Prof. Marlon Adami
De 1964 à 1985 foi o período da
história brasileira do Regime militar, contragolpe de 64, contra revolução,
termos corretos e nunca utilizados pela mídia, nas escolas ou universidades.
No início dos anos 80 o perigo
socialista que se aproximava e já implementava o socialismo no país através do
governo Jango, foi extinto, com os auto - exílios dos guerrilheiros e
lideranças socialistas, desmantelamento de grupos guerrilheiros e a tomada do
poder pelos militares enfraquecendo a atuação dos inúmeros partidos de esquerda
que existiam e foram resumidos na bipolaridade entre ARENA(situação) e
MDB(oposição).
Com o cenário sem a presença
ativa dos socialistas e a democracia sendo protegida e mantida pelos militares
nos 21 anos de regime militar com sucesso, a função e o propósito do regime
havia sido cumprido e a devolução do cenário político aos civis sempre foi aguardada,
inclusive pelos próprios militares, pois o regime não teve a intenção de deter
o poder e muito menos tinha projeto político, o que não configura o regime
militar como Ditadura.
Nos 21 anos do regime militar as
instituições foram preservadas e mantidas funcionando dentro de uma margem de
segurança contra os ataques sorrateiros dos socialistas através dos AI’s – Atos
Institucionais, ferramenta legal de preservação da democracia contra a
pretensão socialista de muitos políticos e organizações legais e ilegais
existentes no país.
A tão famigerada “censura”
durante o regime foi uma ferramenta de preservação da moral da sociedade da
propaganda socialista nos meios de comunicação de massa, ou seja, quem não tinha
intenção de propagandear a revolução socialista ou baixarias que atacassem a
moral da sociedade não sentiu em nenhum momento a tal censura do regime
militar.
Em suma, tivemos 21 anos de
ordem, disciplina, proteção e preservação da democracia e da sociedade contra
as atividades de implantação da ditadura do proletariado no país, com progresso
e desenvolvimento onde no período passamos a figurar entre os países mais
desenvolvidos – 8ª economia do mundo – enquanto antes através dos anos conturbados
do pós guerra e da influência e atribulações socialistas – de 1946 à 64 –
aparecíamos como a 84ª economia do mundo. Não podemos negar que em 20 anos o
Brasil avançou e muito pela mão e determinação dos militares que guardavam as
rédeas e os rumos do país.
A Lei da Anistia de 1979 foi o
aviso dado pelos militares que a democracia estava salva e que os civis teriam
o controle da política nacional em breve, porem pecaram anistiando os auto -
exilados que foram os promotores, líderes e guerrilheiros de retornarem ao país
com todos os direitos políticos assegurados e anistiados de todos os crimes
praticados contra a democracia e a sociedade durante o período da guerrilha.
Nos 21 anos de regime militar
observamos uma feroz atuação dos guerrilheiros marxistas e uma resposta eficaz
das forças militares, mas outro pecado praticado pelo regime militar foi deixar
o campo intelectual e midiático liberado para a atuação dos marxistas para
implementar a revolução silenciosa teorizada por Gramsci a partir da
doutrinação em sala de aula e os meios de comunicação.
Os auto - exilados retornaram, se
organizaram em torno do PMDB (MDB rebatizado nos anos 80) e algumas lideranças
sindicais e religiosas de esquerda (Lula, Olívio Dutra, Evaristo Arns...) mobilizando-se
e contaminando a sociedade com o discurso de “liberdade, democracia e Diretas
Já”.
A partir dessa mobilização e do discurso inflamado inicia o processo de
exclusão e demonização dos militares, do regime militar e da possível direita
existente no país, por uma tomada do cenário político pela esquerda tornando a
política nacional, um cenário e hegemonia de partidos de esquerda das mais
diversas correntes socialistas e comunistas. Foram atores em 85 da esquerda
política, Tancredo Neves, Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Lula e até
José Sarney que passou desde o início da sua carreira política ao lado do
regime militar e dos preceitos de direita. Já nesta época Sarney mostrou que
era um político que não tinha ideologia política, mas a sanha de estar no mínimo
próximo ao poder e teve a sorte de ser presidente da república após a morte do
presidente eleito e não empossado, Tancredo Neves.
Neste momento político não
observamos os baluartes da esquerda política tomando o cenário de assalto, mas também
estavam presentes as atuais “lideranças” como Aécio neves, há época um jovem
envolvido na política e com status por ser o neto de Tancredo, mas estudando e
tendo contato com a esquerda marxista leninista conforme orientações de FHC, o
professor sociólogo que chegou para encaminhar e criar a nova militância de esquerda
no Brasil.
