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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Brasil rico, brasileiro pobre

 O recente estudo do FMI (Fundo Monetário Internacional) é abrangente e esclarecedor. Mostra, com números, o empobrecimento dos brasileiros e as causas desse resultado.

Pela importância dessa análise, transcrevo o texto em sua íntegra. Meu desejo é que meus compatriotas compreendam as ameaças que rondam o nosso futuro.

Os fatos relatados desmontam narrativas que vêm iludindo eleitores. Revelam que, ao repetir os erros de países vítimas do populismo — como Argentina, Venezuela e Cuba —, estamos condenados a colher os mesmos resultados.

Reflitam!

O empobrecimento brasileiro

O empobrecimento já não é previsão pessimista, mas fato comprovado por dados internacionais. Segundo o FMI, o Brasil caiu do 48º para o 87º lugar no ranking global de PIB per capita em paridade de poder de compra (PPC) entre 1980 e 2024. Essa queda aproxima o país da metade mais pobre do mundo e evidencia o fracasso de um modelo econômico guiado pelo imediatismo e pelo populismo fiscal.

Em termos absolutos, o PIB per capita até cresceu — de US$ 13,7 mil em 1980 para US$ 19,6 mil em 2024. Mas o desempenho relativo mostra que crescemos menos que nossos pares, enquanto o custo de vida avançou acima da média global. Resultado: perda de posição internacional e economia cada vez menos competitiva.

Projeções até 2030

O FMI prevê deterioração contínua. Caso nada mude, o Brasil poderá cair para o 89º lugar em 2030. A combinação de baixo crescimento, investimentos fracos, produtividade estagnada e inflação persistente empurra o país para a estagnação, enquanto outras economias emergentes avançam.

Desde 2013, pouco evoluímos. Naquele ano, o PIB per capita em PPC era de US$ 19.169; em 2024, chegou a apenas US$ 19.594 — quase estagnação em mais de uma década, período em que outros países cresceram, abriram mercados e atraíram capital.

As causas estruturais

O empobrecimento decorre de escolhas políticas e econômicas equivocadas. O gasto público excessivo e mal alocado não gera crescimento, mas inflação e carga tributária maior. Isso reduz o poder de compra das famílias e inibe a expansão das empresas.

Somam-se a isso a baixa qualidade da educação, o mercado de trabalho informal e o ambiente regulatório instável, que afastam investimentos de longo prazo. A produtividade segue parada, e a poupança interna — essencial para financiar o crescimento — permanece em níveis críticos.

Protecionismo, burocracia e ineficiência

O isolamento comercial agrava o problema. Em vez de se integrar às cadeias globais, o país ergue barreiras e sustenta setores ineficientes com subsídios. A economia se torna menos dinâmica e inovadora. O uso político de estatais, os gastos fora do teto e o crédito direcionado ampliam as distorções.

As reformas estruturais — tributária, administrativa e educacional — continuam travadas. No lugar delas, surgem paliativos que favorecem grupos próximos ao poder e aumentam os custos de produção.

Um Brasil que escolheu empobrecer

Mais grave é que esse quadro parece tolerado pelos três poderes. O Executivo aposta em programas populistas; o Legislativo prioriza emendas; o Judiciário mantém aumentos e benefícios fiscais.

Enquanto isso, a população sente no bolso: o dinheiro compra menos, os serviços públicos pioraram e a mobilidade social encolhe. A degradação é lenta, mas constante.

A queda no ranking do FMI não é apenas estatística — é reflexo das escolhas de um país que resistiu às reformas, desperdiçou recursos e ignorou boas práticas de gestão econômica.


Jorge Simeira Jacob

Proprietário das lojas Arapuã, rede de lojas de tecidos originária de São Paulo. Diversificou os produtos comercializados em sua rede, iniciando com liquidificadores, e mais tarde voltou-se para o ramo de eletrodomésticos. Fez parte do Grupo Fenícia.


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