PROF. MARLON ADAMI
É sabido que nos últimos 513 anos, muito acontenceu e se transfor-mou no que tange a evolução da humanidade e por que não dizer no cenário social. A transição e a formação do que se conhece como -sociedade feudal na Europa medieval foi forjada pelas armas e -batalhas de campo tendo a nobreza como protagonista da formatação e do que se pode chamar de construção das nações e do sentimen-to de nacionalidade. Ao mesmo tempo a igreja cristã se colocava -neste cenário como cartorários, ouvidores e alcaides dessa socieda-de.
O poder não foi fruto da propriedade privada, da terra, mas sim, da espada e das glórias em campo de batalha. O poder da casta nobre militar não se misturou as demais e não criou o poder pela inteligência deixando o cultivo da mesma para religiosos e mulheres.
O cenário medieval foi formatado tendo o poder maior e absoluto- naqueles que lutavam e protegiam com armas suas terras, religiosos e servos; religiosos e mulheres formavam uma casta preocupada em desenvolver o conhecimento e intelectualidade balisada pelo poder teocrático da igreja e garantir a perpetuação das familias e dinastias que foram instituídas. O arado e a terra foram incumbência dos servos e arrendatários e a burguesia e judeus alavancaram os negócios.
Esse modelo perdurou por mais de mil anos, alicerçado pelo tripé -formado pela força das armas, legitimação eclesiástica e cultural,- obediência popular traduzida pelo trabalho e impostos, do suporte -financeiro obtido ou extorquido dos banqueiros e comerciantes nos momentos de guerras e crises.
Assim como esse modelo feudal ascendeu, ele próprio criou a sua -decadência quando o absolutismo se colocou acima de tudo e todos dando ao monarca o poder temporal(terreno) e espiritual(de Deus), deixando os demais escalões da sociedade subordinados ao rei. Porém, o monarca advindo da nobreza, dela se destaca e contra ela e -contra a própria igreja, buscar apoio do terceiro estado(o povo) que juntos são capazes de intimidar o rei, a igreja e a nobreza, tornando assim uma força política independente.
O absolutismo assim como o reinado da burguesia liberal não tiveram longa duração, pois o excesso de riqueza acaba por gerar um sen-timento de insubordinação a realidade politica, social e do próprio mercado que os fez enriquecer. Essa insubordinação cria varias ten-tativas de controle da realidade que se resumiam em controlar o Es-tado, para implantação de políticas estatistícas necessárias ao forta-lecimento do oligopólio; estímulo aos movimentos socialistas e comunistas que favorecem o crescimento do poder estatal; formação de um exército de intelectuais para preparar a opinião pública para -abdicar das liberdades individuais e aceitar passivamente um mun-do de repressão onipresente, apresentado como um paraíso, ao -mesmo tempo com a fartura capitalista e a justiça social socialista/-comunista.
Nesse novo mundo a liberdade econômica é indispensavel para o -funcionamento do sistema que é preservada na estrita medida para que possa subsidiar a extinção da liberdade nos domínios políticos, sociais, culturais, morais, educacionais e religiosos.
Os megacapitalistas, metacapitalistas agora se reinventam e contro-lam através de uma engenharia social os seus destinos e de toda a- sociedade baseados numa idéia falaciosa.
O Iluminismo, movimento este que resgatou e aprimorou a cultura- greco romana cerceada pela igreja por séculos, na verdade foi um -movimento revolucionário para escancarar o conhecimento à todos, algo que a igreja detendo o poder espiritual e o aval do poder tem-poral dos reis administrou a seu favor.
Neste movimento temos uma gama de pensadores e intelectuais que tiveram acesso ao conhecimento tutelado pela igreja para assim formular, desenvolver as mais diversas teorias e projetos visando a transformação da sociedade.
A partir desse movimento filosófico podemos afirmar que as revoluções e transformações da sociedade saem do campo de batalha e do poder das armas para o campo da intelectualidade, uma revolução promovida pelas letras e pelo pensamento. Podemos destacar- alguns dos autores iluministas que até a atualidade influenciam o-pensamento da sociedade, dita pós moderna, como Maquiavel,-Locke, Hobbes, Rousseau, Montesquieu.
Mas o que pensar de autores como Rousseau, um mentiroso nato, egocêntrico e que se escondia atrás da sua pseudo loucura declarada para justificar os males que provocava na sua familia e para a -sociedade.
Maquiavel através de suas cartas ao principe acabou por deixar um manual do que não se praticar na política.
Hobbes deixou o seu legado através do Leviatã, uma obra que justi-fica todo e qualquer absolutismo e por que não dizer, o autoritaris-mo contemporaneo.
Os séculos XVI ao XIX foi o período que podemos denominar de -transição do sistema feudal da Idade Média para o capitalismo con-temporaneo dividido em duas partes. A primeira teórica e a segunda com ações praticas e teorizações advindas da realidade do momen-to.
A Revolução Francesa, o marco divisor de águas entre o iluminismo transitório do feudalismo para o sistema capitalista é um fato ainda repleto de mitos e dados obscuros para compreender sua magnitude histórica, mesmo se passando séculos da sua realização.
Esse período transitório do terreno das armar e batalhas culminou em um cenário onde as armas são as ideologias e a intelectualidade e o poder de mobilização substituíram os exércitos, ou seja, uma guerra sem sangue, mas que poderia gerar outras consequencias maléfi-cas para a sociedade.
