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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

A face oculta dos criminosos de guerra

 

Pelo menos desde há sessenta anos, vivemos em plena falsificação histórica, falsificação que começa por atiçar e arrastar as imaginações populares, para logo a seguir se apoiar na conspiração dessas imaginações.

E ninguém sabe por que o mundo está assim…

Em artigos publicados anteriormente neste jornal, comentamos alguns dos principais crimes de guerra cometidos no último conflito mundial pelos seus vencedores militares, capatazes e comparsas do sistema político que diz defender a liberdade e os direitos dos homens e dos povos…

Churchill dizia: “Lutamos pela liberdade”…

Roosevelt dizia: “Lutamos pela civilização ocidental”…

Stalin dizia: “Lutamos contra o imperialismo e contra a opressão dos povos”…

Todos mentiam. Mentiam com quantos dentes tinham na boca, não inocentemente ou porque acreditassem no que diziam e proclamavam, mas deliberadamente e com frieza, sabendo perfeitamente — ou adivinhando, o que não era difícil — que preparavam a mais hedionda catástrofe da Europa.

Para ocultar, dissimular ou apagar os seus próprios crimes, violências e atrocidades, os vencedores recorreram ao magnífico processo de classificar os vencidos na categoria de criminosos de guerra e de outorgarem a si mesmos o estatuto de libertadores e juízes sem pecado e sem mancha. Enquanto a propaganda dava força ao enunciado, o “tribunal” de Nuremberg elevava-o à categoria de dogma. Criado o modelo e o estereótipo, ficou estabelecido o que podia e o que não podia ser dito, o que devia e o que não devia ser dito. Pelo menos desde há sessenta anos, vivemos em plena falsificação histórica, falsificação que começa por atiçar e arrastar as imaginações populares, para logo a seguir se apoiar na conspiração dessas imaginações. Começou por dizer-se: eis como eram bárbaros os vencidos da última guerra mundial que, além disso, foi desencadeada por sua culpa exclusiva. A seguir acrescentou-se: recordai os sofrimentos dos que padeceram sob a sua ocupação e o que podiam ter sofrido todos os outros se os nobres aliados não tivessem defendido e preservado a sua neutralidade…

Algumas pessoas acham que o que passou, passou; e não veem a relação entre a situação mundial da atualidade e a herança hipócrita que recebemos desde o final da Segunda Guerra – NR.

Inventou-se também uma filosofia dessa falsificação e explicaram-nos que o que eram uns e outros não tem importância, que só conta a imagem criada e que essa é a única realidade. Ao mesmo tempo, duas ou três centenas de usufrutuários da imprensa, da rádio e da televisão, fabricantes da chamada opinião pública mundial, foram promovidos à existência metafísica.

Aos bombardeamentos terroristas contra as populações civis de Hiroshima e Nagasaki, Dresden, Hamburgo, Stuttgart, Freiburg, Colônia ou Berlim, ações que só podem ser consideradas na categoria dos mais execráveis crimes de guerra, somaram-se centenas de outros igualmente infames levados a cabo pelos aliados, americanos, ingleses e russos, juntamente ou à vez. Que dizer das mulheres alemãs violadas trinta, quarenta, cinquenta vezes e abandonadas depois para morrerem de hemorragias e de frio? Que dizer das crianças e bebês crucificados em portas ou enforcados em árvores? Que culpa podiam ter esses pobres inocentes? Que dizer, enfim, das torturas, assassinatos e atrocidades de todo o gênero perpetrados contra centenas de milhares de homens, mulheres e crianças?

As convenções de Genebra e de Haya elevaram a lei de direito internacional o velho costume das nações civilizadas de limitarem as ações bélicas a exércitos regulares. Com exceção da URSS, as potências aliadas que unilateralmente se proclamavam defensoras do direito, foram signatárias dessas convenções. Não obstante, não hesitaram em utilizar desde o início da guerra partisanos, guerrilheiros e sabotadores.

