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sexta-feira, 30 de abril de 2021

XIITAS X SUNITAS

 Por trás dessa matança existe um conflito histórico que remonta às primeiras gerações de muçulmanos. Tudo começou com uma desavença política, que sofreu uma transformação gradual nos séculos seguintes. Os dois lados adquiriram diferenças teológicas, colecionaram ressentimentos e hoje protagonizam um confronto geopolítico.  

O sucessor

Maomé recitando o Corão na Meca / Crédito: Wikimedia Commons

Para entender a disputa entre xiitas e sunitas é preciso voltar ao século 7, quando Maomé fundou o Islã. Segundo a tradição muçulmana, os seguidores do Profeta deixaram a idolatria — ou o cristianismo e judaísmo, consideradas interpretações corrompidas — para seguir Alá, o deus único.

Maomé foi perseguido em Meca, sua cidade natal, e migrou para Medina — onde fundou a comunidade islâmica unida (a umma). Lá, tornou-se um líder religioso, político e militar. E as revelações divinas feitas a ele seriam registradas no Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

O profeta nunca deixou claro quem seria seu sucessor. Quando morreu, em 632, a comunidade muçulmana tinha um belo abacaxi nas mãos. Como seria escolhido o novo líder? Que funções ele teria? Quanto duraria o mandato? Assim, surgiram dois grupos antagônicos. O primeiro, minoritário, preferia reservar a honra da linhagem profética à família de Maomé.

Seu pretendente era Ali ibn Abi Talib, genro do Profeta, casado com sua filha Fátima, diz o historiador Peter Demant, autor de O Mundo Muçulmano. “Para a segunda corrente, porém, qualquer fiel poderia ser candidato, desde que fosse aceito por consenso pela comunidade.”

O grupo menor formava o Shiat Ali, ou partido de Ali. Seus seguidores ficaram conhecidos como xiitas. A facção majoritária foi chamada de sunita (do termo Ahl al Sunna, o povo da tradição). Em meio à emergência de escolher um novo líder, o círculo íntimo dos seguidores do Profeta elegeu Abu Bakr, velho companheiro de Maomé.

Abu Bakr usou o título de califa (khalifa khalifa), uma palavra árabe que combina as ideias de sucessor e representante. Os sunitas aplaudiram a escolha, mas o xiitas protestaram: eles insistiam que Ali era o candidato legítimo.

Pouco antes de morrer, em 634, Abu Bakr apontou Umar ibn Al-Khatab como seu sucessor. As tropas de Umar expandiram o domínio do Islã pela península arábica, Egito, Síria, Palestina, Mesopotâmia e parte do Cáucaso. Em seu leito de morte, Umar nomeou um conselho para decidir quem seria o terceiro califa. E o escolhido foi Uthman ibn Affan, membro de uma família grã-fina de Umaya, em Meca.

Uthman derrotou a Pérsia e ampliou ainda mais os domínios do califado, mas os conflitos internos minaram seu governo. As tribos nômades o identificavam com os privilégios dos aristocratas que Maomé havia combatido. A crise desbancou para uma guerra civil e rebeldes muçulmanos assassinaram Uthman em 656, abrindo espaço para que Ali — o preferido dos xiitas — se tornasse califa.

“Quando Ali finalmente assumiu, as divisões eram profundas demais para que ele conseguisse impor sua autoridade”, diz DemantAli foi assassinado 5 anos depois, em 21 de Ramadã de 40 pelo calendário islâmico (ou 29 de janeiro de 661 pelo cristão). Os xiitas apoiaram a posse de Hassan, filho de Ali, mas o jovem cedeu ante a oposição de Muawiya ibn Abu Sufyan, governador da Síria.

Muawiya fundou então a primeira dinastia de califas: a dos omíadas, sunitas. Os sunitas reconheceram o reinado dos 4 primeiros califas — os Reshidun (os retamente justos). Para os xiitas só o reinado de Ali foi legítimo

A mutação do conflito

A proporção entre os dois segmentos xiitas e sunitas ao redor do mundo / Crédito: Arquivo AH

Nos séculos seguintes, a divisão passou a incluir também agravos e diferenças teológicas. E essas mudanças começaram a tomar forma em 680. Foi quando Hussein, filho caçula de Ali e neto de Maomé, comandou uma rebelião xiita para impedir que o califa omíada Yazid assumisse o trono. Hussein foi degolado e seus aliados acabaram mortos na Batalha de Karbala, no atual Iraque.

“O tratamento dado a Hussein motivou ressentimentos entre os xiitas. A celebração de seu assassinato durante a Ashura (o décimo dia do mês de Muharran) se tornou um período emotivo no qual a comunidade xiita compartilha seu sofrimento”, diz Yvonne Haddad, professora de História do Islã na Universidade de Georgetown.

A tragédia também ajuda a entender por que os xiitas valorizam tanto a noção de martírio. Segundo Haddad, a principal distinção entre os grupos vem de sua visão de mundo. Sunitas acreditam que o Corão é a palavra eterna de Deus que coexistia com Ele antes da Criação.

Já para os xiitas, o Corão foi criado no tempo e passou a existir quando Deus se revelou à humanidade. Isso faz toda a diferença na maneira como eles leem o livro sagrado.

“Xiitas consideram que precisam ser guiados para interpretar o Corão na vida diária, pois o livro depende da época e do lugar. Assim, precisam um imã (líder religioso) para ajudá-los a entender a mensagem do Corão”, diz Haddad. “Os sunitas, por sua vez, acreditam que a palavra de Deus é a mesma e vale para qualquer tempo e lugar. Portanto, as opiniões dos clérigos sunitas não são tomadas muito seriamente. E aqueles que clamam por um retorno às interpretações originais são levados muito a sério. Sunitas tendem a ser mais doutrinários.”

Os dois grupos também seguem diferentes coleções de Hadith, as narrativas sobre atos e palavras do Profeta. Isso porque cada lado confia em narradores diferentes. Sunitas preferem aqueles que eram próximos de Abu Bakr, enquanto os xiitas confiam nos que pertenciam ao grupo de AliAisha, por exemplo, é considerada uma fonte importante pelos sunitas e desprezada pelos xiitas por ter lutado contra Ali.

Cisma cristão e mulçumano

Católicos defendiam que a Igreja tinha o poder de definir o que é o cristianismo, enquanto os protestantes deixavam essa decisão na mão dos indivíduos. No caso do cisma muçulmano, a discussão é um pouco diferente. Sunitas creem que a autoridade está calcada na tradição, isto é, nas práticas do Profeta e de seu círculo íntimo tal como eles a definiram.

