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terça-feira, 17 de setembro de 2019

A Superclasse que domina o Mundo explicada em Dez Pontos


Michel Geoffroy, colaborador regular de Polémia, publicou recentemente La Super-classe contre les peuples. Esta obra, com prefácio de Jean-Yves Le Gallou, trata de desmascarar aqueles que detêm o poder no mundo moderno. Ao desvendar de forma magistral a superclasse mundial, Michel Geoffroy estabelece as bases para cometimento fundamental: a reconquista de nossa liberdade. No texto a seguir, Michel Geoffroy, decisivo apoiador de Polémia, anatomiza em dez partes a superclasse mundial, que é capaz de tudo para a dominação do mundo.
 – 
Polémia.

1

A superclasse mundial (SM) não é um simulacro: ela existe realmente e tomou o poder no Ocidente, principalmente na Europa Ocidental.
Ela é proprietária da mídia, ela financia o microcosmo cultural, as ongues e os grupos de pressão e ela impõe uma política que vai de encontro à vontade do eleitorado em toda parte. Na França, ela conseguiu eleger o seu candidato na eleição presidencial de 2017: Emmanuel Macron.

2

A SM corresponde à dominação sem limites da economia e das finanças, prevalecente contra a sociedade e a soberania política desde o fim do século XX. A SM reúne os super-ricos desejosos de acumular ainda mais riqueza, graças à desregulamentação econômica e financeira, graças também às mudanças das leis fiscais, conforme o interesse deles, e graças, enfim, ao “socialismo dos ricos, consistente em sobrecarregar a sociedade com os custos do livre-cambismo, enquanto a oligarquia reserva os benefícios dele exclusivamente para si.
A SM encarna o vale-tudo sob a lei do dinheiro, daí a redução dos homens à condição de simples recurso ao dispor dos mais ricos.
Por tal razão a SM não poderia tomar um contravapor sem que fossem regulamentadas a economia e as finanças mundiais.

3

A SM representa também o reavivamento de antiga escatologia: a pretensão herética da construção do paraíso na Terra e da unificação da espécie humana, sem esperar a vinda ou o retorno do Messias, pretensão que foi retomada pelo messianismo protestante e sua crença no “destino manifesto” dos anglo-saxões. Essa escatologia é a base do projeto cosmopolítico ou mundialista da SM, que se quer eleita para cumprir tal desideratum. Tal projeto consiste numa cabala contra a liberdade, a soberania e a humanidade do homem. Assim é porque, na verdade, o governo mundial não abriria nenhuma via para a “democracia planetária” mas, ao contrário, seguiria no rumo para a ditadura mundial da oligarquia. Quando acusa os outros de conspiracionismo, o que a SM faz é, na verdade, uma inversão acusatória.

4

A SM é uma classe social: trata-se de uma oligarquia transnacional com grupos mais identificados com outros grupos dela mesma do que com suas populações de origem. Essa classe acredita-se suficientemente esclarecida para promover o bem dos povos, apesar deles mesmos. Ela corresponde ao partido de Davos: aquele que se reúne todos os anos no Fórum Econômico Mundial de Davos. Seus membros compartem uma mesma visão liberal,  libertária e cosmopolítica, a qual impõem aos governos.

5

A SM tomou o poder no Ocidente devido à conjunção de três mudanças históricas da maior importância no século XX, quais sejam a emergência da superpotência anglo-saxã, o fim do socialismo e do comunismo e, por fim, a globalização econômica. Com o fim do socialismo e do comunismo, os super-ricos sentiram-se muito aliviados, pois não mais temeriam a ameaça de uma revolução no Ocidente contra os seus privilégios e interesses:  por meio da imigração, das deslocalizações e, logo mais, da inteligência artificial, eles pensam dispor dos meios para substituir os povos, livrando-se da dependência deles. E a globalização fez das grandes empresas transnacionais organizações com mais poder do que muitos Estados, estes cada vez mais depauperados. Os milionários anglo-saxões sempre sonharam em governar o mundo. No fim do século XX, eles julgaram  possível transformar o sonho em realidade.

