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segunda-feira, 2 de março de 2020

A verdade sobre o massacre de Katyn

O Massa de Katyn foi uma execução em massa, por parte da extinta União Soviética, de milhares de oficiais militares, policiais, intelectuais, padres, prisioneiros de guerra e civis poloneses. Esse massacre foi um dos crimes de guerra dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial e ocorreu no início de 1940 na Floresta de Katyn [atual Rússia] onde exatamente 21.768 poloneses foram executados. As investigações apontam Lavrentiy Beria, chefe da NKVD [Comissariado do povo para assuntos internos] como mandante da ordem de execução [1]. Neste artigo, iremos desvendar o passo a passo desse terrível episódio e como os alemães foram e ainda são injuriosamente apontados como mandantes e as fotos do massacre [tiradas por alemães para a mídia mundial] são usadas como falsas provas do “holocausto judaico”.
A alegada “mentira da direita radical” é comprovadamente correta: o massacre de milhares de oficiais poloneses no cativeiro soviético, que aconteceu na Segunda Guerra Mundial, foi cometido pelos soviéticos e os vencedores tentaram juntos, até o final do conflito, jogar a culpa deste crime – sempre através da mentira – ao seu arqui-inimigo, a fim de desviar a atenção de seus próprios crimes.
Em 1940, os soviéticos executaram na floresta de Katyn milhares de prisioneiros poloneses. No livro “In Auschwitz wurde niemand vergast : 60 rechtsradikale Lügen und wie man sie widerlegt” [Em Auschwitz ninguém foi gaseado. 60 mentiras da extrema-direita e como revidá-las], o autor, Markus Tiedemann, alega que o crime de guerra de Katyn seja de responsabilidade da “extrema-direita”, embora as tropas russas sejam culpadas. Ele tenta vender esta tese como uma das “60 mentiras da extrema-direita”, e por isso escreve sobre a “mentira 18” [2].
A. o argumento é tomado “diretamente da Propaganda nazista
B. o argumento procede, “mas o que isso prova, um crime anula outro?”
C. Ao final, ele cita crimes de guerra alemães na Polônia ocupada.

Precedentes

A Wehrmacht [3], conjunto das forças armadas alemãs, venceu militarmente em poucas semanas a vizinha Polônia, no outono de 1939. Pouco antes da capitulação polonesa, conforme o anexo secreto do pacto com a União Soviética, tropas russas invadiram a Polônia oriental. Um ano e meio depois começou o ataque preventivo alemão contra a Rússia soviética, a chamada operação Barbarossa.
Katyn, situada nos arredores de Smolensk e local da descoberta da cova coletiva de milhares de oficiais poloneses que desapareceram desde a capitulação polonesa, foi tomada pelo primeiro ataque alemão em julho de 1941 e, no verão de 1943, reconquistada pelos soviéticos.
Em fevereiro de 1943, os soldados da Wehrmacht da Divisão do Exército Central que controlavam a região, foram informados pela população local sobre os assassinatos. Mais exatamente, trabalhadores da organização Fritz Todt foram os primeiros a indicar indícios de corpos mortos na região. Colegas trabalhadores poloneses indicaram o local da cova coletiva na floresta. Eis que, junto ao monte Kasegory, 20 km ao leste de Smolensk, perto da estrada para Witebsk, eles encontraram de fato restos humanos e colocaram ali uma cruz de madeira. A primeira indicação obtida do interrogatório do prisioneiro russo Merkulaff, no início de agosto de 1941, não mereceu a devida atenção da comissão da Wehrmacht para crimes de guerra. [4]
Somente no inverno de 1942/1943, quando o Tenente-Coronel Ahrens do regimento de informação 537 rastreava um lobo na floresta de Katyn, uma região procurada para passeios, começou-se a desvendar o crime. Ahrens investigou um local cavoucado por um animal junto à cruz de madeira e relatou a descoberta ao oficial alemão encarregado dos sepultamentos. Com isso o Prof. Buhtz, do Exército central, iniciou as investigações.