Já para os xiitas a autoridade está nas “fontes de emulação” — os líderes supremos da hierarquia religiosa xiita, como os aiatolás. Sunitas também consideram que o imã é simplesmente a pessoa que lidera a congregação, como o pastor dos cristãos.

Já para os xiitas, o termo Imã (com letra maiúscula) assumiu um significado totalmente diferente. Ele se refere aos verdadeiros sucessores espirituais do Profeta Maomé, começando por Ali. Os xiitas veem os Imãs como uma espécie de santos — o que para muitos sunitas é uma verdadeira heresia.

Além disso, os xiitas cultivam uma expectativa messiânica sobre a vinda do Mahdi (Redentor), o que não se observa tanto na outra corrente. Ou seja: os sunitas são ancorados no passado, ao passo que os xiitas são mais experimentadores e olham mais para o futuro.

O título de aiatolá, aliás, é bastante recente. E — veja só que ironia — acaba reproduzindo no Islã xiita a estrutura do clero cristão.

“Os líderes do Irã já dotaram seu país dos equivalentes de um pontificado, de um colégio de cardeais, um conselho de bispos e, principalmente, de uma inquisição, coisas que eram todas alheias ao Islã”, diz o historiador britânico Bernard Lewis, da Universidade de Princeton, EUA. “É possível que acabem provocando uma Reforma.”

Assassinos: os avós dos terroristas

Hassan i-Sabbah, gravura do século 19 / Crédito: Wikimedia Commons

O martírio é uma noção fundamental entre as seitas xiitas. Mas nenhuma delas levou a ideia tão a sério quanto a Ordem dos Assassinos, que espalhou o terror na Pérsia e na Síria nos séculos 11 e 12. Seus integrantes eliminavam gente graúda: monarcas, ministros, generais e religiosos — do bando rival, claro.

“O inimigo era o sistema político, militar e religioso sunita. Os assassinatos eram planejados para aterrorizá-lo, enfraquecê-lo e, finalmente, derrubá-lo”, diz o historiador Bernard Lewis no livro Os Assassinos.

Executar a vítima significava um ato de devoção e envolvia um belo ritual. Segundo os relatos do explorador Marco Polo, que esteve na Pérsia em 1273, os chefes da seita ofereciam haxixe aos jovens convocados para matar — daí o nome Haxaxin, que depois derivou para Assassinos. A droga lhes dava um gostinho antecipado das delícias do Paraíso.

É que nenhum deles esperava sair vivo da missão. “Depois de matar, os Assassinos não tentavam fugir nem cometiam suicídio. Eles esperavam morrer na mão dos inimigos”, diz Lewis. Sempre usavam a adaga em vez de veneno ou armas de arremesso, o que tornava a operação muito mais arriscada.

Atacavam em mesquitas, mercados ou palácios, agiam sob absoluto sigilo e muitos se vestiam de mulher para garantir o sucesso da emboscada. O fundador da seita teria sido o persa Hassan i-Sabah, conhecido como Velho da Montanha. Ele teria recrutado os primeiros Assassinos depois de se converter ao ramo ismaelita do xiismo no século 11 — época em que o Oriente Médio foi invadido pelos cruzados.

Disputa virou geopolítica

Atualmente, os sunitas representam cerca de 90% do Islã e os xiitas, 10%. A velha rixa é travada por governos cujos interesses vão além da tradição religiosa. “O que vemos hoje é um conflito geopolítico”, diz o escritor Reza Aslan, especialista em história do Islã. Para ele, há dois polos de influência no mundo islâmico: Arábia Saudita (sunita) e Irã (xiita).

“Vemos diversos grupos fundamentalistas, como os sunitas da Al Qaeda e Estado Islâmico, que acusam os xiitas de serem infiéis. A primeira, que deu origem ao segundo, veio da Arábia Saudita, que enxerga o Irã como a principal ameaça”, diz .

A violência tem história. Nos primeiros séculos do Islã, houve guerras massivas. “Nos séculos 7 e 8, os omíadas construíram um império sunita. E quem não fosse sunita era massacrado”, diz Aslan. “No século 8, os abássidas assumiram o poder. Eles descendiam de Maomé através de Fátima (filha do Profeta e mulher de Ali). Eram xiitas. E seu império massacrou sunitas.”

O Iraque, dividido entre as duas alas, virou palco perfeito para o renascimento do embate, com o Estado Islâmico retomando o papel de extirpador de xiitas desses impérios históricos.

EDUARDO SZKLARZ

1º DE MAIO - UMA DATA SOCIALISTA

 

Não se trata do "dia do trabalho", e sim do "dia de luta do trabalhador", reforça historiador 

Foi em Porto Alegre, capital gaúcha, que ocorreu em 1892 a primeira comemoração do 1° de Maio em praça pública no Brasil. O evento foi realizado um ano depois de a Segunda Internacional Socialista decidir que seria um dia de luta em todos os países. Quem lembra este fato é o historiador Raul Carrion. Ele acrescenta, ainda, que este ano completam 70 anos do assassinato — em Rio Grande, pela Polícia — de quatro lideranças operárias ligadas ao Partido Comunista do Brasil. Em uma manifestação de 1° de Maio, eles lutavam pela reabertura da União Operária de Rio Grande, que havia sido fechada oito meses antes pelo ministro da Justiça.

No episódio, foram mortos a tecelã Angelina Gonçalves, o portuário Honório Couto, o ferroviário Osvaldinho Correia e o pedreiro Euclides Cunha. Outro grande líder operário e vereador comunista Antônio Rech foi baleado na coluna e ficou paraplégico. Também foram baleadas outras lideranças operárias, entre as quais os operários Osvaldino Borges Dávila e Amabílio dos Santos. Na ocasião, governava o Rio Grande do Sul o ex-juiz e ex-promotor Walter Jobim, do PSD, avô do ex-ministro Nelson Jobim.

Logo após a morte dessas lideranças, os operários assassinados foram enterrados num grande féretro em que os trabalhadores em caminhada usaram suas golas levantadas para simbolizar o apoio àqueles mártires e às suas causas. Cerca de 5 mil pessoas participaram do cortejo. “Isto nos mostra, em primeiro lugar qual o significado histórico, simbólico, dos primeiros de maio, algo que de certa forma, talvez até por desconhecimento, esteja se perdendo”, ressalta Carrion.