Temos em Maquiavel e Hobbes a visão da monarquia absolutista,- posteriormente John Locke já expõe em seus tratados uma socieda-de com direitos e protagonista; Montesquieu explana sobre a divi-são de poder o que seria o regramento juridico da sociedade, culmi-nando com Rousseau e seu contrato social que formatava a sociedade em novos moldes muito distantes do absolutismo monarquico e- hierarquizado em três estágios: Nobreza, Clero e Servos.
Os tratados de Montesquieu e Rousseau deixaram claro a possibili-dade de divisão do poder e a possibilidade de uma neo democracia -para a época, já que a Inglaterra neste período de teorização, sofreu com a sua Revolução, onde a monarquia cedeu espaço político aos súditos inaugurando o modelo de monarquia parlamentarista e servindo de exemplo para outras nações européias.
Duas fontes importantes da antiguidade foram revistas e receberam um novo formato para se incorporar a realidade transitória do feudalismo para o capitalismo, são eles a democracia e o direito.
A Democracia Clássica, governo em que o poder não está nas mãos de um só ou de
poucos, mas está nas mãos de todos ou de uma maioria, acrescida -do formato de divisão de poder de Montesquieu e o Contrato Social de Rousseau deu origem a neo democracia contemporânea onde a democracia é execida através de direitos e deveres e pelo voto de representação popular.
Montesquieu revisita o direito romano adaptando a estrutura do Corpus Juris Civilis Romanorum ao momento de transformação que a -sociedade transitória européia estava vivendo, ou seja, o rompimento do paradigma feudal para um novo paradigma que exigia inova-ções não apenas tecnologicas, mas sociais, politicas e juridicas.
Uma ordem social está fadada a desaparecer se as ações necessárias ao seu bom funcionamento são rejeitadas pelos padrões morais, são consideradas ilegais pelas leis do país e são punidas pelos juízes e -pela polícia. O Império Romano se esfacelou por ter ignorado o liberalismo e o sistema de livre iniciativa. O intervencionismo e o seu -corolário político, o governo autoritário, destruíram o poderoso im-pério, da mesma forma que necessariamente desintegrarão e destruirão, sempre, qualquer entidade social. Era exatamente nesse problema que os pensadores da transição não queriam incorrer novamente. O autoritarismo romano e o absolutismo medieval deixaram claro que a governança autoritaria é um formato inviavel e auto destrutivo que os modernistas e contemporaneos do seculo XIX tiveram como exemplo para não incorrer no mesmo erro.
Os preceitos filosóficos de transformação da sociedade do século XVI ao XVIII recebem
no seculo XIX uma nova dose teórica e de cunho revolucionário para tentar corrigir os erros da Revolução Francesa e combater a chamada exploração do capital sobre a mão de obra trabalhadora.
Para entender os motivos que levaram os teoricos do seculo XIX a -teorizar e pregar suas ideologias temos que levar em consideração a realidade européia da revolução industrial, do exodo rural, da super população, da carestia da produção agricola e da novidade que se instalava como novo modelo economico, o capitalismo.
Assim como toda novidade que se insere na sociedade a revolução -industrial, os meios de produção e o formato republicano ou monarquico parlamentarista estava em fase de experimentação, sujeito a -adaptações e reformas.
A Revolução Francesa arquitetada e influenciada pela revolução britanica que culminou na monarquia parlamentarista, tomou outro rumo com a violencia aprrendida pelos revolucionarios, a formação da Comuna de Paris
Mas o que vemos no século XIX é o surgimento de ideologias radi-cais que criam um emaranhado de justificativas e culpados para a realidade social, colocando a disposição de todos os insatisfeitos um -projeto de mundo ideal e perfeito baseado na luta continua pela -igualdade social através da demonização do cristianismo praticado da igreja católica, dos detentores dos meios de produção e principalmente da propriedade privada, ultimo resquício do modelo feudal -que se manteve secularmente e que deveria ser socializado, o que -na verdade era e continua sendo a expropriação dos que detêm -entregando para os que não tem, sem praticar a maxima do sistema capitalista, trabalhar, acumular e adquirir.
Observamos nas ultimas décadas após a queda da cortina de ferro e o pseudo funeral do socialismo soviético, tal regime não faliu, mas bateu em retirada estratégica para se reciclar e se adaptar as novas tendências com a globalização.
Nossa atualidade está disposta de três projetos distintos: CFR/Bilderberg(Europa, Canadá e EUA), Islamico(Oriente Médio, Norte da -Africa e parte da Asia), Eurasiano(Russia/China), ficando a mercê desses projetos a américa latina que tem o projeto do Foro de SP -que a qualquer momento poderá se alinhar e compor qualquer um -desses projetos acima colocados.
No momento com a visão socialista leninista/stalinista do Foro de -SP o alinhamento se encaminha para o projeto eurasiano, mas con-forme os rumos e diretrizes dos presidentes dos países que compõe o FSP, algum país chave pode encaminhar os rumos do continente -para o projeto do CFR/Bilderberg e quem sabe até o Islamico que é mais dificil devido a forte cultura cristã do continente.
As fichas e as cartas foram dadas, agora é aguardar para ver quais os caminhos que a america latina escolherá para seguir nesse jogo.
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