Apesar da iconografia posta à solta pelos pseudo-historiadores democráticos e popularizada pelos fabricantes de filmes de Hollywood, os efeitos militares da ação subversiva foram negligenciáveis. O próprio comandante supremo das tropas aliadas na Europa, general Eisenhower, afirmava que as atividades da tão celebrada “Resistência” francesa, por exemplo, nem encurtaram a guerra nem deram uma ajuda digna de menção às tropas anglo-saxônicas que desembarcaram na Normandia. Em resposta ao detestável chauvinismo francês, definiu a “Resistência” como a wet kitchen cloth (pano de cozinha molhado)…

No plano político, porém, as ações da guerra subversiva tiveram forte relevo. O historiador inglês Russell Grenfell diz o seguinte: “…na França e na Bélgica, os alemães comportaram-se irrepreensivelmente. Os jornais ingleses de 1940 informaram a respeito da excelência desse comportamento na França, onde os soldados alemães que viajavam em comboios ou autocarros se levantavam para dar o lugar às mulheres, etc.”

Churchill, porém, sabotou com êxito essa conduta, encorajando e animando os movimentos de resistência na França e na Bélgica, primeiro, e no resto da Europa ocupada, depois. “Esses movimentos eram constituídos em grande parte por elementos comunistas disfarçados”.

A partir de Maio de 1940, quando a França é derrotada, e até 21 de Junho de 1941, data do ataque alemão à URSS, não há, praticamente, atividade guerrilheira francesa. As ações praticadas pela “Resistência” só começaram quando a Alemanha atacou a União Soviética e depois de Stalin dar ordem aos cipaios franceses do partido comunista para hostilizarem os alemães e os franceses que colaboravam com a Alemanha ou que, no mínimo, respeitavam os termos do Armistício subscrito pelo governo legal do país. Com o seu núcleo de comunistas especialmente treinados nesses misteres, a “Resistência” dedicou-se a assassinar a elite nacional francesa (os sobreviventes foram “julgados” depois da “Libertação”), a pôr bombas em cafés e bares frequentados por oficiais e soldados alemães, ações de que só podiam resultar represálias do ocupante alemão. Uma vez que não há represália que não cause vítimas inocentes, foi-se cavando um abismo cada vez maior entre ocupantes e ocupados. Por outro lado, dada a finalidade do terrorismo em provocar represálias, a paz autêntica tornou-se impossível.

Se é certo que o soldado uniformizado de um exército regular — de qualquer exército regular — tem direito a alojamento, comida e cuidados médicos ao ser feito prisioneiro no campo de batalha, o sabotador, espião ou guerrilheiro vestido de civil priva-se automaticamente desse direito e torna-se credor de execução sumária.

A execução de guerrilheiros e sabotadores faz parte dos códigos de justiça militar de todos os países do mundo. Ainda hoje, no Ocidente, onde em quase toda a parte foi suprimida a pena de morte para assassinos, violadores, infanticidas e outros delinquentes, continua vigente o princípio de que os guerrilheiros capturados em combate devem ser fuzilados imediatamente (e não falemos da URSS, onde esse princípio foi aplicado com especial “generosidade”). A execução de guerrilheiros é tão velho como o mundo e, como tal, foi sancionado em Haya e Genebra como lei de direito internacional.

Onde a ação dos partisanos teve efeitos reais, foi na Iugoslávia. Favorecidos pela geografia acidentada do país, surgiram dois movimentos a praticar a guerrilha. Um, à frente do qual se encontrava o general Draza Mihailovitch, de tendência monárquica, foi apoiado inicialmente pelos ingleses e americanos. O outro, dirigido pelo comunista Iosif Broz, aliás Tito, era apoiado pela URSS. Em meados de 1943, as democracias ocidentais decidiram abandonar Mihailovitch e passaram a apoiar Tito.

Alguns autores sustentam que Tito era judeu e que o seu nome verdadeiro era Iosif Walter Weiss. Durante a guerra civil de Espanha foi membro de uma brigada internacional e, ao morrer Iosif Broz Tito, um amigo seu de origem croata, Weiss decidiu tomar o seu nome “…a fim de aperfeiçoar a sua aparência de iugoslavo”.

