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domingo, 22 de dezembro de 2019

Antissemitismo: Por que ele existe? E por que ele persiste?


Ao longo dos séculos, a hostilidade contra os judeus tem repetidamente entrado em erupção em terrível violência. Vezes após vezes os judeus têm sido expulsos dos países onde eles tinham estado vivendo. Por que o antissemitismo existe? E por que a raiva contra os judeus tem sido desencadeada, vezes após vezes, nas mais variadas nações, eras e culturas? Intimamente relacionado para isto está a mais ampla questão da relação entre judeus e não judeus – um assunto que muitos escritores e eruditos têm denominado de “a Questão Judaica.”
Com demasiada frequência, discussões de antissemitismo e da “questão judaica” têm sido distorcidas pelo preconceito, intolerância e falta de franqueza. Mas este importante assunto merece cuidadosa, informada e honesta consideração.
Proeminentes líderes judaicos afirmam estarem intrigados pela persistência do sentimento e comportamento antijudaico. Insistindo que antissemitismo é um preconceito irracional e sem bases, eles frequentemente comparam o antissemitismo a um misterioso vírus ou doença.
Elie Wiesel é um dos mais bem conhecidos autores e uma das mais importantes figuras de nossa época. Seu livro de memórias de experiências dos tempos de guerra, intitulado “Night” (‘A Noite‘, na versão em português), tem sido obrigatoriamente lido em muitas salas de aula. Ele é um ganhador do Prêmio Nobel da Paz, e por anos tem sido um professor na Universidade de Boston. Wiesel é considerado ser uma autoridade sobre o antissemitismo, mas ele diz que está intrigado com isso. A fonte e a resistência do antissemitismo através da história permanece um mistério, ele disse a uma platéia na Alemanha em abril de 2004 [1]. Em outro discurso ele descreve o antissemitismo como uma “doença irracional”.  Falando em uma conferência em outubro de 2002, Wiesel esteve a dizer: “O mundo tem mudado nos últimos 2.000 anos, e somente o antissemitismo tem permanecido… A única doença para a qual não tem sido encontrada sua cura é o antissemitismo [2].”
Anti-Defamation League {ADL – Liga Anti-Difamação} é uma das maiores e mais influentes organizações judaico-sionistas. Ela considera à si própria o mais importante centro para monitoramento e atua combatendo o antissemitismo, educando o público sobre este perigoso fenômeno. Em seu livro de 2003, Never Again? The Threat of the New Anti-Semitism {em português publicado como Nunca Mais? A Ameaça do Novo Anti-semitismo}, o diretor nacional da ADL, Abraham Foxman, expressou sua grave preocupação sobre o que ele vê como o levantar de hostilidades frente aos judeus: “Eu estou convencido de que nós atualmente encaramos uma tão grande a ameaça para a salva guarda e segurança do povo judaico como a que nós encaramos nos anos da década de 1930 – se não for ainda maior [3].” Surpreendentemente, ele também afirmou estar perplexo sobre as razões para a origem e durabilidade da discórdia entre judeus e não judeus. “Eu acho o antissemitismo como uma doença,” escreve Foxman. “Antissemitismo também se assemelha a uma doença em ser fundamentalmente irracional… é uma enfermidade espiritual e psicológica. [4]
Charles Krauthammer, um influente escritor judaico americano que é um fervente defensor de Israel, está similarmente intrigado pela resistência do sentimento antijudaico. “A persistência do antissemitismo, o mais antigo dos venenos, é um dos grandes mistérios da história,” ele escreveu em uma coluna no Washington Post que também apareceu em muitos outros jornais através do país [5].”
Wiesel, Foxman e Krauthammer, junto com outros proeminentes líderes judaico-sionistas, são incapazes – ou não querem – fornecer uma explicação para a persistência do antissemitismo. Eles acreditam, ou alegam acreditar, que por causa que isso é uma “doença” inteiramente irracional e sem fundamento, não existe relação entre o que os judeus fazem, e o que os não-judeus pensam dos judeus. Na visão deles, o conflito e tensão entre judeus e não judeus que tem persistido sobre os séculos não é causado pelo comportamento judeu e nem relacionado ao comportamento judeu.
Felizmente, uma explicação razoável para este duradouro fenômeno tem sido provida por uma das figuras judaicas mais influente e proeminente da história moderna: Theodor Herzl, o fundador do moderno movimento sionista. Ele expôs seus pontos de vista num livro, escrito em alemão, intitulado The Jewish State (Der Judenstaat) {que foi publicado em português como O Estado Judeu}. Publicado em 1896, este trabalho é o manifesto básico do movimento sionista. Um ano e meio depois ele convocou a primeira conferência internacional sionista.

