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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

"Rent Seeking"

A economista Anne Krueger, no artigo de 1974 em que cunhou o termo "rent seeking", alertou para um efeito dessa prática: o ressentimento contra o capitalismo. As pessoas tendem a questionar um sistema que premia não os mais produtivos ou talentosos, mas sim os sortudos que são "amigos do rei" ou se mantêm por privilégios concedidos pelo governo.

Obviamente, tal arranjo é o exato oposto de capitalismo de livre mercado. Uma nomenclatura mais apropriada seria "capitalismo de quadrilhas", "capitalismo de laços" ou simplesmente mercantilismo. No entanto, no imaginário popular, tal arranjo é a definição exata de capitalismo, daí ocorrendo todo o estrago.

Outro efeito nocivo é a desigualdade ruim, aquela causada por privilégios e não pelo talento. Em "O Preço da Desigualdade", Joseph Stiglitz afirma que o rent seeking é uma causa relevante de concentração de renda principalmente na América Latina. Os supersalários de juízes são só um entre tantos exemplos.

Um país caro, fechado a importações, que exige diploma para qualquer profissão, desigual, ressentido contra o capitalismo e onde empresas disputam favores de políticos. Rent seeking tem tudo a ver com isso.
Assim, a única maneira lógica de combater essa distorção é reduzir o estado a uma mínima expressão, limitando enormemente (ou até mesmo eliminar) a autoridade política que socialmente concedemos e reconhecemos ao estado. Se o estado perde seu poder de conceder privilégios àqueles grupos que o capturam, estes não irão adquirir autoridade política para obter privilégios à custa da sociedade. 

Um modelo intervencionista que anula o livre mercado — retirando o poder de decisão da sociedade (consumidores) e o entregando a políticos e burocratas, que então assumem a tarefa de decidir quais empresas irão prosperar (com o dinheiro de impostos dos cidadãos) — tem de ser abolido.

A concentração de poder no estado faz com que ele se torne um irresistível instrumento de redistribuição de renda: dos pagadores de impostos para as minorias organizadas (lobbies, grupos de interesse e grandes empresários com conexões políticas). Enquanto houver estado grande, intervencionista e ultra-regulador, lobbies, grupos de interesse e subornos empresariais sempre serão a regra

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