Se há dúvidas em relação a Tito, não as há em relação ao talmúdico conselheiro Moises Pijade. Foi ele que captou para Tito as boas graças de Bernard M. Baruch, “pró-cônsul de Judá na América”, o conhecido mentor dos presidentes americanos, incluindo Roosevelt, no sentido do Ocidente apoiar Tito e abandonar Mihailovitch. O escritor norte-americano Hanson Baldwin, afirma ainda: “…Mihailovitch sublevou-se por iniciativa do governo iugoslavo exilado em Londres, mas, em 26 de Novembro de 1943, na conferência de Teerã, Churchill, Roosevelt e Stalin combinaram o seu abandono”…

O extermínio dos alemães residentes na Iugoslávia começou com uma série de matanças sem ordem nem método, mas logo a seguir foi levado a cabo com o apoio jurídico de uma infame legislação decretada pelo chamado Comitê Antifascista de Libertação da Iugoslávia, tornada pública em Novembro de 1944. O comitê era presidido pelo próprio marechal Tito e os seus secretários eram Moises Pijade e Jakob Rankowitz.

As liquidações maciças foram quase todas levadas a cabo no período de anarquia que antecedeu as leis de Novembro de 1944 e os autores foram os partisanos, que chegaram a liquidar aldeias e povoações inteiras. Depois de 21 de Novembro, foram substituídas por liquidações individuais permitidas pela lei, liquidações que “…exprimiam tendências de sadismo, a que a nova legislação dava livre curso”. Em 1948, terminaram as liquidações individuais; uma das últimas vítimas foi o padre beneditino Adalberto Schmidt, que passou doze anos a opor-se ao nacional-socialismo por razões alegadamente teológicas. O padre Adalbert acreditava cegamente na igualdade dos homens… Pois bem, morreu às mãos dos seus “iguais” iugoslavos, que o espancaram durante horas seguidas.

Em 1948, poucos alemães havia vivos na Iugoslávia: apenas 42.000 que, finalmente, foram enviados para a União Soviética como mão de obra, isto é, como escravos. E foram enviados no inverno, a pé, o que faz supor que muitos morreram pelo caminho. Seja como for, nunca mais se soube do seu destino final. Do total da colônia alemã da Iugoslávia no começo da guerra, cerca de 250.000 pessoas, só cerca de dez mil conseguiram escapar, precisamente as que fugiram para a Áustria ou se entregaram às tropas norte-americanas e inglesas. Mas só escaparam momentaneamente…

Nos últimos dias da guerra, em Maio de 1945, 80.000 soldados alemães renderam-se aos ingleses na Áustria e foram internados num campo de concentração de Karntern. Quase ao mesmo tempo, chegavam ao mesmo campo os restos do exército croata (290.000 oficiais e soldados que se tinham rendido aos ingleses e americanos). Em 17 de Maio, foram todos entregues a Tito.

Prisioneiros de guerra e membros de exércitos regulares, esses soldados estavam amparados pelas convenções de Genebra e de Haya e, por conseguinte, tinham direito a serem tratados corretamente, mas não foi o que sucedeu: nos três meses que se seguiram ao final da guerra, foram liquidados sem acusação e sem julgamento por meio de matanças sistemáticas nos arredores de Bleiburg e nas marchas da morte de Maribor a Ursac. Com efeito, observou-se durante a guerra que os comunistas praticavam uma técnica especial de extermínio que consistia em fazer marchar em estradas ou através dos campos as grandes massas de população que queriam abater.

O massacre horrendo dos prisioneiros croatas e alemães em Bleiburg ficou conhecido como a “tragédia de Bleiburg”. Os cadáveres dos 370.000 soldados entregues a Tito pelos ingleses e americanos vieram a ser encontrados em enormes valas comuns abertas em Maribor, Kcevje, Bleiburg, Kranj, Bezigrad, Reichelburg, Zagreb, Sosice, etc.

