Bunker da Cultura Web Rádio

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

HEIDEGGER

 Martin Heidegger nasceu em 26 de setembro de 1889, em Meßkirch, Alemanha, filho de um mestre tanoeiro e sacristão. Após a conclusão do ensino médio. ele iniciou seus estudos de teologia em 1909, na Universidade de Freiburg, região de Breisgau. Ele contou para isso com o apoio da Igreja Católica. Sua vocação inicial foi o sacerdócio. Em 1911, ele trocara-o pela filosofia. No ano de sua habilitação para professor universitário, ele prestou seu serviço militar na Primeira Guerra Mundial.





Em 1917, ele casou com Elfriede Petri. Após o final da guerra, Heidegger obteve uma colocação como assistente de Edmund Husserl na Universidade de Freiburg, cuja ideia da Fenomenologia, Heidegger se ocupara criticamente. Em 1927, apareceu a principal obra de Heidegger denominada Ser e Tempo. Logo depois ele se tornou sucessor de Husserl e já alcançara fama para além das fronteiras alemãs.

O filósofo apoiou a política dos nacional-socialistas sob Adolf Hitler. Na tomada do poder em janeiro de 1933, ele se tornou membro do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores alemães (NSDAP). Ele esperava do partido um novo começo. No mesmo ano ele se tornou reitor da Universidade de Freiburg. Posteriormente surgiram diferenças com o Estado Nacional-Socialista: ele rejeitou a Questão Racial e outros pontos da ideologia Nacional-Socialista. Sendo assim, ele renunciou ao cargo de reitor e se dedicou exclusivamente à filosofia.

Após o final da guerra, Heidegger teve negada sua atuação como professor. Em 1949 ele discursou publicamente sobre sua crítica contra a técnica e ciência. Este discurso levou o título de “Espiada naquilo que é”. No ano seguinte, 1950, o filósofo teve permissão para retornar ao magistério. Ele promovia seminários na Universidade de Freiburg. Mesmo a partir de 1952, após se tornar professor emérito, Heidegger continuou a promover seus seminários até 1967.

Martin Heidegger faleceu em 26 de maio de 1976, em Freiburg.

Angelika Willig, nascida em 1963 em Göttingen, estudou filosofia e literatura alemã em Freiburg e Munique. Ela se ocupou com o tema “Heidegger e o Nacional-Socialismo” desde a publicação do livro denunciante de Victor Farias, em 1986, e escreveu finalmente sua tese de doutorado sobre Martin Heidegger e Karl Jaspers, ambos filósofos existencialistas alemães.

Após os estudos, atuou como redatora sobre cultura no jornal semanal “Junge Freiheit” e desde 2004 é correspondente do “Nation & Europa”, “Deutsche Stimme”, “Neue Ordnung” (Graz), “Umwelt & Aktiv” e autora regular de artigos na página de nosso partido.

Para Heidegger, a filosofia terminou com Nietzsche, às vezes ele dizia que teria até “morrido” com ele. Quem se ocupava posteriormente com a filosofia, estaria revolvendo um cadáver. Exatamente isso fez Heidegger de forma “brilhante”. Através do Nacional-Socialismo, ele pegou a chance para largar o cadáver e se ocupar com algo vivo. Mas após um curto período ele não se sentiu mais à vontade e retornou à filosofia que julgava estar morta. Desta forma, não existe nenhum filósofo nacional-socialista e não pode haver nenhum, pois o Nacional-Socialismo surgiu após a era da Filosofia e se lastreava nas ciências naturais. De certa forma, Heidegger era “muito velho” (embora tenha nascido no mesmo ano que Adolf Hitler), que se pode notar quando ele ataca a metafísica da filosofia, mas defende imediatamente estas antigas forças contra a ciência natural e a técnica.

As aulas sobre Nietzsche dos anos 30 e 40 devem ser consideradas como crítica ao Nacional-Socialismo. Termos como “raça” e “reprodução” são utilizados por Heidegger de forma negativa, pois ele vê ali a “autorização do ser humano”

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

BUNKER PODCAST

ARGENTINA VS. POLONIA


 

A decadência da Argentina começou com Juan Domingo Perón, eleito presidente em fevereiro de 1945. Sua agenda política era focada em um governo grande. A companhia telefônica da Argentina foi nacionalizada, assim como as ferrovias, o fornecimento de energia e as rádios privadas. Entre 1946 e 1949, os gastos do governo triplicaram. O número de funcionários do setor público aumentou de 243 mil em 1943 para 540 mil em 1955, com muitos novos empregos sendo criados em agências governamentais e no serviço público para acomodar os apoiadores do Partido Trabalhista de Perón. A política econômica era socialista: embora o volume de passageiros e cargas nas ferrovias estivesse estagnado, o número de funcionários aumentou em mais de 50% entre 1945 e 1955. Os sindicatos peronistas se tornaram as organizações mais poderosas da Argentina, ao lado dos militares.