Theodor Herzl (1860-1904), o fundador formal do moderno movimento sionista afirmou: “A questão judaica existe onde quer que os judeus vivam em números visíveis”. Image: Reprodução.
Em seu livro, Herzl explicou que independentemente de onde eles vivem, ou da cidadania deles, os judeus constituem não meramente uma comunidade religiosa, mas uma nacionalidade, um povo. Ele usou a palavra alemã, Volk. Onde quer que um grande número de judeus viva entre não-judeus, ele disse, o conflito é não somente provável, mas é inevitável. “A questão judaica existe onde quer que os judeus vivam em números visíveis,” ele escreveu. “Onde isso não existir, isso é trazido pelos judeus que vem chegando… eu acredito que eu compreendo o antissemitismo, o qual é um fenômeno muito complexo. Eu considero este desenvolvimento como um judeu, sem ódio ou medo [6].”
Em seus escritos públicos e privados, Herzl explicou que o antissemitismo não é uma aberração, mas sim a natural resposta dos não-judeus para o comportamento e atitude alienígena judaico. O sentimento antijudaico, ele disse, não é devido a ignorância ou fanatismo, conforme muitos têm reclamado. Ao invés, ele concluiu, o antigo e aparentemente insolúvel conflito entre judeus e não-judeus é totalmente compreensível, porque os judeus são um distinto e separado povo, com interesses que são diferentes, e os quais estão frequentemente em conflito com os interesses dos povos entre os quais eles vivem.
O sentimento antijudaico na era moderna, acredita Herzl, surgiu da “emancipação” dos judeus nos séculos 18 e 19, os quais libertaram eles da vida confinada do gueto e trouxeram eles para a moderna sociedade urbana e aos negócios direto com a classe média de não-judeus. O antissemitismo, escreveu Herzl, é “uma compreensível reação para os defeitos judaicos.” Em seu diário ele escreveu: “Eu acho que os antissemitas estão completamente dentro de seus direitos [7].”
Herzl sustentou que os judeus devem parar de fingir – tanto para eles mesmos e para os não-judeus – que eles são como todos os outros, e ao invés devem francamente reconhecer que eles são um povo distinto e separado, com distintos e separados objetivos e interesses. A única solução viável a longo prazo, ele disse, é a dos judeus reconhecerem a realidade e viverem, finalmente, como um povo “normal” num estado separado que seja deles próprios. Em uma carta para o Czar da Rússia, Herzl escreveu que o sionismo é a “solução final para a questão judaica [8].”
O primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, expressou uma similar visão. Em suas memórias, ele escreveu:
“Sempre que a quantidade de judeus em qualquer país alcança o ponto de saturação, aquele país reage contra eles… {esta} reação… não pode ser olhada como antissemitismo no sentido ordinário ou vulgar desta palavra; esta {reação} é uma concomitante universal econômica e social da imigração judaica, e nós não podemos remover ela [9].”

Chaim Weizmann (1874-1952), uma das lideranças máximas dos judeus no século XX, afirmou: “Sempre que a quantidade de judeus em qualquer país alcança o ponto de saturação, aquele país reage contra eles […]”. Imagem: CIE – Center of Israel Education.
Tal franqueza é rara. Somente ocasionalmente os líderes judeus de hoje explicam o antissemitismo como uma reação para com o comportamento dos judeus. Uma das mais ricas e influentes figuras no mundo de hoje é George Soros, o financista bilionário de nascimento húngaro. Geralmente ele evita destacar suas ligações para com a comunidade judaica, e somente raramente frequenta reuniões puramente judaicas. Mas em novembro de 2003 ele dirigiu um encontro da “Jewish Funders Network” em Nova Iorque. Quando ele foi questionado sobre o antissemitismo na Europa, Soros não respondeu dizendo que ele {o antissemitismo} é uma “doença irracional. Ao invés, ele disse que ele {o antissemitismo} é o resultado das medidas políticas de Israel e dos Estados Unidos. “Existe um ressurgimento do antissemitismo na Europa. As medidas políticas da administração Bush e da administração Sharon {Primeiro Ministro de Israel entre 2001 e 2006} contribuíram para isto,” ele disse. “Se nós mudarmos aquela direção, então o antissemitismo irá diminuir,” ele continuou. “Eu não consigo ver como se poderia confrontar isso diretamente [10].”
Os líderes da comunidade judaica reagiram raivosamente para com as observações de Soros. Elan Steinberg, conselheiro sênior no World Jewish Congress (e ex-diretor executivo desta influente organização), disse: “Vamos compreender as coisas claramente: Antissemitismo não é causado por judeus; ele é causado por antissemitas.” Abraham Foxman chamou os comentários de Soros de “absolutamente obscenos.” O diretor da ADL foi a dizer: “Ele se utilizou do estereótipo. É uma simplista, contraproducente, tendenciosa e preconceituosa percepção do que ocorre mundo afora. Está culpando a vítima por todas as hostilidades contra Israel e contra o povo judaico [11].”