Em 89, a primeira eleição direta
pós regime militar, já se observava o pluripartidarismo na política nacional.
20 – Fernando Collor de Mello
– PRN – Partido da Reconstrução Nacional: Esse puto chegou com o
estigma de “caçador de marajás”, abria seu discurso com “minha gente” e
prometia um “Brasil novo”. Convenceu os brasileiros de que seria uma jovem e
feliz solução, especialmente após o debate do segundo turno exibido no Jornal
Nacional, e acabou eleito no segundo turno. Não preciso detalhar muito a respeito
do saque promovido por ele, Zélia, o “imexível” Magri, entre outros
frequentadores da Casa da Dinda. E pensar que, depois das caras pintadas e do
impeachment, ele está prestes a virar senador e dizer a todos nós: “voltei,
seus imbecis”.
13 – Luís Inácio Lula da Silva
– PT – Partido dos Trabalhadores: Tenho saudades desse Lula, que
aparecia na TV após a “criativa” vinheta da “Rede Povo”, contagiou gerações com
o “Lula lá, brilha uma estrela”, mobilizou artistas, entidades… Fico imaginando
se o Lula de 89 seria diferente do Lula eleito em 2002…
12 – Leonel Brizola – PDT –
Partido Democrático Trabalhista: O terceiro colocado daquele pleito
era, certamente, o meu candidato. Não só por causa do inesquecível “lá lá lá lá
lá brizoooola”, mas também por causa da sua primeira prioridade de governo:
rever a concessão da TV Globo… Sei não, mas acho que o Brizola foi outro que se
perdeu no tempo, saindo até como vice do Lula em 98. Há quem questione seu
estilo (quem for do Rio pode se manifestar), mas especialmente agora, um
Brizola faz falta ao menos para contrabalançar a campanha.
45 – Mário Covas – PSDB – Partido
Social Democracia Brasileira: Os tucanos eram uma dissidência
recém-inaugurada do PMDB, e ninguém poderia prever que nos anos seguintes
protagonizariam com o PT essa “polaridade fantasiosa” – já que os dois partidos
se revelaram praticamente iguais. Mas já no seu primeiro aniversário conseguiu
o quarto posto nacional, trazendo como expoente o futuro governador de São
Paulo, falecido em 2001. Especialmente em São Paulo, ele se saiu muito bem,
rivalizando diretamente com o seu grande adversário político no estado…
11 – Paulo Maluf – PDS –
Partido Democrático Social: … Ele mesmo, o homem cujo e-mail era
maluf@mas.faz, o homem do “estupramasnãomata”, do leve-leite, do piscinão, do
cingapura, da jacu-pêssego, enfim. Lembro que, na simulação escolar feita no
meu primeiro grau, Maluf vencia Covas por uma pequena diferença. Enfim, esse é
mais um que está prestes a voltar ao Congresso – Maluf, todos lembram, era o
“candidato da situação” na eleição indireta de Tancredo.
22 – Guilherme Afif Domingos –
PL – Partido Liberal: Feche as duas mãos e aproxime-as. Com as mãos
ainda fechadas, coloque uma em cima da outra. Por fim, com a mão direita,
aponte com o indicador. Faça tudo isso dizendo “juntos chegaremos lá” e repita
o grande meme daquela campanha. Afif, hoje no PFL e virtual derrotado por
Suplicy ao senado, usou artifícios como esse e o “dois patinhos na lagoa”,
correspondentes ao número, para subir nas pesquisas e se credenciar, ainda que
por pouco tempo, como o “anti-Collor”. Não deu.
15 – Ulysses Guimarães – PMDB –
Partido do Movimento Democrático Brasileiro: Era uma questão de honra.
O homem que promulgou a constituição brasileira e um dos mais emblemáticos
personagens da política nacional tinha que concorrer, ainda que estivesse bem
longe de ser eleito. O grande mistério da vida de Ulysses, no entanto, foi a
tragédia envolvendo seu desaparecimento em 1992, após o acidente de helicóptero
que, certamente, o matou – digo isso porque nunca encontraram qualquer
vestígio.
23 – Roberto Freire – PCB –
Partido Comunista Brasileiro: Posso estar enganado, mas apesar de ser
um político com idéias de extrema esquerda, o Roberto Freire trazia sim boas
idéias mas sem assustar tanto como o Lula. Terminou com alguns mil votos, mas
até hoje é um dos nomes mais populares da política nacional.
25 – Aureliano Chaves – PFL –
Partido Frente Liberal: Esse dificilmente chegaria longe, já que era
vice do Figueiredo e ainda tinha uma imagem colada ao regime militar. Mas era
bonachão e simpático. O ex-governador mineiro faleceu em 2002.
