Os Sinos da Igreja Luterana - Nova Petropolis/RS

Nova Petrópolis – O som emitido pelos sinos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, IECLB, do Centro, e em especial pelas batidas efetuadas a cada 15 minutos, tem perturbado pessoas que residem próximas ao prédio. Walter Ricardo da Cunha Freese, que mora em apartamento próximo da torre do templo, efetuou uma ocorrência na Delegacia e iniciou uma ação judicial solicitando que o relógio da torre da igreja seja desligado à noite. Ele alega que os sons emitidos acarretam poluição auditiva em seu apartamento e que os ruídos chegam a tremer o prato que segura nas mãos. O autor acrescenta que em cidades da região e de outros estados esta determinação foi aceita e cumprida por algumas igrejas.

Segundo a presidente da comunidade trindade, Ijoni Michaelsen, o relógio foi adquirido há 70 anos e a paróquia ainda não havia sido alvo de processos judiciais por tal motivo. Ela conta que desde o dia 6 os sinos não tocam mais às 6h30min e, aos domingos, o culto não é mais anunciado com antecedência. Além disso, os sinos estão sendo badalados durante a metade do período costumeiro. As modificações foram sugeridas em audiências com o Ministério Público e acatadas em reunião entre diretoria e presbitério. Ijoni afirma que o mecanismo do relógio da torre da igreja é muito antigo, então não é possível pará-lo à noite.

No dia 5 foi realizada uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas, mas não houve acordo. Foi marcada, então, uma audiência de instrução para junho, que será dirigida por um juiz leigo, com a participação de possíveis testemunhas.

A opinião dos moradores

“Nem se ouve o barulho das batidas a cada 15 minutos. Até é bonito, é tradição. Senti falta na época que o relógio esteve desligado. As badaladas são muito boas para as pessoas saberem do horário”, afirma a aposentada Sulide Bettegah, 73 anos, que mora há mais de três décadas próximo ao templo

“Acho que tem que tocar, nunca atrapalhou. Muito pelo contrário. Mas se valer para um, tem que valer para todos”, disse o Sérgio Reisner, 48 anos, comerciante de um estabelecimento próximo à igreja  

“Trabalho do lado da igreja há quase um mês e nunca ouvi. Acho que o badalar dos sinos deve continuar. Moro perto da igreja católica e acordo com os sinos tocando às 6 horas. Se não tocasse, não acordaria. Mas acho que se o som emitido a cada 15 minutos não tem utilidade e incomoda muita gente, poderia parar”, disse a publicitária e secretária Amanda Bertóglio Dorneles, 19 anos.

“A gente acostuma. Trabalho do lado da igreja há tempo, pouso algumas vezes aqui, e o barulho não me perturba. Não deveriam parar, é cultural. Desde que me conheço por gente é assim”, disse o empresário Marco Aurélio Schneider, 42 anos.

“Desde a época de meu avô, bisavô era assim. Acho que não deveria ser proibido”, disse Valdir Kempf, 49 anos, empresário de um estabelecimento próximo à igreja

Por Jessica Weber 

http://novo.odiario.net/noticias/Som+dos+sinos+de+igreja++viram+caso+de+Justica--13_04_2011

O bom senso e o excesso de direitos dado as pessoas está extrapolando a margem de tolerancia, chegando atingir os aspectos culturais.

Residi ao lado da Igreja de São Pelegrino (Caxias do Sul) com sinos tocando a cada 15 min. e tocando Ave Maria todos os dias as 18 hs e nunca tremeu pratos ou importunou tanto como o cidadão que levou os sinos à justiça alega.

Podemos muitas coisas através da justiça, mas calar os sinos é falta de respeito com a instituição e a cultura.

Se procura tanto sossego para o lar, não esqueça que a igreja, os sinos e a cultura chegaram primeiro.