Ainda existem muitos mitos a respeito de Adolf Hitler. Na Alemanha, predomina frequentemente uma imagem distorcida, porém, politicamente correta, ao contrário dos países anglo-saxônicos e, todavia, faltam estudos sérios e objetivos. Após 65 anos de sua morte, temos que ser objetivos para relatar sobre Hitler – nós devemos isso a nossos avós e também a nossas crianças.
Atuações de Hitler na frente de combate como mensageiro e seus ferimentos
Introdução
Nós estamos submetidos ainda a uma maciça falsificação histórica. Isso vale principalmente para o período entre 1914 e 1945, e especialmente para o Terceiro Reich. Por toda parte, apressado em nos mostrar a “verdade”, está o professor premiado com muitos títulos, Dr. Guido Knopp, o qual orienta quase todos documentários sobre o período do Nacional-Socialismo exibido na televisão pública alemã. Mas também seus livros são premiados, embora eles sejam um verdadeiro pesadelo para os historiadores: freqüentemente faltam notas de rodapé ou indicação das fontes, e aparecem citações que simplesmente são jogadas no ar. Não é por menos que críticos reclamam que a representação histórica de Guido Knopp é superficial e o contexto simplificado ao extremo. Contudo, incomparavelmente a qualquer outro historiador, Knopp influencia com seus documentários e livros a opinião das pessoas. Já é tempo, portanto, de examiná-lo detalhadamente, assim como seus colegas da mídia, e avaliar suas afirmações com bastante atenção. Em intervalos irregulares eu estarei publicando sobre este tema. Após eu já ter analisado as experiências de Hitler em sua infância com a violência, segue agora um olhar no soldado Hitler e suas experiências de guerra, sobre as quais meias verdade ou inverdades são espalhadas.
Ou seja, onde mentiras são contadas no atacado – NR.
Eu atuo aqui como jornalista, e nada mais me orienta a não ser a pesquisa objetiva. Desta forma, o leitor pode formar seu próprio pensamento. Críticos são aconselhados a não reagir polemicamente, mas sim contradizer as fontes.
O jornalista deve saber que nesta área não deve existir objetividade, mas sim bastante emoção. Caso contrário não é possível utilizar o “porrete de Auschwitz” (chamar o oponente de nazista, antissemita, racista) para acabar com a discussão – NR.
O historiador-mainstream Prof. Dr. Guido Knopp teve que reconhecer diante dos fatos que Hitler
“… foi um bravo soldado, que segundo a unânime opinião de seus camaradas, mereceu ganhar a Cruz de Ferro de Segunda Classe, junto a uma série de outras condecorações de seu regimento, e também a Cruz de Ferro de Primeira Classe [...] pois ele levou importantes mensagens na linha de fogo mais adiantada sob uma chuva de granadas.” [1]
Com estas breves palavras, Knopp descreve a atuação de Hitler no exército, em cinco páginas os anos de 1914 a 1918, embora este período (assim como a infância) deva ter tido uma influência determinante em sua vida futura e por isso deve ser analisado em detalhes.
Batismo de fogo em Flandres
A 22 de outubro de 1914, Hitler e seu regimento alcançaram a fronteira belga em Herbestal e assim adentraram em “território inimigo’. Através de Liège e Bruxelas, o R.I.R. 16 chegou em Lille. [2]
Na quinta-feira, 29 de outubro de 1914, lá pelas 6:45hs, Hitler vivenciou finalmente seu batismo de fogo à direita da estrada de Ypern para Geluveld, descrito assim por ele próprio:
“E então veio uma noite úmida e fria em Flandres, através da qual nós marchamos silenciosos, e quando o dia se iniciou livrando-se das névoas, de repente sibila uma saudação de ferro sobre nossas cabeças e com uma tremenda explosão, caem as pequenas bombas entre nossas fileiras, castigando o chão molhado [...] Então começou a crepitar e ribombar, a cantar e chorar, e com olhos ardentes todos avançaram, cada vez mais rápido, até que de repente a luta se travou sobre a plantação de nabos e além de Hecken, a luta corpo-a-corpo.” [3]
O batalhão perdeu cerca de 70% de seu efetivo nas lutas que se seguiram. [4] Também caiu com um tiro na cabeça o comandante major Johann Nepomuk Felix, Conde de Zech, no Schlosspark de Geluveld durante o assalto sobre uma posição inglesa. [5] Não obstante, os soldados foram colocados novamente em combate, o que foi criticado até pelo novo comandante do batalhão, capitão Franz Rubenbauer. [6]
Hitler como mensageiro
A 9 de novembro de 1914, o R.I.R. 16 [7] marchou de Comines para Bethlehem-Ferme através de Warneton-Ferme de la Croix, para substituir o R.I.R. 20 nas trincheiras. Neste dia, Hitler assumiu o posto de ordenança (mensageiro) da chefia do regimento. [8] Ele escreveu:
“Eu sou agora o mensageiro da frente de batalha junto ao Estado-Maior. Em relação à sujeira, está um pouco melhor, mas também mais perigoso. Somente em Wytschale, no dia do primeiro assalto, três de nossos oito homens foram mortos, um gravemente ferido. Nós quatro sobreviventes e o ferido fomos condecorados.” [9]
