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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

INÊS ARMAND: FEMINISTA, BOLCHEVIQUE E AMANTE DE LENIN

Nascida na França, Inês Armand foi criada por sua avó e tia em Moscou, na Rússia, desde que seu pai faleceu quando ela tinha apenas 15 anos. Casou-se duas vezes ao longo de sua vida, mas seu último casamento terminou quando seu marido, Vladimir Armand, morreu devido a uma tuberculose. Foi ele quem apresentou Armand a ideais revolucionários.
Teve cinco filhos, e, além de fazer parte do Partido Social Democrata da Rússia, atuou intensamente no movimento comunista russo, escreveu literatura sobre o tema, se formou em Economia e ainda tornou-se amiga próxima de Lenin, uma das figuras mais importantes da Revolução Russa.
A socialista francesa e o líder revolucionário se encontraram pela primeira vez em 1909. Com semelhanças em suas visões políticas, os dois passaram a trabalhar juntos, em uma relação cada vez mais próxima.
Nessa época, outros bolcheviques comentavam que talvez o relacionamento entre eles fosse mais do que uma amizade com opiniões concordantes. Os camaradas poderiam estar desenvolvendo um caso fora do casamento de Lenin, que estava em uma longa união de 11 anos com sua esposa Nadezhda Krupskaya.

Crédito: Getty Images

Ainda que fosse um namoro extraconjugal, as duas mulheres conseguiram estabelecer uma amizade entre si, trabalhando juntas ainda com Lenin.
Depois da Revolução de Outubro, a comunista chefiou o Conselho Econômico de Moscou, foi diretora da Zhenotdel, uma organização que tinha como diretriz a luta pela igualdade das mulheres dentro do Partido Comunista.
Ela foi uma grande ativista pelo direito das mulheres trabalhadoras, lutando por reformas que possibilitassem o divórcio, o aborto e que aumentasse o poder de decisão das integrantes da organização partidária. Ainda organizou e presidiu a primeira Conferência Internacional de Mulheres Comunistas, em 1920, que tinha como intuito discutir tais questões, contando com Lenin como orador.
Mesmo que fosse esperado que Armand tivesse um grande papel durante os movimentos revolucionários na Rússia, isso não aconteceu de fato. Praticamente sozinha, ela tinha que cuidar de seus cinco filhos — um deles, Andre, estava muito doente, e exigia uma atenção extra. Isso aconteceu em três momentos diferentes, em 1905, 1908 e 1913.

Crédito: Wikimedia Commons

Toda a sobrecarga de trabalho fez com que a revolucionária ficasse extremamente exausta. Percebendo tal cansaço, Lenin sugeriu a ela que fosse à região do Cáucaso para passar alguns dias de férias. O problema, no entanto, era que nenhum dos dois sabia que a o local estava passando por uma terrível epidemia.
Ela e outras pessoas foram evacuados da região, mas isso não adiantou. A moça contraiu cólera e morreu nas primeiras horas do dia 24 de setembro de 1920, aos 46 anos. Ela recebeu um funeral honroso e foi enterrada na Necrópole do Muro do Kremlin, em Moscou, sendo a primeira mulher a receber a honra passar a eternidade na Praça Vermelha.


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