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terça-feira, 17 de setembro de 2019

A Indispensável Política da Ação

São várias as máximas retóricas entranhadas no debate público nacional mediante a aferição inconsciente da disputa democrática pelo poder. Indubitavelmente, uma das mais evidentes e contraditórias, consiste em afirmar que “não devemos combater pessoas, mas sim, ideias”. Tão repetida é esta frase, que pouco paramos para indagar-nos acerca de sua inconsistência estrutural: no âmbito da política real, quem quer de detenha o poder e use dele para promover a agenda que for, não a executa mediante a imposição de ideias, mas na concretude da ação humana. 
Diante da observação sincera da realidade, para além de máximas retóricas e lugares comuns, deriva a invariável conclusão de que ideias não exercem poder social, quem o faz são indivíduos humanos, pautados por valores transcendentes ou não. A disputa pelo poder, portanto, não consiste jamais em reivindicar valor sobre o próprio discurso, mas na troca de cargos, na retirada de indivíduos de determinadas ocupações e posterior substituição. Logo, aferir que a finalidade da atividade política consistem em “combater ideias e não pessoas”, não passa de empulhação.
Reduzir o exercício político ao debate democrático – função a qual, ninguém necessita de cargo eletivo para empreender – sintetiza o anseio de todos aqueles privilegiados pelo ‘status quo’, perfeitamente satisfeitos com as atuais estruturas de poder vigentes e desinteressados na real subversão dos paradigmas. Enquanto ideias abstratas não forem responsáveis pela estrondosa taxa de homicídios do Brasil, pela degeneração dos valores cívicos, pelo desmonte da estrutura do Estado, pelo fomento de valores anti-povo, sugerir a redução do confronto político à mera discussão polida de ideias é um escárnio. Nossa luta não é contra valores abstratos e ideais transcendentes, mas contra agentes reais, que lideram massas, determinam rumos e governam.
Dada a atual conjuntura do Brasil, o ativismo não pode se restringir tão somente à contraposição de ideias. Diante do intolerável, da guerra declarada contra o bem, o ético e o moral, há que se responder com a oposição direta e frontal, se necessário, com a violência. Não mais se trata de divergência de opiniões, o tempo para a argumentação findou-se! Trata-se agora de expor ao mundo os seus crimes; os crimes dos globalistas, em guerra contra os valores fundamentais da civilização; os crimes da esquerda que se apossou do estamento nacional por décadas, usurpando a legitimidade das eleições em prol do financiamento de ditaduras comunistas latino-americanas; os crimes da direita travestida de um nacionalismo fajuto e insustentável diante da finança internacional e dos banqueiros; os crimes éticos dos movimentos ditos “sociais”, que se infiltram na educação pública investindo na promoção de seus valores depravados, degenerados, pútridos! 
Demanda-se a compreensão de que a integração no sistema vigente implica subordinação ao sistema, a antítese consiste exatamente na devida intransigência moral no exercício da atuação pública, sobretudo na política. Ademais: não pode-se tolerar uma disputa dentro das normas frias do estamento contra aqueles que estão dispostos a negá-lo e reescrevê-lo segundo a sua própria arbitrariedade. Não existe a possibilidade de se estabelecer um diálogo na chancela daqueles dispostos a saquear o sistema, a empreender um silenciamento sistemático da oposição, a redigir campanhas de assassinatos de reputação em masa as quais adquirem fé pública não pela qualidade, mas pela pela intensa quantidade. Há que se rechaçar os valores liberais da primazia pelo debate aristotélico e partir para uma política da prática, de ordem normativa e prescritiva, que efetive a validação e a vigência dos valores sociais do povo.
Eduardo Salvati

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