segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

QUANTO VALE A PALAVRA DE LULA

A manchete da Folha de hoje é esta: “Lula não descarta voltar ao Planalto”. Bem, ficaria melhor um “Lula não descarta voltar a se candidatar ao Planalto”. O “não descarta voltar” dá a entender que o retorno depende apenas de sua vontade: “Ah, quero voltar”. E volta! Pode não parecer, mas há eleições no país.
Por que isso é manchete? Ah, porque ele dizia que seria um ex-presidente como nunca antes na história destepaiz… Novidade zero! No dia 9 de 12 dezembro, escrevi este pequeno post:
“Se eu quisesse disputar a eleição em 2014, eu teria escolhido um candidato para perder e não para ganhar (em 2010)”.
A frase é de Lula em café da manhã com parlamentares do PT. Não vale uma migalha de pão. Quem falou a verdade a respeito foi Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete, futuro secretário-geral de Dilma e espião-mor do lulismo no novo velho governo. Em entrevista publicada pelo Estadão no domingo, ele foi indagado sobre a volta do Babalorixá de Banânia. A resposta foi está:“Ele não planeja nem voltar nem não voltar. Vai depender muito do que vai acontecer. Uma coisa é um governo Dilma bem-sucedido, e outra, com dificuldades. Uma coisa é ele articular um papel internacional muito mais amplo ou não. Tudo é possível. Agora, ambição automática de voltar não existe”.
Entenderam?
Imaginem a hipótese de  uma Dilma concluindo o mandato, com baixa popularidade e sem um candidato petista forte. Vocês acham o quê? Que Lula vai ficar assando coelho em casa? Essa conversa só serve para confundir as oposições. Sem um Lula no horizonte, elas podem brincar de se matar à vontade, até o último bobalhão.

Por Reinaldo Azevedo

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