quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TIO SAM QUEBRADOOOO!

"O Brasil tem condições de enfrentar essa crise, mas não pode se declarar imune a seus efeitos." - Dilma Rousseff a 02/08/2011.

Mercados e mídia festejam o consenso em torno das divergências que existiam sobre a dívida interna dos EUA. O “consenso” está sendo vendido como “solução”. Porém, a solução do problema não foi resolvida de forma alguma. O dia do acerto de contas se aproxima cada vez mais.

14,3 trilhões e oficialmente um pouco mais ainda. Esta é a soma das dívidas dos EUA. Mas de fato são mais de 60 trilhões, se adicionarmos ainda as obrigações futuras. Mas no final das contas, faz tanta diferença assim se são 14 ou 60? Quem está contando ainda estas cifras? Quem conta ainda esta imensidão de zeros?

Após o mundo ter sido informado pelas mídias de massa sobre uma iminente falência da maior economia do mundo e até o último agricultor de arroz na China percebeu que algo não cheira bem na situação devedora dos EUA, muda-se agora para o “business as usual”. Porém, a solução das divergências sobre a dívida também pode ser vista como a solução do problema da dívida? É claro que não.

Cada vez mais pessoas estão inseguras. A conferir nos caixas eletrônicos, os quais chegaram a estar vazios na semana passada. Quando eu quis sacar 500 Euros no final de semana, recebi apenas notas de 20 e 10. Um mau sinal. Amigos relataram experiências semelhantes.


Hoje a cotação do ouro disparou indicando uma fuga do sistema de papel-moeda

A ilusão da quitação das dívidas, sobre o qual se baseia nosso sistema monetário, deve receber um vigoroso impulso na questão de “cair na real”. E esta realidade é: as dívidas não serão mais pagas. Elas não podem ser quitadas. E quem ainda acredita em seu pagamento, acredita também no Papai-Noel.

Quando um vizinho está falido, pois têm muitas dívidas, ele estará menos falido se você emprestar a ele mais 1.000 Euros? A probabilidade dele quitar o total de suas dívidas aumenta com isso?

Se os Estados Unidos estão falidos porque tem 60 trilhões em dívida, a probabilidade dele quitar suas dívidas aumenta se o endividamento total aumentar em 2,4 trilhões? É óbvio que não.

Nosso sistema monetário cria um dilema, sobre o qual poucos estão cientes: as dívidas têm que aumentar continuamente no sistema, pois somente com mais dívidas os juros podem ser pagos. Através do efeito dos juros sobre juros vivenciamos um aumento exponencial das dívidas na fase final de tal sistema.

A luta contra a exploração dos povos pela cobrança de juros foi “uma das mais importantes pré-condições para a fundação” do partido nacional-socialista, conforme o próprio Adolf Hitler escreveu em sua obra “Mein Kampf”, página 229. Leia mais sobre este assunto evitado ao máximo pelos “especialistas” em economia no artigo Luta contra as Altas Finanças – NR.

Pode-se afirmar com toda certeza que nós chegamos a uma difusa fase final deste sistema monetário. Somente com muito sacrifício será ainda possível arranjar mais alguns bilhões para os países falidos. Isso vale praticamente para todos os países ocidentais industrializados. E mesmo na China existe entrementes uma bolha de crédito de proporções monstruosas.

Os EUA podem prorrogar este joguinho ainda mais um pouco, pois eles possuem na prática uma moeda mundial. Mas até o quando o mundo irá fornecer seus produtos a troco de uma notinha verde que é impressa cada vez mais rapidamente pela casa da moeda daquele país? Certamente não por muito tempo.

Por isso tudo meu cenário para os próximos meses será assim: Em breve as dívidas não poderão ser mais elevadas nesta mesma proporção, da forma como ainda é possível para atender às dívidas globais. Num cenário de dívida global estimada em cerca de 100 trilhões de Dólares, neste ano são necessários 5 trilhões de novas dívidas apenas para pagamento dos juros. Caso isso não seja possível, haverá um choque deflacionário que provavelmente vivenciaremos já em 2012. Na seqüência, os bancos centrais colocarão as casas da moeda a todo vapor até que o sistema monetário derreta formando uma imensa super-nova hiper-inflacionária. Em princípio os bancos centrais já começaram tal empreitada – em segredo ou publicamente: a exemplo do FED e do BCE.

Michael Mross

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