Eis-nos perante um super-Katyn que, pela sua crueldade e aterradora extensão, é absolutamente único. As fossas coletivas estendem-se sem interrupção da fronteira austro-iugoslava à fronteira iugoslavo-romena. O governo iugoslavo não conseguiu negar a veracidade dos fatos. Quando o Comitê de investigações sobre a tragédia de Bleiburg, presidido pelos professores universitários norte-americanos John Porcela e Joseph Hesimovic, denunciou o caso à ONU, o delegado iugoslavo respondeu cinicamente que havia que enterrar os mortos e que, por isso, se tinham encontrado em território iugoslavo tantas fossas com cadáveres…

Resta acrescentar que os principais acusados pelo Comitê de investigações sobre a tragédia de Bleiburg foram Koca Popovic e Dusan Kvedr, a parte, naturalmente, o marechal Tito. Pois bem: Popovic foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da Iugoslávia e Kvedr, embaixador da Iugoslávia em Bona. O “general” Holjevac, especialista no extermínio de soldados e civis italianos na zona de Trieste, foi nomeado governador civil de Zagreb!…

Não há dúvida: para gente desta, o crime compensa!…

Maio de 1945. A guerra tinha acabado e a Tchecoslováquia estava libertada. O país dos Sudetos, onde há séculos vivia uma imensa maioria alemã (em 1945, contava com três milhões e meio de alemães), foi submetido à lei marcial e a administração civil assumida por comitês tchecos…

O presidente da república, Edouard Benes, proclamou num decreto: “Os alemães e magiares não são seguros. É necessário retirar-lhes a administração do país e os bens pessoais”. Assim, as propriedades e alfaias agrícolas dos alemães foram confiscadas e, ao mesmo tempo, tomaram-se medidas de ordem policial: emblema-distintivo obrigatório para os alemães, limitação nas horas de saída de casa, proibição de assistirem a cultos religiosos, de andarem nos passeios das ruas e de receberem cuidados médicos nos hospitais. Benes declarava num discurso: “Aos alemães, deixa-se o lenço para enxugarem as lágrimas”. Rádio Praga, por sua vez, difundia incitações iníquas como “Morte aos alemães!”

Em todas as cidades foi criado um campo de concentração, nas cidades maiores criaram-se vários e instauram-se oficialmente as penas corporais. Faltar ao respeito a um polícia ou a um partisano checo custava dez chicotadas se a falta fosse “leve”. Sendo considerada grave, era o fuzilamento.

Eis o que conta Manfred Lutgenhort, testemunha ocular dos fatos: “Tenho aqui o caso de Helena Burger. O prof. Zelenka entregou à turba vinte mulheres, algumas com 60 e 70 anos: ‘Trago-vos estas porcas alemãs!’. Foram selvagemente agredidas. Helena Burger ouviu uma ordem: ‘De joelhos, putas alemãs!’ As mulheres ajoelharam-se. Começaram a cortar-lhes o cabelo com baionetas. Helena Burger desmaiou, mas reanimaram-na com um balde de água gelada e aplicaram-lhe um pontapé que lhe partiu as costelas. A seguir, cortaram-lhe do pé um pedaço de carne com quatro centímetros de profundidade. Quando regressou a casa, os filhos nem a reconheceram. Várias das suas companheiras de infortúnio morreram em conseqüência dos golpes. Duas suicidaram-se, outra, enlouqueceu. Três semanas depois, Helena Burger foi transferida para o campo de concentração de Hagibor, onde havia mil e duzentos detidos acomodados em quatro barracões. Uma irmã da Cruz Vermelha checa tomava nota das mulheres jovens e bonitas e, pela noite, conduzia os soldados russos aos barracões. Algumas mulheres foram violadas quarenta e cinco vezes numa só noite”.

Agora, o testemunho do engenheiro Franz Resch: “Vi milhares de alemães, homens e mulheres, civis e soldados, e até crianças de dez anos, serem selvagemente assassinados em Bokowitz. A turba espancava aqueles seres indefesos e regava os corpos dilacerados com ácido clorídrico para lhes aumentar o sofrimento. Alguns ainda estavam vivos quando lhes cortaram os dedos para roubar anéis e alianças. Também vi verterem alcatrão a ferver nas costas nuas de internados do campo de Kladnow e, a seguir, espancarem-nos com bastões. Em consequência de golpes recebidos, perdi o rim direito. Em 10 de Maio, no dia seguinte ao fim oficial da guerra — apesar da Tchecoslováquia ter sido libertada há mais de um mês — chegou ao campo de Kladnow um comboio de mercadorias cheio de soldados alemães feridos. Depois de os concentrarem num descampado, lançaram-lhes em cima granadas de mão. A maioria morreu”.

