domingo, 26 de maio de 2024

Polônia teme investigação histórica

 É incompreensível que um governo faça uso de aparato judicial para impedir a investigação científica de um acontecimento histórico. O ato de prender pessoas, somente porque elas levantaram dados científicos que colocam em xeque um dogma imposto, já revelam a parcialidade que envolve este assunto.

Poloneses não permitem qualquer análise forense em seu território



“Quando historiadores arranham com suas pesquisas estas ideias maniqueístas de bom e mau, eles entram rapidamente em um campo minado de tabus e dogmas, onde uma bizarra coalizão de pedagogos, autointitulados Juízes supremos da História e paladinos do politicamente correto, vigia com desconfiança sobre sua própria verdade histórica. Eles suspeitam piamente que através da conhecida vontade em revisar da historiografia profissional, pouca coisa reste daquela concepção fechada da imagem do terror fascista.” [Heinz Höhne, Gebt mir vier Jahre Zeit, Ullstein, Berlin-Franckfurt 1996. Pág. 8]

Poloneses não permitem ao Irã pesquisas sobre o Holocausto

VARSÓVIA (Reuters) – O primeiro ministro polonês Stefan Meller decidiu nesta sexta-feira, não permitir que pesquisadores iranianos investigem a dimensão do Holocausto praticado pela Alemanha nazista em território polonês durante a Segunda Guerra Mundial.

As observações de Mellers aconteceram após as repetidas explicações de membros do governo iraniano de que o Holocausto não existiu. Os iranianos argumentam que são necessárias mais pesquisas para descobrir a verdade sobre o destino dos judeus europeus.

“Sob hipótese alguma devemos permitir que algo assim aconteça na Polônia”, declarou Meller à Agência de Notícias PAP. “Essa intenção ultrapassa toda norma imaginável para se questionar o Holocausto, ou discuti-lo, assim como para tratá-lo.”

O jornal polonês “Rzeczpospolita” relata nesta sexta-feira que o Irã queria enviar para a Polônia pesquisadores para levantar a dimensão do crime nazista durante a guerra.

Cerca de 6 milhões de judeus morreram no Holocausto, onde estimativas partem do ponto de que em Auschwitz 1,1 milhões foram morta sem câmaras de gás.

Na última semana, o Embaixador iraniano em Lisboa, que no passado atuava na Polônia, concedeu uma entrevista a uma rádio portuguesa. O Embaixador disse que fez um cálculo baseado em sua visita ao Campo de Concentração, agora um museu. Segundo ele, aos nazistas seriam necessários 15 anos para cremar os cadáveres de 6 milhões de pessoas. [Reuters, Sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006]

A revista semanal “Forward” (EUA) relatou em 25 de novembro de 2005 que “morreram milhares” de prisioneiros em Auschwitz,. “Milhares”, não dezenas de milhares, não centenas de milhares, para não falar em milhões. Isso não é inacreditável? A pesquisadora do Holocausto, a judia Gitta Sereny declarou ao Times“Auschwitz não foi um campo de extermínio” e o redator da revista Der Spiegel, Fritjof Meyer, afirmou que quase ninguém morreu nas câmaras de gás mencionadas no Processo de Auschwitz. Essa questão logística serviu somente para dar sustentação à propaganda de guerra dos “quatro milhões”. Existe realmente a necessidade em pesquisar, ou o Irã tem razão em querer que se investigue livremente? É o puro medo ante os resultados de uma livre pesquisa, que os pesquisadores iranianos possam levantar não só em Auschwitz, mas também em outros campos de concentração?

É incompreensível que um governo faça uso de aparato judicial para impedir a investigação científica de um acontecimento histórico. O ato de prender pessoas, somente porque elas levantaram dados científicos que colocam em xeque um dogma imposto, já revelam a parcialidade que envolve este assunto.

A história se repete e volta à época de Galileu, onde dogmas prevalecem ante à verdade dos fatos. Mas ao final, a verdade triunfará.

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