As investigações

Houve então a descoberta das valas comuns na Floresta de Katyn contendo os corpos de milhares de oficiais e civis poloneses que tinham sido executados na primavera de 1940.
O governo alemão, imediatamente após a descoberta do massacre tomou medidas para que fosse providenciada a exumação dos cadáveres através de uma comissão internacional de sindicância formada por 12 médicos legistas, com representantes do governo polonês em exílio e da Cruz Vermelha polonesa, assim como prisioneiros de guerra norte-americanos e ingleses. Formaram a comissão representantes dos seguintes países: Bélgica, Bulgária, Finlândia, França, Itália, Croácia, Países Baixos, Romênia, Suécia, Eslováquia, e Hungria. A comissão realizou a autópsia de 100 cadáveres encontrados. [5]

Imagem 3: vista aérea das valas comuns de Katyn. Inúmeros corpos armazenados para identificar os túmulos / Imagem: Metapedia
Os trabalhos foram desenvolvidos entre os dias 28 e 30 de abril de 1943, obtiveram a seguinte conclusão:
“Os cadáveres apresentavam como causa da morte essencialmente tiros na nuca. Conforme declarações de testemunhas, correspondências, anotações, jornais etc, conclui-se que os fuzilamentos ocorreram durante os meses de março de abril de 1940 […]” [6]

O assassinato

A época da morte foi avaliada pela perícia médica por volta de maio de 1940. Os assassinos falharam em esvaziar os bolsos das vítimas, mortas com um tiro na nuca, antes de enterrá-las. Desta forma não foi apenas identificado o cadáver número 490 como sendo do Major Adam Solski, mas também encontrado outros indícios como um diário preenchido até 9 de abril de 1940, com indicações sobre a prisão dos oficiais através do serviço secreto soviético. Podia-se desde o início eliminar qualquer culpa das tropas alemãs nesta execução em massa, que aconteceu mais de um ano antes dos alemães marcharem para o local em território sob jugo soviético.
Como a região em que ocorreu o massacre estava sob ocupação soviética da primavera de 1940 a junho de 1941, mostrou-se indiscutível a sua autoria.

Falsificações soviéticas e execuções de alemães

Ao final de 1943, após o recuo das Forças Armadas Alemãs, a União Soviética encenou uma averiguação dos crimes de Katyn formando uma “comissão especial para análise das circunstâncias do fuzilamento de oficiais poloneses prisioneiros de guerra na floresta de Katyn, cometido pelos alemães.
A presidência desta “comissão” ficou a cargo do cirurgião-chefe das forças soviéticas, Nikolay Nilovich Burdenko, com (entre outros) os seguintes componentes:
  • O escritor Alexej Tolstoi.
  • O patriarca Nikolai (Metropolit Nikolai),da igreja ortodoxa russa de Kiev e Galícia, Boris Dorofeyevich Yarushevich.
  • O presidente do “Comitê pan-eslavo”.
Esta comissão produziu um relatório que posteriormente foi utilizado como “prova” (doc. USSR-054) no primeiro processo de Nuremberg [7], uma vez que a União Soviética participa do julgamento contra os alemães como vencedora de guerra junto de EUA, França e Reino Unido.
Este relatório pretendia convencer que os “especialistas soviéticos” teriam encontrado com os assassinados, objetos datados de novembro de 1940, março de 1941 e junho de 1941, o que sustentaria suas alegações de que as execuções teriam sido cometidas por alemães. Tais argumentos foram insistentemente apresentados até 1979, quando finalmente tornou-se insustentável. Mas serviu de prova para condenar militares à morte.

