão que embarca o que hoje é o sul do Iraque, a Jordânia e um pedaço de Israel e da Cisjordânia. Os franceses, com o Líbano, a Síria, o norte do Iraque e um naco da Turquia.
Os russos, que formavam a Tríplice Entente com a França e o Reino Unido, logo meteram a colher no acordo clandestino, de olho na joia da coroa de seus arqui-inimigos otomanos. Ao tomar Istambul, eles acabariam com séculos de dominação muçulmana na cidade e levariam de volta a Igreja Ortodoxa a sua antiga e jamais esquecida Constantinopla.

Risca-faca: assim nasceram os modernos Iraque e Síria | imagem: Royal Geographical Society
Risca-faca: assim nasceram os modernos Iraque e Síria | imagem: Royal Geographical Society


Só que o acordo não entrou em prática da forma como as potências queriam. O terreno diplomático sobre os escombros otomanos era instável demais. Mudanças de interesses coloniais e outras negociações fizeram com que o mapa desenhado por Sykes e Picot sofresse mudanças.

A divisão acordada e as atuais fronteiras | imagem: The Economist
A divisão acordada e as atuais fronteiras | imagem: The Economist


Apesar disso, o documento hoje é um símbolo da política colonialista das potências ocidentais, que ao longo do século 20 influenciaram os rumos do Oriente Médio a ponto de ignorar completamente outras negociações com as partes realmente envolvidas, as populações locais. Em 1915, os britânicos prometeram apoiar a fundação de um Estado único árabe (que incluía a Palestina), caso tivessem ajuda para derrotar os otomanos na guerra. Sim, disseram que defenderiam um novo país para os árabes, mas um ano depois dividiram, secretamente, a área com os franceses. Para completar, em 1917, os ingleses decretaram a criação de um Estado judeu na Palestina. Ou seja, em dois anos, prometeram esse naco de terra aos árabes, aos judeus e, o mais importante, a eles mesmos. Ora, tinha tudo para dar certo.
Mais tarde, quando descobriram que a região de Mosul, que estava na zona de influência francesa, tinha petróleo, os ingleses tomaram esse pedaço, juntaram com seus domínios da Mesopotâmia e, tchanam, criaram o Iraque, país rico em xiitas, sunitas, curdos e petróleo que jamais vivenciou um período duradouro de estabilidade.

François Georges-Picot
François Georges-Picot

O país de Picot também aprontou. A França, que se fez dona da antiga província da Síria, arrancou-lhe um pedaço para fazer o Líbano, onde há a maior concentração de cristãos do Oriente Médio e onde, de 1975 a 1990, 144 mil pessoas morreram devido a uma guerra civil – justamente entre cristãos e muçulmanos.

Sykes-Picot bate fundo no imaginário árabe e foi muito usado na propaganda nacionalista para denunciar os desmandos na região que resultaram em tantas guerras ao longo dos anos. Esse ressentimento é um dos combustíveis, por exemplo, do Estado Islâmico, que em 2014 tomou Mosul e declarou abertamente que pretende apagar as fronteiras desenhadas pelos europeus. 


Sir Mark Sykes
Sir Mark Sykes

Apesar de tudo, alguns historiadores defendem que o acordo virou um bode expiatório de todos os problemas da região. Afinal, há uma série de outros fatores, como a ancestral história desses povos, seus contextos antes e durante o domínio otomano e as décadas de governos problemáticos, assassinos, ditatoriais e corruptos que vieram em seguida. E, apesar de toscamente riscado em um mapa por dois europeus representando potências esnobes, Sykes-Picot levou em conta antigas divisões administrativas otomanas e vários acordos políticos regionais anteriores.  
Fora isso, houve outros tratados, que também tiveram importância na formação da bagunça atual. Caso do Tratado de Sèvres, que em 1920 selou a paz entre Aliados (grupo de países liderados pela Tríplice Entente) e o Império Turco-Otomano e retalhou a Anatólia entre os vencedores – para mais tarde ser derrotado e revertido pela rebelião que formaria a atual Turquia, deixando os curdos sem Estado. 

Mas se o acordo era secreto, como se sabe tanto sobre ele, a ponto de haver opiniões conflitantes?

Porque ele não é secreto há 99 anos.
O acordo veio a público em pouco tempo, graças à Revolução Russa. O jornal Pravda denunciou o esquema, em 1917, num claro movimento de minar a influência ocidental no Oriente Médio em favor da própria.
Por mais que o legado de Sykes-Picot seja superestimado, cem anos depois lá estão russos e turcos se desentendendo no céu da Síria, país em uma guerra civil com toques internacionais americanos, ingleses e franceses. A história segue,

Socialistas e Sociais Democratas


Os social-democratas são meros vigaristas e batedores de carteira, que se ocupam em proferir palavras vazias sobre o dia em que finalmente implantarão o socialismo, mas que saem em desabalada carreira ante o primeiro sinal de resistência oferecido por suas almejadas vítimas. Os comunistas, por outro lado, levam muito a sério a implantação do socialismo. Eles são assaltantes armados preparados para matar. É por isso que os comunistas conseguem implantar o socialismo.

