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terça-feira, 30 de junho de 2020

Aprendi a não bater de frente com quem só entende o que lhe convém

Uma das coisas mais desagradáveis que ocorrem é sermos mal entendidos, quando o outro deturpa nossas palavras ou nossas atitudes, descontextualizando-as e utilizando-as em proveito próprio, enquanto nos coloca como o vilão da história. A gente acaba até ficando sem saber se nós é que não soubemos nos colocar ou se o outro é que não sabe interpretar um texto.
Infelizmente, quanto mais tentarmos provar o nosso ponto de vista, quanto mais nos explicarmos, pior ficaremos, porque quem não entende da primeira vez raramente compreenderá dali em diante.

Quem se faz de bobo e de vítima jamais será capaz de assumir seus erros, de se responsabilizar por seus atos, de se colocar no lugar de alguém.

Tentar fazê-los enxergar além de seu umbigo é inútil.
Na verdade, teremos que sempre ser verdadeiros e claros, com todo mundo, pois, assim, quem nos conhece de fato e gosta de nós não se abalará com as maledicências que alguém tentar espalhar sobre nossa pessoa. Temos que ter a tranquilidade de que vivemos de acordo com o que somos, sem dissimulações e meias verdades, para que a mentira alheia não nos atinja nunca, tampouco possa ser levada em conta por quem nos é importante.
Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia, quando maldiziam minhas atitudes. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é por demais precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem.

Hoje, tenho a certeza de que muitas pessoas só entenderão aquilo que quiserem e da maneira que melhor lhes convier.

Não importa o que eu diga ou o que eu faça, muitas pessoas somente interpretarão minha vida de acordo com o nível de percepção delas mesmas, para que possam se justificar através dos erros que transferem ao mundo – segundo elas mesmas, elas nunca erram.
Não tenho muito tempo livre, portanto, não gastarei mais energia com quem não merece. Vivamos!
MARCEL CAMARGO



Salário mínimo ou pleno emprego?

No Brasil, o salário mínimo foi criado em 1936 durante o governo de Getúlio Vargas. Durante o século XX, o salário mínimo foi reajustado diversas vezes pelo governo com o argumento de compensar a perda de poder de compra ocasionada pela inflação.
O irônico a respeito da definição de um salário mínimo é que seu propósito inicial era o de “garantir qualidade mínima de vida ao trabalhador”, mas a sua própria existência gera uma ineficiência de mercado que tem por consequência direta um menor número de trabalhadores empregados. Como explica os economistas , “a fixação de padrões salariais superiores aos que se estabeleceriam num mercado desimpedido redunda inevitavelmente no desemprego de parcela ponderável da população ativa.”
Quando um governo coercitivamente impõe os termos em que os empregadores devem contratar e não permite que os padrões salariais se ajustem de acordo com as condições de mercado, inevitavelmente existirão atividades que se tornarão inviáveis financeiramente. Assim sendo, haverá uma parte da população economicamente ativa que poderia estar empregada, mas não estará.
Além do desemprego, há uma segunda implicação: a evasão fiscal, pois uma parte dessas pessoas encontrará outras fontes de receita em um mercado informal que não contribui com impostos. Por consequência, a receita de impostos que deveria ser garantida por essa parte da população é compensada por maiores impostos à parte contribuinte.
Um exemplo é o da contratação de uma pessoa para fazer atividades domésticas. Suponha um salário mínimo de R$1.000,00 ao mês. Como esse valor independe do local onde a atividade doméstica será exercida, pessoas com apartamentos menores não estarão dispostas a contratar esse trabalhador. Sendo assim, esse empregador procura uma pessoa para exercer essa atividade em uma base diária, que, na maioria das vezes, não terá registro em carteira, ao invés de empregá-la formalmente.
É importante entender que o mercado de trabalho funciona da mesma forma que a lei da demanda e oferta de bens. Quanto maior a abundância de um bem, menor o seu valor. Assim, se a quantidade de trabalhadores capazes de exercer uma mesma atividade aumenta, naturalmente a base salarial diminui, mas todas as pessoas poderiam ser empregadas. Por outro lado, quando não há livre mercado e a base salarial não pode ser reduzida, haverá uma parcela economicamente ativa que não poderá ser empregada.
Dito isso, o que é melhor, um salário mais elevado para uma parte da população ou a possibilidade de emprego a toda a população? A resposta para à questão do “pleno emprego” é da seguinte maneira: “Esta expressão relaciona-se com o mercado desobstruído, não manipulado pelos sindicatos ou pelo governo. Nesse mercado, os padrões salariais para cada tipo de trabalho tendem a atingir um nível tal que é possível, a todos os que desejam emprego, obtê-lo. Por outro lado, todo empregador terá, então, condições de contratar tantos trabalhadores quantos lhe forem necessários. (…) O único método que permite a instauração de uma situação de “pleno emprego” é a preservação de um mercado de trabalho livre de empecilhos.”
*Lyssia Chieppe Carreira