Abraham Foxman fala como homenageado pela Liga Anti-Difamação (ADL) em sua Reunião Anual de 2014 no The Beverly Hilton em Beverly Hills, Califórnia. Imagem: Kevork Djansezian / Getty
A maioria das pessoas prontamente aceitam que os sentimentos positivos dos não-judeus diante dos judeus têm alguma base no comportamento judaico. Mas os líderes judeus como Foxman, Wiesel e Steinberg parecem indispostos a aceitar que os sentimentos negativos frente aos judeus possam similarmente ter bases no comportamento judaico.
Junto com todos outros comportamentos sociais através dos tempos, o conflito entre judeus e não-judeus tem uma evidente e compreensível base na história e na natureza humana. Os registros históricos sugerem que a persistência do antissemitismo através dos séculos está enraizada na maneira incomum que os judeus se relacionam com os não-judeus.
Líderes israelenses e judaico-sionistas afirmam que os judeus constituem um “povo” ou uma “nação” – que é, um distinto grupo de nacionalidade para o qual os judeus de todos os lugares devem sentir e expressaram uma lealdade primária [12]. Alguns líderes judaico-americanos têm sido explícitos sobre isso. Louis Brandeis, um membro da Corte Suprema de Justiça dos EUA e líder americano-sionista, disse: “Vamos todos nós reconhecer que nós judeus somos uma distinta nacionalidade da qual cada judeu, seja qual for seu país, sua posição ou oposição de crença, é necessariamente um membro [13].” Stephen Wise, presidente do Congresso Judaico Americano e do Congresso Judaico Mundial, disse num comício em Nova Iorque em junho de 1938: “Eu não sou um cidadão americano de fé judaica. Eu sou um judeu… Hitler estava certo em uma coisa. Ele afirma que o povo judeu é uma raça, e nós somos uma raça. [14].” De acordo com esta perspectiva, os líderes também dizem que os estado sionista representa não apenas seus próprios cidadãos judeus, mas os judeus de todos os lugares [15].

Rabino Stephen Wise, 4 de outubro de 1943. Associated Press / Ed Ford. Museu Memorial do Holocausto dos EUA.
Enquanto afirmando – normalmente somente entre eles mesmos – que os judeus são membros de uma separada nacionalidade para a qual eles devem sentir e expressar uma lealdade primordial, os sionistas simultaneamente insistem que os judeus devem ser acolhidos com plenos e iguais direitos de cidadãos seja em qual for o país que eles desejem viver. Enquanto judeus sionistas nos EUA, tais como Abraham Foxman, falam de “povo judaico” como uma distinta nacionalidade, eles também reivindicam que os judeus são americanos como todos os demais, e insistem que aos judeus, incluindo judeus sionistas, devem ser concedidos todos os direitos de cidadãos americanos, sem obstáculos sociais, legais ou institucionais para com o poder e influência judaica na vida americana. Em resumo, os líderes e organizações judaico-sionistas (tais como o Congresso Judaico Mundial e o Comitê Judaico Americano) exigem completos direitos para os judeus sionistas não somente no “país deles”, Israel, mas em todos os lugares.
As principais organizações judaico-sionistas, e mais amplamente, a organizada comunidade judaica, também promove “pluralismo”, “tolerância” e “diversidade” nos Estados Unidos e em outros países. Eles acreditam que isto é útil para os judeus. “A sociedade pluralista americana é o coração da segurança judaica,” escreveu Abraham Foxman. “A longo prazo,” explicou o diretor da ADL, “isto tem feito a vida judaico-americana uma positiva experiência única na história da diáspora e a qual tem nos habilitado sermos um importante aliado para o Estado de Israel, é a saúde de uma pluralista, tolerante e inclusiva sociedade americana [16].”
Por algum tempo, a ADL tem promovido o slogan “Diversidade é nossa força.”  De acordo com este lema, o qual alegam ter inventado, a ADL tem devotado esforços e recursos para persuadir americanos – especialmente jovens americanos – para acolher e abraçar uma mais social, cultural e racial “diversidade  [17].”
Esta campanha tem sido muito bem-sucedida. Políticos e educadores americanos, e virtualmente todos os meios de comunicação de massas dos EUA promovem “diversidade”, “multiculturalismo” e “pluralismo”, e retratam aqueles que não abraçam estes objetivos como possuidores de ódio e ignorantes. Ao mesmo tempo, influentes organizações judaico-sionistas tais como o Comitê Israelense Americano de Assuntos Públicos {a AIPAC – American Israel Public Affairs Committee} insistem que os EUA devem reconhecer e defender Israel como um estado judaico étnico-religioso [18]. Pluralismo e diversidade, assim parece, são somente para os não-judeus. O que é bom para os judeus em sua própria terra natal, os líderes judaico-sionistas parecem dizer, não é o pluralismo e a diversidade, mas um nacionalismo tribal.