Mensageiros tinham a missão de levar instruções e relatórios entre a chefia do regimento e a chefia do batalhão e da companhia, quando as linhas de transmissão fossem destruídas. Não importa se sob fogo pesado ou leve, os mensageiros tinham que sair dos bunkers e correr através do fogo da artilharia até alcançar as linhas mais avançadas. [10] As perdas foram tão altas, que levou à prática de se enviar logo dois homens com alguma mensagem importante, no caso que um deles fosse abatido. [11]
O mensageiro Adolf Meyer esclareceu sua missão desta forma:
“Para os não-soldados, deve-se explicar que o caso mais comum para os mensageiros era se movimentar em campo aberto sob o fogo intenso do inimigo [...].” [12]
Balthasar Brandmayer descreveu assim a tarefa dos mensageiros:
“A ordem foi colocada em um pacote selado na bolsa do mensageiro. A importância da mensagem era caracterizada no envelope em forma de cruz. Caso a carta tivesse uma cruz, então sabia-se que não havia tanta pressa. Duas cruzes era o sinal para urgência, três cruzes muito urgente. O grupo de mensageiros era composto em sua maioria por dez homens. Seis estavam sempre de prontidão nas trincheiras. Os outros compunham a reserva. Via de regra, dois mensageiros tinham que levar a ordem para a frente. Isso acontecia exclusivamente por motivos de segurança, pois diante de algum obstáculo provocado seja por ferimento ou morte de um dos mensageiros, o segundo poderia levar o importante documento em segurança ao local.” [13]
Sobre a atuação de Hitler, Brandmayer relata:
“Eu não posso entender Hitler, como ele deixava a cobertura de forma calma e despreocupada apesar das explosões, enquanto ele sempre me chamava: Brandmoari, auf geht´s! (Brandmoari, vamos lá!) Ele parecia não possuir nervos. Pavor ou medo, para ele isso era certamente desconhecido [...] Hitler (foi), sem dúvida alguma, o melhor mensageiro de nosso grupo. Ele era de uma natureza de ferro, eu não posso me lembrar de ele ter adoecido seriamente uma única vez, exceto seus dois ferimentos.” [14]
O primeiro encontro com Hitler é descrito da seguinte forma por Brandmayer:
“No momento predominava uma Mords-Gaudi, quando apareceu Hitler na trincheira. Ele retornou esgotado de uma missão como mensageiro. Eu o vi pela primeira vez em minha vida. Nós estávamos frente a frente. Uma amistosa saudação, então ele fixou em mim seu grave olhar da cabeça aos pés. Ele me perguntou de onde eu vinha e se eu iria permanecer em seu grupo [...] Adolf Hitler tornou-se juntamente com Mund Max meu camarada inseparável.” [15]
Estes episódios nada têm em comum com um “tipo esquisito” cujo “único verdadeiro amigo” [16] era um Terrier branco, como Guido Knopp descreve Hitler na Primeira Guerra Mundial. Brandmayer descreve até mesmo o contrário: Hitler saudou amistosamente o novato, falou sobre “seu” grupo e tornou-se até seu amigo inseparável.
Mentiras, mentiras e mais mentiras. A história recente está infestada pela versão dos “bons”, daqueles que não hesitam em mentir para consolidar sua versão dos acontecimentos envolvendo o “terrível nazismo” – NR.
Ao final do verão de 1915, Adolf Hitler e seus camaradas tornaram-se imprescindíveis para os oficiais da chefia de seu regimento. Como as ligações telefônicas para o Estado-Maior das companhias e batalhões eram atingidas constantemente pelo fogo da artilharia, somente os mensageiros podiam transmitir as ordens.
A destreza de Hitler e sua coragem em situações perigosas provocaram a admiração de seus camaradas e também na luta homem a homem, ele pode se firmar, como descreve o historiador norte-americano e ganhador do prêmio Pulitzer, John Toland. [17] Quando um dos homens reclamou certa vez sobre a repetida diminuição da ração de carne, Hitler respondeu-lhe que em 1870, no sítio a Paris, os franceses tiveram que comer até ratos. [18] Hitler descreve uma cena de combate desta forma:
“Constantemente nós jogávamos uma granada sobre a trincheira inglesa, situada à nossa frente. Como em um formigueiro, os caras se precipitavam para fora e então nós assaltávamos. Nós avançamos rapidamente pelo campo e, dependendo do lugar, nós expulsávamos para fora os rapazes de uma das trincheiras após um sangrento corpo-a-corpo.” [19]
Sempre que um cabo telefônico era rompido após intenso fogo de artilharia, Hitler recebia a ordem para informar a situação dos combates e ele sempre conseguia retornar sem ferimento através do mortal rajar do fogo inimigo. Foi assim também na noite de 14 de julho de 1916, junto ao Somme, em Fromelles. Juntamente com um camarada, ele deveria transmitir a situação da luta. Nos buracos das explosões e nas trincheiras, eles procuravam proteção contra o fogo inimigo, até que seu camarada desabou fatigado. Hitler o puxou de volta até à trincheira. [20]
Ignorando tal fato, Prof. Guido Knopp descreve: “Como mensageiro, ele (referência a Hitler – MG) era isolado e individualista, isso correspondia à sua natureza. Por outro lado, ele era tão fixado e devotado no cumprimento do dever, que alguns camaradas reclamaram disso.” [21] Naturalmente Knopp não informa qualquer fonte que corrobore tal afirmação.