Katyn, abertura das valas comuns, trabalhadores da Cruz Vermelha Polonesa e oficiais alemães.
Na historiografia e literatura, esses relatórios forjados pelos soviéticos causaram estragos no sentido de que serviram como base para alguns historiadores ocidentais reforçarem a visão anti-alemã em escritos que tinham como finalidade a descrição do Campo de concentração de Auschwitz. Entre eles Raul Hilberg, William L. Shirer e Jean-Claude Pressac. [8]
Embora a farsa encenada pelos soviéticos fosse do conhecimento das autoridades norte-americanas, estes não encetaram qualquer ação em prol da verdade. As investigações de Katyn tinham sido conduzidas por agentes soviéticos que atuavam também no processo de Auschwitz. Qualquer revelação sobre Katyn colocaria sob suspeita os processos conduzidos sobre os campos de concentração, com suas encenações quanto às “câmaras de gás” cuja existência foi dogmatizada e absorvida como verdadeira pela credulidade humana.
Em dezembro de 1945, ainda durante a encenação do “Processo de Nuremberg”, outro crime se praticou em Stalingrado sob o patrocínio de Josef Stalin. Com base num falso processo, atribuiu-se a culpa do massacre de Katyn aos alemães, com a condenação de 10 oficiais alemães, dos quais 7 foram enforcados e 3 penalizados com 15 anos de trabalhos forçados.
Assim, em 05 de janeiro de 1946 foram executados por enforcamento: Eduard Sonnenfeld, Ernst Böhm, Ernst Gehrer, Erwin Skotki, Heinrich Remmlinger, Herbard Janike e Karl Hermann Strüffling. Condenados a 15 anos de trabalhos forçados foram Arno Diere, Erich Paul Vogel e Franz Wiese.
O processo teve o requinte de usar de tortura para dar-lhe aspecto de legalidade para as consequentes confissões extraídas dos torturados. No auge dos sofrimentos físicos e psicológicos e com a consciência entorpecida, das vítimas foi extraída a concordância e a assunção de tudo que lhes foi ditado.
Assim, de Herbard Janike foi extraída a “concordância” ao crime proposto de cumprir uma ordem do Major Heinrich Remlinger para exterminação dos poloneses. Franz Wiese “concordou” com a acusação de extensos crimes que teriam sido executadas pelas Forças Armadas Alemãs e Ano Diere “concordou” com a acusação do extermínio de mulheres, crianças e idosos russos pelas Forças Armadas Alemãs , além do fuzilamento de 15.000 a 20.000 pessoas em Katyn, entre elas milhares de oficiais poloneses. Um verdadeiro absurdo mentiroso.

Os alemães na sua imprensa

É correto que a mídia nacional-socialista procurou tirar vantagens do descoberto massacre diante da opinião pública mundial. Na figura abaixo, o título de uma brochura de 1943, da editora da revista “Signal”. Aqui na língua francesa para a região correspondente: “Se os soviéticos ganharem a guerra, é Katyn por toda a parte”.
A prova drástica em texto e fotos chocantes de que as tropas soviéticas executaram milhares de indefesos prisioneiros de guerra, poderia ter contribuído para legitimar a luta dos alemães contra a Rússia, e para retirar dos cansados soldados da frente de batalha a ilusão sobre um tolerável cativeiro russo.