Campanha da ADL intitulada “No Place for Hate” em português “Sem Lugar para o Ódio”. Imagem: Sales Force
O que os judeus pensam é importante porquê a comunidade judaica tem poder para realizar seus objetivos. Em um discurso marcante em maio de 2013, o Vice-Presidente {dos EUA} Joe Biden disse que o “imenso” e “descomunal” papel judaico nos meios de comunicação de massa dos EUA e na vida cultural tem sido o único e mais importante fator em formar as atitudes americanas no século passado, e em conduzir as maiores mudanças culturais e políticas. “Aposto que 85% daquelas mudanças [politico-sociais], sejam em Hollywood ou meios de comunicação sociais, são consequências dos líderes judaicos na indústria. A influência é imensa,” ele disse. “A herança judaica moldou o que somos – todos nós, nós, eu – tanto ou mais que qualquer outro fator nos últimos 223 anos. E isso é um fato,” acrescentou [19].
Biden não é o único em reconhecer esta influência. “Não faz sentido algum tentar negar a realidade dos poder judaico e sua proeminência na cultura popular,” escreveu Michael Medved, um bem conhecido autor judaico e crítico de filmes, em 1996 [20]. Joel Stein, um colunista para o Los Angeles Times, escreveu em 2008:
“Como um orgulhoso judeu, eu quero que a América saiba sobre nossa realização. Sim, nós controlamos Hollywood… eu não me importo se os americanos pensem que nós controlamos as notícias, Hollywood, Wall Street ou o governo. Eu só me importo que nós consigamos manter-nos os controlando [21].”
Mesmo que os judeus tenham mais influência e poder na vida cultural e política nos EUA que qualquer outro grupo étnico ou religioso, os grupos judeus se sentem desconfortáveis quando os não-judeus apontam isso. Na verdade, diz Foxman e a ADL, um sinal claro que alguém é um antissemita é se ele concorda com a afirmação que “judeus têm muito poder em nosso país hoje. [22]” Para Foxman, aparentemente, nunca pode haver “demais” poder e influência judaica.
O antissemitismo não é uma “doença” misteriosa. Conforme Herzl e Weizmann sugeriram, e conforme a história mostra, o que é frequentemente chamado de antissemitismo é a atitude natural e compreensível das pessoas frente a uma minoria com lealdades particulares que possuem grande e desproporcionais poderes para seus próprios interesses, e não para o bem comum.
Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Mark Weber

Notas:

[1]  “Wiesel Calls for ‘Manifesto’ on Anti-Semitism.” The Jewish Federations of North America. 30 de Abril, 2004.
[3] Abraham H. Foxman. Never Again?: The Threat of the New Anti-Semitism. (HarperCollins, 2003), p. 4.
[4] Abraham H. Foxman. Never Again? (2003), pp. 42, 43.
[5] Charles Krauthammer, “How to fight academic bigotry,” The Washington Post, 9 de janeiro, 2014.
[7] Kevin MacDonald, Separation and Its Discontents (Praeger,1998), pp. 45, 48. Ref. citada: R. Kornberg, Theodore Herzl (1993), p. 183.
[8] Memo of Nov. 22, 1899. R. Patai, ed., The Complete Diaries of Theodor Herzl (New York: 1960), Vol. 3, p. 888. Também citado em: M. Weber, “Zionism and the Third Reich,” The Journal of Historical Review, Julho-Agosto 1993, p. 29.
[9] Chaim Weizmann, Trial and Error (1949), p. 90. Quoted in: Albert S. Lindemann, The Jew Accused (Cambridge University Press, 1991), p. 277.
[10] Uriel Heilman, Jewish Telegraphic Agency (JTA). “In Rare Jewish Appearance, George Soros Says Jews and Israel Cause Anti- Semitism.” Nov. 10, 2003.
[11] U. Heilman, JTA. “In Rare Jewish Appearance, George Soros Says Jews and Israel Cause Anti-Semitism.” Nov. 10, 2003.
[12] Abraham H. Foxman. Never Again? (2003), pp. 18, 4.
[13]  Louis D. Brandeis, “The Jewish Problem and How to Solve It / Louis D. Brandeis School of Law” Discurso de 25 de abril, 1915.
[14]  “Dr. Wise Urges Jews to Declare Selves as Such,” New York Herald Tribune, 13 de junho, 1938, p. 12.
[15] Israel ainda diz falar em nome dos judeus que viveram e morreram antes que o estado foi estabelecido. “Holocaust Victims Given Posthumous Citizenship by Israel,” The Associated Press, Los Angeles Times, 9 de maio, 1985. Veja também: M. Weber, “West Germany’s Holocaust Payoff to Israel and World Jewry,” The Journal of Historical Review, verão de 1988.
[16] Foxman carta de 11 de novembro, 2005. Publicada no The Jerusalem Post, de 18 de novembro de 2005.
[17] ADL – On the Frontline (Nova Iorque), Verão de 1997, p. 8. Esta edição do boletim da ADL também observou com algum orgulho que o Presidente Clinton, em seu discurso “State of the Union” de fevereiro de 1997, tinha dado um impulso inesperado para o que a ADL chama de “linha temática da ADL”. Neste discurso, Clinton disse: “Meus companheiros americanos, nós devemos nunca, jamais acreditar que nossa diversidade é uma fraqueza. É a nossa grande força.”
[18] Ver o discurso  pelo Embaixador dos EUA Daniel B. Shapiro de 6 de setembro de 2011. Ver também: M. Weber, “Behind the Campaign For War Against Iran.” The Journal of Historical Review abril de 2013.
[19] Jennifer Epstein, “Biden: ‘Jewish heritage is American heritage’,” Politico, 21 de maio, 2013; Daniel Halper, “Biden Talks of ‘Outsized Influence’ of Jews: ‘The Influence Is Immense’,” The Weekly Standard, 22 de maio, 2013.
[20] M. Medved, “Is Hollywood Too Jewish?,” Moment, Vol. 21, No. 4 (1996), p. 37.
[21] J. Stein, “How Jewish Is Hollywood?,” Los Angeles Times, 19 de dezembro, 2008.
[22] Abraham H. Foxman. “Never Again?” (2003), p. 14.