As origens

Por isso, reafirma Carrion, ao contrário do que se diz, o 1° de Maio não é o dia do trabalho, um feriado festivo, onde patrões e operários confraternizam. Mas, o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Sua origem está na luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho. No século XIX, início do século XX, era de 16, 14, 12 horas de trabalho diárias. Sem direito a descanso remunerado, sem direito a férias, aposentadoria, seguro acidente ou seguro doença. Com o surgimento em 1864, sob a inspiração de Karl Marx da Associação Internacional dos Trabalhadores, a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias se tornou a principal bandeira da classe operária mundial.

Os trabalhadores norte-americanos, aprovaram, então, a realização de uma grande greve geral pela jornada de oito horas. Como diziam eles, sem distinção de sexo, ofício ou idade. E marcaram a data de 1° de maio de 1886. A greve se iniciou na data marcada, se estendeu a mais de cinco mil fábricas e a cerca de 240 mil trabalhadores. Em muitos lugares os patrões cederam, reduziram a jornada de trabalho. Porém em Chicago, que era a segunda maior cidade dos EUA, houve um grave confronto. Já dias antes, a chamada livre imprensa colocou-se a serviço dos patrões e nos dias que antederam a greve, o Chicago Times, por exemplo, dizia: “A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo”.


Em maio de 1886, trabalhadores norte-americanos deflagaram uma grande greve geral pela jornada de oito horas; em muitos lugares, os patrões cederam; porém, em Chicago, houve grave confronto / Reprodução

Logo, a greve atingiu grandes proporções em Chicago. Sucederam-se grandes atos de rua e, além dos confrontos que foram ocorrendo, no dia 4 de maio os trabalhadores foram atacados com grande violência pela polícia. Foram mortos e feridos dezenas deles. Foi declarado estado de sítio, os sindicatos foram fechados, e milhares de operários presos pelo crime de defenderem oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de estudo.

Não satisfeitos com essa repressão violenta, os patrões exigiram ainda o julgamento e a condenação dos líderes do movimento. Foi montada então uma farsa jurídica e selecionadas oito das principais lideranças grevistas. Na sua maioria anarquistas. Destes, sete foram condenados à morte e um deles a 15 anos de prisão. Pouco depois, outros dois tiveram suas penas de morte transformadas em prisão perpétua. Terminado o processo, que demorou um certo tempo, em fins de 1887, quatro deles – Spies, Fischer, Engels e Parsons, foram enforcados, o quinto apareceu morto na sua cela. Seis anos depois, o processo foi anulado por conta de todas as suas irregularidades e os três que ainda estavam presos foram libertados.

Em 1891, a II Internacional Socialista, aprovou no Congresso de Bruxelas que no dia 1° de Maio haveria demonstração única para todos os trabalhadores, de todos os países, com caráter de afirmação de luta de classes e reivindicação de oito horas de trabalho. Em os primeiros de maio que se seguiram houve greves, manifestações, choques com a polícia, e não era feriado.

Isto levou a uma situação em que as próprias elites burguesas decidiram que o melhor caminho seria tirar este caráter de luta, revolucionário, do 1° de Maio. E procuraram, nos diversos países, transformar em feriado que denominaram Dia do Trabalho e, desta forma,  procurar que estas mobilizações que se davam com grande combatividade fossem transformadas em meras festas.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Qual a origem dos sobrenomes italianos?

 Pesquisador e professor de linguística, Ciro Mioranza dedicou grande parte de seu trabalho a estudar seus antepassados vindos da Itália. Bisneto de italianos, o autor natural do Travessão Alfredo Chaves, em Flores da Cunha, utilizou uma característica bem específica para investigar a história da imigração e entender suas origens: os sobrenomes italianos – e, claro, seus significados.

Esse é o mote do livro “Filius Quondam”, lançado originalmente em 1996. A expressão latina que dá nome à obra significa “filho do outrora”, “filho do que já se foi”, “filho do finado”. No tempo medieval, a expressão era muito utilizada para se referir a alguém cujo pai já havia morrido, o que era comum devido à baixa expectativa de vida: “Paulus filius quondam”, por exemplo, seria algo como “Paulo filho do falecido” – quando o pai ainda estava vivo, se usava o nome dele em lugar da expressão “quondam”. 
Na obra, são explicadas origens muitas vezes jocosas ou que vêm de características físicas e profissões, como as dos sobrenomes Ferrari (ferreiro), Soldati (soldado), Rossini (ruivinho) e Malatesta (cabeça malvada). Também traz verbetes analisando alguns nomes separadamente e uma lista com os 8.103 municípios italianos.
O livro não é um dicionário de nomes, mas uma análise que bebe da linguística, antropologia, sociologia, geografia, história e psicologia. Ele explica como os sobrenomes italianos foram construídos ao longo do tempo, influenciados pelo latim, as invasões bárbaras, o contato com outros povos e a Idade Média. 
Em 1997, sim, viria a obra “Dicionário de Sobrenomes Italianos”, com mais de 25 mil itens, reunidos ao longo de 12 anos por Ciro, que chegou a ler listas telefônicas de três capitais brasileiras à procura deles. Entre os mais famosos, estão Di Caprio (Criador de Cabras) e Fittipaldi (Filho do Guerreiro); os mais curiosos têm Mozzaquatro (Estrangula Quatro) e Sbroiavacca (Estraçalha Vaca).
Foi entre os séculos IX e XV que os atuais sobrenomes foram criados e, através do trabalho de Ciro, é possível quantificá-los: cerca de 37% deles vieram de nomes próprios (como Marco Polo) e outros 37% de locais (como Da Vinci), além de profissões (15%) e apelidos (11%). Seja qual for a origem, o autor ajuda a mostrar que a cultura italiana segue viva e, como seus sobrenomes, será passada de geração em geração.

Dividindo para Conquistar ou Dividir et Impera.