Exumações de oficiais poloneses assassinados em Katyn acompanhados por oficiais alemães, Russia, 1943. /Foto: PAP/Archiwum
Durante a investigação, Goebbles citou em seu diário a exagerada cifra três vezes maior de 12.000 vítimas. Os artigos da mídia alemã citaram uma cifra menor, mas ainda assim muito exagerada. Um sucesso internacional mensurável não aconteceu aparentemente até o final da guerra.
Ou os observadores neutros consideraram o caso como inexplicável, graças à contra-propaganda aliada, e muito propícia como objeto de propaganda devido às hostilidades de guerra. Ou eles não viram grande relevância em alguns milhares de poloneses mortos, à vista das montanhas de cadáveres nos campos de batalha e nas cidades alemãs bombardeadas. A documentação publicada pelo Ministério do Exterior alemão, no verão de 1943 – “Amtliches Material zum Massenmord von Katyn” – não teve credibilidade no exterior.
Para a discussão apresentada, esta conexão é fundamentalmente irrelevante. Ela não acrescenta nada sobre a questão, se a “afirmação do extremismo de direita” é uma mentira ou não. Se houvesse uma afirmação que a lua seja redonda, isso permaneceria também verdadeiro, mesmo se o autor tenha se revelado um mentiroso em outros casos. Enquanto houver a possibilidade de se comprovar factualmente uma afirmação, não se necessita de um sofrível achismo sobre a credibilidade do autor. Quando se desvia do assunto desnecessariamente, pode-se levantar a suspeita que os próprios argumentos sobre o tema são pouco convincentes, que então torne-se imperativo levantar suspeitas contra outros pontos.
O argumento foge do tema. Como é considerado hoje comprovado e indiscutível que a representação da mídia NS sobre os culpados do massacre de Katyn corresponde à verdade, as legítimas desconfianças sobre a reputação desta máquina de propaganda são sem importância para a avaliação objetiva do tema.

Acobertamento e queima de arquivo dos aliados

Wladyslaw Sikorski, presidente polonês no exílio, havia cobrado publicamente em 1941 de Josef Stalin o paradeiro de milhares de oficiais poloneses deportados, que conforme o chamado “Acordo Sikorski-Majskli”, seriam anistiados pelos soviéticos. Stalin demonstrou a convicção de que estes militares teriam “fugido”, eventualmente para a Manchúria… A culpa dos soviéticos já era conhecida dos aliados desde 1943 através de uma comissão de investigação do embaixador britânico Owen O’Malley junto ao governo polonês do exílio na Inglaterra. O relatório podia ser impresso, mas não revelado ao público. Churchill tentou convencer Sikorski, ao silêncio com o argumento “de que nada traria de volta os oficiais poloneses executados.” Porém, Sikorski manteve sua posição de culpar os soviéticos. Ele veio a falecer em 04 de julho daquele mesmo ano de 1943 em uma queda de um avião perto de Gibraltar, cujas circunstâncias nunca foram esclarecidas. [9]

As autoridades alemãs examinam os corpos no local do massacre de Katyn. / Foto: Holocaust Education & Archive Research Team
O promotor polonês de Krakau, Dr. Roman Martini, se encontrou logo após a guerra em uma investigação onde se encontrava o comissário Burjanow, enviado de Moscou em 1940 e chefe do massacre de Katyn. Poucos dias depois que seu relatório de investigação foi entregue ao Ministério da Justiça, ele foi assassinado a 12 de março de 1946 por dois membros da “Sociedade para amizade polaco-soviética”, por assim dizer um “favor de amigo”. [10]
Em janeiro de 1945, os arquivos do Banco Nacional de Budapeste caíram em mãos soviéticas. Além de valores materiais havia também arquivos de documentos sobre os crimes de Katyn. Estes documentos tinham sido obtidos por Raoul Wallenberg, um diplomata sueco, através de seus contatos com os poloneses. Em 17 de julho de 1947 este diplomata morreu em condições não esclarecidas. Muito provavelmente (embora não admitido pelos envolvidos), ocorreu a chamada “queima de arquivos” (eliminação de testemunhas) por iniciativa soviética ou norte-americana, no intuito de manter a credibilidade dos processos de Nuremberg, além de manter pelo máximo tempo possível a responsabilidade dos crimes sobre ombros alemães.

