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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Por Jorge Serrão
O quase-ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem grandes chances de se ferrar se tentar defender a tese de que não existiu o mensalão (pagamento de propinas a políticos, com recursos vindos de negócios diretos com o poder público). Um relatório anual do Tribunal de Contas da União tem tudo para atrapalhar a estratégia de Lula. Os números oficiais desnudam o crescimento com os bilionários gastos com terceirizações – que são as principais fontes de recursos, na forma indireta, para pagar os mensalões que Lula jura não existirem.

Só em 2009, o governo Lula torrou R$ 14,1 bilhões. O gasto pode ser ainda mais escandaloso quando for fechado o balanço de 2010. Afinal, é no ano eleitoreiro que as empresas prestadoras serviços ao governo precisam doar mais para as campanhas. Também é na véspera eleitoral que as parceiras da administração pública formam seus caixa dois para investimentos ocultos nas campanhas. O "Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo da República", nas edições de 2006 e 2009, elaborado pelo TCU, pode deixar o quase ex-rei $talinácio completamente nu.

Em termos reais, descontada a inflação, foi de 61% o aumento da despesa de terceirização no segundo mandato de Lula, até 2009. O ritmo de aumento dos gastos de terceirização é de mais de R$ 2 bilhões por ano. A terceirização pode atender a dois esquemas básicos do sistema político do Crime Organizado. O pessoal contratado acaba servindo de “clientela política” (emprego em troca de votos). A terceirização também gera recursos excedentes para as empresas parceiras do Estado. Manipulando os números de prestadores de serviços ou o valor do salário a eles pagos, sobra dinheiro vivo para pagar “mensalões”.

É assim que o esquema petralha prospera financeiramente, para cumprir o objetivo de tomar de assalto e lucrar, cada vez mais, com a máquina do Estado. Se houver uma auditoria nas empresas terceirizadas, indentificando quem se beneficia direta e indiretamente dos esquemas, a casa cai. Mas como isso dificilmente acontecerá no Brasil da impunidade, Lula e seu esquema vêm com tudo para reconquistar o poder em 2014 ou a qualquer hora que bem desejar.

Terceirizando

Apenas em "Locação de Mão de Obra" - que inclui apoio administrativo, técnico e operacional, vigilância ostensiva, e limpeza e conservação -, o governo torrou R$ 3,3 bilhões em 2009.

Só os chamados "Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica" consumiram R$ 9,8 bilhões em 2009.

Tais serviços incluem despesas de manutenção e conservação de bens imóveis; serviços técnicos profissionais; limpeza e conservação; vigilância; manutenção e conservação de máquinas e equipamentos; manutenção e conservação de veículos; manutenção de software; transporte de serviços, etc.

Vingança do Aldo

Não será fácil sufocar a candidatura do camarada Aldo Rebelo (PC do B-SP) à Presidência da Câmara.

A petralhada terá dificuldades em sustentar o nome do deputado Marco Maia (PT-RS) que atropelou a candidatura do líder governista Cândido Vaccarezza (PT-SP) – que era o preferido do Planalto.

A grande pergunta no Congresso é saber quem pode ser novo “Severino Cavalcanti” (representante do baixo clero da Câmara), se a turma da Dilma não contiver o racha na base aliada.

O craque Severino Cavalcanti (PP-PE) foi eleito presidente da Câmara em 2005, porque os aliados de Lula se dividiram.

Vagabundagem remunerada
Mesmo no recesso, os suplentes poderão assumir as vagas abertas com a renúncia de deputados eleitos vice-governadores ou licenciados que assumirão cargos no ministério de Dilma Rousseff ou secretarias de governos nos Estados, além da vaga que será deixada pelo deputado Michel Temer (PMDB-SP), eleito vice-presidente.

Sem precisar trabalhar, pelo menos 12 suplentes terão direito de assumir o cargo, receber o salário de janeiro, usar verba indenizatória, contratar assessores sem concurso público e usufruir de auxílio moradia.

A previsão é que as renúncias aos mandatos e os afastamentos aconteçam na próxima sexta-feira, último dia, de acordo com a legislação, para o deputado que for tomar posse em Executivos estaduais ou no federal.

Em um mês de vagabundagem, os suplentes custarão R$ 114 mil aos cofres públicos.

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