Economicamente, a história da Argentina é marcada por inflação, hiperinflação, falências estatais e empobrecimento. Desde sua independência em 1816, o país passou por nove falências soberanas, a mais recente em 2020 — uma história trágica para um país tão orgulhoso que já foi um dos mais ricos do mundo. Com exceção da década de 1990, a Argentina sofreu com inflação de dois dígitos todos os anos desde 1945. Quando Milei foi eleito, o país enfrentava hiperinflação e um aumento acentuado nas taxas de pobreza.

A situação era semelhante quando Leszek Balcerowicz iniciou uma série de reformas de livre mercado na Polônia. Na década de 1980, a Polônia era um dos países mais pobres da Europa.

A dívida da Polônia com os credores ocidentais aumentou cada vez mais e, em 1984, o país se tornou o terceiro maior devedor do mundo. A dívida externa bruta da Polônia saltou de 1,1 bilhão de dólares em 1971 para 40 bilhões de dólares em 1989, mais do que qualquer outro país socialista. Em 1989, a inflação anualizada na Polônia era de 640%.

Assim como Milei, Balcerowicz era um economista adepto dos princípios da Escola Austríaca de economia, inspirando-se nas obras de Ludwig von Mises e Friedrich August von Hayek. E, assim como Milei na Argentina, ele implementou a “terapia de choque” na Polônia.

As reformas de Balcerowicz foram fundamentais para que a Polônia se tornasse um dos países economicamente mais prósperos da Europa. Em 2017, o economista Marcin Piatkowski publicou o livro Europe’s Growth Champion [em português, Campeão de Crescimento da Europa], no qual faz um balanço após 25 anos: “No entanto, vinte e cinco anos depois, foi a Polônia que se tornou a líder incontestável da transição e a campeã de crescimento da Europa e do mundo. Desde o início da transição pós-comunista em 1989, a economia da Polônia cresceu mais do que a de qualquer outro país da Europa. O PIB per capita da Polônia aumentou quase duas vezes e meia, superando todos os outros estados pós-comunistas, bem como a zona do euro.”

De acordo com dados do Banco Mundial, o PIB per capita da Polônia em 1989 era 30% do valor correspondente nos EUA e subiu para 48% do nível dos EUA em 2016. A renda dos poloneses cresceu de cerca de 10.300 dólares em 1990, ajustada pelo poder de compra, para quase 27.000 dólares em 2017. Em comparação com os países da UE-15, a renda dos poloneses era menos de um terço em 1989 e subiu para quase dois terços em 2015.

O caso da Polônia demonstra que as reformas capitalistas e a terapia de choque funcionam! Mas a Polônia também oferece uma segunda lição, que é igualmente importante para os argentinos hoje: antes de as coisas melhorarem, a Polônia enfrentou um período de dificuldades que durou dois anos.

Uma consequência negativa previsível das reformas econômicas foi a queda do PIB por alguns anos antes de retornar ao crescimento. Na Polônia, o declínio foi de 11,6% em 1990 e 7,6% em 1991. As taxas de desemprego subiram de zero para 12% em 1991 e novamente para 14% em 1992. É importante lembrar que a Polônia, assim como a Argentina, tinha uma alta taxa de desemprego oculto. Os comunistas foram muito criativos nos métodos que empregaram para esconder o desemprego. Após o fim do socialismo, o desemprego oculto tornou-se desemprego oficial. Era inevitável que pessoas que trabalhavam em empresas estatais, que estavam longe de ser competitivas nos mercados globais e que não haviam falido graças aos subsídios estatais, perdessem seus empregos, e que esse desemprego oculto fosse somado às estatísticas oficiais. As empresas estatais encolheram. Mas, ao mesmo tempo, inúmeras novas empresas foram criadas.

O exemplo da Polônia destaca, portanto, duas lições principais:

  1. A terapia de choque capitalista funciona. Milei está seguindo as mesmas doutrinas e princípios econômicos que Balcerowicz. Ambos enfrentaram os mesmos problemas: dívida nacional extrema, inflação desenfreada, pobreza e um Estado que sufocava a economia.
  2. Antes de as coisas melhorarem, muitas terão que piorar. É totalmente irrealista esperar que décadas de danos sejam desfeitas em um ano.