A farsa do julgamento e a criação da mentira

Um mês antes do assassinato de Martini a 14 de fevereiro de 1946, se apresentou no processo de Nuremberg o substituto do principal promotor soviético, Coronel Pokrowsky, que disse as seguintes palavras diante do tribunal:
“Eu gostaria agora de me ocupar com as atrocidades cometidas pelos hitleristas contra os membros do exército polonês. Nós vemos no texto da acusação que a execução em massa dos prisioneiros de guerra poloneses foi um dos mais importantes crimes executado pelos intrusos fascistas alemães nas florestas de Katyn, região de Smolensk.” [11]
O advogado de Hermann Göring, Dr. Otto Stahmen, interrogou tão magistralmente as testemunhas soviéticas durante duas semanas que a partir de 26 de fevereiro, não se ouviu mais qualquer palavra sobre Katyn e estes pontos da acusação simplesmente desapareceram dos autos, sem qualquer pronunciamento. O promotor principal dos EUA, Robert H. Jackson, revelou mais tarde que o Tribunal teria percebido da culpa dos soviéticos pelo crime.
Acusações contra o lado alemão já foram levantadas durante a primeira nota à imprensa em 1943. Não é de se estranhar que primeiramente foi através do soviético “Pravda”. [12] Juntou-se a este discurso o governo inglês na pessoa de seu Ministro do Exterior, Anthony Eden, que explicou claramente a 4 de maio de 1943: … a Grã-Bretanha não deseja de forma alguma colocar a culpa em qualquer um que não seja o inimigo comum [Alemanha].”
Já naquela época e através dos britânicos, foi introduzida a moral demagógica que não se pode falar sobre um determinado crime, caso a averiguação dos verdadeiros executores pudesse interferir nos próprios interesses políticos. Eden reclama do cinismo, com qual os nazistas tentam utilizar a história do assassinato em massa, onde os próprios executaram centenas de milhares de inocentes poloneses e russos, para atrapalhar a unidade entre nós aliados.” [13]

Julgamento de Nuremberg. À frente, de cima para baixo: Hermann Göring, Rudolf Heß, Joachim von Ribbentrop, Wilhelm Keitel. Atrás, de cima para baixo: Karl Dönitz, Erich Raeder, Baldur von Schirach, Fritz Sauckel. / Foto: Administração Nacional de Arquivos e Registros, catalogada sob o identificador ARC (Identificador Nacional de Arquivos) 540128.
Uma verificação dos arquivos britânicos do Ministério do Exterior, deste ano, resultou que ninguém supunha seriamente outra culpa pelo crime a não ser que ele tenha sido cometido pelos próprios russos, mas isso não foi divulgado por motivos táticos-políticos. [14] Uma comunicação análoga da emissora britânica BBC a 15 de abril de 1943 dizia que as mentiras alemãs indicam o destino que recaiu sobre os oficiais, os quais foram usados pelos alemães em 1941 nas construções da vizinhança.” [15]