Em política e sociologia, dividir para conquistar é o mesmo que (dividir para reinar), que consiste em ganhar um lugar através da fragmentação das maiores concentrações de poder. Onde se concentra o maior poder? das (massas, do povo, das populações), impedindo que se mantenha individualmente.
Isso quer dizer basicamente o seguinte : o conceito refere-se a uma estratégia que tenta romper as estruturas de poder existentes e não permita que grupos maiores ou menores se juntem e se unam contra o estado.
Esse conceito foi ultilizado pelo governante Romano César (dividir et impera), Felipe ll da Macedônia e o Imperador Napoleão ( divide ut regnes). Também há o exemplo de Aulio Gabínio, que repartiu a nação judaica em cinco convenções, conforme relatado no livro l, de A Guerra do Judeus (De Bello Judaico), do historiador Flávio Josefo. ( 1) Em Geografia, 8. 7.3, Estrabão relata que a Liga Aqueia foi gradativamente dissolvida sob a posse romana da Macedônia, porque eles não lidavam com todos os estados da mesma maneira e forma.
Na era moderna, Traiano boccalini, em La bilancia política, cita, "Divide et Impera" como um princípio comum na política. O uso desta técnica refere-se ao controle que o soberano possuí sobre as populações ou facções de diferentes interesses, que juntas poderiam ser capazes d se opor ao seu governo. Sendo assim, os governantes precisam evitar que os diferentes grupos e populações se entendam; pois uma união poderia causar uma oposição fortemente perigosa em conjunto.
Maquiavel cita uma estratégia militar parecida no livro IV de a Arte da Guerra (Dell" Arte Della Guerra), dizendo que um capitão deve se esforçar ao máximo para dividir as forças do inimigo. Seja fazendo-o desconfiar dos homens que confiava antes, ou lhe dando-lhes motivos para separar suas forças, enfraquecendo-as.
A estratégia de divisão e regra tem sido atribuída aos soberanos, desdo tempos que variam de Luiz XI para Habsburgos, até os tempos de hoje, (2021), e isso nunca mundou.
Edward Coke denuncia no Capítulo l da Quarta Parte dos Institutos, relatando que quando foi exigido do Lordes e Comuns que poderia ser um dos principais motivos para que eles tenham um bom sucesso no Parlamento, foi respondido o seguinte por, "Eritis Insuperabilis, Si Insuperabilis fueritis Explosum Est iIlud Deverbium. "Especulação- Eu" (Imperialismo).
Dividir, e Impera, cum radix & Impera vértice em obedientium consenso rata sunt ( você seria insuperável se eram inseparáveis.
Este provérbio "Dividir para Reinar" foi rejeitada, uma vez que a raiz e o ápice da autoridade são confirmadas pelo consentimento dos sujeitos.
Em palavras mais claras e objetivas, por uma (nação totalmente alienada, condicionada e fragmentada pela divisão das massas), em obediência cega e a favor de seus governantes.
Por outro lado, em uma variação menor, Sir Francis Bacon escreveu a frase "Separa et Impera" em uma carta a James l. Em 15 de Fevereiro de 1615 James Madison fez esta recomendação em uma carta a Thomas Jefferson de 24 de outubro de 1787, que sintetiza a tese de o Federalista "Divide et Impera", o reprovado axioma da tirania, é sob certas (algumas) qualificações, a única política pela qual uma república pode ser administrada em princípios justos. Sim é vero.!
Em paz perpétua, um esboço filosófico por Immanuel Kant em (1795), apêndice um, "Divide et Imper" é a terceira das três máximas políticas, sendo as outras "Fac et Excusa" (agir agora, pedir desculpas mais tarde) e "Si Ficisti" negar (quando você comer um crime, nega-lo).
Os elementos que envolvem estas técnicas:
Criar ou estimular divisões entre os indivíduos com o objetivo de evitar alianças que poderiam desafiar o soberano, em outras palavras; eles querem sempre que as massas permancem sempre dívididas e desunidas em eternos conflitos ideológicos e partidários.
Auxiliar, promover e dá poderes políticos para aqueles que estão dispostos a cooperar com os soberanos e as elites.
Fomentar inimizades e desconfianças entre os governos e políticos locais.
Estimular gastos sem sentido que reduzam a capacidade de gastos políticos e militares.
Historicamente, esta estratégia é ultilizada de diferentes maneiras pelos "impérios, dinastias; políticos, mídias", concentrados e centralizados em um único poder, que buscaram expandir seus negócios e territórios.
O conceito também é mencionado como uma estratégia de ação do mercado e na economia para obter o máximo dos consumidores e jogadores, tendo como público alvo as massas.
Por fim; "Esquerda vs Direita" são um teatro de divisão. Para as elites criarem uma divisão entre as massas para que elas não se unam.!
ESSA TESE NÃO SERVE PARA O BRASIL, JÁ QUE HÁ MAIS DE 30 ANOS SÓ TEMOS ESQUERDA E DIREITA DA ESQUERDA. PODE SERVIR PARA EXPLICAR O DIVIDIR PARA CONQUISTAR O COMANDO TOTRAL DA SOCIEDADE.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

“Holocausto judeu” – O que aconteceu realmente

 

O “Holocausto” foi o sistemático extermínio executado de forma industrial de 6 milhões de judeus europeus realizado pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Pelo menos isso é fato consumado para a maioria das pessoas. Quem duvida é ameaçado com o código penal em diversos países europeus. Porém, quem tenta impor aos outros sua opinião através da força da lei, levanta a suspeita de que seus argumentos se esgotaram e sua defesa só pode ser feita através da violência. Divulguem!!

Para descobrir qual lado está certo ou, ao menos, se aproxima mais da verdade, precisamos, inicialmente, examinar os documentos contemporâneos alemães.

Até 1941: O governo do Reich fomenta a emigração judaica

A política para a Questão Judaica do NSDAP (Partido Nacional-Socialista do Trabalhador Alemão) visava, desde o início, de forma consequente, reduzir a influência judaica na Alemanha, estimulando o maior número possível de judeus alemães a emigrar. Para o primeiro objetivo, serviram as numerosas leis promulgadas a partir de 1933, que limitavam a parcela de judeus como advogados, médicos, etc., por meio de cotas máximas e estreitaram os direitos econômicos e políticos dos judeus. Isto aconteceu até 1938, sem emprego de violência. Até a “Noite de Cristal”, a 9 de novembro de 1938, nenhum judeu foi internado em um campo devido à sua origem. Quando judeus ficaram detidos em um campo de concentração (KL), então isto aconteceu porque eram opositores políticos militantes do Regime-NS (ou porque eram criminosos).

Para fomentar a emigração judaica, os nacional-socialistas cooperavam, estreitamente, com organizações sionistas que estavam interessadas na emigração de judeus alemães para a Palestina. Esta cooperação foi documentada por vários autores, como Edwin Black [20], Francis Nicosia [21] e Ingrid Weckert [22].