A Argentina agora está em uma encruzilhada: ou os argentinos entendem o que foi dito acima e têm a paciência necessária para enfrentar a tempestade e atravessar dois anos difíceis ou não têm a paciência e sucumbem à tentação das soluções rápidas prometidas pelos peronistas, que querem voltar ao poder. Se tiverem paciência, a Argentina terá um futuro próspero. Caso contrário, o país afundará novamente em um redemoinho de dívida, inflação e pobreza.

Este artigo apareceu pela primeira vez em REAL CLEAR MARKETS: https://www.realclearmarkets.com/articles/2024/07/24/argentina_can_grow_by_following_the_poland_growth_model_1046708.html

EXATAMENTE O QUE O SOCIALISMO DEMOCRATICO PRATICA NO BRASIL.

 

Controles de preços, impostos mais altos, intervenção governamental e subsídios pagos pela impressão de uma moeda constantemente desvalorizada.
Esses são os pilares essenciais do "socialismo do século XXI" e do peronismo de esquerda radical que obliterou a Argentina. Esses também são os principais elementos do plano econômico apresentado por Kamala Harris e pelo Partido Democrata. Sem dúvida, este é o plano econômico socialista mais radical já anunciado pelos democratas.



De acordo com o Comitê para um Orçamento Federal Responsável (CRFB), as propostas de Harris custarão US$ 1,95 trilhão em 10 anos. No entanto, ele enfatiza que, se certas medidas se tornarem permanentes, esse número poderá aumentar para US$ 2,25 trilhões.

A campanha de Harris afirmou que esses custos serão compensados por uma desculpa clássica do socialismo em qualquer eleição: "impostos mais altos sobre as corporações e os que ganham mais". Isso é, obviamente, ridículo, porque não há medida de receita que cubra o já inchado déficit anual de US$ 2 trilhões e um adicional de US$ 2 trilhões. O mantra de "impostos mais altos para os ricos" sempre significa impostos mais altos e mais inflação, um imposto oculto, para você.

magine todos aqueles cidadãos dos Estados Unidos que escaparam das economias latino-americanas ou europeias empobrecidas pelo intervencionismo para encontrar uma oportunidade melhor nos Estados Unidos apenas para descobrir que as mesmas políticas serão implementadas por Harris.

Imagine todos aqueles cidadãos dos Estados Unidos que escaparam das economias latino-americanas ou europeias empobrecidas pelo intervencionismo para encontrar uma oportunidade melhor nos Estados Unidos apenas para descobrir que as mesmas políticas serão implementadas por Harris.

A narrativa de manipulação de preços e ganância é simplesmente falsa. Em 2023, as margens de lucro no setor de supermercados atingiram o nível mais baixo desde 2019, em 1,6%, de acordo com o FMI.

Kamala Harris e sua equipe sabem que seu plano de gastos fará a dívida nacional disparar e que o controle de preços não reduz os preços.

As propostas de Harris para perdoar dívidas são profundamente antissociais. Elas não perdoam nenhuma dívida; elas apenas adicionam à dívida nacional e fazem você pagar por isso. Esse enorme aumento da dívida pública será um fardo para todos os americanos, principalmente os mais pobres, com inflação persistente e salários reais mais baixos. Os cidadãos dos EUA já sofrem um crescimento negativo dos salários reais desde janeiro de 2021, quando Biden assumiu o cargo, de acordo com o Federal Reserve de St Louis.

Por que Harris promove as mesmas políticas que falharam em todos os lugares? Prometer coisas grátis e culpar os outros pelas consequências negativas é a estratégia definidora dos políticos socialistas.

Você está surpreso ao ver como a Alemanha, a França e outras nações historicamente ricas caem na estagnação, na alta dívida, na inflação persistente, nos impostos enormes e na destruição da classe média? Essas políticas são o que Harris está prometendo. Quem se beneficia? O vasto governo e suas corporações vizinhas colhem os benefícios.

Muitas pessoas acreditam que uma nação não pode ser considerada socialista se tiver empresas privadas. Não faz sentido. O controle estatal não se limita à propriedade do capital, mas também à imposição de leis, regulamentos e impostos confiscatórios cada vez mais restritivos. Na verdade, o governo gosta de absorver a maior parte da riqueza criada pelo setor privado sem o inconveniente de administrar os negócios. Huerta de Soto define o socialismo como "qualquer sistema de agressão institucional e metódica contra o livre exercício do empreendedorismo" e é exatamente isso que Harris promete.