segunda-feira, 29 de junho de 2020

SAO PEDRO

São Pedro (1a.C-67) foi apóstolo de Cristo. É tido como o fundador da Igreja Cristã em Roma. É considerado pela Igreja Católica como seu primeiro papa. As principais fontes que relatam a vida de São Pedro são os quatro Evangelhos Canônicos, pertencentes ao novo testamento. Escritos originalmente em grego, em diferentes épocas, pelos discípulos Mateus, Marcos, João e Lucas, Pedro aparece com destaque em todas as narrativas evangélicas.
São Pedro (1a.C-67) nasceu na Betsaida, na Galileia. Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, seu nome de nascimento era Simão. Pescador, trabalhava com o irmão e o pai. Por indicação de João Batista, foi levado por seu irmão André, para conhecer Jesus Cristo. No primeiro encontro Jesus o chamou de Kepha, que em aramaico significava pedra, e traduzido para o grego Petros, determinando ser ele o apóstolo escolhido para liderar os primeiros pregadores da fé cristã pelo mundo. Nessa época de seu encontro com Cristo, Pedro morava em Cafarnaum, com a família de sua mulher.

Pedro foi escolhido como o chefe da cristandade aqui na terra: "E eu te digo: Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus". Convertido, despontou como líder dos doze apóstolos, foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus.
Junto com seu irmão e os irmãos Tiago e João Evangelista, Pedro fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze apóstolos. Participou dos mais importante milagres do Mestre sobre a terra. Foi o primeiro apóstolo a ver Cristo após a Ascensão. Presidiu a assembléia dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas Iscariotes. Fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes e peregrinou por várias cidades.
Encontrou-se com São Paulo em Jerusalém, e apoiou a iniciativa deste, de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica. Após esse encontro foi preso por ordem do rei Agripa I. Foi encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu a comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana, e por isso segundo a tradição, foi executado por ordem de Nero. Conta-se também que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo.
Seu túmulo se encontra sob a catedral de S. Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores. É festejado no dia 29 de junho, um dia de importantes manifestações folclóricas, principalmente no Nordeste brasileiro.

domingo, 28 de junho de 2020

Was ist deutsch zu sein ?


Se você tivesse a oportunidade de descrever uma pessoa com ascendência alemã, como faria? Quais são os atributos culturais e comportamentais do povo alemão? Existem parâmetros para classificar um povo ou as pessoas são mera resultante do Zeitgeist (espirito do tempo)? Será que em um mundo globalizado ainda existe espaço para indivíduos que insistem em dar continuidade ao elo ancestral?
Para essas e outras perguntas seriam necessárias discussões mais extensas, porém todas elas possuem uma temática indenitária em comum: O Ser alemão.