Pela lógica, é de se supor que, em algum momento, quase que inevitavelmente, eles irão descambar para a ação violenta, pois essa é a única maneira na qual eles podem de fato realizar seu objetivo.
Tais marxistas, como os socialistas — os sérios e dedicados —, não são de modo algum intelectuais incriticáveis, mas sim pessoas perigosas e com uma mentalidade criminosa.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Congresso Mundial Judaico pela primeira vez na Argentina

Em março deste ano ocorreu, em Buenos Aires, a reunião anual do Congresso Mundial Judaico (WJC). O presidente argentino Maurício Macri abriu o evento de três dias, juntamente com o presidente do WJC, Ronald Lauder. Foi a primeira vez que a principal reunião é realizada na Argentina. A comunidade judaica do país é a maior da América Latina, com cerca de 200 mil “eleitos por D’us”.
Mauricio Macri participará em Buenos Aires de reunião de cúpula da liderança judaica mundial
Mais de 400 líderes de comunidades judaicas de 100 países se reunirão de 15 a 17 de março em Buenos Aires para a sessão especial da Assembleia Plenária do Congresso Judaico Mundial (CJM), a mais importante instituição representativa das comunidades judaicas.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, discursará na abertura da Assembleia, e o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, será homenageado com o Prêmio Shalom do Congresso Judaico Latino-Americano por seu trabalho em prol da paz. Também falará o ministro israelense de Educação e de Assuntos da Diáspora, Naftali Bennett. A delegação brasileira será composta por Fernando Lottenberg, presidente da Conib; Gilberto Meiches, vice-presidente; Milton Seligman, diretor; Chella Safra, tesoureira do Congresso Judaico Mundial; e também o jovem Richard Sihel.
Segundo Claudio Epelman, diretor executivo do CJL, um dos motivos para a escolha da realização do evento na Argentina, é “a nova etapa de construção de pontes entre a comunidade judaica local e o governo argentino”.
O presidente do CJM, Ronald S. Lauder falou sobre o encontro: “Esta será a maior reunião de líderes judeus do mundo que acontecerá na América Latina, nas últimas décadas. Esperamos um debate frutífero e mostraremos a solidariedade com a comunidade judaica da Argentina, a maior do continente”.
Ele e Jack Terpins, presidente do CJL, complementaram: “Deixaremos claro que não é aceitável que, mais de duas décadas depois dos terríveis atentados terroristas contra a Embaixada de Israel na Argentina e contra a AMIA, não se tenha feito justiça!”
Lauder está satisfeito com a decisão de Macri em findar o memorando de entendimento entre Argentina e Irã e espera que o governo aja com rapidez para garantir a punição dos responsáveis pelos atentados.
PROGRAMAÇÃO
4ª feira, 16 de março de 2016
9h – Convocação para a Assembleia Plenária Especial; informes do presidente e CEO do CJM, Ronald S. Lauder e Robert Singer, respectivamente, entre outros; discussão das resoluções institucionais
11h – Discurso de Adalberto Rodríguez Giavarini, presidente do Conselho Argentino de Relações Exteriores, e discussão sobre o tema ‘Diferentes percepções de Israel’
11h30 – Discussão sobre medidas para contestar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel
12h15 – Intervenção de Luis Almagro Lemes, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre o conflito no Oriente Médio.
12h45 – Entrega do Prêmio Shalom do Congresso Judaico Latino-Americano ao presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
14h45 – Discurso do ministro israelense de Educação e de Assuntos da Diáspora, Naftali Bennett
15h15 – Sessão sobre a ameaça do terrorismo internacional para as comunidades judaicas, com intervenções do embaixador da França na Argentina, Jean-Michel Casa e o testemunho da Irmã Guadalupe sobre sua vida em Aleppo (Síria); discussão e votação de resoluções sobre terrorismo internacional e o atentado à AMIA
17h – Intervenção de Omar Abboud, líder laico da comunidade muçulmana da Argentina
17h30 – Homenagem ao falecido Alberto Nisman, fiscal especial na investigação do atentado à AMIA 2004-2015
5ª feira, 17 de março de 2016
10h30 – Homenagem às vítimas do atentado à AMIA (1994), com testemunhos pessoais dos sobreviventes; colocação de coroas de flores feita pelos líderes do CJM e CJL
14h30 – Cerimônia oficial pelo aniversário dos ataques terroristas de 1992 contra a Embaixada de Israel
14h42 – Minuto de silêncio, seguido dos discursos do presidente do CJM Ronald S. Lauder e pelos representantes dos governos da Argentina e Israel.
Conib, 11/03/2016.
http://www.conib.org.br/noticias/3197/mauricio-macri-participar-em-buenos-aires-de-reunio-de-cpula-da-liderana-judaica-mundial
A falta de esclarecimento dos dois atentados contra a comunidade judaica do país é tida como “inaceitável” pela liderança judaica. Tanto o atentado contra a embaixada israelita que deixou 22 mortos, assim como a explosão terrorista ocorrida dois anos depois, em 1994, na Associação Mutual Israelita-Argentina (AMIA), onde morreram 85 pessoas, ainda não foram esclarecidas. Não devemos também esquecer que o promotor Alberto Nisman, que liderava as investigações do atentado contra a AMIA, foi assassinado com um tiro na cabeça em janeiro do ano passado.
A ministra do exterior da Argentina, Susana Malcorra foi bastante aplaudida em seu pronunciamento, indicando que os judeus não perceberam o golpe de pelica desferido. A ministra salientou a boa convivência que a Argentina desenvolveu entre todas as culturas e religiões presentes no país:
“Nós aprendemos a conviver em paz e a fundir nossas culturas de tal forma, que poderia ser exemplo a muitos países no mundo.”
Pena que Israel não consegue assimilar tais mensagens, muito ao contrário, continua com sua habitual chutzpa(cara de pau): “Forma de antissemitismo contra a única e verdadeira democracia do Oriente Médio” foi a reação dos delegados em relação à campanha BDS – “Boycott, Divestment and Sanctions” contra Israel – NR.