Apêndice: Leituras recomendadas

Norman F. Cantor. The Sacred Chain: A History of the Jews. New York: Harper, 1994.
Benjamin Ginsberg. The Fatal Embrace: Jews and the State. The Univ. of Chicago Press, 1993.
Peter Harrison, “What Causes Anti-Semitism?” Review of Macdonald’s Separation and Its DiscontentsThe Journal of Historical Review, maio-junho de 1998.
Seymour Martin Lipset and Earl Raab. Jews and the New American Scene. Harvard University Press, 1995.
Kevin MacDonald, A People That Shall Dwell Alone: Judaism as a Group Evolutionary Strategy. Praeger, 1994.
Kevin MacDonald, Separation and Its Discontents: Toward an Evolutionary Theory of Anti-Semitism. Praeger, 1998
Kevin MacDonald, The Culture of Critique: An Evolutionary Analysis of Jewish Involvement in Twentieth-Century Intellectual and Political Movements. Praeger, 1998 (Softcover edition, 2002).
D. Rubinstein.The Left, The Right and the Jews. New York: Universe Books, 1982.
Israel Shahak. Jewish History, Jewish Religion. London: Pluto Press, 1994.
Goldwin Smith. “The Jewish Question.” From: Essays on Questions of the Day. New York: Macmillan, 1894.
Mark Weber, “Holocaust Remembrance: What’s Behind the Campaign?” Fevereiro de 2006.
Mark Weber, “Jews: A Religious Community, a People, or a Race?,” março-abril de 2000; Traduzido ao português por Mykel Alexander em World Traditional Front, 02/junho/2019, “Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça?
Mark Weber, “Straight Talk About Zionism: What Jewish Nationalism Means.” Abril de 2009.; Traduzido ao português por Mykel Alexander em World Traditional Front, 19/maio/2019, “Conversa direta sobre o sionismo – o que o nacionalismo judaico significa”.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O “Caso Malmedy”


A suposta execução de prisioneiros de guerra norte-americanos e civis belgas não passa de mais um fruto da propaganda de guerra dos aliados. Na atual realidade mentirosa, relativista e preguiçosa em que vivemos, nada mais natural que um relato tendencioso e inverídico ainda permaneça vivo. Se depender de nós, não por muito tempo…
Jochen Peiper: exemplo no cumprimento do dever
Malmedy é uma pequena cidade na região fronteiriça entre Alemanha e Bélgica, que foi separada do Reich alemão após a Primeira Guerra Mundial. Após o término das lutas na Segunda Guerra, ela angariou uma triste fama devido a um infeliz incidente a 17 de dezembro de 1944, no decorrer da Batalha das Ardenas, onde 71 soldados norte-americanos encontraram a morte sob circunstâncias obscuras. A mídia dos EUA aproveitou o episódio após a primeira notícia a 20 de dezembro de 1944, ainda durante a guerra, para iniciar uma inusitada campanha onde o adversário alemão, neste caso a Waffen-SS, foi estampado como um grupo de assassinos frios e sanguinários. O processo conduzido após a guerra pelos americanos contra os alegados criminosos tornou-se posteriormente um dos maiores escândalos judiciais do mundo ocidental.
A ofensiva
Mas vamos retornar aos acontecimentos reais da Batalha das Ardenas, focando no incidente em Malmedy, até onde seja possível reconstruí-lo. Com esta ofensiva no meio de dezembro de 1944, Hitler tentou pela última vez alterar o curso da guerra. Para golpear as tropas de assalto aliadas, ele planejou uma grande ofensiva na frente ocidental. Se a condição nesta frente se estabilizasse, assim pensou, ele teria as costas livres para se concentrar na frente oriental. Para não se deixar abater pela supremacia aérea norte-americana, o alto-comando alemão aguardou por um período de mau tempo.

Kampfgruppe Peiper recebeu ordem para se deslocar da Floresta de Blankenheim,
até o alvo primário Antuérpia, passando por Malmedy.

16 de dezembro de 1944: Mais uma vez as tropas alemãs tomavam a iniciativa e
conseguiram uma última limitada vitória sobre as tropas anglo-americanas.
As Tropas de Peiper se aproximam de Malmedy.
Dentre as organizações colocadas a postos para esta ofensiva, estava a 1ª Divisão de tanques da SS, a “Leibstandarte Adolf Hitler”, onde o Standartenführer (coronel) Joachim Peiper comandava uma unidade de tanques, o chamado “Kampfgruppe Peiper”.