Ferimentos
A 2 de outubro de 1916, a chefia do regimento R.I.R. 16 foi fixado em Le Barque-Nord, numa região minada. Alguns dias depois, aconteceu disparos de granadas. O camarada de Hitler, Balthasar Brandmayer, descreve:
“Mal podia-se sentar. Um tropeçava na perna do outro. O ar era abafado e nebuloso, quase sufocante. Uma pequena escada conduzia para o exterior. Eu estava sentado ao lado de Hitler, quando nos atingiu um tiro certeiro no meio do corredor. O teto desabou e estava destruído em milhares de pedaços, por toda parte havia estilhações.” [22]
Um estilhaço de granada atingiu Hitler na região da cabeça. [23] O ferimento não era tão grave, mas mesmo assim exigia sérios cuidados. Sua recuperação exigia uma permanência de sete semanas e meia no hospital militar. [24]Hitler permaneceu primeiramente no Sammellazarett depois de Hermies, e de 9 de outubro até 1º de dezembro, no Lazarett da associação prussiana da Cruz Vermelha, em Beelitz, Berlim. Mas ele não pode ver novamente seu regimento, pois foi transferido para a 2º Regimento de Infantaria (4ª Companhia do Primeiro Batalhão). Depois que a chefia de “seu” R.I.R. 16 o exigiu novamente como mensageiro, Hitler retornou novamente junto aos seus antigos camaradas a 5 de março de 1917. [25]
A 1º de março de 1917, Hitler estava novamente na frente de batalha. Nos meses seguintes, até seu envenenamento por gás, ele participou da maioria dos combates de seu regimento, como no Somme, Aisne e Marne.
A 14 de outubro de 1918, Hitler e vários camaradas foram expostos a um ataque inglês nas colinas de Montagne, ao sul de Werwick, e feridos com gás venenoso. Gás mostarda (“cruz amarela”) era um líquido pulverizado que queimava a pele. [26]
Hitler descreve esta cena em Minha Luta:
“Na noite de 13 a 14 de outubro, começou o bombardeio a gás na frente sul de Ypres. Empregava-se um gás cujo efeito ignorávamos ainda. Nessa mesma noite, eu devia conhecê-lo por experiência própria. Estávamos ainda numa colina ao sul de Werwick, na noite de 13 de outubro, quando caímos sobre um fogo de granadas que já durava horas e que se prolongou pela noite adentro, de maneira mais ou menos violenta. Lá por volta de meia-noite, já uma parte de nossos companheiros tinha sido posta fora de combate, alguns para sempre. Pela manhã senti também uma dor que, de 15 em 15 minutos, se tornava mais aguda e, às 7 horas da manhã, trôpego e tonto, com os olhos ardendo, eu me retirava levando comigo a minha última mensagem da guerra. Já algumas horas mais tarde, os meus olhos tinham se transformado em carvão incandescente. Em torno de mim tudo estava escuro.” [27]
Ernst Günther Schenck descreve isso em seu livro Patient Hitler. Uma biografia médica:
“O gás mostarda leva a uma grave inflamação do tecido conjuntivo, que provoca um inchaço tal das pálpebras e do próprio tecido conjuntivo, fazendo que os olhos pareçam estar fechados e o paciente não é capaz de enxergar. A pessoa torna-se cego secundário, não obstante o globo ocular ter sido atingido parcialmente, e tem-se o receio de estar cego, embora somente a pálpebra inchada e o tecido conjuntivo irritado atrapalhem a abertura dos olhos. Este estado clínico pode se alterar; ele pode reduzir eventualmente. Mas ele também pode piorar muito, se a pessoa coçar os olhos freqüentemente e com isso provocar novo inchaço.” [28]
Hitler ficou cego por um momento, foi levado a 15 de outubro ao hospital bávaro Feldlazarett 53 (Oudenaarde), e retornou com um transporte para feridos a 21 de outubro de 1918 até o hospital prussiano da reserva Pasewalk, em Stettin. Deste local, ele recebeu alta a 19 de novembro. [29] Neste momento, há oito dias já tinha terminado a Primeira Guerra Mundial para o Reich alemão. [30] Hitler foi realocado para o 2º Regimento de Infantaria do I. Batalhão da reserva da 7ª Companhia, estacionado em Munique. A 31 de março de 1920, após cinco anos e oito meses de serviço militar, ele foi dispensado do Reichwehr.
Resumo
Devido aos fatos e testemunhos, deve-se partir da premissa que Hitler mostrou seu valor em combate e recebeu condecorações excepcionais por bravura como mensageiro.
Michael Grandt
Kopp Verlag, 24/08/2010.
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