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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

União Europeia – entre a reconfiguração e a auto-destruição

 O apagamento crescente da individualidade dos Estados-membros, a falta de clareza e até mesmo transparência no processo de eleição dos seus mais altos representantes, como é o caso da Presidente da Comissão Europeia e do Presidente do Conselho Europeu, que não são eleitos por sufrágio direto, têm sido motivo de contestação por muitos Estados-membros.



A União Europeia deveria ser um ponto de encontro de países que, ainda que com culturas, línguas e todas as dimensões que marcam a sua diferença, encontram uma aliança econômica, financeira e diplomática, um espaço de liberdade. Em muito do que podemos beber de positivo deste projeto, tem estado cada vez mais latente uma gestão centralizada, afastada do eleitor dos Estados-membros, com demasiados políticos, demasiados órgãos, demasiadas regulações e no que a um liberal-libertário é mais caro: coletivismo. A aplicação de medidas “one size fits all”.
A negação do individualismo tem sido catastrófica para o projeto europeu: não há indivíduos iguais, nem países, donde aferimos que a unanimidade de posições não é em democracia uma garantia, e o silenciamento dos que têm outros planos para as suas nações, por atribuição do sufrágio do seu povo, não pode ser ignorado nem cancelado.
A União Europeia nos últimos anos tem feito uma gestão ineficiente da questão migratória e na ausência de soluções impôs a “solidariedade obrigatória” com multas até os 20 mil euros para cada refugiado que o país não aceite.
Estamos a falar de coerção de um Estado sobre outro Estado e em última análise sobre o povo, já que é este que paga a conta.
Também na questão fiscal, há insatisfação: a União Europeia arrecada 325,8 bilhões de euros em impostos ambientais. A conta das políticas verdes pressiona novamente os europeus. E até as compras online são agora monitorizadas: acima de 30 compras por ano ou 2 mil euros em plataformas online, o cidadão é obrigado a comunicar ao fisco.
A sensação de perda de liberdade tem sido mais sentida na vida dos europeus do que as vantagens de integrar esta União nos últimos tempos, pelo que é normal o desejo expresso nas sondagens de uma reconfiguração europeia, antes que esta caminhe a passos largos para a sua própria desintegração.
A União Europeia só será sustentável se for popular, e só será popular se for livre, isto é, se cada país puder erguer a sua bandeira e cultura e agir, falar e comercializar em liberdade.
Na União Europeia do futuro, a intervenção sobre os seus Estados-membros tem que ser mínima, construtiva e autorizada pelos cidadãos de cada um dos 27. Menos intervencionismo, mais liberdade - 27 unidos são mais fortes que um desunido.

Claudia Nunes

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