51 – Ronaldo Caiado – PSD –
Partido Social Democrático: Afinal de contas, quem era ele? Apareceu
como um sujeito bonitão, vindo de Goiás e montado em seu cavalo e atacando
veementemente o Lula. Logo lembraram de suas ligações com os ruralistas e a sua
orientação conservadora. Pouco tempo depois, lá estava Caiado no PFL, onde hoje
é deputado federal.
14 – Affonso Camargo – PTB – Partido
Trabalhista Brasileiro: Esse também tinha uma musiquinha longa e
bonitinha, e se vendia como o “pai do vale-transporte” e “criador do bilhete
único”. Realmente, a lei que criou o benefício é dele. Mas fora isso, talvez
seja conhecido no estado do Paraná, e só. Saltou de partido algumas vezes, até
ser eleito deputado federal pelo PSDB.
56 – Enéas Ferreira Carneiro –
PRONA - Partido de Reedificação da Ordem Nacional: Em sua primeira
aparição ao mundo, o legendário Enéas dizia a que veio em menos de trinta
segundos. Aos poucos veio fazendo barulho até arrebatar 1,5 milhão de votos
para deputado federal em 2002 e, após quatro anos, mostrar que realmente só
funciona falando – e de barba.
42 – José Alcides Marronzinho
– PSP – Partido Social Progressista: Sensacional! Marronzinho aparecia
amordaçado e ameaçava falar o que nenhum outro era capaz! Era a voz dos pobres
na eleição, mas eles não deram muita bola. Vá contando: já são treze nomes.
54 – Paulo Gontijo – PP –
Partido Progressista: Esse era bizarro. Aparecia só a sombra, a
abreviação PG e um enorme slogan inspirado em JK: 100 anos em cinco. Sumiu.
31 – Zamir José Teixeira – PCN
– Partido Comunitário Nacional: Sem comentários.
27 – Lívia Maria de Abreu – PN
– Partido Nacionalista: Lívia Maria??? Essa eu tive que ir pro Google
para descobrir que ela aparecia em uma cozinha, dizendo que era capaz de
colocar ordem na casa.
55 – Eudes Mattar – PLP –
Partido da Libertação Proletária: A única vantagem desse cidadão era
poder dizer a todos o quanto era fácil votar nele: Eudes Mattar era o último
nome da lista. Ninguém lembra mais disso, e na época ninguém lembrou também.
Mesmo com tanto esquecimento, nem em último ele conseguiu chegar.
43 – Fernando Gabeira – PV –
Partido Verde: O bom e velho Gabeira, o homem que expulsou Severino
Cavalcanti e que tem a árdua missão de salvar o Partido Verde da extinção.
Naquele ano, o melhor era a “musiquinha” (?). “Gabeira Presidente do Brasil”,
dito como se fosse um mantra indígena, remetendo a um virundum histórico.
33 – Celso Brant – PMN –
Partido da Mobilização Nacional: Outro que parecia um cara muito
legal, mas não foi pra frente. Foi fundador do PMN, o mesmo que revelou o
bizarro Samuel Silva… Era professor em Minas Gerais até falecer, em 2004.
16 – Antônio Pedreira – PPB –
partido do Povo Brasileiro: Pedreira era dureza. Xingava o Collor, o
Lula, o Brizola… Quase não tinha programa, de tanto direito de resposta que
aparecia. Tudo papagaiada: o nome dele voltou ao noticiário no início do
escândalo dos correios, que culminou com a descoberta do mensalão. E o PPB não
tem nada a ver com o que era PDS: era Partido do Povo Brasileiro, que logo
acabou. O 16 hoje é aquele contra burguês.
57 – Manuel Horta – PDC do B –
Partido Democrata Cristão do Brasil: Conseguiu a proeza de ser o último
entre os que valiam. Claro que o último lugar histórico dessa eleição ficou
com…
26 – Armando Corrêa – PMB -
Partido Municipalista Brasileiro: Esse cidadão era pastor evangélico,
aparecia com uma voz suave e serena em sua propaganda cujo slogan era “Acooorda
Brasil”, associado a um despertador. O fim do partido, fundado por ele, foi
melancólico: sua vaga na disputa eleitoral acabou sendo vendida por uma bela
grana. Quem comprou seu lugar na brincadeira foi…
26 – Sílvio Santos – PMB –
Partido Municipalista Brasileiro: O homem do baú estava louco pra ser
presidente. E ganharia com o pé nas costas, não fosse a sequência de lambanças
que marcaram sua epopeia. Silvio era do PFL, mas a legenda não queria saber do
apresentador e fechou com Aureliano Chaves. Mas com uma ajuda do próprio partido,
descobriu que Armando Correa topava tudo por dinheiro e se lançou candidato, já
durante a campanha, a despeito do prazo do TSE. Numa bela noite, o dono do SBT
apareceu como o 26, perguntando ao povo se sabiam o que era Justiça Social. “Eu
também não sabia”. Depois da sessão “porta da esperança”, o pior: como as
cédulas já estavam impressas, o mestre da comunicação dizia que “para votar em
Sílvio Santos, tinha que marcar Corrêa 26″. Pena que o TSE acabou com a farra…
Pedro de Lara e Gugu Liberato dariam ótimos ministros.
