Tenho procurado acompanhar o desenrolar da questão levantada com a repentina revelação da existência de países europeus, cujas finanças estariam abaladas. Dentre estes se destaca há algumas semanas ou meses o problema da Grécia.
Fica evidente, e o povo de lá está começando a perceber, que a Grécia está sendo usada para uma encenação, que tem por objetivo algo muito diferente do que salvar o Euro como vem sendo alegado.
O povo de lá e ninguém em sã consciência entende como se vai salvar um devedor que não pode pagar suas contas, fazendo-o assumir mais dívidas e, ao mesmo tempo, dificultando sua recuperação econômica. E mais: os próprios países salvadores teriam que se endividar mais do que já estão para reunir os recursos necessários.
Consulta de opinião pública feita no país economicamente mais forte, na RFA República Federal da Alemanha, revelou que 66% da população é contra o estabelecimento deste tal “guarda-chuva salvador”, mas apenas 33% dos políticos. Isto explica a decisão de ontem do parlamento alemão, na qual governo e oposição se uniram, aprovando a ideia com grande maioria.
As razões alegadas pelas hostes políticas chegam a dramatizar a questão de tal forma, que chegam a dizer que uma falência ou moratória da pequena Grécia poderia provocar uma crise financeira mundial de proporções inimagináveis. Foi isto que declarou em recente mesa-redonda transmitida pela TV alemã o ministro do meio ambiente (sic) Norbert Röttgen, que defendida apaixonadamente os propósitos do governo Merkel. Eu disse “apaixonadamente” porque, no auge da contenda, o ministro revelou, certamente sem querer, a verdadeira motivação: “Neste mundo globalizado nós precisamos não só de uma Europa economicamente unida, mas também de UNIÃO POLÍTICA, para termos condições de enfrentar países como Índia, China e outros...”
Muita coisa indica que está em andamento um processo que visa criar os ESTADOS UNIDOS DA EUROPA. Concluo esta parte com um tempero extra: Parece que em torno das famosas ilhas gregas existem grandes reservas de petróleo.
UM ADENDO AO ENSAIO ANTERIOR – AMBIGUIDADE
Os que me acompanham há cinco anos sabem que este blog pretende ter apenas um caráter informativo e, genericamente falando, representar um modesto contradito em relação às incontáveis notícias falsas ou tendenciosas impingidas ao mundo nos últimos cem anos. Como se deve ter notado, é política deste blog ser bastante liberal na publicação de comentários recebidos, mas não responder a quem se manifesta, por mais que se procure provocar a discussão. Ao leitor de jornal ou ao tele-espectador também não é dada a possibilidade de discutir com os colunistas, repórteres ou noticiaristas. Se assim o quisesse teria aberto um grupo de debates.
Entretanto, todos têm a liberdade de expressar sua opinião na seção de comentários, conquanto observem às regras estabelecidas, dentre elas a de se ater ao tema proposto pelo respectivo ensaio. O meu post anterior, AMBIGUIDADE, procurou abordar a posição do Vaticano em diferentes épocas. Isto como instituição, representada pelos que então exerciam ou exercem o papado. Era este o tema proposto e não a posição individual de um ou outro prelado. Mesmo assim foi publicado o comentário referente ao bispo de Münster Klemens August Graf von Galen, por ter sido uma figura interessante na época do regime nacionalsocialista. Foi um crítico de determinadas iniciativas do governo, mas não um adversário. Tanto que externou sua alegria pela vitória na Espanha e quando do início da Segunda Guerra em longa carta ao clero conclamou a todos se unirem contra os inimigos da Alemanha. Mais tarde passou a cardeal.
Já o pastor Martin Niemöller, também citado por um comentarista, era uma personalidade diferente. Na Primeira Guerra foi comandante de submarino, em 1931 tornou-s padre, criou uma igreja evangélica dissidente da oficial. Em 1935 foi preso e libertado. Em 1937 foi novamente preso e processado no ano seguinte. Com o início da Segunda Guerra foi confinado em campo de concentração (Dachau e Sachsenhausen). Foi libertado no fim da guerra. Em 1966 recebeu o Prêmio Lênin da Paz. A frase citada no comentário é controversa. Niemöller morreu em 1984 aos 92 anos.
Ambos sobreviveram.
Talvez os dois comentaristas anônimos também devam se lembrar que não existe governo, seja aristocrático, autocrático ou democrático, que não tenha os seus críticos. SI HAY GOBIERNO, SOY CONTRA!
Toedter
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