Joachin “Jochen” Peiper
Comandante do regimento de tanques da “Leibstandarte”
A 14 de dezembro de 1944, o comando de tanques se reuniu na floresta de Blankenheim, próximo à fronteira belga, onde após dois dias de espera, às 5:30 hs, colocou-se sob intensa neblina em posição de combate e rumou na direção de Antuérpia.
O incidente no cruzamento
Após um promissor sucesso inicial, o Kampfgruppe Peiper se deparou a 17 de dezembro, lá pelas 12:30 hs, ao sul de Malmedy junto ao cruzamento de Baugnez, com uma coluna de caminhões do 285º batalhão norte-americano de observação de artilharia, que dirigia-se para St. Vith. Os cinco tanques alemães abriram fogo, e os fuzileiros americanos pularam em pânico de seus veículos em chamas. Alguns caíram, outros se renderam, outros revidaram o fogo, e um quarto grupo tentou escapar pela floresta. Os tripulantes dos tanques alemães da ponta conduziram os prisioneiros americanos a uma clareira e ordenaram que eles aguardassem os transportes das tropas principais alemãs que viriam na sequência. Quando Peiper alcançou o lugar pouco depois, ele ficou irritado que seus veículos ainda estivessem no cruzamento vigiando os americanos, pois ele queria seguir com eles em direção a Engelsdorf.
Resumindo e sob consideração de todas as informações, forma-se o seguinte cenário: ao seguir para Engelsdorf, os tripulantes dos tanques ordenaram aos prisioneiros de guerra que se movimentassem desarmados em direção à próxima infantaria alemã. Depois que os tanques partiram, os americanos sobreviventes se reuniram e pelo menos parte deles recuperaram novamente as armas que haviam deposto. Após uns 15 minutos, ao invés da infantaria, aproximou-se a vanguarda do próprio batalhão de tanques alemães. Como eles nada sabiam do episódio anterior, eles consideraram os americanos andando do outro lado da estrada como agressores, que foram prontamente combatidos. Nesta troca de tiros, aconteceram várias mortes do lado americano. Os sobreviventes se renderam por uma segunda vez. Os tanques alemães se puseram a rolar novamente. Um pouco mais tarde, quando uma terceira coluna de carros de combate alemães passou pelo cruzamento e dois veículos escorregaram na vala lateral da estrada, os americanos aproveitaram a situação para tentar uma nova fuga. Ao impedir esta tentativa, mais GIs foram abatidos. A turbidez destes acontecimentos foi ainda elevada através do confirmado comportamento dos prisioneiros americanos. Diversas testemunhas atestam que muitos soldados dos EUA, apesar das repetidas ordens em inglês e alemão para se renderem, procuraram fugir pela floresta adjacente. Outros tomaram as armas que foram jogadas ao chão e revidaram o fogo.
O “Caso Malmedy” envolve também outros locais onde soldados e civis belgas teriam sido executados pelas tropas da SS. Os números variam bastante, o que tira do suposto holocausto judeu mais uma “singularidade”. Todas as acusações contra os soldados da SS basearam-se apenas nos testemunhos dos próprios acusados.
Como exemplo, citamos aqui o incidente em Stavelot, onde alegadamente 8 soldados e 93 civis teriam sido executados. Acusados foram Briesenmeister, Coblenz, Hennecke, Knittel e Tonk. Contra Coblenz, a promotoria apresentou duas testemunhas (Mahl e Gärtner), os quais foram forçados a prestar falso testemunho. Quanto à declaração de Gärtner, temos o testemunho juramentado de Heinz Tremmel:
“Eu sei com certeza que através de condições similares, um membro de minha companhia, o Rottenführer Reinhard Gärtner, produziu um testemunho incriminador que não corresponde à verdade. Eu me recuso a participar deste jogo falso como testemunha de acusação. E para me coagir e também aos demais, eles ameaçaram nos entregar aos belgas. Além disso eu não pude me apresentar como testemunha da defesa para Knittel e Coblenz.”
A história da Segunda Guerra Mundial está repleta destas lendas e mitos da propaganda de guerra, repetidas ad nauseam pelos historiadores do quintal palaciano como Norman Davis et caterva – NR.
A propaganda de guerra entra em ação
Muitos detalhes deste trágico desenvolvimento não estão esclarecidos até hoje, mas um massacre específico ordenado pelos oficiais da “Leibstandarte” contra prisioneiros de guerra norte-americanos desarmados, certamente não existiu.
Este também foi o resultado de uma das primeiras investigações alemãs a 26 de dezembro de 1944 e de uma comissão militar de investigação norte-americana, que se apoiou no relato de sobreviventes e fugitivos. O general Eisenhower, por sua vez, que conhecia estes relatos, reconheceu imediatamente as possibilidades propagandísticas do episódio. O lado alemão foi informado poucas semanas depois, através da imprensa suíça, sobre 150 prisioneiros norte-americanos assassinados. Numa das primeiras investigações, a comissão de investigação da Wehrmacht não pode verificar qualquer indício de execução de prisioneiros. Também uma segunda, após nota oficial de protesto dos americanos, não pode encontrar em dois meses e meio nenhum aspecto incriminador. Entrementes, decorreram quatro semanas após os incidentes e 71 corpos congelados de soldados americanos foram encontrados no cruzamento em Baugnez por civis belgas. Como entre os mortos se encontrava o filho de um senador, assim como outro de um grande industrial, uma extraordinária campanha midiática teve início nos EUA. Neste contexto foi afirmado que a maioria dos cadáveres apresentava buracos no crânio, foram roubados e executados na condição de prisioneiros. Como autor do crime foi estampada – sem dúvida alguma – “a SS”.