Como os britânicos criavam obstáculos à imigração judaica para a Palestina, esta ocorreu de forma muito lenta e a maioria dos judeus preferiu, de qualquer modo, outros países de emigração, por exemplo, os EUA. Porém também estes países criaram obstáculos à imigração judaica.

A 26 de agosto de 1938, cinco meses após o Anschluss (anexação da Áustria à Alemanha), foi criado em Viena uma “Repartição Central para a Emigração Judaica”, sob a direção de Adolf Eichmann. A 11 de fevereiro de 1939 seguiu-se a fundação de uma “Central do Reich para Emigração Judaica”, em Berlim [23], conduzida por Reinhard Heydrich e, a 15 de julho de 1939, após a criação do Protetorado da Boêmia e Morávia, Eichmann recebeu a ordem de Göring para instalar também em Praga uma Repartição Central desta natureza. [24]

Com a campanha na Polônia, um grande número de judeus poloneses ficou sob o domínio alemão, de maneira que a “Questão Judaica” não mais podia ser solucionada pela emigração. A 24 de junho de 1940, Heydrich escreveu ao Ministro das Relações Exteriores, Joachim Ribbentrop: [25]

“Desde a incumbência da tarefa através do meu departamento em 1 de janeiro de 1939, emigraram até agora mais de 200.000 judeus da área do Reich. O problema global – trata-se já de ao todo 3,25 milhões de judeus nas áreas sujeitas à soberania alemã atual – porém, não mais pode ser solucionado pela emigração. Será necessária, portanto, uma solução final territorial.”

A “Solução Final da Questão Judaica” era, portanto, de natureza territorial!

A placa acima está à vista hoje em Berlim-Charlottenburg, Meinekestraße 10, e homenageia o Departamento Palestina da Agência Judaica que atuou no local até o final de 1941. Neste Departamento Palestina, a “Jewish Agency” liderava um conjunto de 30 outras organizações sionistas para imigração dos judeus. Ou seja, aquelas organizações que há mais de 60 anos organizam o holo-estelionato, operaram a imigração dos judeus a partir da capital do Reich até o final de 1941. Todavia, a historiografia oficial alega que neste mesmo período já estaria ocorrendo o suposto extermínio. Esta contradição não deixa de ser mais uma evidência: não existia um plano de extermínio, mas sim um plano de deportação.

As Deportações em Massa para as áreas ocupadas do Leste

Inicialmente, a cúpula nacional-socialista analisou a concretização do Plano Madagascar, concebido já em 1885 pelo político prussiano Paul Lagarde e abordado após a Primeira Guerra Mundial, em círculos anti-judaicos de vários países europeus, que previa a mudança dos judeus europeus para Madagascar. [26] Todavia, este plano não pôde ser concretizado porque faltavam navios e os ingleses controlavam as vias marítimas. Ao invés disso, os judeus deveriam ser agora deslocados para as regiões soviéticas ocupadas do Leste, através do Governo Central (Nota: Generalgouvernement = governo do Reich na Polônia). O novo curso da política judaica do NS foi comunicado aos quadros mais elevados do partido durante a Conferência de Wannsee, a 20 de janeiro de 1942. No protocolo da conferência constava, entre outras considerações: [27]

“Por ordem do Marechal do Reich [Göring] foi instalada em janeiro de 1939 uma Central do Reich para a Emigração Judaica, cuja direção ficou a cargo do Chefe da Polícia de Segurança e do SD [Heydrich]. […] Neste ínterim, o Reichsführer e o Chefe da Polícia Alemã [Himmler], tendo em vista os perigos de uma emigração durante a guerra e considerando as possibilidades do Leste, a emigração dos judeus acabou sendo proibida. Ao invés da emigração, surgiu agora uma outra possibilidade de solução consoante correspondente prévia autorização pelo Führer, relativa à evacuação dos judeus para o Leste.”

Quanto ao persistente mito, segundo o qual durante a Conferência de Wannsee ficou decidido o extermínio dos judeus, o historiador israelita Yehuda Bauer, já em 1992, aplicou o tiro de misericórdia; ele escreveu então: [28]

“O público continua a repetir, como antes, de forma incansável, a história disparatada que o extermínio dos judeus teria sido determinado em Wannsee.”

A 10 de fevereiro de 1942, Fritz Rademacher, dirigente do departamento judaico no Ministério do Exterior, em uma carta ao enviado Harald Bielfeld, comunicava o seguinte: [29]

“Em agosto de 1940, entreguei a V.Sa., para seus autos, o plano desenvolvido pelo meu Setor para a solução final da questão judaica, pelo qual a Ilha de Madagascar, reivindicada pela França no Contrato de Paz, deveria ser entregue à concretização da tarefa. Porém, a realização prática da tarefa deverá ser transferida para o Departamento de Segurança do Reich. […] A guerra contra a União Soviética neste ínterim criou a possibilidade de serem disponibilizados outros territórios para a solução final. Assim sendo, o Führer decidiu que os judeus não mais serão expulsos para Madagascar, porém para o Leste. Madagascar, portanto, não mais precisa ser considerada para a solução final.”

As primeiras deportações para o leste já haviam sido realizadas há três meses, em novembro de 1941. Para o período de 8 de novembro de 1941 até 28 de novembro de 1942, estão ocupados 66 transportes, com os quais foram deslocados, no mínimo, 66.210 judeus alemães, austríacos e tchecos para as Regiões do Leste. Destes transportes, 40 chegaram até a Rússia Branca, 23 para a Letônia e dois para a Lituânia, e um para Estônia. [30]

Um dos primeiros historiadores do Holocausto, o autor judeu britânico Gerald Reitlinger aborda amplamente estas deportações em seu livro, Die Endlösung (A Solução Final). [31] Do ponto de vista da história oficial, estas são totalmente inexplicáveis, pois segundo esta versão, a partir de dezembro de 1941 foram postos em operação seis campos de extermínio. Em outubro e novembro de 1942, quando foram realizados os últimos desses transportes, de acordo com os historiadores do Holocausto, todos os seis campos de extermínio estavam operando em regime máximo. Por que, então, estes 66 transportes foram enviados para a Região do Leste ao invés de serem encaminhados para uma dessas instalações de extermínio? Os historiadores do Holocausto não conseguem dar uma resposta a estas perguntas elementares.