Hoje, devido aos frutos da globalização, o termo “alemão” é destinado às pessoas que têm a nacionalidade alemã, independentemente da origem étnica, cultural ou religiosa. Até o século XIX, o critério para tal classificação era o idioma e posição geográfica. Em 1871, com a fundação de um Estado alemão, o conceito de Ser alemão ficou destinado aos habitantes do território do novo país ou àqueles que lá têm origens. E a cada mergulho na história, ocorre um afunilamento classificatório até chegar ao critério étnico, o que implica no aparecimento do caráter, natureza e cultura alemã. Portanto Ser alemão não é somente uma característica territorial ou linguística, pois o vínculo está no povo e não exclusivamente na terra.
Ser alemão é mais do que possuir características físicas da etnia, afinal esta pode variar mediante as possibilidades da raça branca, logo o verdadeiro alemão é reconhecido pelos atributos da alma e do espirito.
Ser alemão não recorre somente à cor da pele ou a nacionalidade, e sim à própria cultura, herança, caráter, conduta e percepção em relação à vida.
Ser alemão consiste em se comportar, pensar e viver como um alemão, ou seja, estando em acordo com as próprias tradições, herança e modo de vida.Ser alemão é apreciar o nobre, o belo e o civilizado, sendo devoto dos valores de honra, lealdade, fidelidade e de dever para com o povo.
Ser alemão é demonstrar justiça, racionalidade, tolerância e busca pela verdade, vivendo tais preceitos em sua essência.
Ser alemão é ter orgulho de si e de sua própria raça, orgulho de sua cultura, de suas tradições, de sua natureza e de seu modo de vida, estabelecendo pilares que conseguem suportar até mesmo as tormentas geradas pelo multiculturalismo.
Ser alemão é ter a capacidade de adaptação e vínculo com a terra, manifestando nela todas as funções que compõe o seu espírito criativo.
Ser alemão é possuir fascínio pelo conhecimento, capacidade de raciocínio, de ordem e aprimoramento.
Existem outros atributos que compõe a natureza do Ser, entretanto uma coisa é certa: não adianta as pessoas optarem por usar traje típico, morar em casas em estilo Enxaimel, torcer pelo Bayern, tomar cerveja e apreciar as curvas do fusca. A plenitude do Ser deriva mais de uma questão ética comportamental, vinculada ao espirito e a raça, do que a soma de componentes da cultura popular. A essência da Germanidade está na alma do povo e não nos atributos físicos associados a este.
O pleno desserviço em relação ao povo está em acreditar que a Germanidade pode existir em sua parcialidade, sendo projetada na matéria e vivenciada em forma de fantasia, como nos períodos de Oktoberfest, Copa do Mundo ou quando convém. Aqueles que fantasiam não possuem respeito próprio e descartam como lixo todo o esforço de seus semelhantes e toda a memória de sua raiz ancestral. Eles também não asseguraram a continuidade da verdadeira tradição e cultura, desconstruindo os valores e leis que caracterizam o povo.
Sem sombra de dúvidas, a maioria das pessoas que possuem ascendência alemã não vivem em acordo com sua essência, e geração após geração a identidade alemã vai enfraquecendo. Da mesma forma é notório o trabalho de descaracterização gerenciado pelas Escolas, Mídia e sociedade, pois além de não ensinarem e transmitirem os valores e a história alemã de uma forma positiva, ainda forçam a internalização de outras culturas e comportamentos que estão em desacordo com o ser.
Perceber que o cenário não está favorável é fácil, porém o que nos resta? Se de alguma forma essa rápida reflexão mexeu com os seus sentimentos, pensamentos ou auxiliou em uma espécie de “despertar”, saiba que cada palavra foi pensada e colocada em função de você caro leitor. Se dentro de você ainda repousa o brilho de Ser alemão, onde o étnico e o cultural caminham de mãos dadas, então entenda que você não está sozinho e que apesar da distância e falta de comunicação, somos como lascas pertencentes ao mesmo carvalho. O sonho do verdadeiro alemão está em fortalecer o seu próprio povo e acredito que você também tenha ideias para isso, porém cabe a cada um de nós iniciarmos pela parte mais difícil: a autorreflexão!
Encerro com um trecho de D. Venner, para inspirar e fortificar aquilo que nos une: "Os homens só existem pelo que os distingue: clã, linhagem, história, cultura, tradição. Não há uma resposta universal às questões da existência e do comportamento. Cada povo dá as suas respostas, sem as quais os indivíduos, homens ou mulheres, privados de identidade e de modelos, são precipitados numa perturbação sem fundo. Como as plantas, os homens não podem prescindir de raízes. Mas as suas raízes não são apenas as da hereditariedade, às quais se pode ser infiel; são também as do espírito, isto é, da tradição que cabe a cada qual reencontrar."


