segunda-feira, 1 de novembro de 2010

a volta dos que não foram

Por Jorge Serrão
Dilma ganhou a eleição no Dia das Bruxas. Parabéns para ela. Que a vida lhe seja leve. Agora ela terá de enfrentar outras batalhas. Retomar seu tratamento contra um câncer linfático que o esquema marketeiro dela jurou estar debelado, mas que nenhum médico, em sã consciência, afirma ser verdade. Também terá de lutar contra outros linfomas políticos – os “aliados” e “companheiros” que ajudaram ela a vencer. Haja quimioterapia.

No cenário de incertezas sobre o futuro da Dilma – político ou pessoal -, já surgem especulações bem factíveis. A principal delas gera respostas a uma pergunta: Se a Dilma tiver um problema sério de saúde, que a impeça de governar, o que acontece? Depende do tempo. Se ela assumir normalmente o mandado, caso alguma desgraça ocorra, só poderá ser substituída por seu vice Michel Temer passados 16 meses da posse. Antes disso, surge a necessidade legal de uma nova eleição presidencial.

Já pensou se algo acontece com a Dilma antes deste prazo? Alguém no Palácio do Planalto já pensou... Ontem, em rodinhas reservadas do PT, já se falava na “solução”, caso alguma tragédia de abata sobre a Dilma. Michel Temer não poderia assumir completamente antes de 16 meses de mandato. Lula seria o candidato natural para a eleição de emergência. Seria loucura e maldade pensar em tam hipótese trágica, não fosse o PT o partido de Celso Daniel e Toninho do PT. Lá, ninguém dura para sempre, principalmente se cai em desgraça política.

Lula pretende mesmo retornar em 2014. Se Dilma der certo, volta com o apoio dela. Se Dilma der errado, rompe com ela e tenta voltar do mesmo jeito. Se algo de ruim acontecer antes de 16 meses de mandato, o Cara pode ressurgir como salvador da pátria – e, se eleito, ainda poderá disputar uma reeleição em 2014... O cenário é mórbido, mas é uma hipótese legal e institucionalmente legal.

O futuro é sempre incerto. Amanhã é Dia dos Mortos. Domingo, Dias das Bruxas, foi também o Dia dos Muito Vivos. Quem viver, verá o que vai acontecer no Brasil sob a batuta da histórica brizolista Dilma Rousseff. Uma coisa é certa. A futura presidenta, por sua personalidade, não tem vocação para bonequinha, nem vaquinha de presépio. Ela tem tudo para radicalizar com suas canetadas oficiais.

O radicalismo ou não vai depender do que ela tem a ganhar ou a perder. Futuro Rei do Pré-Sal, Lula tentará assombrá-la. Se vai conseguir, são outros quinhentos milhões de dólares. Por enquanto, só podemos desejar a ambos que o novo velho governo lhes seja leve! - como na ironia machadiana de Brás Cubas. Te cuida, Dilma! O diabo mora no gabinete ou no palácio ao lado...

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

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