Um número bem maior de judeus não foi diretamente deslocado para as Regiões do Leste, mas sim, após uma curta permanência, estes judeus foram transferidos para campos transitórios, equipados com instalações de banho e desinfecção assim como barracas para armazenar os bens tirados das pessoas deportadas. Estes campos transitórios eram:

• Chelmno (em alemão Kulmhof) a noroeste de Lodz (naquela época Litzmannstadt) em Warthegau, uma região polonesa antes da guerra e após a destruição do estado polonês, anexado pela Alemanha

• Os campos de Belzec, Sobibor e Treblinka, situados a Leste do Governo Geral.

De acordo com a historiografia do Holocausto, estes campos eram “puros campos de extermínio“. A expressão “Vernichtungslager” (campos de extermínio) origina-se, todavia, do vocabulário de propaganda dos aliados e não é encontrada em nenhum documento alemão do período da guerra. As documentações recebidas contradizem, de modo inequívoco, a tese ortodoxa de “campos de extermínio”.

• Em 17 de março de 1942, Fritz Reuter, funcionário na Repartição do Governador Geral do Distrito de Lublin, redigiu uma observação na qual fez referência a um entendimento que teve no dia anterior com o SS-Hauptsturmführer Hermann Höfle, o encarregado da transferência dos judeus no Distrito de Lublin, tendo escrito, entre outros: [32]

“Ao final, ele [Höfle] esclareceu que poderia acolher diariamente de 4 a 5 transportes de 1.000 judeus cada com a estação de destino Belzec. Estes judeus atravessariam a fronteira e nunca mais retornariam ao Governo Geral.”

• Em 28 de julho de 1942 escreveu Albert Ganzenmüller da Ferrovia Federal (do Reich) para o Ajudante de Ordens de Himmler, o SS-Obergruppenführer Karl Wolff: [33]

“Desde 22.7. diariamente passa um trem com 5.000 judeus de Varsóvia sobre Malkinia até Treblinka”.

Em 13 de agosto, Wolff respondeu:

“Com especial alegria tomei conhecimento do seu comunicado no sentido de que, já há 14 dias, um trem com 5.000 membros do povo eleito se desloca até Treblinka e desta maneira estamos em condições de realizar este movimento populacional em um prazo mais acelerado.”

• Em 5 de julho de 1943, Himmler ordenou, através de uma circular ao Órgão Administrativo de Economia da SS e a sete outros destinatários: [34]

“O campo transitório Sobibor, no Distrito de Lublin, deverá ser transformado em um campo de concentração. No campo de concentração deverá ser instalada uma estação para desarmamento de munição conquistada.”

Os historiadores do Holocausto esclarecem tais documentos sensíveis a eles, que os Dirigentes NS, até mesmo na sua correspondência secreta, teriam usado uma “linguagem camuflada”, na qual a palavra “Durchgangslager” (campo transitório) é uma palavra em código para “campo de extermínio”, a expressão “Bevölkerungsbewegung” (deslocamento populacional) é uma palavra de código para “extermínio” e “über die Grenze kommen” (atravessar a fronteira) é uma palavra de código para “ter sido exterminado”!

Como diria S.E. Castan, “o holocausto judeu é um vale-tudo!” – NR.

Esclarecimentos sobre a extensão das deportações são revelados em um documento-chave, o chamado Relatório Korherr, de abril de 1943, de acordo com o qual, até o fim de 1942, ao todo 1.274.166 judeus foram transportados “através dos campos do Governo Geral”, bem como 145.301 judeus “atravessaram os campos de Warthegau”. [35] Um documento que passou a ficar conhecido somente no ano de 2001, a “Mensagem Radiofônica de Höfle”, confirma o número global de 1.274.166 até o fim de 1942 de judeus que chegaram nos campos no Governo Geral”, e fornece esclarecimento no sentido de que destas pessoas deportadas, 24.733 foram encaminhadas para “L.” (Lublin-Majdanek), 434.508 para “B.” (Belzec) e, 101.370 para “S.” (Sobibor), bem como 713.555 para “T.” (Treblinka). [36] Isto vem comprovar que o campo de Lublin-Majdanek, fundado como campo de concentração regular, temporariamente possuía uma função adicional como campo transitório, ou seja, de passagem.

Enquanto que Chelmno e Belzec foram fechados no fim de 1942, Treblinka e Sobibor continuaram ainda até o outono de 1943.
Em 1943, no máximo 86.000 judeus chegaram em Treblinka [37] e no máximo 69.000 chegaram em Sobibor. [38] Finalmente, também Auschwitz, paralelamente com a sua função como campo de trabalho e de internamento, serviu – ao menos temporariamente – como campo de transição. O número dos judeus transferidos de Auschwitz para as regiões do Leste foi de cerca de 354.000. [39]

No seu livro intitulado Sobibor, Propaganda do Holocausto e a Realidade, Jürgen Graf, Thomas Kues e Carlo Mattogno apresentaram um exaustivo número de comprovações sobre a presença de judeus franceses, belgas e dos Países Baixos nas regiões ocupadas do Leste. De acordo com o registro ortodoxo histórico do Holocausto, não teriam chegado judeus desses países nas regiões do Leste. [40]

Os três autores formulam a hipótese de que o Regime Soviético, após ter libertado do domínio alemão aqueles judeus ocidentais que sobreviveram as duras condições da guerra, teria negado o retorno destes por razões políticas. [41]

Nós nos satisfazemos aqui com dois exemplos da presença de judeus ocidentais em regiões onde nunca poderiam ter chegado, de acordo com o registro histórico ortodoxo:

Herman Kruk, um bibliotecário judeu de Wilna, na Lituânia, registrou em 16 de abril de 1943 no seu diário que, de acordo com rumores, 19.000 judeus holandeses haviam chegado na pequena cidade lituana chamada Vievis, onde havia um campo de trabalho. A 30 de abril ele mencionou u um grande número de detalhes que comprovam que, de modo algum, se tratava de boatos: na estação ferroviária de Wilma estavam parados vagões com objetos que pertenciam a judeus holandeses; nas gavetas, a população local teria encontrado documentos holandeses. [42] Não se consegue vislumbrar a menor razão por que Kruk teria inventado esta história.

