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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Eu também quero


O universo que recebe alguma benesse do desgoverno cada vez aumenta mais.
Na medida em que periclita a possibilidade de reeleição do neurônio paraplégico, os grandes mentores de seu futuro político sacam da cartola novas benfeitorias, como moeda de troca pelo voto dos incautos.
Assim, os já bolsistas buscam maneiras de receberem “melhorias”, e os que ainda não compartilham dos prêmios, procuram avançar na cornucópia de onde o desgoverno sempre poderá sacar e destinar propinas institucionalizadas para eles.
Algumas das manifestações que inundaram o País nos últimos tempos, de fato, foram tentativas nesta direção.
Talvez a mais contundente, e já conquistada parcialmente, é a lei do passe - livre.
Aquele grupo reivindicante deseja ser premiado com a passagem livre ou pelo menos a meia - passagem. Quem vai pagar a conta? Não interessa.
Por vezes, a nossa atenção é chamada pelo fato de o desgoverno oferecer em alguns bandejões espalhados pelas cidades, refeições por apenas um real.
Parece que os benefícios advindos do desgoverno caem dos céus.  É um milagre, pois por apenas um real, lá está uma lauta refeição. Quem paga a conta? Não interessa.
É gritante que o dinheiro arrecadado através do IR e da batelada de impostos que temos a obrigação de pagar, é um montante fabuloso.
 Considerando - se o alto grau de corrupção, dos volumosos recursos para a sustentação da maquinaria governamental, do executivo, do legislativo, do judiciário, dos ministérios, das autarquias, o destinado para a infra - estrutura, para o bem estar da população e de sua saúde, deve ser irrisório.
Ou seja, breve sobrará pouco para ser destinado para o desenvolvimento, para a saúde, para a educação, para a ciência e tecnologia, nem para a Segurança Pública, nem para as Forças Armadas.  É simples assim.
Sim, eu também quero a minha bolsa, pois cansei de ser explorado, enfastiei de ser enganado, e o pior, cansei de ver a vitória dos patifes, fartei de assistir a corrupção aumentar e a impunidade grassar, e agora quero a minha parte na partilha antes que o País afunde.
Após esta elementar conclusão, e na certeza de que em breve faltarão migalhas do bolo para todo mundo, nós que ainda não somos beneficiados devemos iniciar o levantamento das nossas necessidades. Inclusive da falta de dinheiro, para iniciarmos o planejamento, a elaboração das nossas palavras de ordem e alinhavarmos as nossas pretensões.
Primeiro, esqueçamos o nosso apego aos valores morais, enterremos a cidadania, olhemos aos outros como desiguais, como de fato são, uns espertos, esqueçamos o futuro da Nação e nos chafurdemos no bem – bom, agora, e já.
 Depois de algumas reuniões de orientação, marcaremos as datas quando sairemos às ruas, mascarados e de preto que é o melhor e será mais contundente.
Nas ruas, em grupos, não se esqueçam, ninguém terá identidade, nem responsabilidade.
Incógnitos na multidão é só fazer o que lhe der na telha. Aproveite, use e abuse.  Extrapole.
Caso surjam alguns meganhas, para o grupo “arrebenta”, preconizamos “pixar”, depredar, apedrejar, desmoralizar; quanto ao grupo “arrastão”, mais vivo, desviar – se para outras áreas, e se possível, invadir e assaltar agências e lojas.
Os lucros serão divididos depois, entre todos, pois somos todos pelo social.
Alguns serão presos.
Os encarcerados, de acordo com a Lei da Irresponsabilidade, serão soltos na manhã seguinte.
Aos bravos “cumpanheiros” que forem entrevistados, recomendamos que em viva voz, anunciem que também querem alguma vantagem, pois no jargão “o Brasil é de todos”, eles têm sido, costumeiramente, os tolos.
Quem sabe, sobra algum para as nossas hostes de idiotas.
Brasília, DF, 28 de agosto de 2013.
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

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