A equipe de Harris acredita que os déficits não importam e que o Federal Reserve sempre pode disfarçar qualquer desequilíbrio orçamentário. No entanto, rachaduras já apareceram. A inflação persistente é consequência de anos de gastos excessivos e monetização. O próximo passo é o risco de perder o dólar americano como moeda de reserva mundial quando o mundo parar de aceitar a dívida cada vez maior.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Os fuzilamentos de judeus no Front Oriental


 Foto falsificada para ilustrar suposto fuzilamento de mulheres e crianças

Forças-Tarefa

Forças-Tarefa

Após o início da campanha oriental, foram constituídos quatro Forças-Tarefa (Einsatzgruppen), cuja tarefa principal consistia no combate aos guerrilheiros que estavam operando atrás do Front. Se acompanharmos a Enciclopédia do Holocausto, estas Forças-Tarefa mataram nos territórios soviéticos ocupados, somente até a primavera de 1943, 1,25 milhões de judeus. [281] Um número ainda muito mais alto – 2,2 milhões – é citado por Krausnick e Wilhelm em um livro [282] considerado como referência sobre este tema. Juntos às Forças-Tarefa, também a Wehrmacht, a SS, as unidades de polícia, bem como os romenos aliados aos alemães, teriam assassinado muitas centenas de milhares de judeus, de maneira que o número total das vítimas judeo-soviéticas, segundo a versão história ortodoxa, está situado quase próximo de dois e três milhões de pessoas.

Como comprovação deste assassinato gigantesco, os historiadores do Holocausto fazem referência aos chamados comunicados de ocorrência (“Ereignismeldungen UdSSR”) que incluíram as Forças-Tarefa ao RSHA em Berlim, e onde são relatados numerosos massacres às vezes com número de cinco cifras de vítimas. Os relatos abrangem ao todo 2.900 páginas datilografadas; cada relato foi divulgado com uma edição mínima de 30 exemplares. [283] É muito estranho que os alemães tivessem divulgado amplamente uma documentação tão incriminatória.

Babi Jar

Nesses relatórios de ocorrência também é mencionada a morte de 33.711 judeus em Kiew. [284] Em Babi Jar, não muito distante da capital da Ucrânia, em 29 de setembro de 1941, como retaliação aos ataques com explosivos pelo movimento de resistência, teriam sido assassinados todos os judeus ainda remanescentes na cidade. As testemunhas citaram os seguintes métodos de assassinatos: fuzilamento com carabinas, fuzilamentos com metralhadoras, apunhalamentos com baionetas, enterros vivos, injeções, minas, granadas de mão, pedaços de rocha, caminhões de gás, esmagamento com tanques, afogamento no rio Dnjepr. O número das vitimas, de acordo com os depoimentos de testemunhas, foi de até 300.000. [285] Em setembro de 1943, quando o Exército Vermelho se aproximou a uma distância ameaçadora de Kiew, os cadáveres teriam sido desenterrados e incinerados, sem deixar traços. Em 28 de setembro, este trabalho teria sido concluído. Porém dois dias antes, Babi Jar foi fotografado pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe). A imagem respectiva não deixa reconhecer aquilo que as testemunhas declararam ter visto – não havia valas, montes de cinzas, acúmulos de pessoas, não havia também veículos. [286]

Assim sendo, o massacre de Babi Jar – ao menos nas dimensões alegadas – foi desmascarado como uma fraude. Nenhum outro assassinato em massa, atribuído aos alemães na frente oriental, deve ter reclamado tantas vítimas; nenhum outro extermínio foi de tal maneira expandido como propaganda. Nestas circunstâncias seriam suspeitos desde o início todos os relatórios das Forças-Tarefa (Einsatzgruppen).

A ausência de vestígios materiais

Um argumento coercitivo contra a extensão alegada dos fuzilamentos de judeus no Leste reside, principalmente, na ausência de vestígios materiais. Depois de os alemães terem descoberto em Katyn os cadáveres de 4.143 oficiais poloneses fuzilados pelos soviéticos, convocaram uma Comissão Internacional e elaboraram ampla documentação. [287] Fizeram o mesmo depois de terem descoberto, em Winnitza, na Ucrânia, os restos mortais de 9.432 ucranianos que foram assassinados antes da guerra pelo NKWD. [288] Relatórios sobre valas de massa, correspondentemente amplas, com vítimas dos alemães, nunca foram citadas pelos soviéticos, embora eles tivessem realizado escavações, tendo realizado e emitido laudos forenses. No campo de concentração de Salaspils, próximo de Riga, foram exumados, por exemplo, 574 cadáveres, [289] o que não preveniu os propagandistas soviéticos de afirmar que ali teriam sido assassinado 101.000 pessoas. [290] Especialistas contemporâneos de Salaspils, como o letão Hinrihs Strods e os alemães A. Angrick e P. Klein, citam o número das pessoas assassinadas no campo como sendo de 2.000 até 3.000. [291] Caso isto seja correto, os soviéticos teriam exagerado o número dos detentos assassinados em trinta e três até cinquenta vezes!

