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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Por que não sou Socialista

 

Há duas perguntas que devem ser feitas em relação a qualquer doutrina política:

(1) Seus princípios teóricos são verdadeiros?

(2) Sua implementação prática é suscetível de aumentar a felicidade humana?

De minha parte, acredito que os princípios teóricos do socialismo são falsos e que suas máximas práticas são tais que produzem um aumento não quantificável da miséria humana.

As doutrinas teóricas do comunismo derivam, em sua maioria, de Marx. Minhas objeções a Marx são de dois tipos: primeiro, que ele possuía uma mente confusa; segundo, que seu pensamento foi quase inteiramente inspirado pelo ódio. A doutrina da mais-valia, que supostamente demonstra a exploração dos assalariados no capitalismo, é alcançada por:

(a) a aceitação sub-reptícia da doutrina da população de Malthus, que Marx e todos os seus discípulos explicitamente repudiam, e (b) a aplicação da teoria de Ricardo do valor aos salários, mas não aos preços dos bens manufaturados. Marx está inteiramente satisfeito com o resultado, não porque o resultado concorde com os fatos, ou seja, logicamente coerente, mas porque é projetado para enfurecer os assalariados.

A doutrina marxista, segundo a qual todos os eventos históricos foram motivados por conflitos de classe, é uma extensão apressada e falsa na história mundial de certas características proeminentes na França e na Inglaterra há cem anos. Sua crença na existência de uma força cósmica chamada "Materialismo Dialético" e que ela governa a história humana independentemente da vontade humana é mera mitologia. Os erros teóricos de Marx, no entanto, não teriam importado tanto não fosse o fato de que, como Tertuliano e Carlyle, seu maior desejo era ver seus inimigos punidos, pouco se importando com o que aconteceu com seus amigos no processo.

A doutrina de Marx era ruim o suficiente, mas os desenvolvimentos que ela experimentou sob Lenin e Stalin a tornaram muito pior. Marx havia ensinado que, após a vitória do proletariado em uma guerra civil, haveria um período revolucionário de transição e que, durante esse período, o proletariado, como é a prática usual após uma guerra civil, privaria seus inimigos derrotados do poder político. Esse período seria o da ditadura do proletariado. Não se deve esquecer que, na visão profética de Marx, a vitória do proletariado teria que vir uma vez que ele tivesse crescido para se tornar a grande maioria da população.

A vitória do proletariado, portanto, como Marx a concebeu, não foi essencialmente antidemocrática. Na Rússia, em 1917, no entanto, o proletariado constituía uma pequena porcentagem da população; a grande maioria era camponesa. Foi decretado que o partido bolchevique era a seção consciente de classe do proletariado, e que o pequeno comitê de seus líderes era a seção consciente de classe do partido bolchevique. A ditadura do proletariado tornou-se, assim, a ditadura de um pequeno comitê e, em última análise, de um homem: Stalin. Como o único proletário com consciência de classe, Stalin condenou milhões de camponeses à morte por fome e milhões de outros ao trabalho forçado em campos de concentração. Ele chegou a decretar que as leis da hereditariedade deveriam doravante ser diferentes do que costumavam ser, e que o germoplasma (é a estrutura que armazena o material genético de uma espécie e que pode ser transmitida de uma geração para outra, ou seja, é a soma total dos materiais hereditários de um organismo que pode crescer e se desenvolver.) deveria obedecer aos decretos soviéticos e não, por outro lado, àquele monge reacionário, Mendel.

Não consigo entender como é que algumas pessoas inteligentes e humanas puderam encontrar algo para admirar no vasto campo de escravatura produzido por Stalin. Sempre discordei de Marx. Minha primeira crítica hostil a ele foi publicada em 1896. Mas minhas objeções ao comunismo moderno são mais profundas do que minhas objeções a Marx. É o abandono da democracia que considero particularmente desastroso. Uma minoria que apoia seu poder nas ações de uma polícia secreta será necessariamente cruel, opressora e obscurantista. Os perigos do poder irresponsável foram geralmente reconhecidos durante os séculos XVIII e XIX, mas aqueles que se deslumbraram com as aparentes conquistas da União Soviética esqueceram tudo o que foi dolorosamente aprendido durante o tempo da monarquia absoluta, e, sob a influência da curiosa ilusão de que estavam na vanguarda do progresso, regrediram ao pior da Idade Média.

Há sinais de que, com o tempo, o regime soviético se tornará mais liberal. Mas, mesmo que isso seja possível, está longe de ser certo. Enquanto isso, todos aqueles que valorizam não apenas a arte e a ciência, mas sim suprimentos suficientes de pão e estarem livres do medo de que uma palavra descuidada proferida por seus filhos na frente do professor possa condená-los ao trabalho forçado no deserto da Sibéria, devem fazer o que estiver ao seu alcance para preservar em seus próprios países um modo de vida menos servil e mais próspero.

Para além do pensamento e considerações de Russell, o socialismo do inicio do sec. XX de raízes soviéticas marxistas mutou-se ao longo do tempo, mais de um século depois, observamos que o socialismo se fundiu com a social democracia de Shaw & Luxemburgo, criando um novo formato de ideologia.

A partir desse novo formato de socialismo que utiliza a democracia e o capitalismo em suas praticas politicas, criaram diversas agendas que segmentam a sociedade criam grupos de luta por objetivos diversos, mas todos convergindo ao socialismo, esse que há muito tempo deixou claro, ser apenas uma utopia que favorece poucos (lideres) e prejudica a maioria (sociedade), já que participa da politica apenas para a busca e manutenção do poder beneficiando os invejosos e vingativos militantes anti-democracia, capitalismo e liberdade.

Chegamos ao ponto de termos os espaços sociais de influencia tomados pela militância de alguma matiz socialista (meio do ensino/jornalísticos/artístico/intelectual/políticos, entre outros) catequisando e formando militantes com fé religiosa na ideologia.

Sem conhecimento profundo sobre politica e suas vertentes, é quase total algum tipo de contaminação ou aceitação ao pensamento ou praticas socialistas, o que contemporaneamente é explicito na sociedade que sofreu o contato da doutrinação ou catequese socialista.

Com esse cenário conquistado e dominado pela esquerda socialista, somado aos que não se engajam totalmente, mas se contaminaram em algum grau com o discurso socialista, temos a denominada direita conservadora e liberal, que pregam um discurso contrário e na prática observa-se o socialismo de alguma vertente sendo executado.

O cenário intelectual politico se divide em 75% de socialistas de alguma vertente, 15% de conservadores liberais e 10% de conservadores liberais sem contaminação, diante dessa divisão fica a pergunta, como ter espaço para chamar a atenção da sociedade e expor o que realmente é correto saber para ter uma postura e conduta adequada fora da bipolaridade criada pela mídia entre a esquerda e a direita da esquerda?

Bertrand Russell/Marlon Adami

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