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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A Literatura no Nacional-Socialismo

 Esse texto de Pedro Varela, são destacadas as principais medidas de fomento à literatura empreendidas durante o governo nacional-socialista.

A política do governo Nacional Socialista com relação à Literatura

Disse Goebbels em 14 de Novembro de 1933, na Filarmônica de Berlim, durante a inauguração da “Câmara de Cultura do Reich”:

“A marcha que temos empreendido e culminado com esta criação é uma autêntica cruzada do pensamento. É um novo movimento romântico de boa lei que volta a dar um sentido à vida alemã. Somente o impulso da arte ou da cultura que se deixa levar por esse espírito, terá duração e conquistará o futuro”.

Ao contrário do que ocorria na maioria dos países civilizados, a Alemanha de Hitler desenvolveu um importante trabalho difusor da arte e na literatura. A produção literária foi incrementada de forma extraordinária, superando todos os recordes, até hoje não igualados, no que diz respeito a produções literárias, políticas, históricas, periódicas e biográficas. O volume de papel impresso na Alemanha nacional-socialista, em comparação com os dias atuais, foi extraordinariamente mais elevado, tendo alcançado somente no ano de 1938 a contagem de 25.349 livros editados, fenômeno este um tanto quanto intrigante, quando se fala em uma ditadura anacrônica, como proclamam os inimigos do Nacional Socialismo.

A câmara nacional de Literatura

Nesta marcha, fomentava-se a literatura entre todas as camadas sociais, sob o lema “O livro é a espada do espírito”, inserida no trabalho de número 8. A esta Câmara, pertenciam todas aquelas pessoas que de alguma forma colaboraram na publicação e/ou venda de escritos, cuja aparição não fosse periódica: escritores, editores, distribuidores, livreiros, proprietários de livrarias, etc. Todos deveriam ser membros da Câmara.

Suas funções eram as seguintes:

a) Extirpar a literatura nociva e indesejável de todas as bibliotecas alemãs;

b) Libertar a classe profissional de escritores e autores alemães de toda influência estranha, organizando-a de acordo com a política cultural nacional-socialista;

c) Prestar toda ajuda possível à literatura valiosa e favorecer ao máximo o caminho para que livros bons chegassem às mãos do público.

Protegia-se especialmente a juventude de todo tipo de literatura perniciosa, para a qual a polícia alemã estava autorizada, em previa consulta com a Câmara, a declarar proibida a venda de livros pornográficos. O adulto estava livre para conseguir tal literatura, conforme seu desejo. Segundo o novo critério nacional-socialista, todo povo tinha o direito de ser protegido de tal literatura corrupta.

Na Câmara, duas listas de literatura perniciosa eram levadas. Uma continha as obras cuja divulgação era decididamente indesejável; a outra, a literatura que definitivamente não deveria chegar às mãos da juventude. Para os livros da primeira lista, mantinha-se a recomendação para que não fossem divulgados; para os da segunda categoria, subsistia a proibição em colocá-los à venda ao alcance dos jovens menores de 18 anos.

Mas como isso não bastava para purificar o ambiente literário da Nova Alemanha, devia-se evitar que esses livros fossem impressos; assim sendo, a Câmara criou, ao não possuir uma pré-censura, um comitê de assessoria para a literatura, cujos propósitos estavam à disposição de todo editor, na missão de aconselhar na seleção e valoração dos manuscritos.

O Presidente da Câmara de literatura do Reich, Hans Friedrich Blunck, escritor famoso, de 1933 a 1935, permaneceu junto à residência em Holstein. Foi substituto do poeta Hans Johst.

Dentre os numerosos prêmios que eram concedidos na Alemanha nacional-socialista em questão de literatura, mencionamos alguns por sua importância:

– “Erwin von Steinbach”, da Fundação Goethe;

– “Prêmio da NSDAP”, no campo da cultura e ciência;

– “Prêmio Goethe”, da cidade de Frankfurt;

– “Prêmio de Literatura”, de Berlim;

– “Placa da Águia do III Reich”;

– “Prêmio Nacional do Livro”;

– “Prêmio Herder”, do Goethe Stiftung.

A oficina nacional de Literatura

Era uma fundação albergada no seio do Ministério de Ilustração Popular e Propaganda, que deu um grande impulso à publicação da boa literatura. Com sua campanha de propaganda intitulada “Os seis livros do mês”, facilitava ao comprador a escolha de seus livros. Mediante diversos concursos, conseguia-se estabelecer numerosas bibliotecas ambulantes para os trabalhadores das estradas e os jovens da Frente Alemã de Trabalho.

A oficina central assessorava aos escritores e mantinha uma comissão para eleger as melhores obras.