Texto: William Ernst Ott

Segredos do programa soviético de guerra de doenças: Armas biológicas foram usadas contra os alemães em Stalingrado?

Das muitas realizações e invenções notáveis da humanidade, poucas são tão más e horríveis quanto a guerra biológica: matança em massa deliberada e ordenada pelo governo de pessoas com doenças letais. Durante a Segunda Guerra Mundial, o exército japonês manteve um programa secreto de testes de guerra biológica, assim como os Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960. Em 1969, o Presidente Nixon renunciou ao uso de tais armas e os EUA desmantelaram sua extensa operação de guerra biológica, restringindo posteriormente a pesquisa a medidas defensivas, como a imunização.
Mas, como um novo livro notável apresenta detalhes sombrios, nenhum regime fez “progresso” maior na guerra biológica do que a União Soviética. De uma perspectiva privilegiada, um ex-cientista de alto nível do programa de guerra biológica soviético conta a história em “Biohazard: The Chilling Story of the Largest Covert Biological Weapons Program in the World” [Biohazard: A história arrepiante do maior programa de armas biológicas encobertas do mundo] (Random House, 1999). Ken Alibek (nascido em Kanatjan Alibekov) ingressou no programa soviético “Biopreparat” em 1975 e foi seu primeiro vice chefe de 1988 a 1992, quando desertou para os Estados Unidos.
Durante a terrível guerra civil russa de 1917-1921, na qual o incipiente regime soviético derrotou as forças “brancas” anticomunistas dispersas e divididas, cerca de dez milhões de pessoas perderam a vida. A maioria dessas mortes não ocorreu em combate, mas foi causada por fome e doença – especialmente tifo.
Na esquerda, uma imagem do Coronel Kanatzhan “Kanat” Alibekov em 1982. Na direita, uma mais atual (Créditos: Stephen J. Boitano/AP). Nascido no Cazaquistão, 1950, é médico microbiologista e especialista em guerra biológica (BW) Ele subiu rapidamente nas fileiras do exército soviético para se tornar o primeiro vice-diretor da Biopreparat, onde supervisionava um vasto programa de instalações de e pesquisas bélicas biológicas. Durante o seu auge como projetista soviético de armas biológicas, no final dos anos 1970 e 1980, Alibekov supervisionou projetos que incluíam armas com febre hemorrágica de Marburg e criaram a primeira bomba de tularemia da Rússia.
Consciente disso, o governo revolucionário soviético colocou, desde cedo, uma alta prioridade nas doenças como método de guerra. Em 1928, emitiu um decreto secreto ordenando o desenvolvimento do tifo como uma arma no campo de batalha. Nas décadas que se seguiram, a URSS construiu e manteve um amplo programa de guerra biológica. Por exemplo, como Alibek relata, os cientistas soviéticos desenvolveram uma sofisticada capacidade de guerra contra a praga, e um arsenal em Kirov (agora Vyatka) armazenava 20 toneladas de armamento de aerossol contra a peste (p. 166).