O pós-Nuremberg

Em janeiro de 1952 a revista alemã Der Spiegel publicou matéria, correta quanto aos fatos do massacre. sob o título “Katyn – ein Verbrechen der Sowjets” [Katyn – um crime dos soviéticos]. [16]
Ainda em 1976, a União Soviética conseguiu, através de veemente protesto, impedir a participação de membros do governo na inauguração do Memorial de Katyn no cemitério de Gunnersbury, em Londres. Como nos tempos de guerra, o irresponsável oportunismo político na Inglaterra obedeceu os esforços dos criminosos para camuflar, aqui com posicionamento oficial: “Nunca pôde ser comprovado para satisfação do governo de Sua Majestade, quem foi o responsável por isso.” [16]
Até o ano de 1989 a União Soviética, não obstante todas provas em contário, insistia em atribuir os crimes aos alemães. Tal procedimento obtinha o respaldo, mesmo na Alemanha, da mídia e de políticos de ideologia esquerdista. Qualquer contestação era tachada de “apologia nazismo”, como é de praxe. Os próprios alemães até 1990 ainda organizavam caravanas com destino a Katyn onde se penitenciavam com o reconhecimento da sua “eterna culpa”.
Também os britânicos participaram da infâmia contra os alemães. Documentação da Cruz Vermelha polonesa que comprovava a autoria soviética dos crimes foi mantida em arquivos britânicos como ultra-secretos até que descoberta e publicada em 1989 pelo historiador polonês Wladimierz Kowalski no semanário “Odrodzenie”.
A alegada “mentira da extrema-direita” tida por Markus Tiedemann é comprovadamente correta. O massacre de milhares de oficiais poloneses no cativeiro soviético aconteceu na Segunda Guerra Mundial, foi cometido pelos soviéticos e os vencedores tentaram juntos, até o final do conflito, jogar a culpa deste crime – sempre através da mentira – ao seu arqui-inimigo, a fim de desviar a atenção de sua própria culpa.
Curioso que o autor queira então desvendar uma alegada mentira, à medida que ele objetiva confirmar a veracidade de suas afirmações; de forma concreta: a culpa indiscutível do oponente soviético. Reconhecer isto é necessário, desperta no leitor superficial a convicção de que alguém analisa a coisa objetivamente. Ele também não considera que após a Segunda Guerra Mundial, os vencedores tentaram de fato jogar o peso deste crime nas costas do exército alemão. Uma análise seletiva ao invés de objetividade pode ser considerada. Mas então se acostumou – até o momento passa despercebido, que nenhum dos vencedores foi levado ao tribunal para ser responsabilizado pelas milhões de vítimas civis.
Se as alegadas afirmações da “extrema direita” de Markus Tiedemann estão corretas, como elas poderiam ser uma mentira? Os argumentos que seguem levam ao entendimento desejado:
  • “Este argumento é uma adoção direta da propaganda nazista”
  • Uma coisa não desmente a outra
  • Refutou a si próprio

O reconhecimento de culpa soviético e russo

Em 13 de abril de 1990, Mikhail Sergeyevich Gorbachev, secretário geral do partido comunista da União Soviética (1985 – 1991), reconheceu a culpa soviética pelos crimes de Katyn. Ele entregou para Wojciech Witold Jaruzelski, então presidente da Polônia, documentação comprobatória dos assassinatos em Katyn de milhares de oficiais poloneses, executados pelo serviço secreto soviético. [18]

Soldados soviéticos marchando em território polonês. Foto: © Sputnik / Vitaliy Saveliev.
Em outubro de 1992, Bóris Nicoláievitch Ieltsin, primeiro presidente russo após o fim da União Soviética [1991 – 1998] entregou ainda à Polônia os documentos de 1940 que comprovavam as ordens das execuções de Katyn, emitidas por Lazar Moiseyevich Kaganovich, Josef Stalin e Lavrentiy Beria. De acordo com documentos soviéticos, houve 21.857 assassinatos, enquanto dados poloneses afirmam terem sido aproximadamente 30.000 pessoas e, conforme a enciclopédia alemã Brockhaus, tal numero situa-se em torno de 25.000. A total responsabilidade pelos crimes é da direção estatal e partidária bolchevique soviética da época.
Em julho de 2006 o arqueólogo polonês Andrzej Kola localizou na floresta de Bykownia em Kiev, capital da Ucrânia, outra vala comum com vitimas polonesas do NKDV, o serviço secreto soviético. Supõe-se que se trata de 3.345 pessoas até então consideradas desaparecidas e as averiguações estão em curso. O NKDV, o serviço secreto soviético eliminou também numerosos intelectuais poloneses, entre os quais constam os matemáticos Józef Marcinkiewicz e Stefan Kaczmarz e o pai do diretor de cinema polonês Andrzej Wajda. Este produziu em 2007 o filme “Katyn”. [19]