Foto dos cadáveres de soldados norte-americanos,
congelados na neve.
A realidade era bem diferente. Embora muitos soldados dos EUA não portassem seus “dog-tags”, suas placas de identificação, eles puderam ser identificados imediatamente com base nos papéis, fotos e conteúdo das carteiras encontradas. Tiros na cabeça com rastros de pólvora – indicação de execução a curta distância – não foram verificados em nenhum dos cadáveres.
Ao contrário disso, os americanos conduziram após o incidente em Malmedy diversos fuzilamentos de prisioneiros de guerra alemães, tanto da Waffen-SS quanto de pára-quedistas, o que foi assinalado com pesar pelo general Patton em seu diário.
Um outro, talvez o mais importante indício, contra uma alegada ordem da Waffen-SS ou, neste caso especial, do Standartenführer Peiper para execução de prisioneiros, é o fato de que Peiper, após os incidentes no cruzamento de Baugnez, avançou ainda com seus tanques até La Gleize, onde fez prisioneiros outros 150 norte-americanos. Como o tempo abriu, eles se colocaram em segurança num porão do vilarejo contra o ataque dos aviões inimigos. Os prisioneiros foram interrogados nesse local, e quando foi decidido pela retirada, ao invés de fuzilá-los, todos foram libertados. Tratam-se aqui dos soldados do major Hal McGown, que apesar de ter sido levado por Peiper, ainda na mesma noite pode fugir. Antes disso, McGown pode conversar durante 5 horas com Peiper. Após a guerra, o já então tenente-coronel e funcionário do Pentágono, McGown, voou por conta própria para a Alemanha e, no processo, descreveu Peiper como “oficial impecável” com “homens descentes, corajosos e corretos”, cujos “crimes alegados contra ele não pode de forma alguma concordar”.
A vingança
Depois da bancarrota da Ofensiva das Ardenas, Peiper e seus soldados participaram dos combates na Hungria e Áustria, destruíram ao final da luta seus tanques, armas pesadas e veículos, e voltaram à Alemanha em pequenos grupos. A 22 de maio, na Bavária, condecorado com a Cruz de Cavaleiro com folhas de carvalho e espadas, Peiper caiu nas mãos dos americanos. Estes tinham vasculhado em todos os campos de prisioneiros de guerra por integrantes do regimento de tanques da “Leibstandarte”, principalmente do “Kampfgruppe Peiper”, e estes foram levados para um campo especial, de onde os cerca de 1.100 homens foram transportados para a prisão da pequena cidade Schwäbisch Hall. Esperavam lá por eles alguns especialistas da “War Crimes Comission”. Com extrema violência e uma inacreditável variação de métodos de tortura de terceiro grau, eles tentaram, principalmente o tenente Perl, forçar dos ainda jovens soldados a confissão de fuzilamento de prisioneiros, assim como declarações que incriminavam os oficiais da Waffen-SS. Vários soldados torturados cometeram suicídio.
Mais detalhes sobre a ação destes fanáticos torturadores sionistas em Schwäbisch Hall podem ser obtidos na leitura do artigo Confissões sob tortura – NR.
Já a 9 de maio de 1945 foi retirado dos soldados alemães o status de prisioneiros de guerra, onde a Cruz Vermelha não tinham então mais acesso nem ao campo nem aos prisioneiros, a quantidade de ração foi reduzida ao extremo e o correio controlado ou podia ser suspenso. Nas semanas seguintes, os membros da Waffen-SS foram mantidos na solitária, usando um capuz com crostas de sangue e algemados, eles foram levados ao interrogatório, de 139 prisioneiros 137 tiveram as genitálias esmagadas, muitos cigarros foram apagados contra o corpo, dentes arrancados e queixos quebrados. Os detentos foram espancados com cassetetes de borracha, com socos e chutes até sangrarem, palitos de fósforos foram inseridos abaixo das unhas e incendiados, ossos quebrados com tacos de beisebol, muitos foram ameaçados com o assassinato de parentes, foram chantageados ao extremo e, não trazendo nada disso algum resultado, na presença de um suposto sacerdote, o qual era um oficial dos inquisidores, foram simuladas execuções através do estrangulamento até ficarem inconscientes.. E se tudo isso ainda não produzisse uma “confissão”, os protocolos foram simplesmente falsificados e providos de falsas assinaturas.
A 16 de maio de 1946, aconteceu no simbólico local do antigo campo de concentração de Dachau a abertura do processo chamado “Case Malmedy”, contra exatamente 71 membros do “Kampfgruppe Peiper”; além disso, adicionalmente 3 generais da Waffen-SS foram levados ao tribunal.
Os promotores foram os mesmos homens que quatro meses torturaram e interrogaram os prisioneiros alemães. Devido ao um acordo determinado pelos próprios vencedores, os juízes atuavam em um “Tribunal Internacional”, contra o qual não era possível qualquer apelação. Nenhum dos 74 casos foi tratado isoladamente, ou seja, segundo o grau individual da culpa, mas sim de forma coletiva. Na verdade tratava-se aqui de um tribunal militar norte-americano, cujo presidente era um general. O único oficial com formação jurídica, o coronel Abraham Rosenfeld, determinou, portanto, o decorrer do processo segundo seu bel prazer. Como não existia qualquer material incriminador, a não ser as confissões obtidas sob tortura, as quais em alguns trechos eram idênticas e foram revogadas pelos acusados durante o processo, tudo isso continuou a não incomodar a promotoria. No decorrer do processo, que teve longas sessões filmadas, ficou claro sob quais condições “as confissões” foram obtidas. A defesa estava em todos os aspectos, pessoal, material e financeiramente, sem condições adequadas. Mesmo assim o defensor norte-americano, Coronel Willis Everett, conseguiu em inúmeros casos a argumentação e provas necessárias para desmontar a tese da acusação. Certamente isso em nada alterou o veredicto e a natureza das penas.
Como preparação para o “Tribunal dos Principais Criminosos de Guerra” em Nuremberg e na intenção de declarar toda Waffen-SS, nesta oportunidade, como uma “organização criminosa”, necessitava-se de um veredicto e de uma pena severa. Esta tarefa política foi seguida pelo Tribunal de Dachau de foram irrestrita. Ao final, a 16 de junho de 1946, 43 homens da Waffen-SS foram condenados à morte, 22 à prisão perpétua e oito a uma longa pena de reclusão em regime fechado. Para proclamação do veredicto, o tribunal precisou de exatas duas horas e 20 minutos. Nem ao menos dois minutos para cada réu. Nenhum dos veredictos anunciados foi justificado, nem durante a proclamação dos veredictos nem posteriormente. Portanto, se tratou aqui de um típico espetáculo processual (show-trial), análogo apenas àqueles que conhecemos da União Soviética: atuando também como promotor, o investigador determina a direção e o decorrer do processo; os juízes apenas decidem sobre a natureza das penas.
Depois que o veredicto de Dachau cumpriu sua missão em Nuremberg diante do “Tribunal Militar Internacional”, declarando os 900.000 soldados da Waffen-SS como membros de uma “organização criminosa” e ao mesmo tempo a URSS se apresentava como o grande inimigo, se levantaram as vozes nos EUA que queriam uma investigação deste processo. Seguiram-se várias CPIs, onde todas chegaram ao resultado de que o Processo-Malmedy foi uma grande farsa com grave distorção jurídica. Numa das comissões, a maioria judaica dos investigadores e acusadores foi descrita como “quadrilha criminosa”.

