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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Netanjahu: Hitler queria apenas expulsar os judeus

 

Mas uma afirmação aqui é verdadeira. Os jovens respondem – NR.

Que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanjahu, seja um mentiroso, criminoso de guerra e psicopata, eu já escrevi suficientemente. Agora ele afirmou uma coisa que recai sob a classificação do tema “Revisionismo do Holocausto” e deixou muitos boquiabertos. Na terça à noite, durante um Congresso Internacional Sionista em Jerusalém, ele afirmou que até o final de 1941, Hitler queria apenas a expulsão dos judeus. O genocídio não teria sido uma ideia dele, mas sim do Grande Mufti de Jerusalém. Amin al-Husseini pressionou Hitler para cometer o extermínio sistemático dos judeus. Netanjahu transfere a culpa pelo “Holocausto” aos palestinos. Inacreditável.

“Hitler não queria exterminar os judeus naquele momento, mas sim expulsá-los”, disse Netanjahu na terça-feira, segundo testemunhas. “E Amin al-Husseini foi até Hitler e disse: ‘Se você os expulsa, eles vem todos para cá’. – ‘Mas o que eu devo então fazer com eles?’, perguntou ele (Hitler). Ele (Husseini) disse: ‘Queime-os’.” Além disso o Mufti acusou os judeus falsamente de que eles queriam destruir a mesquita Al-Aksa no Monte do Templo, disse Netanjahu em relação ao recente conflito com a liderança palestina.

E justamente sobre isso que se trata, ou seja, sobre o conflito que já dura décadas em torno da área do Al-Aksa e a atual guerra contra os palestinos. Por isso Netanjahu está até predisposto a quase inocentar Hitler e jogar a culpa coletiva sobre os palestinos. Inacreditável tal falsificação histórica por motivos tão baixos.

Da mesma forma é inacreditável acreditar na versão estabelecida do tal “holocausto judeu”. Um mito de pés de barro, sustentado com muita propaganda, dinheiro, ignorância e… preguiça mental – NR.

Da mesma forma como Netanjahu mentiu sobre um inexistente programa atômico iraniano, ele mente agora afirmando que os palestinos seriam culpados pelo holocausto, pela suposição de que o então Mufti de Jerusalém teria cochichado isso no ouvido de Hitler.

Não existe qualquer prova para um diálogo entre Hitler e Husseini em referência ao afirmado por Netanjahu, mas trata-se de pura fantasia. A única coisa comprovada historicamente é que Husseini foi recebido oficialmente por Hitler a 28 de novembro de 1941, em Berlim.

Além disso, Husseini fugiu do Oriente Médio para a Europa no início de 1941. Como ele poderia então ter dito a Hitler: “Se você os expulsar, eles virão todos para cá”. Já fazia tempo que ele não estava mais em Jerusalém.

Netanjahu encontra-se hoje, quarta-feira, com Angela Merkel, em Berlim, e o governo federal criticou sua declaração. Pano de fundo do encontro é a recente onda de conflitos no Oriente Médio. Netanjahu argumenta que a política de seu regime de Apartheid não é culpada pelo que está ocorrendo, mas sim a incitação e a provocação da liderança palestina.

Através de sua explicação, ele quis mostrar “que o pai da nação palestina ainda naquela época, sem Estado ou sem a chamada ‘ocupação’, sem território palestino e sem assentamentos, proferiu seu discurso de ódio sistemático para extermínio dos judeus”, disse Netanjahu antes de partir para Berlim.

Denominar al-Husseini “pai da nação palestina” é uma falsidade, pois ele foi um defensor dos direitos islâmicos e não possuía qualquer cargo político. Quem o tornou Mufti de Jerusalém em 1921? Foi a administração britânica na Palestina. Além disso, quem extermina quem aqui há mais de 70 anos? Os sionistas exterminam os palestinos, e de forma sistêmica!

Para recordar, os palestinos vivem há mais de 2.000 anos na Palestina, são praticamente os descendentes da população do tempo de Jesus. A Palestina era uma província do Império Romano. Quando o imperador Constantino I converteu-se para o cristianismo e o declarou religio licita (região permitida) em 313, a Palestina também se tornou cristã. Sua mãe Helena visitou Jerusalém e a Palestina, a terra santa dos cristãos.