A misteriosa “Aktion 1005”

A ausência de valas comuns gigantescas com os cadáveres dos judeus exterminados é explicada pelos historiadores ortodoxos do Holocausto com a informação de que Himmler teria dado uma ordem ao SS-Standartenführer (Líder Estandarte da SS), Paul Blobel, para abrir todas as valas comuns no Leste e incinerar os cadáveres. Esta operação teria recebido o nome de “Aktion 1005”. [292] Efetivamente, Blobel apresentou na prisão norte-americana duas confissões correspondentes. [293] Já vimos com quais meios (capítulo 7.2.1) tais confissões teriam sido forçadas.

Na Enzyklopädie des Holocaust [294] encontra-se um mapa, no qual a “Aktion 1005” teria sido realizada. Na direção Oeste-Leste mede 1.300 Km e na direção Norte-Sul 1.500 Km! Neste território gigantesco, Blobel e seus subordinados teriam aberto inúmeras valas comuns, tendo eliminado os cadáveres de até dois a très milhões de Judeus – e isto dentro de um curto espaço de tempo e sem deixar documentação ou vestígios materiais! É preciso ser um historiador ortodoxo do Holocausto para acreditar nesta tolice. Mesmo se o pessoal de Blobel tivesse concretizado tal proeza, os soviéticos poderiam ter localizado, sem dificuldades, as antigas valas comuns com base em fotografias aéreas e nos locais dos crimes teriam encontrado miríades de resíduos de ossos, bem como enormes quantidades de cinzas de madeira e de matéria queimada – isto sem levar em conta as áreas silvestres onde foram cortadas as árvores, próximas das valas. A partir do livro de um certo Jens Hoffmann [295], publicado em 2008, é revelada toda a história da “Aktion 1005” baseada exclusivamente em “relatos de testemunhas oculares e “confissões de autores”, bem como baseada em autos dos Tribunais, nos quais tais depoimentos de testemunhas e confissões formaram o único material da acusação.

Anciãos e crianças nos guetos dos territórios ocupados do Leste

Diante da falta de documentos efetivamente comprobatórios, afastamo-nos de quaisquer especulações sobre o número dos judeus fuzilados e nos satisfazemos em comprovar, baseados em alguns exemplos, que os alemães também ali não promoviam uma política de extermínio sistemática de judeus:

– Em 5 de junho de 1942 viviam no gueto de Brest (Belarus) aproximadamente 9.000 judeus, entre estes 932 pessoas de mais de 65 anos de idade (o mais idoso contava com 92 anos), bem como mais de 500 crianças de menos de 16 anos de idade [296]

– Em um mês desconhecido do ano de 1943, encontravam-se no gueto de Minsk (Bielorus) 225 crianças com menos de 16 anos, bem como algumas pessoas com idade até 86 anos [297]

– No fim de maio de 1953 viviam no gueto de Wilna (Lituânia) muitas pessoas idosas, entre as quais a Chana Stamleriene, nascida em 1852, além de 3,693 crianças com menos de 16 anos. [298] De acordo com uma antologia do Holocausto, “durante o primeiro ano da existência do gueto, mais de 20 escolas teriam sido ali abertas. Em outubro de 1942, entre 1.500 e 1.800 crianças estavam frequentando aquelas escolas, e em abril de 1943 o ensino passou a ser obrigatório” [299]

– No verão a outono de 1944, numerosos judeus da Letônia e Lituânia foram transferidos para o campo de concentração de Stutthof, a leste de Danzig. [300] Em 26 de julho de 1944 chegaram 1.983 judeus, geralmente da Lituânia, em Stutthof. 850 destas pessoas tinham menos de 15 anos, [301] o que significa que os mais velhos tinham 12 anos de idade quando os alemães conquistaram a Lituânia no verão de 1941.

Alexander Calder

Capítulo 14 do livro Der Holocaust – Die Argumente

[281] E. Jäckel u.a. (Hg) Pag. 397. Ver Nota 230

[282] H. Krausnick, H. H. Wilhelm, Die Truppe des Weltanschauungskrieges, Sttutgart 1981, Pag. 621

[283]op. cit. Pag. 655

[284] Ocorrência 106 de 7 de outubro de 1941. Documento do processo de Nuremberg Nº R-102

[285] Herbert Tiedemann, “Babi Jar. Kritische Fragen und Anmerkungen”. em E. Gauss (Hg) Nota 212. Pág. 375-399

[286] John Ball, “Luftbildbeweise”, em E. Gauss (Hg) Nota 212. Pág. 238 et seq

[287] Auswärtiges Amt, Amtliches Material zum Massenmord von Katyn, Berlin 1943

[288] Auswärtiges Amt, Amtliches Material zum Massenmord von Winnitza, Berlin 1944

[289] Gosudarstvenny Arkhiv Rossiskoj Federatsii, Moskau, 7021-93-21. Pág. 15-18

[290] Wikipedia sobre “Salaspils”, em russo

[291] Wikipedia sobre “Salaspils”, em alemão

[292] Ver C. Mattogno, J. Graf, (nota 158) Capítulo VII, 4.