Uso em tempo de guerra contra alemães

Enquanto estudava no Instituto Médico Tomsk (1973-75), Alibek estudou registros médicos soviéticos em tempos de guerra que sugeriam fortemente que o Exército Vermelho usara a tularemia como arma contra as tropas alemãs nos arredores de Stalingrado em 1942 (páginas 29-31). A tularemia é uma doença altamente infecciosa que produz dores de cabeça debilitantes, náusea e febre alta. Se não for tratado, pode ser letal. Também é difícil extinguir, o que o torna atraente para quem tenta produzir armas biológicas.
Alibek descobriu que “as primeiras vítimas da tularemia foram as tropas alemãs Panzer, que adoeceram em grande número durante o final do verão de 1942 em que a campanha nazista no sul da Rússia parou temporariamente”. Além disso, ele conta que milhares de soldados e civis russos que vivem na região do Volga foram infectados com a doença uma semana após o surto alemão inicial. Nunca antes houve um surto tão generalizado da doença na Rússia.
Soldados alemães da 24ª Divisão Panzer em ação durante os combates pelos estados do sul de Stalingrado, 15 de setembro de 1942. Créditos: Berliner Illustrierte Zeitung, 1 de outubro de 1942/Propaganda-Kompanie Geller/Wikimedia Commons
Por que tantos homens adoeceram de tularemia apenas no lado alemão? Além disso, 70% dos alemães infectados sofreram uma forma pneumônica da doença, que (relatos de Alibek) “só poderia ter sido causada por uma disseminação proposital”.
Enquanto dez mil casos de tularemia foram registrados na União Soviética em 1941, no ano de 1942 – quando a batalha de Stalingrado estava no auge – o número de casos subiu para mais de cem mil. Então, em 1943, a incidência da doença voltou a dez mil. A batalha por Stalingrado durou de setembro de 1942 a 2 de fevereiro de 1943, quando Friedrich Von Paulus, comandante do Sexto Exército Alemão, se rendeu junto com 91.000 oficiais e soldados (dos quais apenas 6.000 sobreviveram ao cativeiro soviético).
Alibek ficou convencido de que “as tropas soviéticas devem ter pulverizado tularemia nos alemães. Uma mudança repentina na direção do vento, ou roedores contaminados que atravessavam as linhas, infectou nossos soldados e a doença se espalhou pela região”.
Para seu professor, um coronel soviético chamado Aksyonenko, ele explicou que as evidências encontradas “sugerem que essa epidemia foi causada intencionalmente”. Aksyonenko respondeu com um aviso severo: “Por favor. Quero que você me faça um favor e esqueça que você já disse o que acabou de dizer. Também vou esquecê-lo… Nunca mencione a ninguém o que você acabou de me dizer”.
Alguns anos depois, um tenente-coronel soviético idoso que havia trabalhado durante a guerra nas instalações secretas de armas bacteriológicas em Kirov disse a Alibek que uma arma de tularemia havia sido desenvolvida lá em 1941. Ele também o deixou “sem dúvida de que a arma havia sido usada.” Esse mesmo oficial sugeriu ainda que “um surto de febre entre as tropas alemãs de licença na Crimeia em 1943 foi o resultado de outro agente da guerra biológica [soviética]” (p. 36).

Do The Journal of Historical Review, março / abril de 1999 (vol. 18, nº 2), página 32.
Mark Weber