Até o ano de 529, a maioria da população já estava cristianizada. O Império Romano do Oriente terminou com a ocupação pelos persas do Império Sassânida (614-629), que adentraram na Palestina como árabes muçulmanos e conquistaram Jerusalém em 638.

Após a conquista islâmica da Palestina, foram construídas a mesquita do Domo do Rochedo (início em 686 – término em 691) e provavelmente, alguns anos depois, a mesquita de Al-Aksa.

Segunda a crença muçulmana, o profeta Maomé cavalgou seu cavalo Buraq partindo da Kaaba, em Meca, até Jerusalém; prendeu seu cavalo no Muro de Al-Buraq e ascendeu aos céus. Por isso a área em torno da mesquita de Al-Aksa e também Jerusalém são sagrados para os muçulmanos.

Com o início das Cruzadas ao final do século XI, surgiram os quatro Estados Cruzados cristãos (Levante), dentre eles o Reino Latino de Jerusalém, fundado em 1099 por Balduíno I, que transformou o Domo do Rochedo em um lugar sagrado cristão e residiu na mesquita Al-Aksa.

O sultão sunita Saladim venceu um exército de cruzados em 1187 na batalha de Hattin, ocupou a Palestina e conquistou Jerusalém. Igrejas e templos foram transformadas na maior parte em mesquitas, com acesso permitido a cristãos e judeus.

Em 1516, os turcos otomanos conquistaram o Egito, a Síria, Palestina, que permaneceram sob domínio do Império Otomano pelos próximos 400 anos. Em 1517, o califado caiu em poder dos otomanos; eles formaram a liderança religiosa. O território foi dividido em diferentes distritos. Às comunidades cristã e judaica foi concedida um grande grau de autonomia.

No início do século XIX viviam entre 275.000 a 300.000 pessoas no país. 90% deles eram muçulmanos, 7.000 até 10.000 judeus e entre 20.000 a 30.000 cristãos.

Em 1881 viviam 457.000 pessoas na Palestina. 400.000 eram muçulmanos, 13.000 até 20.000 judeus e 42.000 cristãos – em sua maioria ortodoxos gregos.

A afirmação dos sionistas, a Palestina seria uma terra vazia, um deserto, e eles teriam povoado primeiro e a tornado frutífera, é umas das maiores mentiras da história. Na realidade existiam vários povoados e cidades palestinas e a agricultura era uma importante atividade comercial, a exemplo do cultivo de laranja em Jaffa, já na época um produto de exportação.

Em 1882, o fanático sionista Barão Edmond Rothschild começou a comprar terras na Palestina e, em 1889, entregou 25.000 hectares de terras agrícolas palestinas – juntamente com os povoados ali presentes – à Associação de Colonização Judaica. Com isso teve início a colonização da Palestina principalmente através de judeus russos e do leste europeu, e a primeira repressão da população palestina.

Caso não existisse uma Palestina e/ou palestinos, como afirmam hoje os sionistas, de quem Rothschild teria comprado as terras com sua imensa fortuna? Das pulgas do deserto? Ou seja, existiam palestinos, que infelizmente aceitaram o dinheiro sujo de Rothschild e lhe entregaram suas terras.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos conquistaram a Palestina, vindo do Egito. Eles ocuparam Jerusalém e todas as cidades até Damasco. O exército britânico foi aliás o primeiro a utilizar gás venenoso no Oriente Médio, contra os turcos na conquista de Gaza. Após a I Guerra Mundial e derrota dos otomanos, a Palestina se transformou em um protetorado de administração britânica.

No meio da Primeira Guerra, quando a derrota dos britânicos e franceses era iminente, aconteceu a Declaração de Balfour a 2 de novembro de 1917. A Grã Bretanha concordava ali com os objetivos sionistas fixados em 1897, em transformar a Palestina em um “lar nacional” para o povo judeu.

Quer dizer, embora nesta época a Palestina pertencesse ao Império Otomano, o governo britânico prometeu ao movimento sionista lhe presentear a Palestina. Em contrapartida os britânicos receberam a garantia que os sionistas iriam trazer os EUA como aliado na guerra contra o Reich alemão e, desta forma, vencer a guerra.

Por isso a Alemanha perdeu a Primeira Guerra Mundial, por causa de um complô sionista para receber a Palestina.

