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sábado, 20 de novembro de 2010

BRUNO PONTES

Meu artigo no jornal O Estado

Em dezembro de 2007, só por raiva do operário nordestino que virou presidente, tucanos e democratas e alguns senadores governistas cortaram a CPMF. A verba garantiria a todos os brasileiros uma saúde de qualidade só comparável à de Cuba, onde Fidel Castro, gravemente doente do intestino, preferiu dar um telefonema e importar um médico da Espanha.

Com a CPMF extinta, o senador Francisco Dorneles (PP-RJ) previu um “um caos nas finanças públicas”. Segundo ele, alguns programas sociais seriam prejudicados. “Por exemplo, o Bolsa Família”. Alguns meses depois, o governo aumentou o valor do Bolsa Família em 8%.

A ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, disse que “o presidente Lula já está pensando uma alternativa para superar a incompreensão que alguns senadores tiveram pensando que com a não-votação da permanência da CPMF estavam prejudicando o governo do presidente Lula e não prejudicando a sociedade brasileira”. O dinheiro da CPMF nunca foi usado na saúde. Em vez disso, sustentava cabides como a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Quem também deu um grave depoimento naquele período foi Aloizio Mercadante (PT-SP). Durante a votação no Senado, quando ele literalmente cuspiu baba na tribuna (podem conferir nas imagens), Mercadante sentenciou: “Cada um que votar contra estará tirando R$ 16 bilhões dos hospitais. Cada um aqui sabe a responsabilidade que é defender a saúde pública”.

Feita a desgraça no Senado, restou ao brasileiro esperar o apocalipse. E então, poucos meses depois, veio a notícia por meio da Receita Federal, órgão também responsável pela violação do sigilo fiscal de inimigos do povo: de janeiro a junho de 2008, o governo arrecadara R$ 327,6 bilhões. Crescimento acima da inflação de R$ 31,4 bilhões sobre os seis primeiros meses de 2007. Dali em diante a arrecadação de impostos bateria outros recordes.

Por sorte, temos uma oposição vigilante, sagaz e altiva, que usou esses dados para desmascarar o governo e... Brincadeira, pessoal. A oposição que temos é o PSDB. Na semana passada, o jornal O Globo perguntou ao presidente do partido, Sérgio Guerra, por que a oposição perdeu mais uma vez. Escutem a resposta: “Vamos ser sinceros. O prestígio e a força de um cidadão brasileiro, pobre, que se constituiu na maior liderança do país: Lula. O resto é conversa”. Guerra está dizendo que Lula é invencível e que o PSDB simulou disputar a Presidência. Assim não pode, assim não dá.

Nas últimas semanas, o DEM, depois de perder sucessivamente em parceria com os tucanos, parece ter finalmente entendido que a teoria política de Sérgio Guerra produzirá mais uma derrota daqui a quatro anos, seguida de uma declaração tucana sobre o prestígio e a força ainda invencíveis de Lula. O melhor que o DEM pode fazer é sair da sombra do PSDB, expulsar os democratas governistas, reformar o partido e atuar como uma frente liberal-conservadora, sem medo de conquistar 70 milhões de votos em 2014 com a chapa Kátia Abreu/Índio da Costa.

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