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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Parque Aldeia do Imigrante de Nova Petrópolis comemora 27 anos



 
 
Um recanto germânico, em meio a 10 hectares de mata nativa, preserva a história de Nova Petrópolis através de edificações em estilo enxaimel (técnica de construção), gastronomia típica e música alemã. Criado em 12 de janeiro de 1983, pelo então Prefeito Siegfried Dreschler, o Parque Aldeia do Imigrante resgata e preserva o passado histórico dos imigrantes germânicos.

Em 2012, completando seus 27 anos, um dos principais atrativos do Parque continua sendo a Aldeia Histórica. Construída para demonstrar a estrutura e o funcionamento de uma aldeia de imigrantes entre os anos de 1875 e 1910, as edificações da Aldeia foram retiradas do interior do Município e reerguidas no local. Além das construções, objetos, móveis, ferramentas, utensílios e documentos importantes fazem do local, uma memória viva da trajetória dos antepassados.

E para comemorar esta data especial, anualmente é realizada uma singela cerimônia. Este ano, a homenagem aos 27 anos do Parque será realizada no domingo, 15 de janeiro, às 15h. Como já acontece há vários anos, uma bandinha típica estará animando o público presente no Parque e haverá distribuição de bolo.

“Gostaríamos de convidar a comunidade para que prestigiem o nosso Parque e venham comemorar conosco o aniversário de um dos pontos turísticos mais antigos e mais visitados de Nova Petrópolis”, ressalta o Prefeito Luiz Irineu Schenkel, que destaca o fluxo constante de visitas no local. “Hoje recebemos uma média de cem mil pagantes, sendo que em alguns dias da alta temporada chegamos a receber até 25 ônibus de turismo em um único dia”, disse ele.

Fernando Rodrigues de Sousa, Diretor do Departamento de Indústria e Comércio e responsável pela promoção do Município em eventos, destaca que diversas operadoras e agências de turismo estão sendo conquistados para inserirem Nova Petrópolis em seus roteiros da Serra Gaúcha.



História da criação do Parque Aldeia do Imigrante

Em 1974 aconteceu um grande desfile cívico histórico em comemoração aos 150 anos da imigração alemã. Nesse desfile, todas as comunidades do interior mostraram trajes, ferramentas, objetos, móveis e outros utensílios antigos, exaltando o grande valor histórico que estas peças continham e a necessidade de preservá-las. Com a aprovação da população, surgiu a idéia do Parque, que centralizaria também as tradicionais festas do Município.

O então Prefeito Afonso Grings nomeou uma comissão encarregada de procurar um local e pesquisar o acervo. Assim que definiram o local, que pertencia a dois proprietários, o mesmo Prefeito decretou a área de utilidade pública para fins de desapropriação, mas não efetuou a compra da área. O Prefeito seguinte, Ewaldo Michaelsen, adquiriu parte da área e a outra parte foi vendida pelos proprietários à Cooperativa Agropecuária Piá. As muitas dificuldades fizeram com que se perdesse a empolgação inicial, mas alguns não desistiram da idéia. O Prefeito seguinte foi Siegfried Drechsler que se empenhou muito para negociar com a Cooperativa Agropecuária Piá e efetuou uma permuta de áreas de terras, completando assim a área total que o Parque tem hoje, ou seja, 10 hectares.

Na época, havia uma grande preocupação com relação as casas construídas com técnica Enxaimel, já que a população as estava desmontando, trocando os telhados por telhas de zinco, enfim, muitas casas desapareceram naqueles tempos. Com base nisso, o foco dos prédios do Parque foram com a arquitetura Enxaimel.

Os prédios escolhidos para fazer parte do acervo eram de todas as partes do interior do Município. Os prédios eram fotografados de vários ângulos, desmontados, carregados em caminhões até o local onde seriam reerguidos e, com base nas fotos, eram reconstruídos. Todas as casas forma compradas dos proprietários com dinheiro público e em 12 de janeiro de 1985 aconteceu a inauguração do Parque Aldeia do Imigrante.

Logo à entrada foi erguida uma Aldeia Bávara com os seguintes elementos arquitetônicos: o Pórtico de Entrada, as lojinhas para comercializar malhas, artesanato e produtos coloniais, o Biergarten e o Coreto onde, durante os finais de semana e as festas populares, aconteciam as apresentações de bandas, corais e grupos folclóricos. O único prédio trazido do interior para compor a Aldeia Bávara é o Salão Tannewald da localidade de Pinhal Alto.