Conclusão

Com a capitulação incondicional alemã na Segunda Guerra Mundial, os países vencedores passaram a atribuir os próprios crimes aos vencidos. Sem direito à defesa, a Alemanha tornou-se vítima em processos encenados, a lhes atribuir indevidamente a responsabilidade pelas maiores atrocidades cometidas pelos próprios vencedores. Não obstante a União Soviética e os aliados ocidentais já terem iniciado o confronto ideológico que passou a ser chamado de “Guerra Fria”, ambos foram unânimes nas encenações que condenavam os alemães, e que assim representam a continuação em tempos de paz, de seus crimes que tentavam ocultar perante a opinião pública. Este processo foi respaldado por uma ampla política de reeducação da consciência mundial, na qual uma “nova verdade” foi criada e dogmatizada.
Numerosos crimes cometidos pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial constam ainda hoje nos livros de história como de responsabilidade dos alemães. A retificação histórica ocorrida no caso Katyn foi um fato raro. Outros casos deverão permanecer indevidamente sob os ombros alemães, pela impossibilidade de comprovação documental da verdade. Procedeu-se a intensa eliminação de documentos e provas, para dificultar qualquer redenção futura do Nacional-Socialismo, e por extensão da nação alemã.

Notas:

[1] KUZNIAR-PLOTA, Malgozata. Decision to commence investigation into Katyn Massacre. Institute of National Remembrance, News, 30 nov. 2004. Departamental Commission for the Prosecution of Crimes against the Polish Nation, Promotoria. Disponível em https://ipn.gov.pl/en/news/77,dok.html. Acesso em 16 fev. 2020.
[2] TIEDEMANN, Markus. “In Auschwitz wurde niemand vergast.”: 60 rechtsradikale Lügen und wie man sie widerlegt (vollständig überarbeitete Neuauflage). [S. l.]: Friedrich-Ebert-Stiftung, 1996. 192 p. ISBN 9783834639356.
[3] Conjunto das forças armadas da Alemanha durante o Terceiro Reich entre 1935 e 1945 e englobava o Exército, Marinha de Guerra, Força Aérea e tropas das Waffen-SS. Substituiu a anterior Reichswehr [‘Defesa do Império’, nome dado ao conjunto das forças armadas alemãs residuzidas a 100 mil homens e rendidas no período entre 1919 e 1935, no pós-Primeira Guerra Mundial], criada em 1921 após a derrota alemã na I Guerra Mundial.
[4] ZAYAS, Alfred M. de. Die Wehrmacht-Untersuchungsstelle: Dokumentation Alliierter Kriegsverbrechen im Zweiten Weltkrieg. Munique 1979, pág. 38. Nota de rodapé 1 sob uso do arquivo do acervo de Marburg RW 2/v. 146, pág. 124, 168.
[5] Descoberta segundo J. Heydecker/J. Leeb, Der Nürnberger Prozeß, 1958, capítulo sobre Katyn. Ch. Zentner, Katyn Ungesühntes Verbrechen, Das Dritte Reich Bd. 3, Hamburgo.J., pág. 238-243, passim. De Zayas: ob.cit., pág. 38.
[6] No original em alemão:
“Die Leichen wiesen als Todesursache ausschließlich Genickschüsse auf. Aus den Zeugenaussagen, den bei den Leichen gefundenen Briefschaften, Tagebüchern, Zeitungen usw. ergibt sich, daß die Erschießungen in den Monaten März und April 1940 stattgefunden haben […]”.
[7] TRIBUNAL INTERNACIONAL DE CRIMES DE GUERRA (Nuremberg, Alemanha). Tribunal Militar Internacional. Trial Of The Major War Criminals Before The International Military Tribunal. Nuremberg, Alemanha: Autoridade de Controle Aliado para Alemanha, 1946. 630 p. v. 39. Nr. 1218-F para JN. pág. 290-332. Disponível em: https://www.loc.gov/rr/frd/Military_Law/pdf/NT_Vol-XXXIX.pdf. Acesso em: 16 fev. 2020.
[8] Idem, p. 261.
