segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Jamil Chade, de O Estado de S.Paulo

GENEBRA - Já era madrugada na Bulgária quando a família Roussev recebeu as primeiras informações da vitória de Dilma Rousseff no Brasil. A eleição da brasileira transformou-se em válvula de escape da crise pela qual passa o país mais pobre da União Europeia.
Petar Roussev, pai de Dilma, nasceu na Bulgária. No final dos anos 20, abandonou sua família e deixou o país. Nas últimas semanas, a imprensa búlgara e o governo local tentam criar um mito em torno dos Roussevs. Muitos desses parentes nem sequer sabiam que tinham uma prima no Brasil.
"A presidente do Brasil tem sangue búlgaro", afirmou Ralitsa Negetsoeva, que ficou acordada até ter certeza de que sua prima, Dilma, era a nova presidente. Ralitsa é prima de segundo grau de Dilma e membro da Comissão Eleitoral na Bulgária. "Agora Dilma terá de vir ao país de origem de sua família", cobrou. "Esse é um dia histórico para a família", insistiu Toshka Kovacheva, casada com um primo direto de Dilma, já morto.
Sua filha, Vesela, estava emocionada com a vitória. Mas não escondia o desconforto diante do uso político - por parte do governo mergulhado na crise econômica - da vitória de Dilma no Brasil. Ela admitiu que apenas soube da existência de Dilma em 2005.
A imprensa do país acompanhou ontem os resultados da eleição no Brasil como se fosse um assunto local.
Na cidade de Gabrovo, a prefeitura abriu ontem uma exposição permanente no Museu Histórico da cidade dedicada à presidente eleita, com direito à festa, bebida e danças folclóricas.
A exposição A raiz de Gabrovo de Dilma Rousseff foi inaugurada, com 35 fotos de arquivo da família e dois quadros com a árvore genealógica que provam que a origem de Dilma é mesmo a pequena cidade. A situação dos Roussevs não é confortável e tem pouca relação com a situação dos Rousseffs no Brasil.
Vesela, engenheira civil, está desempregada. Daniela Hristova, filha de uma prima direta de Dilma, decidiu levar toda sua família para Toronto, no Canadá para tentar uma vida melhor.
Agora, já pensa em viajar ao Brasil. "Quero ir ao Brasil ver Dilma se tornar presidente. Será um dia muito feliz na história de nossa família", afirmou Daniela

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