Mais ao fundo do Parque foi erguida a Aldeia Histórica que retrata a história dos colonizadores alemães. Com prédios em estruturas Enxaimel (técnica de construção de arquitetura popular trazida pelos imigrantes alemães, que combina madeira maciça com encaixes presos por tarugos em toda a estrutura da casa, paredes com preenchimento de tijolo e barro e adaptados às condições materiais e climáticas à época da imigração alemã), a Aldeia foi construída com os seguintes elementos:

Casa com Cantina – Trazida do distrito de Arroio Paixão, do Vale do Caí, esta casa traduz bem como eram as casas dos colonos da época, em torno de 1870. O porão era usado para guardar as reservas de comida e bebida, principalmente para fabricação de vinho caseiro.

Engenho - Os engenhos eram comuns em quase todas as regiões coloniais, muitas vezes transformando-se também em uma fonte de renda de suma importância.

Ferraria - A Ferraria era essencial para a vida dos colonos. A ferraria do Parque é a mais antiga do Município, iniciando as suas atividades em 1903. Ela pertencia a Alfredo Ulmann onde eram feitas enxadas, foices, tachos, machados, rodas de carroça, ferraduras de cavalo e tantas outros objetos e utensílios.

Escola – Inicialmente as aulas eram ministradas em alemão por pessoas selecionadas na comunidade, somente mais tarde o português passou a ser ensinado. A escola comunitária é a mais antiga do Município de Nova Petrópolis, deslocada do distrito de Linha Temerária. As classes são também da época, pode ser visto o espaço para o tinteiro, pois se escrevia com pena.

Casa do Professor – A casa do Professor normalmente ficava localizada próxima à escola comunitária. Em muitos casos o professor só tinha o 4º e 5º ano e nem sempre dominava a língua portuguesa completamente, mas era um verdadeiro líder comunitário. Esta casa é proveniente da localidade do Pinhal Alto.

Cooperativa de Crédito - Preocupado em melhorar as condições de vida dos colonos da região, o Padre Amstad, na localidade de Linha Imperial, constitui a primeira Cooperativa de Crédito da América Latina, conhecida na época como a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, em 19 de outubro de 1902. Esta antiga "Sparkasse", também conhecida como Caixa Rural, foi a inspiração da atual Cooperativa de Crédito Sicredi. O prédio e as instalações foram trazidos da Linha Imperial.

Capela do Imigrante - Esta capela é proveniente do distrito de Linha Araripe, erguida em 1875, é a única Capela no Brasil que possui a torre em técnica Enxaimel e nave equipada com sino de bronze. Internamente a capela recebeu objetos de cultos de todas confissões do Município. Esta capela é normalmente liberada para cultos de todas as religiões, como também casamentos e batizados.

Cemitério - Em todas as localidades do Município onde havia Igreja existia também um cemitério. O cemitério normalmente ficava ao lado da capela, com portão encimado (colocado no alto) pela Cruz de Honra, Harret des Herrn (Aguardai ao Senhor); daí o nome "Kirchof", em português pátio da igreja. Neste local foram transferidos os restos mortais do Reverendo Pastor Heinrich Hunsche e sua esposa, primeiro pastor evangélico ordenado e responsável pela fundação da Paróquia Evangélica local. Também os restos mortais do primeiro professor público da antiga colônia, Frederico Michaelsen e sua esposa foram transferidos para este cemitério.

Casa Paroquial - Vinda do interior do Município do distrito do Pinhal Alto, elas serviam em primeiro lugar para que o pastor ou o padre, da igreja, pudesse morar e, além disso atender sua comunidade, servindo esta moradia, também como exercício dos assuntos da Igreja, para registrar os batizados, os casamentos e registros de membros da comunidade. Hoje está reconstruída na Aldeia do Imigrante, funciona como "Estúdio Fotográfico" de fotos a moda antiga de Germano Schür.

Venda com Salão de Baile - O prédio relembra como eram os bailes da época, que iniciavam ao final da tarde e iam até o raiar do dia seguinte. No local, hoje são vendidos produtos coloniais e artesanais.

Casa do Sapateiro - Casa com arquitetura Enxaimel, prédio ainda não concluído para poder observar alguns detalhes a mais em relação a construção com a técnica Enxaimel.

Museu Histórico Municipal - O objetivo da instalação do Museu Histórico Municipal é possibilitar a manutenção de peças e documentos, retratando a história da imigração alemã do município para as futuras gerações. Este prédio antigamente servia como casa do médico e hospital e foi tirada da esquina da Praça da República, onde hoje se encontra construído o Banrisul. 

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