A Declaração de Balfour foi incorporada no Tratado de Paz entre aliados e a Turquia. A 24 de julho de 1922, a Declaração também foi incorporada no mandato da Liga das Nações para a Palestina, e que fixava as condições para transição da administração britânica do território com consideração à população judaica e palestina.

A construção da empreitada sionista denominada Israel no protetorado britânico, em maio de 1948, portanto, foi consequência direta da Declaração Balfour. 700.000 palestinos foram expulsos violentamente pelos comandos terroristas dos sionistas, catástrofe e genocídio este chamado de Nakba. Vieram então judeus europeus para ocupar suas casas e roubar suas terras.

Há 70 anos os palestinos estão expulsos de sua Pátria e formam o maior grupo de refugiados do mundo. Os sionistas vem roubando sistematicamente cada vez mais terras e constroem assentamentos ilegais. Nos últimos anos eles também são caçados em Jerusalém e têm suas casas desapropriadas.

As mesquitas do Domo do Rochedo e a al-Aksa são reivindicadas pelos judeus e o exército israelita impede constantemente a peregrinação religiosa dos muçulmanos até elas.

Desde o início de outubro, nós somos testemunhas dos ataques maldosos dos soldados israelitas, colonos judeus extremistas e judeus civis “normais”, que clamam “morte aos árabes” e atiram contra demonstrantes palestinos e crianças, e enquanto estes jazem ao chão ensanguentados, os judeus se regozijam xingando-os.

Jovens palestinos demonstram nas ruas de todas as cidades palestina contra os extremistas colonos judeus religiosos, por causa da violação da sagrada mesquita de al-Aksa, o terceiro lugar mais sagrado do islã, depois da mesquita al-Haram, em Meca, e da mesquita al-Nabawi, em Medina.

Os extremistas judeus invadiram o entorno da mesquita al-Aksa, sob proteção dos soldados israelitas. Estes utilizam bombas de gás lacrimogênio, bombas de efeito moral e balas de borracha contra os visitantes da mesquita. Em sua tentativa de evacuar a mesquita, os soldados arrombaram portas e quebraram janelas.

Esta violação grosseira contribuiu bastante para o início da Terceira Intifada (resistência).

Os sionistas – outro nome para talmudistas satânicos – tentam há muito tempo ganhar o controle da área junto à al-Aksa, a qual eles denominam a Monte do Templo, uma tentativa de afirmar seu mito sobre um templo de Salomão, uma lenda que serve para justificar seu direito de posse sobre Jerusalém e toda a Palestina.

Em 1887, o já citado barão de Rothschild tentou comprar e demolir por completo o bairro marroquino de frete a Muro de Al-Buraq, chamado pelos judeus de muro das lamentações. Intenção aqui era conseguir espaço para os judeus alcançarem o muro. Sua oferta foi rejeitada. Em 1895, o rabino Chaim Hirschensohn e a Zionist Palestine Land Development Company também tentaram a compra.

1919, após os britânicos terem tomado o controle sobre Jerusalém, o líder sionista Chaim Weizmann tentou em vão comprar o bairro dos ingleses. Ele também intencionava demoli-lo. O milionário norte-americano Nathan Straus queria primeiramente alugar e posteriormente comprar, mas sem sucesso.

O conflito entre muçulmanos e judeus sobre os locais sagrados aumentam consideravelmente o avanço da colonização da Palestina pelos imigrantes judeus. Entre 1948 e 1967, Al-Quds (Jerusalém), juntamente com al-Aksa e o Muro de Al-Buraq, estavam sob controle jordaniano.

Logo após o final da chamada Guerra dos Seis Dias, Tivadar (Teddy), um hudeu húngaro, prefeito de Jerusalém Ocidental, ordenou que pá-carregadeiras destruíssem completamente o bairro de 774 anos. Nesta ação foram destruídas completamente 138 casas, duas mesquitas e uma escola.

Como resultado, uma imensa área foi desobstruída para que os judeus pudessem orar junto o Muro de Al-Buraq ou das lamentações. Quer dizer, a nova empreitada é algo bastante recente e não tem um fundo histórico.