Em abril de 1944, o jornal comunista francês clandestino Notre Voix publicou o seguinte: [43]

“Muito obrigado! Uma notícia que alegrará todos os judeus da França foi difundida pela Rádio Moscou. Quem de nós não teve um irmão, uma irmã, um parente entre aqueles que foram deportados de Paris? E quem não sentirá uma alegria profunda quando pensar que 8.000 judeus parisienses foram salvos da morte pelo glorioso Exército Vermelho? Alguns deles detalhou na Rádio Moscou como foi poupado da morte, da mesma forma como 8.000 outros judeus parisienses. Todos se encontravam na Ucrânia, quando se iniciou a última ofensiva soviética e os bandidos da SS queriam fuzilar todos antes de abandonarem o país. Mas como não sabiam o que o destino lhes reservava e como souberam que as tropas soviéticas não mais estavam distantes, os judeus deportados resolveram fugir. Eles foram imediatamente recebidos pelo Exército Vermelho e todos encontram-se atualmente na UdSSR.”

Como também neste caso não se pode vislumbrar a menor razão por que o jornal clandestino tivesse que inventar esta história (motivos propagandísticos são aqui dispensados, porque a presença de judeus franceses na Ucrânia não podia ser aproveitada pela propaganda), consideramos este artigo, da mesma maneira como o diário de Herman Kruks, como indícios bastante fortes no sentido de que supostamente judeus franceses “gaseados” em Auschwitz ou Sobibor tivessem sido encaminhados dali para as regiões do Leste. Isto confirma a tese revisionista, de acordo com a qual Sobibor era um campo de transição e Auschwitz, além de sua função como campo de trabalho, também possuía a função de um campo de transição Quaisquer indícios no sentido de que ao menos uma parcela desses judeus holandeses e franceses, tivesse retornado à sua pátria, não estão presentes. Isto demonstra a autenticidade da tese, formulada por Graf, Kues e Mattogno que os soviéticos negaram o retorno à pátria aos judeus ocidentais deportados.

Desde o lançamento deste livro, o pesquisador sueco Thomas Kues coletou material adicional sobre o tema a cerca dos judeus ocidentais nas regiões do Leste ocupado, que teriam sido “mortos por gás em campos de extermínio”. [44] Progressivamente, os revisionistas subtraem dos historiadores ortodoxos o seu último argumento aproveitável: mas o que aconteceu, então, com os judeus desaparecidos se não foram mortos nas câmaras de gás?

As Deportações para os Campos de Concentração

Paralelamente à deportação dos judeus para as regiões do Leste, a política judaica do Nacional Socialismo, a partir do início de 1942, tinha em mente um segundo objetivo: a exploração da força de trabalho judaica. Ao final de janeiro de 1942, Himmler escreveu para o Inspetor de KL, Richard Glücks: [45]

“Prepare-se para receber nos campos de concentração durante as próximas quatro semanas 100.000 judeus homens e até 50.000 judias. Extensas ordens e tarefas na área econômica serão repassadas nas próximas semanas aos campos de concentração.”

A 30 de abril de 1942, o SS-Obergruppenführer Oswald Pohl, responsável pelo Órgão Administrativo Econômico da SS, expressou em uma carta para Himmler: [46]

“A guerra trouxe uma visível alteração na estrutura dos campos de concentração, tendo modificado na raiz a sua tarefa em relação ao emprego dos detentos. A multiplicação de detentos exclusivamente devido a razões de segurança, educacionais ou preventivas não mais se encontra em primeiro plano. O foco se alterou para as questões econômicas. A mobilização de todas as forças de trabalho dos detentos (aumento da produção de armamentos) e posteriormente para tarefas de paz, vem alcançando, progressivamente, o primeiro plano.”

A 15 de setembro de 1942 encontraram-se o Ministro do Reich Albert Speer e Oswald Pohl para uma conversa. No dia posterior, Pohl apresentou a Himmler um relatório sobre o encontro, onde, entre outros pontos, foi citado o seguinte: [47]

“O Ministro do Reich, Prof. Speer, quer assegurar, […] inicialmente em curto espaço de tempo, o emprego de 50.000 judeus capazes para o trabalho em empresas fechadas, existentes, com possibilidades de acomodação. Nós devemos conseguir as forças de trabalho necessárias para este fim, em primeiro plano, em Auschwitz, a partir do movimento de deslocamento para a região do Leste.[…] Os judeus capazes ao trabalho, destinados para o deslocamento para a região do Leste, interromperão, portanto, a sua viagem e terão de prestar trabalhos na produção bélica.”

O sentido dessas frases é inequívoco: dos judeus deportados para Auschwitz, uma parcela teria de interromper o “deslocamento para Leste” e prestar trabalhos no setor de armamento em Auschwitz; os demais foram imediatamente deportados para as regiões do Leste. Na historiografia ortodoxa, estes judeus transportados para o Leste passaram a constituir os “gaseados sem registro em Auschwitz”.

Na maior parte do tempo, a mortalidade nos campos foi assustadoramente alta. Uma grande parte dos casos de óbitos foi atribuída a enfermidades. Era especialmente temida a febre tifoide, que é transmitida pelo piolho. Para o seu combate foi usado, especialmente, o inseticida Ciclone B, contendo ácido cianídrico.

Em Auschwitz, o maior campo de concentração, grassava a febre tifoide no verão e no outono de 1942 de forma especialmente mortal. A epidemia alcançou seu ápice entre 7 e 11 de setembro, quando em média faleciam 375 detentos diariamente. Até a primeira metade de janeiro, foi possível reduzir a mortalidade para 107 mortos por dia, porém, até meados de março, a taxa aumentou novamente para 298 óbitos por dia. [48]

A taxa de mortalidade extremamente alta nos campos de concentração, a ser atribuída, especialmente, às enfermidades, mas também à alimentação e ao vestuário insuficientes, prejudicava naturalmente a sua eficiência econômica. A 28 de dezembro de 1942, o Inspetor de KL Glücks instruiu em uma circular todos os comandantes de campos: [49]

“Os primeiros médicos dos campos precisam se empenhar com todos os meios disponíveis para que reduzam os índices mortalidade nos diferentes campos . […] Os médicos dos campos, mais do que até agora, terão de supervisionar a alimentação dos detentos. […]O Reichsführer SS ordenou que a mortalidade terá de ser reduzida incondicionalmente.”

Esta ordem acabou não sendo apenas letra morta: oito meses depois, a mortalidade nos campos havia caído em mais de 80%. [50]

A 26 de outubro de 1943, Oswald Pohl anunciou uma diretriz para todos os comandantes de KL: [51]

“Em anos anteriores, no contexto das tarefas de educação daquela ocasião, não vinha ao caso se um detento pudesse prestar trabalho útil ou não. Porém, atualmente, a força de trabalho dos detentos é importante e todas as medidas dos comandantes, dirigentes do serviço de abastecimento e médicos precisam se voltar para a preservação da saúde e da capacidade de produção dos detentos.”