6

A SM opera mediante a sinergia de quatro círculos ou engrenagens: o círculo da riqueza financeira e econômica transnacional, o círculo da mídia e da cultura, o círculo das organizações não governamentais e da sociedade civil, além, por último, do círculo das elites públicas. A engrenagem da riqueza financeira e econômica transnacional é aquela com mais concentração de poder e opacidade: ela dirige, influencia e venaliza todas as outras. Essa primeira engrenagem abarca alguns milhares de indivíduos, enquanto as outras engrenagens ocupam muito mais gente, até porque reúnem os inocentes úteis.
Eis por que a superclasse assenta-se sobre poder impessoal, desencarnado, colegial e daí elusivo (por oposição ao tradicional caráter encarnado do poder na Europa).

7

A SM é uma oligarquia, não é uma elite: ela prefere sempre se valer da influência de outros a se engajar ela mesma de forma pessoal e direta. Por isso sua atividade e seu projeto podem ser assimilados a uma conspiração, pois ela não aceita submetê-los ao veredicto democrático: ao contrário, ela busca impô-los, sub-repticiamente, como coisa inevitável. Em vista disso, ela se tornou reitora do poder midiático no Ocidente, o qual serve para manter a população distraída, para difundir a ideologia liberal, libertária e cosmopolita e para demonizar todos que resistem ao projeto da SM.

8

A SM executa o seu projeto e a sua agenda conforme a dialética do caos e do controle. Ela semeia o caos de tudo quanto é lado, a fim de destruir a resistência psicológica e a homogeneidade dos povos: essa, a função principal que atribuiu à farra migratória na Europa. Nesse mesmo sentido opera o caos econômico decorrente da desregulamentação sistemática, a qual lança os povos na insegurança econômica e social crescente. Paralelamente, lança mão do caos moral para desestruturar as personalidades. Finalmente, a SM não tem preconceito contra a guerra como meio de geração do caos.
Instalado o caos, ele serve de pretexto para a imposição do controle: a SM substitui a soberania nacional pelo controle da população, o que corresponde à instauração da pós-democracia no Ocidente. A pós-democracia exemplifica o caráter totalitário do governo mundial que a SM busca estabelecer em seu benefício: um sistema no qual os povos veem-se privados do poder para mudar de política, um sistema no qual os juízes colocam-se acima dos legisladores e do qual a União Europeia é o laboratório.

9

A ideologia liberal-libertária e cosmopolítica foi o principal vetor da instauração do caos para proveito da SM no Ocidente. Assim foi porque ela contribuiu para destruir toda a regulamentação que embaraçava a instituição do reino do dinheiro. E também porque ela concorreu para difundir um individualismo radical, que destrói toda ordem social e que abre caminho para a mercantilização do mundo e, enfim, do próprio homem.
Entretanto, a prática da SM leva a marca permanente da duplicidade: no seu comportamento interno, ela faz tudo ao contrário da doxa liberal-libertária que  preconiza para o resto da população: ela é hierárquica, patriarcal e aspira ao monopólio, ao poder opaco e ao controle, não à liberdade, à transparência e à concorrência.

10

A SM conseguiu fazer da Europa a sua serva e enriqueceu extraordinariamente. Não obstante, ela não conseguirá dominar o mundo no século XXI. A SM não é, pois, onipotente: de fato, o mundo está escapando dos mundialistas, particularmente porque o núcleo duro da SM, ou seja, os países anglo-saxões, está em declínio, e porque o mundo está se tornando multipolar. A ideologia da SM encontra resistência em todo lugar e mesmo na Europa depara-se-lhe oposição cada vez mais forte. A oligarquia sabe disso e  não descarta a guerra mundial para manter o seu poder, custe o que custar. Também por isso os europeus devem se libertar da tutela da SM, que só pode levá-los à sua própria destruição. Então estarão livres para transformar a Europa num polo de poder autônomo.
Publicado originalmente em 30/3/2019.
Tradução: Chauke Stephan Filho.

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