A 29 de setembro de 2000, Ariel Sharon, então líder da oposição com seus adeptos do Likud, forçou a entrada à área da al-Aksa, protegido aqui por centenas de policiais armados. Aconteceu um conflito entre os visitantes da mesquita e a polícia, onde 7 palestinos foram alvejados mortalmente e 250 ficaram feridos. A provocação de Sharon desencadeou a Segunda Intifada

Há 48 anos, todo um exército de arqueólogos israelitas e ocidentais escavam junto ao Monte do Templo, para encontrar alguma prova de algum templo de Salomão. Eles fizeram túneis por dentro de toda a montanha e sob a mesquita o que pode levar até à ruína da construção. Eles apenas acharam artefatos palestinos, egípcios, romanos, persas e islâmicos. Nenhum rastro de um antiquíssimo templo judaico.

Como disse, seguiu-se aqui uma lenda inventada e com isso justifica-se a ocupação da área junto à al-Aksa, de Jerusalém e de toda a Palestina.

As novas gerações de palestinos já estão cheios dos 67 anos de ocupação sionista, colonização racista, limpeza étnica violenta, roubo de terras, assentamentos ilegais, discriminação, humilhação e guerra, destruição de casas, confinamento em guetos, unilateralidade internacional e injustiça.

Os sionistas não querem a guerra, corroborado por décadas de “negociações”. Os jovens palestinos aprenderam das gerações anteriores à Intifada, que a resistência ativa é o único modo de conseguir sua liberdade e seus direitos. Por isso centenas de milhares de jovens palestinos vão para as ruas nos territórios ocupados, na Cisjordânia e em Gaza, para confrontam soldados israelitas armados até os dentes e franco-atiradores.

A nova geração de palestinos entende muito bem que a luta por al-Aksa é a luta por Al-Quds (Jerusalém), é a luta por toda a Palestina e sua luta pela liberdade.

Justamente por isso, quando Netanjahu afirma que não foi Hitler, mas sim os palestinos os responsáveis pelo Holocausto, uma mentira descarada e incabível. É uma gritante injustiça que os palestinos devam pagar sendo expulsos de sua pátria, por um crime europeu da Segunda Guerra Mundial.

“Crime europeu”? O tal “holocausto judeu” vem se constituindo no maior embuste propagandístico da história humana. Em um futuro próximo, vai ser considerado com certeza o progenitor das demais mentiras (ida do homem à Lua, 11 de setembro, armas de destruição em massa no Iraque etc) que somos obrigados a escutar em pleno século XXI – NR.

O presidente palestino Mahmoud Abbas disse após um encontro com o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, em Ramallah: “Netanjahu inocentou Hitler de seus crimes e colocou a culpa em Amin al-Husseini. É desta forma desprezível que ele quer atacar nosso povo “.

Alles Schall und Rauch

União Europeia – entre a reconfiguração e a auto-destruição

 O apagamento crescente da individualidade dos Estados-membros, a falta de clareza e até mesmo transparência no processo de eleição dos seus mais altos representantes, como é o caso da Presidente da Comissão Europeia e do Presidente do Conselho Europeu, que não são eleitos por sufrágio direto, têm sido motivo de contestação por muitos Estados-membros.



A União Europeia deveria ser um ponto de encontro de países que, ainda que com culturas, línguas e todas as dimensões que marcam a sua diferença, encontram uma aliança econômica, financeira e diplomática, um espaço de liberdade. Em muito do que podemos beber de positivo deste projeto, tem estado cada vez mais latente uma gestão centralizada, afastada do eleitor dos Estados-membros, com demasiados políticos, demasiados órgãos, demasiadas regulações e no que a um liberal-libertário é mais caro: coletivismo. A aplicação de medidas “one size fits all”.
A negação do individualismo tem sido catastrófica para o projeto europeu: não há indivíduos iguais, nem países, donde aferimos que a unanimidade de posições não é em democracia uma garantia, e o silenciamento dos que têm outros planos para as suas nações, por atribuição do sufrágio do seu povo, não pode ser ignorado nem cancelado.
A União Europeia nos últimos anos tem feito uma gestão ineficiente da questão migratória e na ausência de soluções impôs a “solidariedade obrigatória” com multas até os 20 mil euros para cada refugiado que o país não aceite.
Estamos a falar de coerção de um Estado sobre outro Estado e em última análise sobre o povo, já que é este que paga a conta.
Também na questão fiscal, há insatisfação: a União Europeia arrecada 325,8 bilhões de euros em impostos ambientais. A conta das políticas verdes pressiona novamente os europeus. E até as compras online são agora monitorizadas: acima de 30 compras por ano ou 2 mil euros em plataformas online, o cidadão é obrigado a comunicar ao fisco.
A sensação de perda de liberdade tem sido mais sentida na vida dos europeus do que as vantagens de integrar esta União nos últimos tempos, pelo que é normal o desejo expresso nas sondagens de uma reconfiguração europeia, antes que esta caminhe a passos largos para a sua própria desintegração.
A União Europeia só será sustentável se for popular, e só será popular se for livre, isto é, se cada país puder erguer a sua bandeira e cultura e agir, falar e comercializar em liberdade.
Na União Europeia do futuro, a intervenção sobre os seus Estados-membros tem que ser mínima, construtiva e autorizada pelos cidadãos de cada um dos 27. Menos intervencionismo, mais liberdade - 27 unidos são mais fortes que um desunido.