Nos campos ocidentais, onde as condições higiênicas eram melhores do que no Leste, as taxas de mortalidade até o fim de 1944 ficaram relativamente baixas, porém depois começaram a aparecer óbitos em massa, que eliminaram, até o fim da guerra, dezenas de milhares de vítimas. Em vista do avanço do Exército Vermelho, os campos no Leste foram evacuados e os seus ocupantes foram transferidos para o Oeste. Nos campos lotados irromperam epidemias que não puderam ser controladas. Com os bombardeiros terroristas dos aliados, a infraestrutura alemã se desintegrou, de maneira que alimentos e remédios não mais conseguiram chegar aos campos. O piloto americano, Chuck Yeager, escreveu em suas memórias que o seu esquadrão havia recebido a ordem de atirar em tudo que estivesse se movendo, porque: [52]

“A Alemanha não era tão simples de ser classificada em civis inocentes e militares. O agricultor com o seu campo de batatas alimentava tropas alemães.”

Condições especialmente terríveis foram encontradas pelas tropas britânicas que estavam chegando em abril de 1945 em Bergen-Belsen, onde se depararam com milhares de cadáveres não sepultados e detentos esqueléticos caminhando. Estas fotos devem valer na propaganda até hoje como comprovação do Holocausto. Quais eram os fatos?

O Comandante de Bergen-Belsen, Josef Kramer, havia protestado veementemente, porém em vão, que para o seu campo lotado sempre foram encaminhados novos detentos. Em Belsen expandiu-se a febre tifoide e a epidemia fazia muitas vítimas. Kramer poderia ter se aposentado em tempo hábil, mas aguardava a chegada dos ingleses e entregou-lhes o campo. Por isso, ele teve de pagar caro. Na imprensa ele foi publicamente denunciado como a “Besta de Belsen” e foi executado.

Também nos outros campos do Ocidente verificaram-se óbitos de grande parte – desproporcional – das vítimas nos últimos meses da guerra. Em Dachau, pereceram – de acordo com a documentação da administração do campo – desde início de 1940 até o fim de 1944, ao todo 12.060 Detentos, e nos primeiros quatro meses do ano de 1945 eram 15.389. [53] Ainda após a libertação do campo pelos americanos, mais de 2.000 pessoas pereceram.

Como o Holocausto, ou seja, o alegado extermínio sistemático de judeus, deve ter sido suspenso desde o fim de outubro de 1944, os óbitos em massa nos campos ocidentais de modo algum podem ser considerados como uma comprovação da tese do extermínio, sem contar que judeus nesses campos, afora de Bergen-Belsen, apenas constituíam uma minoria entre os detentos. Esta tragédia foi a consequência do colapso alemão e nada teve a ver com uma política de extermínio – muito ao contrário da guerra de bombas dos aliados contra a população civil alemã e japonesa. Somente a destruição de uma pequena cidade como Pforzheim resultou em 17.600 mortes [54] em um único dia, a 23 de fevereiro de 1945 – mais do que o número dos que pereceram em Dachau durante 1.827 dias (cinco anos).

Os Fuzilamentos no Front do Leste

Nenhum revisionista pensaria em contestar que muitos judeus foram fuzilados na frente do Leste, mas o que significa “muitos”, não pode ser esclarecido diante da falta de documentos confiáveis. (Abordaremos mais tarde ainda os Einsatzberichte / Relatórios de ação, os quais, supostamente, comprovam um massacre gigantesco).

Estes fuzilamentos eram, em primeiro plano, uma reação brutal e desproporcional contra a guerrilha, a qual violava as leis da guerra e que os soviéticos haviam criado atrás das linhas alemãs. Nesta guerrilha, os judeus – comparado com a sua proporção na população soviética – desempenharam um papel desproporcionalmente grande.

Conclusão

Durante a Segunda Guerra Mundial, os judeus sofreram bastante e tiveram que pagar com um grande número de mortos. Porém, em toda guerra as pessoas sofrem e morrem. As 250.000 pessoas que em Dresden, em uma única noite, foram queimadas vivas ou foram sufocadas sob ruínas, sofreram, da mesma maneira que os inúmeros centenas de milhares de russos que morriam de fome de 1941 até 1944 em Leningrado, cidade sitiada, e os 180.000 poloneses que morreram na repressão da Revolta de Varsóvia.

Será que o sofrimento judaico foi algo “único” como afirmam, incansavelmente, a mídia, os políticos e os historiadores? Para poder responder esta pergunta, teremos que nos voltar agora para a posição da comprovação do alegado “Holocausto”.

Alexander Calder

Capítulo 4 do livro Der Holocaust – Die Argumente

[20] Edwin Black, The Transfer Agreement, New York/London 1994
[21] Francis Nicosia, Hitler und der Zionismus, Leoni 1989
[22 ]Ingrid Weckert, Auswanderung der Juden aus dem Dritten Reich, Kollund 1994
[23] Nürnberger Dokument NG-2586-A
[24] Hans G. Adler, Der Kampf gegen die “Endlösung der Judenfrage”, Bonn 1958, p. 8
[25] Nürnberger Dokument T-173
[26] Sobre o Plano de Madagascar ver Magnus Brechtkens, “Madagaskar für die Juden”. Antisemitische Idee und politische Praxis 1885-1945, Munique 1998; bem como Hans Jansen, Der Madagaskar-Plan. Die beabsichtigte Deportation der europäischen Juden nach Madagaskar, Munique 1997.
[27] Documento de Nurembergue NG-2586-G
[28] Canadian Jewish News, 20 janeiro de 1992
[29] Documento de Nurembergue 5770
[30] Jürgen Graf, Thomas Kues, Carlo Mattogno, Sobibor. Holocaust-Propaganda und Wirklichkeit, Hastings 2010, p. 275
[31] Gerald Reitlinger, Die Endlösung. Hitlers Versuch der Ausrottung der Juden Europas, Berlin 1983, p. 100 et seq.
[32] Instituto Histórico Judáico de Varsóvia (Hg.), Faschismus, Ghetto, Massenmord, Frankfurt a. M. 1960, S. 269ff
[33] Documento de Nurembergue NO-2207