Dachau, 16 de julho de 1946
Peiper recebe sua condenação: morte por enforcamento
À direita: Advogado de Peiper, o Coronel Willis Everett.
Ainda assim os defensores norte-americanos e seus colegas alemães conseguiram suspender as execuções neste processo, sendo que nenhum dos condenados em Dachau foi executado em Landsberg, ao contrário de muitos outros inocentes enforcados pelos aliados em decorrência de processos semelhantes.
Anos a fio recaiu sobre os condenados a pesada aflição de ser possivelmente executado a cada sexta-feira, no pátio da prisão de Landsberg. Somente a partir de 14 de abril de 1948 e com ajuda de bispos alemães, pouco a pouco as penas de morte foram transformadas em penas de reclusão, até que no natal de 1956, como último prisioneiro condenado injustamente neste processo, Peiper foi libertado sob regime condicional. Isso significava nenhum reconhecimento de falso veredicto, mas sim um perdão que pressupunha aos perdoados, que estes nunca poderiam mais falar com quem quer que fosse, sobre o decorrer dos interrogatórios e do processo. [1]

Com pichações nas ruas (aqui a 22 de junho de 1976),
iniciou-se a caçada na França contra Jochen Peiper.
Peiper foi caçado por toda sua vida pelos chamados “democratas” e antifascistas, muitas vezes pressionado em sua atividade profissional, até que se viu obrigado a mudar para a França, onde a 14 de julho de 1976, em Traves, foi assassinado em sua casa por comunistas.

Uma das últimas fotos de Jochen Peiper
As circunstâncias dos métodos de tortura dos norte-americanos na Alemanha após o final da guerra retornou novamente à consciência coletiva, quando estes métodos foram utilizados pelos EUA em 2003 e depois no Afeganistão, no Iraque e em Guantánamo. Teve-se que reconhecer repentinamente, que as torturas norte-americanas têm tradição nos países ocupados pelos EUA desde 1945, que elas são preparadas e protegidas pela política e que estas torturas são levadas a cabo principalmente por pessoal “capacitado”.
Apesar de nos EUA as CPIs tenham exposto os métodos dos interrogadores no “Caso Malmedy” e embora elas também tenham os desaprovado duramente e declararam nulo o resultado do processo, os institutos educacionais financiados pela “Central Federal” e a “Central estadual para educação”, na Alemanha, “esclarecem” seus alunos da seguinte forma:
“… no massacre de civis franceses em Oradour em 1944 [2] e no assassinato de prisioneiros norte-americanos em Malmedy em dezembro de 1944, os membros da Waffen-SS se tornaram clara e desonrosamente culpados. Este e outros atos cruéis tiveram como conseqüência, que o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, em 1946, declarou além da SS em geral, também expressamente a Waffen-SS não apenas pelos crimes ordinários, mas também devido aos crimes contra a humanidade como ‘organização criminosa’.” [3]
“Lendas, mentiras, preconceitos” chama-se esta obra-prima. Um título mais perfeito não podiam ter encontrado.