Claudia Nunes

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

QUEM É O DEUS PÃ NA MITOLOGIA

 


De acordo com a mitologia grega, Pã era o deus de tudo o que é silvestre, dos bosques, dos campos, dos pastores, dos rebanhos (principalmente de cabras) e da música rústica. Ele próprio era representado parte humano, parte animal, frequentemente com chifres, patas traseiras e rabo de bode

pan mitologia

Embora seja conhecido no mundo inteiro como uma deidade grega, acredita-se que ele seja até mais antigo do que essa mitologia, datando de antes de 500 a.C. na antiga região de Arcádia — que com o tempo acabou sendo associada a um lugar utópico, onde as pessoas vivem em comunhão com a natureza e, como não poderia deixar de ser, o lar do próprio Pã.

Na literatura, Pã é retratado como um deus livre e despreocupado que vive na companhia das ninfas. Ele passa seus dias caçando, dançando ou tocando sua flauta. O deus é conhecido sobretudo por sua luxúria insaciável e por perseguir as ninfas pelos bosques e montanhas, embora tais investidas sejam em sua maioria frustradas.

Outro fato marcante sobre ele é que Pã levava suas sestas após o almoço muito a sério. Aqueles que ousassem perturbar seu descanso estavam sujeitos à sua terrível ira. Aliás, foi por causa disso que ele começou a causar pânico, um terror irracional capaz de recair sobre grandes grupos. Acreditava-se também que Pã pudesse possuir indivíduos e forçá-los a cometer atos de selvageria, aos quais eram referidos como “panolepsia”.

Por suas características caprinas, Pã às vezes é conectado à constelação de Capricórnio. Uma versão da história é de que ele teria recebido tal honra porque o conselho dele teria salvado os deuses quando foram atacados pelo monstro Tifão. Pã sugeriu que os deuses se disfarçassem de animais para se esconder do inimigo. O plano deu certo e como agradecimento Zeus o colocou nas estrelas de Capricórnio.

capricornio
Getty Images/iStockphoto

As origens mitológicas de Pã estão longe de serem uma unanimidade. Em algumas versões ele é filho do próprio Zeus com uma princesa ou ninfa; filho de Hermes com várias possíveis mães, inclusive Penélope, esposa de Odisseu; Penélope com vários possíveis pais, como o deus Apolo ou o próprio Odisseu; e até mesmo filho de um pastor com uma de suas cabras.

Características sexuais

Famoso por sua inclinação sexual, o deus é frequentemente representado com um falo. Um dos mitos mais conhecidos dele envolve a origem de sua famosa flauta: ele certa vez se apaixonou pela ninfa Sírinx, que o recusou. Pã começou a persegui-la e, quando Sírinx viu que não tinha como fugir, pediu às ninfas das águas que mudassem sua forma. Elas atenderam, transformando-a num caniço.

Quando Pã a alcançou, viu que não havia nada lá, a não ser pelo caniço e o som que ele produzia quando o ar o atravessava. O som encantou Pã, que decidiu juntar caniços de diferentes tamanhos, elaborando assim o instrumento musical que levaria o seu nome: a flauta de Pã.

flauta de pã

Não é de se admirar que essas características sexuais e mais selvagens tenham colocado um alvo na testa de Pã pelo puritanismo cristão, que preza pelo recato e virgindade. Em algumas descrições do próprio Diabo na Bíblia, ele aparece com chifres e pés de bode, justamente em alusão a Pã. Satã foi associado ao uso do sexo como forma de fazer os humanos caírem em tentação.

Pã ou Fauno?

