sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

HOSPITAL NP/OPOSIÇÃO X EXECUTIVO/SITUAÇAO

Após uma reunião entre o poder público e a direção do Hospital Nova Petrópolis, a sessão desta noite teve o assunto da crise do Hospital na sua pauta.
O que foi explicito nas manifestações foi um clima de revanchismo político entre oposição e o executivo, tendo a bancada da situação se manifestado pouco, ou quase nada sobre o assunto.
O desconhecimento dos fatos e a falta de esclarecimentos e investigação sobre a situação da instituição acabam colocando o debate e as medidas a serem tomadas num clima de mera política sentimentalóide, onde a oposição tenta colocar o poder público em xeque, correndo o risco de melindrar sua imagem diante da opinião publica, caso não haja o aporte que a instituição solicitou.
Em contra partida, o poder publico também não deixou muito claro, o desmantelamento da assistência social, transferindo uma estrutura funcionando para a iniciativa privada e recebendo aportes muito superiores ao que era gasto anualmente pela secretaria com a estrutura própria. E agora solicitando novo aumento nos aportes financeiros para a assistência social, que eram de 80.000 foi para 180.000 e agora com o novo aumento, se aprovado para 240.000.
Ou seja, existem duas situações distintas, uma de ordem privada - Hospital e outra com os aportes um tanto abusivos e mal explicados para "A Fonte", responsável pelos trabalhos referentes à secretaria da assistência social.
O hospital tem a bancada de oposição apoiando e a Fonte com a bancada de situação, cenário de embates e de articulações políticas com dois serviços que fazem parte do interesse da municipalidade.
Quanto a Fonte, que surgiu para administrar a assistência social de forma terceirizada, mas utilizando a estrutura material, professores, pedagogos e assistentes sociais da prefeitura, tendo apenas a sede de atendimento na Pousada Reviver, neste momento é o rabo para a oposição pisar e até barganhar os recursos que o hospital precisa para ter fôlego em sua administração.
Mas não podemos esquecer que o hospital é uma entidade filantrópica, particular e obrigada a ter atendimentos gratuitos.
Não é os repasses da prefeitura que dão ou não vida para a entidade, existem outros convênios e outras fontes de faturamento na entidade e o que foi exposto na sessão foi que o aumento do repasse seria para suprir o déficit do SUS, ora, aumento nas verbas do SUS devem ser solicitadas em Brasília no Ministério da Saúde e não na prefeitura. E se o aumento do repasse é sobre a compra de serviços da prefeitura nos horários em que o posto de saúde não atende e finais de semana, será que a prefeitura não estaria superfaturando o valor desses serviços aumentando o repasse?
Uma medida interessante do poder público para esclarecer e saber a causa do pedido de aumento do repasse seria solicitar uma auditoria na entidade, antes de simplesmente aceitar o pedido visando sua imagem política perante a municipalidade.
O poder público na posição de cliente do hospital para a municipalidade em horários e serviços determinados, e com a legislação debaixo do braço, não poderia cair no discurso sentimental, na apresentação de dados que qualquer um pode formular, mas esclarecer de forma investigativa os meandros da administração da entidade, que muito bem pode estar tendo disfunções administrativas e o poder público pode muito bem, estar sendo a salvação de atitudes administrativas errôneas e equivocadas, ou só a prefeitura pode resolver déficit da entidade? Quer dizer que uma empresa ou cidadão cria um déficit e corre na prefeitura pedir socorro financeiro? E as instituições financeiras não poderiam resolver o déficit financeiro da entidade?
A vereadora Simone, filha da presidente da OASE e defensora do aumento no repasse, mais parecem estar trabalhando para a entidade que é privada. Como membro do legislativo deveria averiguar mais a fundo o problema, investigar assim como investiga o executivo, só com uma diferença: quando investiga o executivo está preservando o público e o hospital não tem obrigação de lhe fornecer dados, pois é privada. Tendo a presidência da OASE como canal de informação, alem do déficit, poderia investigar o aumento dos gastos de maneira mais profunda, situação de determinados funcionários, que até processos por causas graves corre na justiça
Na verdade a contadoria/administração é paga pela OASE para prestar os serviços à entidade, não é a presidente que administra, mas cumpre um papel de responsabilidade e fiscalização do que ocorre no hospital e deveria ser a primeira pessoa a buscar uma auditoria e revisão administrativa, já que na gestão anterior tudo funcionava de maneira positiva e em dois anos esse déficit se criou.
Questão de lógica, se não havia e com menos recursos e mesmos serviços, porque agora apenas buscar maior aporte é a solução simples? Não é passiva de auditoria esta administração?
A OASE se mostra conivente com o modelo administrativo implantado, e poderia sem medo comparar essa administração com a anterior para ver onde errou e criou esse problema.
Mas é claro que sem investigar, auditar e ter a certeza necessária não se pode abrir os cofres apenas com dados próprios e discursos preocupantes.
A palavra chave desse caso é esclarecer, auditar, transparecer a causa do déficit e modificar para melhor a administração da entidade, para evitar novas situações que coloquem em risco a saúde da instituição.
Mas não é com discursos e meras solicitações, ainda mais em final de ano e recesso do legislativo batendo a porta que irá resolver este problema, que exige tempo maior do que uma semana para ser elucidado.
Sobre a posição dos vereadores, o que se viu foi à falta de informações relevantes e apenas a vereadora Simone tomando para si através do meio político solucionar o problema, com apoio incondicional do vereador Regis, do inflamado e pouco entendido de assuntos administrativos, vereador Oraci e do vereador Daniel, que preferiu não entrar no mérito, mas deixar claro que por mais que se discuta a solução está na mão do executivo.
Ou seja, não houve um debate e sim uma desinformação organizada que por mais que a população quisesse entender não conseguiria, pois não há clareza nas informações. E lembrando que não era apenas a comunidade da OASE que estava presente na câmara ou o legislativo esquece dos telespectadores que acompanham as transmissões on line?
Esperamos que as leis, atitudes e medidas tomadas, estejam dentro dos parâmetros legais e não através do jeitinho brasileiro de se resolver problema ocasionado muitas vezes por irresponsabilidade de quem administra.

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