Os planos nacional-socialistas para uma Europa unida

A Europa é um continente de tal heterogeneidade – seja em termos de estados, idiomas, nacionalidades ou geografia – que ninguém jamais conseguiu organizá-la em um todo geopolítico coerente. Isso apesar da demanda entre estadistas, empresas e até muitos habitantes simples por um espaço europeu pacífico e racionalizado.
O século XIX viu várias tentativas nesse sentido com o Sistema Continental de Napoleão, a construção gradual da Confederação Alemã de uma união aduaneira e sistema monetário para os principados alemães e a pouco conhecida União Monetária Latina. Desde 1945, é claro, vimos o surgimento da União Europeia, com sua moeda e união aduaneira comuns, como uma potência econômica séria.
O Terceiro Reich enfrentou questões semelhantes. Em maio de 1940, logo após a conquista da França por Hitler, havia muitas opiniões diferentes entre os alemães sobre o que deveriam fazer com sua nova hegemonia na Europa Ocidental. Werner Daitz, associado do ideólogo nacional-socialista Alfred Rosenberg e funcionário do escritório de política externa do NSDAP, escreveu um memorando defendendo a criação de uma Comissão do Reich encarregada da unificação econômica da Europa:
“O atual bloqueio [britânico], em particular, tornou inevitável a construção de um Grande Espaço Econômico da Europa continental [Grossraumwirtschaft] sob a liderança alemã como uma medida de autodefesa econômica por parte do continente europeu. A reorganização do continente europeu, este núcleo eterno da raça branca, garantirá assim a recuperação econômica e a independência que são essenciais. Essa cooperação econômica deve seguir o lema: Europa para os europeus…
Se desejarmos garantir a liderança econômica do continente europeu que é absolutamente necessária para fortalecer a economia do continente europeu como a área central da raça branca e que de fato o fará, então, por razões compreensíveis, não devemos proclamá-lo publicamente como um Grande Espaço Econômico Alemão. Por uma questão de princípio, devemos sempre falar da Europa, pois a liderança alemã surgirá naturalmente do peso político, econômico, cultural e tecnológico da Alemanha e de sua posição geográfica.” [1]
Além da lógica racial, encontramos os mesmos argumentos que os eurocratas e as autoridades alemãs atuais podem apresentar. De fato, enquanto a Segunda Guerra Mundial foi basicamente travada para impedir a hegemonia hitleriana / alemã na Europa, o tamanho e os dons naturais da Alemanha a levaram a uma espécie de suave hegemonia dentro da União Europeia: extrair a mineração da Europa Oriental e do Sul da Europa de seu capital humano através fuga de cérebros, protegendo-os como mercados cativos e destinos de terceirização de baixos salários, e desenvolvendo a união monetária da zona do euro de acordo com suas necessidades.
Paris, visita de Adolf Hitler na Torre Eiffel. Depois que a França foi ocupada pela Wehrmacht alemã em junho de 1940, Adolf Hitler visitou Paris. Da esquerda para a direita: o líder do grupo SS Wolff, o arquiteto Hermann Giesler, por trás dele o marechal de campo Wilhelm Keitel, líder do grupo Wilhelm Brückner, o ministro do Reich Albert Speer, Adolf Hitler, atrás dele o ministro Martin Bormann, o escultor Arno Breker e o secretário de imprensa do Reich, Otto Dietrich. Foto tirada em 23 de junho de 1940. Créditos: Bundesarchiv (Allgemeiner Deutscher Nachrichtendienst – Zentralbild, Bild 183)
De fato, “unidade europeia” e “liberdade” do imperialismo britânico, americano e bolchevique eram temas recorrentes na propaganda alemã em tempos de guerra. Na França, a “colaboração” com os alemães – econômicos ou militares – costumava ser justificada em nome da “Europa”, principalmente para os franceses que se ofereceram para lutar na Frente Oriental.
Os alemães nunca tiveram um conceito claro de como eles queriam que a Europa fosse depois da guerra. Na maioria das vezes, qualquer possível “política europeia” foi reduzida à necessidade militar imediata: a necessidade de explorar economicamente as áreas ocupadas e, quando aplicável, de recrutar soldados para o esforço de guerra.