Talvez você já tenha se feito essa pergunta quando viu que o filme O Labirinto do Fauno tem o nome Pan’s Labyrinth em inglês. Afinal, estamos falando da mesma criatura?

labirinto do fauno
© Picturehouse/Reprodução

Assim como acontece com boa parte do panteão grego, Pã também tem sua versão adaptada à mitologia romana. Lá, Fauno é um deus da natureza, às vezes identificado como Fauna. Ele era muito associado a Silvano, deus das florestas, e frequentemente representado com os chifres e as patas de bode. Segundo o poeta Virgílio, ele também teria sido um grande rei latino. Ou seja, Pã e Fauno não são exatamente o mesmo ser, mas suas características físicas e suas funções enquanto deuses os colocam em posições muito semelhantes nas mitologias grega e romana.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Robert Faurisson: Crematórios de Auschwitz – Plantas e investigação forense

 

Sim, meus caros…, eu fui aquele que através de um pequeno ardil, conseguiu em 1975 a declaração de um funcionário do museu de Auschwitz, Jan Machalek, que o crematório em Auschwitz I foi reconstruído após a guerra.

Eu havia perguntado: “então vocês (me referia aos diretores do museu) têm as plantas da construção?”. Ele respondeu em um tom patético: “sim” (até então sempre respondera com sonoro “jawolh!”). Perguntei-lhe: “onde elas estão?”. Ele retrucou, eu deveria procurar Tadeus Iwaszko, diretor do arquivo. Todavia, no dia seguinte, eu tinha que retornar à França.

Em março de 1976, retornei a Auschwitz. Visitei Iwaszko em 19 de março. Me apresentei e, mencionando Machalek, perguntei sobre as plantas. Ele não respondeu; apenas apontou com o indicador uma grande mesa. Sentei-me junto a ela. Ele trouxe os arquivos do processo de Rudolf Höß. Tudo estava em polonês, língua que eu não dominava. Mesmo assim eu folhei aqueles volumes até me deparar finalmente com as plantas da construção dos cinco crematórios (Krema= I em Auschwitz e 4 em Auschwitz-Birkenau). Eu pedi uma cópia dos 116 desenhos pelo preço de 2.370 Zloty (segundo recibo de 24 de junho que ainda tenho guardado). Estes permaneceram ocultados desde 1945. Eles mostram que todos os crematórios eram completamente normais, típicos espaços para armazenamento de cadáveres, nunca poderiam ter sido usados para o assassinato em massa de pessoas, principalmente utilizando um gás altamente explosivo e inflamável (perto dos fornos, esses alemães, que bobinhos!). Perguntaram também, se Germar Rudolf escreveu sobre minhas descobertas. Minha resposta: “Ele foi bastante neutro”. Leiam em A Brief History of Forensic Examinations at Auschwitz, em The Journal of Historical Review, Março/abril 2001, pág. 3-16.

1. Além disso, a pesquisa forense é exatamente isso o que fazem os revisionistas, começando com Robert Faurisson, na procura por provas comprobatórias. A exigência dos revisionistas por estas provas materiais é completamente compatível com a norma corriqueira da moderna prática investigativa criminal. E como é reconhecido oficialmente, as provas forenses são muito mais fortes quando comparadas com os depoimentos das testemunhas ou provas documentais. (pág.4)

2. Faurisson deu o ponta pé inicial. Foi necessário um professor de literatura francesa para mostrar ao mundo que diante da pergunta, se um genocídio aconteceu em Auschwitz, isso era uma questão de comprovação forense. […] Durou ainda quase uma década até que o primeiro especialista tenha aceito o desafio de Faurisson (publicado no Le Monde em 1978/79) e posteriormente o primeiro relatório forense sobre as alegadas “câmaras de gás” de Auschwitz: o atualmente famoso relatório de Fred Leuchter do ano de 1988. (pág. 6)

Eu sinto muito que não possa escrever mais para vocês. Como vocês sabem, eu tenho quase 87 anos e ainda seis processos pela frente. Minha esposa (84) e eu estamos com a saúde abalada.

Cordialmente,

R. Faurisson.


Crematório 1, Auschwitz Campo Principal, alegada Câmara de Gás, foto de 1976


Crematório 1, Auschwitz Campo Principal, Abrigo antiaéreo, foto de 1976


Crematório 1, Auschwitz Campo Principal, com mortuário, foto de 1976