[9] Zentner, ob.cit., pág. 243. O diário de Solski se encerra no início da inspeção dos cadáveres e do confisco dos objetos de valor como alianças de casamento e dinheiro em espécie, às 6:30hs do suposto dia da execução a 9 de abril de 1940; Nassauische Landeszeitung, 6 de julho de 1972:
“O embaixador inglês Owen O’Malley reconheceu em 1943 junto ao governo polonês no exílio em Londres, que se sabia na Inglaterra, já em 1943, sobre o assassinato em massa dos bolchevistas em Katyn. Ele reconhece: ‘Para não atrapalhar o bom relacionamento com a União Soviética, nós impedimos os poloneses de propagar sua versão do caso Katyn ilimitadamente na mídia e abafar qualquer tentativa da imprensa em investigar o assunto.’ O Secretário do Foreign Office, Sir Alexander Cadogan, complementou na nota do embaixador: ‘eu reconheço que me retirei covardemente da cena de Katyn, com receio de encontrar algo… à vista das provas diante de nós, a impressão de evitar a culpa soviética’.”; – Churchill, após a descoberta do massacre para os políticos poloneses no exílio: ‘Os bolchevistas podem ser muito cruéis’. Ele complementou, todavia, que sua desumanidade era uma fonte da força, e isso é interessante para nós enquanto significar a morte de alemães.”  – Citado segundo E. Raczinski, Allied London. Londres, 1962, pág. 141
[10] Zentner, ob.cit., pág. 243
[11] Zentner, ob.cit., pág. 238. citado a partir dos autos do tribunal de Nuremberg, volume 7, pág. 469. Em relação à acusação oficial segundo autos do processo: “Em setembro de 1941 foram mortos 11.000 oficiais poloneses prisioneiros de guerra na floresta de Katyn, nos arredores de Smolensk”. Tribunal de Nuremberg, volume 1, pág. 58.
[12] Edição do jornal do regime soviético “Pravda” (‘verdade’, em russo) de 20 de abril de 1943 com a machete: “Cúmplices poloneses de Hitler”. O título refere-se ao chefe do governo exilado polonês na Inglaterra, o qual os soviéticos responsabilizam pelo crime. Churchill: “Se eles [oficiais poloneses] estão mortos, nada que você [Sikorski] fizer poderá revivê-los“. Isto também foi usado por Rolf Hochhuth na peça teatral “Soldaten” [Soldados], première em 1967. Segundo a versão soviética, trata-se de um operário da construção rodoviária que não pode escapar em tempo na ocasião do avanço alemão e foi descoberto anos depois pelos alemães na cova coletiva, ou seja, “claramente” morto pelos soldados alemães.
[13] Zentner, ob.cit. pág. 239
[14] Zentner, ob.cit., pág. 243. Segundo Lord Nicholas Bethell, no âmbito de suas pesquisas para a biografia Gomulka, que investiga os arquivos do Ministério do exterior britânico.
[15] FITZGIBBON, Louis. Unpitied and Unknown. Ilustrada. ed. [S. l.]: Bachman & Turner, Londres,1975, pág. 218 ISBN 978-0859740296.
[16] Der Spiegel – 1952.
[17] “It has never been proven to Her Majesty’s Government´s satisfaction who was responsible.” [Nunca foi provado, para satisfação do Governo de Sua Majestade, quem era o responsável]. Frankfurter Allgemeine Zeitung, 18 de setembro 1976, pág.1
[18] FEIN, Esther B. Upheaval in the East; Gorbachev Hands Over Katyn Papers. The New York Times, Nova Iorque, EUA, n. New York Times Archives, 14 abr. 1990. 1, p. 5. Disponível em: https://www.nytimes.com/1990/04/14/world/upheaval-in-the-east-gorbachev-hands-over-katyn-papers.html. Acesso em: 16 fev. 2020.
[19] KATƗƝ (Katyn). Direção: Andrzej Wajda. Produção: Michal Kwiecinski. Intérprete: Andrzej Chyra, Maja Ostaszewska, Artur Zmijewski, Danuta Stenka. Roteiro: Andrzej Wajda, Przemyslaw, Nowakowski, Wladyslaw, Pasikowski. Fotografia de Pawel Edelman. [S. l.s. n.], 2007. DVD.

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