A ampla agenda de Hitler pode ser delineada da seguinte forma: a condição final da Europa seria determinada no final da guerra, presumivelmente com a declaração de um Reich da Grande Germânia e a anexação formal de nações germânicas ocupadas (Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica), abrindo um longo período de desenvolvimento e guerra étnica contra os eslavos no Oriente. A França e a Rússia nunca poderão se recuperar e novamente ameaçar a Alemanha. Assim, os três objetivos de Hitler seriam alcançados: o povo disperso alemão seria unido e sua segurança garantida, a ameaça do bolchevismo seria aniquilada e um grande império germânico autárquico seria fundado, capaz de contestar a hegemonia global emergente dos Estados Unidos da América. Os detalhes se resolveriam no devido tempo.
As dificuldades da guerra, de certa forma, tendiam a melhorar a política europeia da Alemanha, tornando-a mais realista e conciliatória, principalmente depois de Stalingrado. Isso é evidente, por exemplo, no afrouxamento dos critérios de adesão à Waffen-SS, estendendo-se à maioria das nacionalidades europeias, e até aos tártaros racialmente questionáveis e aos bósnios muçulmanos. O ministro da propaganda, Joseph Goebbels, emitiu diretrizes nesta época proibindo a mídia alemã de fazer comentários depreciativos sobre outras nacionalidades europeias.
A 13ª Divisão de Montanha da Waffen SS Handschar (1ª Croata) foi uma das trinta e oito divisões de exercito parte das Waffen-SS durante a Segunda Guerra Mundial. Foi a maior das divisões SS, com 21 065 homens no seu corpo, composto quase inteiramente de muçulmanos recrutados na Bósnia. Foto: Mielke, verão de 1943. Bundesarchiv (Arquivos federais). Figura 101.Mielke-036-23.
Em março de 1943, o ministro das Relações Exteriores Joachim Von Ribbentrop propôs a criação de uma “Confederação Europeia”, incluindo praticamente todos os estados europeus. O projeto de declaração declara:
2.Os membros da Confederação são estados soberanos e garantem a liberdade e independência política uns dos outros…
4. Os estados da Confederação concluirão uma aliança para a defesa da Europa, cujos planos serão elaborados oportunamente.
5. A economia europeia será organizada pelos Estados membros com base em um plano uniforme, alcançado de comum acordo. As barreiras aduaneiras entre elas serão progressivamente abolidas. [2]
Os possíveis membros da Confederação incluiriam inicialmente “Alemanha, Itália, França, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Croácia, Sérvia, Grécia e Espanha (? [Sic]). A esses seriam acrescentados quaisquer estados nos territórios ocupados que o Führer desejasse conceder independência.” [3]
Curiosamente, a Holanda e a Bélgica não são mencionadas, o que talvez faça sentido, uma vez que esses eram candidatos não declarados à anexação ao “Reich Germânico Maior”, mas também a Dinamarca e a Noruega.
Na prática, o objetivo da proposta era que a Alemanha se comprometesse a não anexar unilateralmente os países participantes após a guerra, tranquilizando assim a opinião pública em países europeus aliados e neutros. Os vagos compromissos de longo prazo com a união econômica e a aliança militar seriam, talvez, acabados por comitês de diplomatas, como as Comunidades Europeias do pós-guerra.
Ribbentrop assegurou ao Führer:
“Se sempre nomearmos as pessoas certas como nossos representantes nesses estados, pessoas que adotam uma linha dura e, apesar das aparências conciliadoras, seguem intransigentemente o objetivo político concreto, não prejudicamos que algo esteja formando uma confederação. De fato, a formação do Grande Reich Alemão [sic] no final da guerra será uma questão de curso.” [4]
No caso, Hitler não estava interessado e não estava disposto a fazer tal movimento na ausência de uma grande vitória no Eixo (caso contrário, as concessões da Confederação pareceriam, com precisão, uma admissão de fraqueza). [5]
Não obstante a crítica bastante realista de Hitler à pan-Europa de Coudenhove-Kalergi, podemos imaginar que, mesmo no caso da vitória no Eixo, ainda haveria a necessidade de burocratas internacionais trabalharem pacientemente para juntar algo coerente.