[293] NO-3842. NO-3947

[294] E. Jäckel, (Hg) (nota 230) Pág. 10

[295] Jens Hoffmann, “Das kann man nicht erzählen”. Aktion 1005 – Wie die Nazis die Spuren ihrer MAssenmorde in Osteuropa beseitigten, Hamburg 2008

Alemanha: o “homem doente” da Europa

 


A Alemanha é, mais uma vez, o “homem doente da Europa”. Segundo a OCDE, o crescimento global está projetado para atingir 3,1% este ano, mas a expectativa é que a Alemanha fique para trás, com apenas cerca de 0,2%, o mais baixo entre todos os países da OCDE. Além disso, o número de falências de empresas na Alemanha é o mais alto em dez anos.

A última vez em que a Alemanha foi considerada o “homem doente da Europa” foi no final dos anos 1990. No entanto, sob a liderança do social-democrata Gerhard Schröder, reformas significativas da economia de mercado foram implementadas, o mercado de trabalho foi liberalizado e a alíquota máxima do imposto foi reduzida de 53 para 42%. Essas mudanças foram a base do sucesso econômico da Alemanha nos últimos 20 anos, e Angela Merkel se beneficiou das reformas de Schröder.

Durante os 16 anos do governo Merkel, nenhuma reforma foi implementada. Em vez disso, a indústria de energia da Alemanha foi transformada em uma economia planejada sob o lema da luta contra as mudanças climáticas. A Alemanha decidiu fechar todas as suas usinas nucleares, e, enquanto o fraturamento hidráulico é proibido, o país importa gás LNG produzido por fraturamento hidráulico dos Estados Unidos.

Além disso, o governo Merkel tornou a Alemanha dependente do gás russo, apesar dos alertas dos EUA e de países como a Polônia. Os preços da eletricidade na Alemanha dispararam, não apenas devido à guerra de Putin na Ucrânia, que só piorou as coisas. A “transição energética”, uma das principais causas desses problemas, está projetada para custar à Alemanha um total de 1,2 trilhões de euros (cerca de 1,3 trilhões de dólares) até 2035.

Uma consequência da transição energética é que ficou caro demais produzir na Alemanha, especialmente para empresas que dependem muito da eletricidade. A BASF, a maior empresa química do mundo, agora prefere produzir na China. A decisão da BASF é motivada pelos custos mais baixos de eletricidade e pela menor burocracia na China em comparação com a Alemanha.

A recessão econômica na Alemanha pode se agravar ainda mais com a decisão da União Europeia de proibir o registro de carros com motores de combustão a partir de 2035. Nunca na história um país havia proibido voluntariamente seu produto mais bem-sucedido e admirado mundialmente. Acho que os chineses devem estar muito felizes com essa decisão absurda. Eles conseguem produzir veículos elétricos muito mais baratos e continuar fabricando motores de combustão ao mesmo tempo.

A Alemanha também enfrenta problemas demográficos, que estão levando a uma grave escassez de mão de obra qualificada. Essa escassez torna mais difícil encontrar trabalhadores qualificados e preencher até mesmo os cargos mais simples. Apesar da alta imigração, as questões demográficas persistem devido à expansão do estado de bem-estar social. No início de 2023, o governo introduziu o Bürgergeld (benefício ao cidadão), que funciona como uma renda básica incondicional. Com o estado pagando aluguel e outros benefícios, os repasses para uma família com dois filhos em uma cidade como Munique, onde os custos de habitação são particularmente altos, podem chegar a 3.400 euros por mês.

Ao mesmo tempo, o trabalho ilegal aumentou consideravelmente na Alemanha. Isso ocorre porque a combinação do benefício ao cidadão, que não exige trabalho, com algumas horas de trabalho não declarado muitas vezes faz com que as pessoas tenham mais dinheiro no bolso do que teriam após 40 horas de trabalho árduo. De acordo com previsões, o dinheiro ganho ilegalmente na Alemanha deve aumentar em 38 bilhões de euros, totalizando 481 bilhões de euros este ano.

O paradoxo: embora haja 2,7 milhões de desempregados na Alemanha, as empresas têm extrema dificuldade em encontrar funcionários. Muitos restaurantes, por exemplo, já não conseguem encontrar trabalhadores suficientes, e o número de restaurantes insolventes aumentou 27% no ano passado.

