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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

CARNAVAL PRA QUEM E PRA QUE?

Na sexta/sábado próximo inicia a maratona do carnaval, mas em alguns locais já começaram aproveitando o verão e por ser area turística. Ao pensarmos sobre o Carnaval, temos o hábito de considerá-lo como uma típica festa brasileira.
No entanto, podemos afirmar que o carnaval não é uma festa brasileira.
O carnaval é originário da Roma Antiga e, incorporado pelas tradições do cristianismo, passou a marcar um período de festividades que aconteciam entre o Dia de Reis e a quarta-feira anterior à Quaresma. Em Roma, a Saturnália seria a festa equivalente ao carnaval. Nela um “carro naval” percorria as ruas da cidade enquanto pessoas vestidas com máscaras realizavam jogos e brincadeiras.

Segundo outra corrente, o termo “carnaval” significa o “adeus à carne” ou “a carne nada vale” e, por isso mesmo, traz em sua significação a celebração dos prazeres terrenos. Em outras pesquisas, alguns especialistas tentam relacionar as festas carnavalescas com os rituais de adoração aos deuses egípcios Ísis e Osíris.
Mesmo contado com a resistência de algumas alas mais conservadoras, o Carnaval passou a contar com um período de celebração regular quando, em 1091, a Igreja oficializou a data da Quaresma. Contando com esse referencial, o carnaval começou a ser usualmente comemorado como uma antítese ao comportamento reservado e à reflexão espiritual que marcam a data católica. Assim, a festa carnavalesca passou a ser compreendida como um período onde as obrigações e diferenças do mundo cotidiano fossem anuladas.
Durante a Idade Moderna, os bailes de máscara, as fantasias e os carros alegóricos foram incorporados à festa. Com o passar do tempo, as características improvisadas e subversivas do Carnaval foram perdendo espaço para eventos com maior organização e espaços reservados à sua prática. Grande parte da inspiração do nosso carnaval contemporâneo foi trazida com a grande influência que a cultura francesa teve no Brasil, principalmente, no século XIX.
Atualmente, o prestígio alcançado pelos desfiles de carnaval, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e a disseminação das chamadas micaretas trouxeram novas transformações ao evento. Alguns críticos chegam a afirmar que o sentido popular da festa perdeu lugar. Apesar dessas mudanças, esse quatro dias do calendário são aguardados com muita expectativa. Seja pela expectativa do festejo, ou pelo descanso.
O que sempre foi uma festa espontânea e popular foi tomada pela intervenção estatal e seu paternalismo de promover tudo para todos. Para acabar com a festa dita mais elitizada nos salões de clubs e sociedades culturais, o Estado empurrou o povo pra rua patrocinando desfiles, blocos e estruturas criando a moda que carnaval é na rua e com todas as classes sociais juntas, ou seja, igualando a todos.

Impossível igualar desiguais...então, hoje temos uma sociedade que não sabe o que é e como brincar carnaval, apenas faz numero e cria estatísticas de público e violência. Aí vem o Estado e cria REGRAS para brincar o carnaval de rua como se fosse em um clube fechado.
E nos salões que era a opção para quem pudesse pagar para brincar, acabou esvaziado, porque ninguém quer ser politicamente incorreto e se achar preconceituosos de não ir pra rua com a massa e comandada pelas regras estatais.
Para mim brinca carnaval onde se quer e onde se pode. Não tem dinheiro, vai pra rua ou fica em casa, tem para pagar, vai para algum salão de clube, simples assim e sem a necessidade do Estado e a mídia comandar o modismo que matou a essência da festa.

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