Guillaume Durocher (pseudônimo) em The Occidental Observer

Notas
[1] J. Noakes e G. Pridham (eds), Nazismo: 1919-1945 , vol. 3: Política externa, guerra e extermínio racial (Exeter: University of Exeter Press, 2001), p. 277-78.
[2] Trevor Salmon e Sir William Nicoll (orgs.), Building European Union: A Documentary History and Analysis (Manchester: Manchester University Press, 1997), p. 23
[3] Noakes, Nazismo , vol. 3, p. 248
[4] Idem. p. 248
[5] Idem. p. 247

O QUE ACONTECEU COM OS DESCENDENTES DOS ROMANOV?

A família Romanov em imagem colorizada
A família Romanov em imagem colorizada - Divulgação/Klimbim
A Revolução Russa resultou na morte do czar Nicolau II e sua família, a última Dinastia, ordenada pelos líderes soviéticos do mais alto escalão. À meia-noite de 16 de julho de 1918, Nicolau II, sua esposa, a czarina Alexandra Feodorovna, as quatro filhas, o filho caçula e outras quatro pessoas que os acompanhavam foram condenados à morte e assassinados naquele dia.
Esse acontecimento data de 1918, e acabou quase por completo com a monarquia russa. No entanto, permanece o questionamento, por onde andam os descendentes dos Romanov, ainda que não haja nenhum trono para reivindicar?
Desde aquele ano, muitas são as pessoas que alegam ter parentesco com a família real, no entanto, o que prevalece são inúmeros impostores, que se aproveitam do mistério para atestar tal genealogia.
Príncipe Philip tem parentesco com os Romanov / Crédito: Getty Images

A lenda de Anastásia sobreviveu muito tempo na Rússia — muitas pessoas realmente acreditavam que ela havia sobrevivido à execução dos Romanov em Ecaterimburgo. Por isso, muitas pessoas surgiam dizendo que eram Anastásia, o que até foi retratado no filme que leva o seu nome, lançado em 1997.
Uma das histórias mais famosas é a de Anna Anderson, uma mulher que morava em um asilo na Rússia e alegava que era a duquesa perdida. Autoridades começaram uma investigação para entender se ela realmente era quem afirmava ser. No entanto, o que eles descobriram foi que Anderson era uma operária da Polônia com histórico de doença mental.
Porém, ainda existem parentes, — mesmo que distantes —, dos Romanov, que vivem principalmente na Europa. Em sua maioria, continuam ocupando cargos reais.
Apesar de não parecer, os Romanov e família real britânica possuem mais ligações do que muitos imaginam. Podemos até dizer que as duas famílias reais são parentes distantes. Essa ligação entre os dois grupos resultou em diversas trocas de obras de arte nos anos de 1600.
O Príncipe Philip, Duque de Edimburgo e marido da rainha Elizabeth II é um deles. Por meio de seu pai, o príncipe Andrew da Grécia e da Dinamarca, ele é sobrinho-neto de Alexandra Romanov, esposa de Nicolau II e a última czarina da Rússia. Através de sua mãe, a princesa Alice de Battenberg, Philip também é primo da família real russa, sendo bisneto de Nicholas I, Imperador da Rússia até 1855.
Os filhos e netos de Philip, incluindo William e Harry, também estão relacionados com os Romanov. Inclusive, quando os restos mortais de duas crianças — que se pensava ser Maria e Alexei Romanov — foram encontrados em um campo em 2007, o DNA de Philip foi usado para identificá-los.
Outra figura conhecida por sua proximidade com a família real russa é a Grã-duquesa Maria Vladimirovna. Ela é tataraneta de Alexandre II, que governou o império até seu assassinato em 1881. Maria vive na Espanha e seu pai, Vladimir Kirillovich afirmou em 1938 que era chefe da família imperial russa.
Com um parentesco mais distante, Príncipe Michael de Kent também é um dos que carregam consigo o sangue dos Romanov. Primo da Elizabeth II, o britânico possui uma excepcional semelhança física com o último monarca da família, Nicolau II.
Além deles, Olga Andreevna Romanov é Presidente da Associação da Família Romanov, uma organização que tem como intuito reunir parentes da família real russa. E é considerada uma das princesas descendentes dos Romanov.