Foram 22 candidatos – 20 de
partidos de esquerda e 2 de partidos de direita e tendo 9 partidos agrupados em
três coligações:
ALIANÇA LIBERAL CRISTA: PDC / PL
BRASIL NOVO: PRN / PSC / PST /
PTR
FRENTE BRASIL POPULAR: PDCdoB /
PSB / PT
Os demais partidos concorreram
independente e sem se coligar ou ter outros partidos na base de apoio.
Observamos que os partidos e seus
candidatos deixavam claro sua vertente ideológica, Socialista, Comunista,
Liberal, Democrata Cristã, Social Democrata, mas alguns partidos como o do
presidente eleito Fernando Collor trouxeram apenas denominações um tanto apelativas
como Reconstrução, Mobilização que na verdade, se observarmos a estrutura
nacional de 85/89 comparada com os dias atuais, o regime militar entregou muito
bem estruturado o país, mas as questões da crise financeira da época não era um
legado do regime, mas uma transição onde diversos países estavam passando e se
readequando a realidade que culminaria com a globalização econômica.
O primeiro governo da Nova
República com Sarney à frente é marcada pela ineficiência às mudanças econômicas
globais e a incapacidade de reação da política econômica do governo.
O segundo governo com Fernando
Collor trouxe medidas drásticas para combater a crise econômica e
principalmente mostrou a força de mobilização da esquerda em protestar e a
instalação do câncer nacional denominado “corrupção”.
À partir do governo Itamar Franco
com maior intensidade e aplicação a Social Democracia traz o Plano Real criado
pelo FMI e implantado pelo ministro da fazenda, FHC, na sua formação de
sociologia conseguiu encontrar a formula para estabilidade econômica do país e
inclui-lo no projeto de globalização econômica com apoio do FMI e ONU.
Esse projeto rendeu dois mandatos
de FHC na presidência, um aparelhamento do Estado com militantes de esquerda e
aumentar as práticas da corrupção e transformações sociais cumprindo a agenda
do socialismo Fabiano e do Gramscismo, corrente essa que o PSDB segue
fielmente.
Tendo Lula como um dos seus
alunos de Socialismo Fabiano, mas desvinculado do Foro de SP, onde o PT/Lula é
um dos partidos de esquerda fundadores da organização, FHC confiou na amizade e
na proximidade do ideário de Lula e ajudou a elege-lo, tentando criar um
revezamento de poder entre o PT e o PSDB e dividindo entre os dois partidos os
apoios dos demais partidos, ou seja, duas grandes coalizões partidárias se
revezando no poder.
Lula cumpriu dois mandatos,
implementou a agenda do socialismo Fabiano e colheu os frutos semeados por FHC,
tendo assim resultado positivo frente a sociedade, que nem o escândalo do
Mensalão arranhou a imagem dos seus dois mandatos. A parceria PSDB/PT ficou
explícita com a implementação do projeto assistencialistas e de formação de
curral eleitoral através do famigerado Bolsa Família, uma estratégia advinda da
cartilha Gramscista.
Quando seria o momento do PT
retornar o poder para o PSDB e sua social democracia Fabiana, Lula e seus “cumpanheros”,
romperam o acordo da bipolaridade eleitoral e elegeram o “poste” sem lâmpada,
Dilma Rousseff, uma burocrata, militante profissional e ex – guerrilheira, que
sem capacidade alguma de administrar ou gestionar o país é eleita e reeleita
recentemente.
Comentar ou expor o primeiro
mandato de Dilma, dispensa maiores comentários, o sucateamento do país, o
aparelhamento completo das instituições, a corrupção em níves inimagináveis e a
total participação explicita no projeto socialista do Foro de SP, são algumas
das peripécias dessa socialista que terminou de acabar com o pouco de
democracia que ainda existia e literalmente transformou o país numa ditadura
socialista....e assim foram os 30 anos da Nova República que não passou de um
título que não se cumpriu.
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