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quarta-feira, 19 de junho de 2024

107 anos da Revolução de Outubro

 

Há 100 anos, a 25 de outubro de 1917, aconteceu a assim chamada “Revolução de Outubro”. Comunistas celebram a data mundo afora a 7 de novembro, pois, na Rússia, o calendário juliano foi substituído pelo gregoriano apenas em fevereiro de 1918, ocasionando então a mudança da data.

Primeiramente aconteceu, em 1917, a Revolução de Fevereiro. Depois que o Czar Nicolau II entrou certo da vitória na Primeira Guerra Mundial, ele foi acumulando uma derrota após outra. Até fevereiro de 1917, o lado russo já tinha acumulado a cifra de 8 milhões entre mortos, desaparecidos e prisioneiros. Junte-se a isso o rigoroso inverno na passagem de 1916 para 1917. As inúmeras mortes e a fome levaram as pessoas às ruas. A polícia e as tropas que deveriam conter os protestos se juntaram a eles, limitando as ações do Czar. Sua abdicação a 2 de março levou ao término do domínio do Czares e consequentemente da monarquia. Nem Lênin, Trotzki e nem Stálin participaram desta revolução. Os primeiros se encontravam no estrangeiro, o último na prisão. Todavia, através da Revolução de Fevereiro, as prisões foram esvaziadas e os prisioneiros políticos – também os comunistas – foram libertados. Lênin tomou ciência da Revolução pela primeira vez através dos jornais, na Suíça.

No Reich alemão, foi aprovado um plano pelo Ministério do Exterior a fim de levar Lênin de trem para a Rússia, através da Alemanha e Suécia, a fim de colocar em marcha a Revolução bolchevista e paralisar o país. Com isso a Alemanha esperava selar a paz com a Rússia, terminar com a guerra em duas frentes e levar suas tropas para vencer a guerra contra a França, antes da chegada dos americanos. O transporte de trem foi organizado por um certo Alexander Parvus (de fato Israil Lasarewitsch Helphand, judeu) e seu mão direita Yakov Stanislavovich Ganetsky (conhecido como Jakob Fürstenberg, judeu). Através de sua empresa de importação e exportação, Parvus pode realizar uma negociação secreta entre a Rússia e a Alemanha. No total, o governo alemão cedeu 40 milhões de Godmark para a desestabilização da Rússia (ver The Sealed Train, Michael Pearson). Com isso, a Rússia bolchevista fora financiada substancialmente pelo lado alemão.

Leo Trotzki (de fato Leo Bronstein, judeu) permaneceu durante a Revolução de Fevereiro em Nova York. Ele deveria receber recursos para o financiamento do golpe bolchevista do banqueiro Jacob Schiff, também judeu. 20 milhões de dólares teriam sido transferidos do banco Kuhn & Loeb Co. (ver New York Journal American de 3 de fevereiro de 1949 e Czarismo e Revolução, de Arsene de Goulevitch). Trotzki viajou de Nova York para São Petersburgo, a então capital do Império Russo.

A Duma (parlamento russo) escolheu um governo provisório. Mas este governo não caiu na graça da população, pois ele continuou a guerra e não aprovou as necessárias reformas.

Assim como Trotzki, Lênin chegou em abril a São Petersburgo. Ele prometeu de boca cheia, através de slogans como “Todo poder aos sindicatos”, os camponeses receberiam a partilha da terra e os operários deveriam controlar as fábricas. Muitos dos famintos e miseráveis acreditaram que os comunistas iriam acabar com as desigualdades e eles também iriam ter uma pedação do “bolo” russo. (Depois que Lênin deu terra aos camponeses e se consolidou no poder, ele tomou-lhes de volta a terra de forma sangrenta)

Segundo o calendário juliano, o Palácio de Inverno foi tomado a 25 de outubro. Principal organizador foi Trotzki. No Palácio de Inverno, sede do governo provisório, quase nenhuma medida foi tomada para sua defesa. Os guardas não ofereceram resistência e os membros do governo foram presos. O ministro-presidente Kerenski já havia fugido anteriormente. Os cidadãos da cidade não notaram a Revolução e tomaram ciência de sua existência no dia seguinte, pelos jornais. A ação foi mais um golpe do que uma revolução. Antes que os bolchevistas pudessem dar o tom à música, desencadeou-se uma guerra civil entre eles e os conservadores, democratas, socialista moderados, nacionalistas e o exército branco. A família do Czar foi, entrementes, assassinada sob o comando de Jakow Michailowitsch Jurowski, judeu, membro da Tscheka (polícia política).

A Revolução de Outubro, como disseminado pela propaganda soviética e pela historiografia, não existiu de fato. Através do filme “Outubro”, de 1928, do diretor Sergei Eisenstein, judeu, criou-se o mito da “grande e heróica Revolução de Outubro” (o assalto ao Palácio de Inverno). A massa descontrolada e o tiroteio são ficção. Tão pouco houve mártires que morreram ao celebrar a certa vitória da Revolução bolchevista. Na realidade, ninguém morreu no assalto do Palácio de Inverno. Todavia, o mito se manteve até a era de Mikhail Gorbachev.

Com este filme, revela-se o primeiro pilar de sustentação dos dois instrumentos de domínio do comunismo: a mentira. A mentira da “Superioridade do Socialismo” e do “Paraíso do Operário” se perduraram até a derrocada do bloco comunista.

O segundo pilar, ou seja, a violência, foi descrita desta forma por Trotzki: “O terror vermelho é uma arma a ser aplicada a uma classe destinada à morte”.

Sob Lênin, o comunismo começou a entrar nos livros de história com um rastro de sangue de 20 a 30 milhões de mortes. O que não correspondia à ideologia, foi eliminado através de limpeza política e fome infringida a grandes regiões (Holodomor na Ucrânia), entre outras medidas. Os assassinatos foram aplicados através de cotas. Em cada vilarejo, em cada cidade, um determinado número de “inimigos” deveria ser liquidado. Lênin: “Para limpar a terra russa de todos os parasitas, das pulgas, dos pilantras, dos carrapatos, dos ricos”. Caso não se atingisse um número suficiente de pessoas para se liquidar, procurava-se aqueles que portavam óculos ou que não tinham calos nas mãos, ou seja, aqueles que não pertenciam ao operariado, mas sim à detestável burguesia, apenas para preencher o número das cotas (ver O Livro Negro do Comunismo). Quem sobreviveu à duas primeiras décadas, trabalhou para um grande projeto armamentista. Isso garantiu o impulso inicial da produção de milhares de blindados, assim como de outros armamentos bélicos e a criação do maior exército do mundo. Porém, limitou no assim chamado “paraíso soviético”, a qualidade de vida e a cultura a um mínimo restante. O lance inicial do domínio mundial pretendido por Stálin pode ser observado pela expansão na Europa e conquista da Estônia, Letônia e Lituânia, leste da Polônia, Bessarábia (parte da Romênia) e parte da Finlândia. Quando o ministro do exterior russo, Molotov, exigiu em Berlim, em 1940, outras presas europeias, Hitler rechaçou a demanda, já prevendo quais eram as reais intenções do Império Soviético. Pouco antes do ataque do Exército Vermelho diante dos portões da Alemanha, Hitler ordenou o ataque preventivo sabendo que uma guerra sobre solo alemão não iria possibilitar qualquer defesa efetiva. A decisão salvou por ora não apenas a Europa, mas também o grande objetivo da Revolução de Outubro que era expandi-la da Rússia para todo o mundo: a chamada “Revolução Mundial”.

Der Dritte Weg

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