Para muitas pessoas, viver de assistência social é mais atraente do que trabalhar em empregos de baixa remuneração, o que também se aplica aos migrantes. Nos últimos anos, a Alemanha tem recebido um grande número de imigrantes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que têm uma população quatro vezes maior. A maioria desses imigrantes possui baixa qualificação, e poucos são trabalhadores qualificados. De fato, 82% dos sírios na Alemanha, o maior grupo entre os solicitantes de asilo, não têm nenhuma formação profissional. Dos que recebem o benefício ao cidadão, 63% são migrantes, e, em alguns estados, como Hesse, onde nasci, esse número chega a 76%.

Enquanto tudo isso acontece, cada vez mais pessoas qualificadas e instruídas estão deixando a Alemanha. Com uma taxa de emigração de 5,1%, o país ocupa o terceiro lugar internacionalmente. A maioria dos emigrantes — cerca de três quartos — possui diploma universitário.

Um grande problema é o aumento da criminalidade entre imigrantes. 41% dos suspeitos de crimes são estrangeiros, um número desproporcional em comparação com a porcentagem da população. Os migrantes estão especialmente super-representados em crimes como agressão e estupro.

Assim, a Alemanha enfrenta muitos problemas. Além disso, a burocracia é pior do que na maioria dos outros países. Licenças de construção podem levar anos, às vezes mais de uma década. Olaf Scholz é menos popular do que qualquer outro chanceler anterior, e os Verdes, que ainda eram muito populares há alguns anos, estão se tornando cada vez mais impopulares. Mas, independentemente do resultado das eleições no próximo ano, há pouca esperança de que as reformas de que a Alemanha tanto precisa sejam implementadas.


Rainer Zitelmann

É doutor em História e Sociologia. Lecionou na Universidade Livre de Berlim

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O problema da agenda de Trump para o homeschooling

 O ensino doméstico (homeschooling) nunca foi um experimento. Os pais ensinando a seus filhos as coisas individuais e únicas que eles acreditam que deveriam saber não apenas tem sido o modo de vida desde antes do experimento da escola pública, mas é a maneira mais libertária de lidar com o fracasso governamental total e o modelo ineficiente da chamada educação.

As escolas públicas há muito são incapazes de acompanhar a trajetória de nossa Era da Informação, incapazes de manter os alunos a salvo da ideologia e da violência e representam um modelo desatualizado de um sistema de cuidado diário do governo administrado de forma inepta. O ensino doméstico não representa apenas um exercício fundamental de autonomia e responsabilidade dos pais, mas oferece uma chance de alívio de um modelo falido.

Embora a "Agenda 47" de Trump o faça parecer um campeão dos homeschoolers, é outro engodo, lançando as bases para a supervisão total do governo, com potencial para exigir métricas misteriosas do mesmo estabelecimento do qual os homeschoolers estão escapando. Uma das vantagens do ensino doméstico, entre muitas, é que ele permite que os pais se encarreguem da educação de seus filhos, livre da intervenção do governo e da burocracia. Essa perspectiva está enraizada nos princípios da liberdade individual e do governo limitado.

Trump prometeu permitir que os pais que ensinam em casa usem 529 contas de poupança educacional para contribuir com até US$ 10.000 por ano por criança, totalmente isentos de impostos, a fim de gastar em custos associados à educação em casa. Quais são as estipulações por trás de receber esse dinheiro do governo? Bem, é claro, ele não diz. Estou errado em ser cauteloso? Claro que não. Não faz muito tempo que um simples "15 dias para retardar a propagação" se transformou no maior exagero do governo e no conjunto de ordens tirânicas que os Estados Unidos já viram. Não importa o quão saborosa seja a cenoura pendurada, ela sempre tem um preço.

Os pais, não o Estado, têm a responsabilidade primária pela educação e educação de seus filhos. O ensino doméstico permite que os pais tomem decisões sobre a educação de seus filhos sem interferência de agências governamentais ou escolas públicas. Assim que a isca for puxada, a troca começa. O que essa mudança implicará? Isso é uma incógnita, mas a consideração iminente de que virão requisitos de testes padronizados, mandatos curriculares e outras formas de supervisão do governo não é muito improvável.

Trump também observou que trabalhará para garantir que todas as famílias que ensinam em casa tenham direito aos benefícios disponíveis para alunos que não estudam em casa, incluindo a participação em programas esportivos, clubes, atividades extracurriculares, viagens educacionais e muito mais. Na maioria das áreas, eles já estão disponíveis para os alunos que estudam em casa, embora muitos declinem alegremente, pois as oportunidades de enriquecimento para aqueles que estudam em casa são incrivelmente variadas e enriquecedoras.

