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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A BOBA DA CORTE

 

Tati Bernardi, com sua verborragia autoindulgente e sua tara por parecer inteligente, escreveu mais uma de suas crônicas patéticas — desta vez enfiando Alexandre de Moraes como protagonista da libido nacional. Libido, Tati? É sério mesmo?

Enquanto o país sangra, desemprega, censura, enquanto gente é calada por postar meme, essa moça senta no conforto do seu privilégio pseudointelectual e nos serve essa ode molhada a um burocrata de toga. Parece ficção ruim. E olha que ela sabe fazer isso bem.

Esse tipo de esquerdista neurótica acha que está vivendo um episódio inédito de Sex and the City filmado no inferno do lulopetismo. Uma distopia temperada com vinho barato e lacração cult.

O Brasil real, aquele da feira de domingo, do boleto vencido, do desespero com a gasolina a oito reais, esse Brasil ela ignora. Ou pior: despreza. Porque não cabe na bolha dela, na bolha onde Moraes é sexy, Lula é um estadista e o povo é sempre burro demais pra entender “as complexidades da democracia”.

Mas ontem, domingo, enquanto ela digitava sua baba apologética, esse povo que ela ironiza saiu às ruas. Saíram em São Paulo, em Brasília, no Rio, em Curitiba — um país inteiro dizendo “chega!”; sem medo, sem cargo comissionado, sem verba de lei Rouanet. Lotaram avenidas sem precisar de trio elétrico nem cachê.

A libido do Brasil, minha cara, não está no STF. Está no grito preso na garganta de quem acorda cedo, paga imposto, e ainda precisa engolir cronista bajulando censura como se fosse poesia.


Juliana Moreira Leite é jornalista especialista em cultura, escritora e curiosa.

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