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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O Neoliberalismo é Inimigo do Brasil

Não é de se espantar que a direita nacional, sintetizada na figura de Jair Bolsonaro, uma vez empossada do poder executivo, tenha descartado de seu discurso qualquer resquício de nacionalismo. Bolsonaro, outrora partidário de valores econômicos relativos a soberania nacional, tão logo lançou sua candidatura, subordinou-se a si e, por conseguinte, o Brasil, aos interesses do grande capital internacional, assimilando a seu programa de governo a pauta neoliberal de Paulo Guedes, chancelado por seus apoiadores bovinos do Movimento Brasil Livre. Aquele mesmo Bolsonaro que nos anos noventa sugeriu o fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso pela privatização da Vale do Rio Doce, agora adere a mesma pauta tucana sob o lema de “privatizar tudo”. Hoje a direita vale-se dos custos e da ineficiência dos órgãos públicos para legitimação de sua pauta econômica, desconsiderando os anos de desmonte empreendidos pelos governos anteriores sobre estas mesmas prestadoras públicas de serviço.
Há que se denunciar o caráter entreguista das privatizações de setores estratégicos para o governo, que sumariza, em última instância, o desejo de vender ao estrangeiro – isto é: Estados Unidos ou China – as riquezas naturais do Brasil sem tampouco eliminar o monopólio, apenas trocando o proprietário nacional por um estrangeiro descompromissado com o bem estar da nação. Ademais, existe um caráter cíclico indissociável de uma possível solução para a crise econômica: os países para os quais se deseja vender as estatais nacionais são os mesmos que, mediante os banqueiros americanistas e sionistas, fazem do Brasil refém de seus juros. Hoje os juros da dívida externa – a qual indubitavelmente já foi paga pela união – cresce à média de dois bilhões por semana. Diante desse cenário, deveria ser impensável subordinar o contribuinte as elites estrangeiras em detrimento de manter boas relações com os países que nos escravizam, mas a convicção do excecutivo nas medidas anti-nacionais que vem sendo empreendidas pelo Ministério da Economia, seguem no sentido da falta de governança sobre os cofres públicos, tornando inevitável, neste contexto de indiferença, o estrangulamento do trabalhador pela “mão invisível do mercado”.
No âmbito internacional, a autonomia nacional inexiste no contexto da exploração financeira dos grandes banqueiros, a qual é geradora de uma pobreza que desampara o povo mediante a dívida pública e a escravização pelo juros. Bolsonaro teria em suas mãos a change de desenvolver um sistema de soberania que rompesse com a finança internacional, com a falsa democracia das elites, mas infelizmente, o eleitorado fiel de o atual governo é composto, em sua maioria, por indivíduos os quais aderiram a mentalidade liberal, à crença racista de que a nação brasileira é incapaz de ser soberana e independente, o que invariavelmente leva a esse desejo de ser subalterno a potências econômicas alienígenas.
Em tempos remotos, o brasileiro médio, hoje adepto do “bolsonarismo”, ainda bradava que “o petróleo é nosso”, “a Amazônia é nossa”, desinteressado pelo discurso populista da privatização e do loteamento do território nacional mediante “concessões”. Contudo, o agravamento da crise econômica suscitou muitos discursos embasados em um liberalismo encarregado em falir a autodeterminação de qualquer poder nacional, subjugando o Estado brasileiro aos desmando dos poderosos, transgredindo a autonomia do governo, as pautas morais e os valores do povo em detrimento da acumulação de capital.
Não existe solução saudável para o problema econômico do Brasil senão o calote direto e deliberado, a exaltação do patrimônio nacional em uma narrativa totalizante que vise libertar o Brasil das algemas econômicas externas, em busca de uma moeda forte sem lastro no dólar, com uma economia que valorize nossas riquezas naturais aliada a um poderio bélico militar condizente com o território nacional. Há que se desenvolver uma espécie de nacionalismo econômico, indissociável da compreensão geral de “nacionalismo”, o qual tenha em vista a assegurar a vigência da autoridade estatal sobre seu próprio mercado e, por conseguinte, sobre suas próprias leis, desgarrado das políticas econômicas neoliberais que nos são impostas pelo NAFTA e pela União Europeia – organizações compostas por países os quais adotam para si um sistema econômico protecionista e regularizado. É preciso por em descrédito a concepção vigente no consciente coletivo de que tudo o que advém da alocação estatal de recursos é necessariamente inferior a administração privada, uma vez que esta última visa, não o serviço, mas o lucro monetário individual.


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