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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A Igreja Alvejada Pelo Globalismo

Foi em uma manhã de onze de fevereiro de 2013, quando o Vaticano anunciou uma coletiva de imprensa inesperada, reunindo jornalistas de toda a Itália, em que o então papa Bento XVI, comunicou que haveria de renunciar à administração da Santa Sé dentro das próximas semanas, chocando o mundo com o ineditismo de um papa que foi o primeiro a abdicar voluntariamente desde Celestino V, em 1294. O conclave posterior, elegeu de forma atípica, o arcebispo argentino, Jorge Bergoglio, como o novo sumo pontífice, desencadeando uma maior abertura da Igreja Católica ao diálogo com grupos políticos eminentemente globalistas e anti-cristãos, outrora rechaçados pela Igreja.
Ainda dois anos depois de sua posse, o cardeal Bergoglio – o papa Francisco – em uma visita a Bolívia, por duas vezes exaltou o ideal de fundar a chamada “Pátria Grande” na América Latina, aceitou como presente do presidente Evo Morales, uma imagem sacrílega de Cristo crucificado em uma foice e um martelo e cancelou suas viagens ao Brasil após o impeachment de Dilma, bem como suas visitas a Argentina desde a eleição de Maurício Macri. Em maio deste ano, faltando menos de um mês para as eleições do Parlamento Europeu – onde se decidiu o Brexit – ocorreu uma assembléia conclamada pelo Vaticano, para se discutir “a crescente ameaça do nacionalismo”, na Pontifícia Academia das Ciências Sociais, intitulada “Nação, Estado, Estado-Nação”. 
Em março do ano passado, houve um escândalo midiático quando o arcebispo emérito da diocese de Ferrera, reiterou em uma entrevista para o jornal italiano Rimini 2.0, que “há motivos gravíssimos por detrás da renúncia do Papa Bento XVI”, fazendo retomar a opinião pública, uma conspiração embasada em e-mails vazados pelo site Wikileaks, segundo a qual Barack Hussein Obama, Hillary Clinton e o mega bilionário George Soros, orquestraram um complô em favor da renúncia do então papa. Diante da conjuntura dos fatos, grupos de católicos americanos cobram que seu presidente, Donald Trump, dê início a uma comissão de investigação para averiguar as circunstâncias da eleição do papa Francisco e uma possível interferência do governo americano em questões internas do Vaticano.
Não restam dúvidas acerca da excelência com que Bento XVI conduziu a Igreja Católica no período em que exerceu seu papado (2005-2013), retomando tradições litúrgicas tradicionais, reiterando os valores da catolicidade, defendendo o exercício intransigente da fé e reafirmando valores sem conciliações com a pós-modernidade e com o secularismo dos estados modernos. Mas a santa consonância do papa com os valores da Igreja, custou-lhe muito caro: segundo os grupos tradicionalistas que cobram providências do presidente Trump, “há fortes razões para acreditar que a ‘mudança de regime’ no Vaticano foi arquitetada pela administração Obama”, como consta em sua divulgada carta aberta, a qual termina cobrando esclarecimentos do governo acerca de diversos tópicos, bem como:
Com que finalidade a Agência Nacional de Segurança esteve monitorando o conclave que elegeu o papa Francisco?
Quais outras operações secretas relacionadas a renúncia do papa Bento XVI ou ao conclave que elegeu o papa Francisco foram redigidas por oficiais do governo americano?
As transações monetárias internacionais [dos Estados Unidos] com o Vaticano foram suspensas nos últimos dias antes da renúncia do papa Bento XVI. Alguma agência governamental dos EUA esteve envolvida nisso?
Por qual motivo as transações monetárias retornaram dia doze de fevereiro de 2013, um dia depois de Bento XVI ter anunciado sua renúncia? Foi apenas coincidência?
Qual foi o propósito e a natureza do encontro secreto entre o vice-presidente Joseph Biden e o papa Bento XVI no Vaticano em três de junho de 2011?
Quais os papéis desempenhados por George Soros e outros financiadores internacionais que podem hoje residir em território americano?
Fica evidente a capacidade de articulação e mobilização política por parte de figuras empenhadas em falir a autonomia dos Estados nacionais e nulificar a autodeterminação dos povos. Contudo, o interesse de George Soros e seus asseclas em manipular a política do Vaticano, transcende em muito a dimensão geopolítica do papado, trata-se de uma engenharia social e religiosa que visa, no longo prazo, subverter a verdadeira doutrina da Igreja presente no consciente coletivo, em prol de fomentar uma teologia materialista desgarrada do caráter sobrenatural da religião, como a teologia da libertação, denunciada por Bento XVI em sua encíclica “Libertatis Nuntius”. Oremos pela Igreja.
Notas: 
[1] livro “O Segredo do Conclave”, de Gerson Camarotti
[2] encíclica “Libertatis Nuntius”, do papa emérito Bento XVI

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