O ensino doméstico oferece autossuficiência, permitindo que pais e filhos adaptem sua educação individualmente, em vez de se limitarem a um sistema escolar público de tamanho único. Quando oferecido um incentivo de tamanho único, é preciso se perguntar se o escopo do ensino doméstico se tornará mais restrito.

Essa política é positiva ou negativa? Trump é em grande parte uma máquina de mídia, dizendo as palavras certas, balançando a cenoura certa e interpretando um personagem que verifica as caixas certas para uma certa seita de sua base. No entanto, "Bumpstock Trump" está plenamente ciente da maneira como ele prepara o terreno para a intrusão do grande governo ou completamente inepto em relação aos espaços que ele deixa abertos, explorando os vulneráveis no processo.

Em conclusão, a perspectiva libertária vê o homeschooling como um exercício fundamental de autonomia e responsabilidade dos pais, permitindo que os pais façam escolhas sobre a educação de seus filhos sem interferência do governo. Embora pareça que oferecer fundos do governo permita que as famílias com dificuldades continuem a ensinar seus filhos da maneira que acharem melhor, o potencial para consequências graves se aproxima.

Um dos princípios mais básicos da economia é útil aqui: "não existe almoço grátis", e a desvantagem é que, uma vez que mordemos a isca, os homeschoolers em todos os lugares podem estar pagando a conta.

 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

COMO DIMINUIR O TAMANHO DO ESTADO?

 


Em meio a um cenário de constantes discussões sobre a alta carga tributária do Brasil, é comum se deparar com debates que focam exclusivamente na receita do Estado. No entanto, é essencial destacar que o verdadeiro tamanho de um governo se mede pela sua despesa, não pela quantidade de recursos que ele arrecada. Infelizmente, esse equívoco é uma falha comum no debate público e pode levar a soluções inadequadas para os problemas enfrentados pelo país.

A carga tributária brasileira é indiscutivelmente elevada, e tal fato não pode ser ignorado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os brasileiros gastam, em média, 151 dias por ano apenas para pagar impostos. Esse número alarmante revela a pesada carga que recai sobre os cidadãos e as empresas, afetando a competitividade e a capacidade de investimento do país.

Contudo, é fundamental entender que a causa raiz dessa elevada carga tributária não reside apenas na arrecadação em si, mas sim nas despesas do governo. Um Estado que demanda e gasta excessivamente recursos terá inevitavelmente que buscar mais receitas para financiar suas operações. Portanto, é imperativo direcionar o foco do debate para o lado dos gastos públicos.

Para mensurar o tamanho real do Estado, é necessário analisar a extensão de suas despesas governamentais, ou seja, onde o dinheiro dos contribuintes é, de fato, aplicado. Cortar gastos e otimizar a utilização dos recursos públicos é uma medida crucial para garantir a sustentabilidade fiscal e promover um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico.

Existem diversas maneiras de promover essa redução de despesas e tornar o Estado mais eficiente. Um primeiro passo é melhorar a gestão dos recursos, e buscar maior transparência e controle sobre os gastos. A implementação de tecnologias e processos mais eficazes na administração pública pode resultar em economia e evitar desperdícios.

Outra medida relevante é a privatização de estatais deficitárias que consomem recursos do tesouro. Muitas empresas estatais, ao invés de contribuírem para a arrecadação do Estado, acabam gerando prejuízos e se tornando um ônus para a sociedade. A transferência dessas empresas para a iniciativa privada pode trazer mais eficiência e competitividade ao setor, além de aliviar os cofres públicos.

Além disso, uma reforma administrativa profunda se faz necessária para promover a modernização do Estado, adequando-o às demandas e aos desafios do século XXI. A revisão de estruturas, cargos e salários do funcionalismo público é uma medida importante para garantir que o serviço prestado seja de qualidade, sem que isso implique em um aumento descontrolado da despesa.

É importante ressaltar que reduzir a despesa governamental não significa necessariamente diminuir a qualidade dos serviços públicos. Pelo contrário, trata-se de buscar maior eficiência e racionalidade no uso dos recursos, de forma a garantir que as necessidades da população sejam atendidas de maneira adequada.

É necessário redirecionar o debate público sobre o tamanho do governo no Brasil. Ao invés de se concentrar exclusivamente na carga tributária, é essencial priorizar a discussão sobre a despesa governamental. Somente com um esforço conjunto para cortar gastos desnecessários, melhorar a gestão pública e promover reformas estruturais, será possível construir um Estado mais enxuto, eficiente e, consequentemente, mais justo e próspero para todos os brasileiros.

L. Sperandio