As cenas de horror iriam repetir-se em toda a parte. Foram registradas no Livro Branco dos Alemães dos Sudetos.

Eis alguns exemplos…

Em Iglau, o governador civil, alemão, foi julgado e, sem sequer lhe permitirem falar, foi condenado a ser escalpelado no próprio tribunal. Os gritos foram tão terríveis, que o infeliz rebentou as cordas vocais; trezentos e cinquenta habitantes de Iglau foram obrigados a marchar de noite completamente nus em passo de corrida; o que parasse ou caísse, era abatido à coronhada. Ao fim de trinta e três quilômetros dessa marcha da morte, não havia sobreviventes. Ao verem o que sucedia, mil e duzentos alemães de Iglau preferiram suicidar-se. No campo de concentração de Freudenthal, os detidos eram espancados até os guardas não agüentarem mais. Alguns detidos foram enterrados vivos. No campo de Moravska-Ostrava, a mulher de um camponês, grávida de oito meses, foi espancada no ventre até abortar. Já agonizante e às portas da morte, cortaram-lhe os seios. Em 15 de Maio, seis dias depois do fim da guerra, os habitantes da cidade de Saaz (cerca de três mil alemães) foram alvejados pelo exército checo com rajadas de metralhadora.

A apoteose, porém, teve lugar em Praga, onde vivia mais de meio milhão de alemães. Em 13 de Maio de 1945, vindo de Londres, entrava em Praga Edouard Benes, grão-mestre da franco-maçonaria tcheca. Benes era o bel esprit, o menino mimado do progressismo europeu liberalóide e bem-pensante. Com Benes chegava também Masarik, outro apóstolo do liberalismo ortodoxo. A recepção que lhe prepararam os sequazes, à frente dos quais estava o judeu Slansky, foi espetacular. Muitos alemães foram pendurados pelos pés nos grandes painéis de anúncios da praça de S. Wenceslau e regados com gasolina. À chegada dos grandes humanitários, os corpos foram incendiados.

Livro de mais de mil páginas, o Livro Branco dos Sudetos Alemães descreve horrores sem precedentes na história da humanidade. Mulheres checas e judias armadas de paus e bastões golpeavam os ventres das mulheres grávidas até as fazerem abortar. Num dos campos de concentração, morriam diariamente dez mulheres em consequência de torturas. Noutro campo, os prisioneiros foram obrigados a lamber os cérebros esmagados dos companheiros espancados até à morte, outros, obrigados a comer excrementos de detidos atacados de desinteria.

Os médicos tchecos e judeus recusavam ajuda às mulheres alemãs violadas pelos soldados russos. Milhares morreram ou suicidaram-se. Em Brno, por exemplo, suicidaram-se num só dia 275 mulheres. Em 18 de Maio, nove dias depois de terminada a guerra, cinco mil prisioneiros SS foram alvejados com rajadas de metralhadora e crivados de balas no estádio municipal de Praga.

Segundo o mesmo Livro Branco dos Alemães dos Sudetos, o número total de mortos nos Sudetos e na Tchecoslováquia, não incluindo os que morreram nas deportações que se seguiram a esses horrores e os que agonizaram lentamente nos campos de trabalhos forçados, ascende a 250.000. É difícil avaliar o número de mortos nas deportações e, mais ainda, os que pereceram em campos de trabalhos forçados, em todo o caso, aos 250.000 massacrados constantes no Livro Branco dos Sudetos Alemães, há que somar mais 175.000, que, segundo fontes oficiais alemãs, morreram nos meses seguintes em campos de trabalho em consequência de maus tratos e de fome.

E dizia Churchill: “Lutamos pela liberdade”…

E dizia Roosevelt: “Lutamos pela civilização ocidental”…

E dizia Stalin: “Lutamos contra o imperialismo e contra a opressão dos povos”…

Odioso e grotesco!…

António Carlos Rangel

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