A união nacional dos livreiros

Foi formada pelos livreiros alemães, à qual também aderiam editores, representantes, empregados e proprietários de livrarias circulantes. Os editores eram objeto de uma seleção inspirada em normas especiais. A Câmara depositava um interesse maior na formação dos jovens livreiros; eram submetidos a um período de instrução, um exame de aptidão e a uma escola em Leipzig, na qual deveriam permanecer por quatro semanas. As livrarias circulantes foram objeto de regulamentação sistemática, tendo fixado uma cota mínima de livros; assim, tornaram acessíveis ao público obras de grande valor literário que até então tinham custos elevados.

A Câmara regulava a forma com que funcionavam os diversos setores que a ela pertenciam, sobretudo na relação entre escritor e editor, postas em ordem através de contratos editoriais. A fundação “Johann E. Palm”, de Leipzig, exercia a tutela social dos livreiros.

A união nacional dos escritores

Era dedicada a ajudar escritores e autores associados à Câmara. Existiam duas instituições: a “Fundação Schiller”, em Weimar, e a “Associação de incentivo à Literatura alemã”, em Berlim. Ambas buscavam a finalidade de beneficência social.

A semana do livro alemão

Ocorria anualmente. Contribuiu em grande escala para a difusão de obras valiosas entre o povo. A cifra de vendas das livrarias alemãs aumentou em pouco tempo, chegando a 32% em 1933.

Almanaques políticos e culturais

Por outra parte, e para demonstrarmos de forma mais clara o cuidado que o Nacional Socialismo teve com a educação popular, até nos almanaques e anuários buscou-se estar em consonância com o novo Estado, através de divulgações culturais.

Diz o artigo publicado no Klimsche Druckerei Anzeiger de 26 de Março de 1937:

“Qualquer jovem da Juventude Hitlerista podia intervir aqui saudavelmente, pois tinham o conhecimento de muitas coisas belas, de boas citações de homens alemães, com as quais conseguíamos preencher as 52 folhas semanais ou as 365 folhas diárias dos almanaques. As firmas alemãs que vendiam ou ofereciam almanaques deviam ter toda garantia de que seu produto final fosse irretocável, sob qualquer ponto de vista”.

Uma iniciativa desconhecida

Também é mencionada uma fundação na Alemanha, sob a iniciativa do Diretor da Câmara de Cultura do Reich, Hans Heinkel, em 1935: a “União Cultural Israelita”, destinada a todos os artistas judeus que permaneceram na Alemanha, apesar do forte movimento emigratório. Na temporada de 1934 a 1935, somente em Berlim, os teatros, concertos e conferências reuniram cerca de 500 mil visitantes israelitas. Mais tarde, todas as antigas organizações da cultura judaica foram integradas à União Cultural, formando assim a “Associação do Reich”, onde muitos artistas judeus exerciam cargos importantes.

Por outra parte, a Confederação de Associações Culturais Judaicas incluía 110 mil membros e mantinha vários teatros e orquestras, além de organizar apresentações em quase todas as cidades alemãs. Como dissera Goebbels em um discurso anteriormente citado, “os judeus apenas foram proibidos da participação na política alemã”.

Juntamente com o Departamento Palestino da Agência Judaica que atuou em Berlim até 1941 (!), como descrito neste artigo, enterra-se aqui um pouco mais fundo o mito de que os judeus eram “caçados barbaramente” durante o regime Nacional-Socialista. E sempre devemos ter em mente que sua remoção física apenas se acirrou com a eclosão da guerra européia de fato, ou seja, a partir de 1941 e quando foram declarados “inimigos do Estado”, depois de fracassadas as últimas tentativas de paz com Hess e em Dunquerque – NR.

Finalmente, devemos ressaltar que o Nacional Socialismo nunca buscou o monopólio da obra artística de cada indivíduo, tampouco sua manipulação, mas sim canalizá-la a uma mesma finalidade de elevação espiritual da nação, fomentando, entre elas, uma concepção de arte saudável, a qual estava bastante afetada na época anterior à subida de Hitler ao poder.

No preâmbulo da Lei de 22 de Setembro de 1933, através da qual o Ministro da Propaganda, Dr. Goebbels, criava a Câmara de Cultura do Reich que seria inaugurada em 15 de Novembro de 1935, estava escrito:

“A função do Estado é a de combater, dentro do domínio da cultura, todos os elementos perniciosos a ela, e a de fomentar, por outro lado, aqueles outros que sejam dignos de estímulo, desde que estejam conscientes de sua responsabilidade diante da comunidade nacional. Neste sentido, não há de se influir sobre a criação cultural, a qual deve seguir sendo uma obra pessoal e, portanto, livre. Sem dúvidas, consideramos de absoluta necessidade para uma política de cultura alemã, a reunião de todos os elementos de ação cultural em um organismo, inspirado na vontade unificada e posto sob a direção do Reich”.

Pedro Varela

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