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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

O plano obscuro de criar um Estado judaico em Mato Grosso do Sul

 Onde seria a Nova Judeia? (CLIQUE PARA AMPLIAR)
Onde seria a Nova Judeia? (Reprodução/Reprodução)
“Os judeus têm o direito de demandar:
– INDEPENDÊNCIA em vez de tolerância
– SOBERANIA em vez de direitos de minorias
– AUTOCONFIANÇA em vez de proteção
– DIGNIDADE em vez de compaixão”
Ao longo da história, os judeus foram perseguidos não por um nem dois nem três povos. Assírios, babilônios, selêucidas, romanos, portugueses, espanhóis, cossacos, russos… A lista é longa. No século 19, o antissemitismo na Europa Central e do Leste voltou a crescer. Em resposta a isso, o movimento sionista, que pregava a fundação de um estado judaico na Terra Santa, ganhou força.
Em 1917, com o iminente colapso do Império Turco-Otomano, que ainda controlava a Palestina (ao menos no papel), os ingleses apoiaram a criação do país. Por duas décadas, árabes e judeus lutaram em banho-maria, com a intromissão das potências europeias, como sempre de olho na partilha dos territórios.
Aí veio a guerra, e o apoio internacional à criação do país judaico cresceu ainda mais. O Estado de Israel surgiu em 1948 e, justamente por isso, outros projetos para a formação desse país acabaram esquecidos na gaveta empoeirada dos planos que nunca se concretizaram. Não havia só um plano de nação para os judeus, mas algumas dezenas. E havia movimentos territorialistas não-sionistas, ou seja, que não faziam questão de ocupar o território do antigo Reino de Israel, mas miravam o globo todo. 
Um exemplo desses idealistas era Joseph Otmar Hefter, que publicou em Nova York, em 1938, o panfleto “Room for the Jews!”, que trazia um mapa, um manifesto (escrito acima) e um descritivo de possíveis novos países judaicos. Hefter era um defensor da Nai Juda (Nova Judeia), um estado soberano com tudo a que tem direito (bandeira, leis, hinos, idioma oficial etc.). 
Dez desses projetos estão exibidos no panfleto de Hefter, como Madagascar, Uganda e Birobidzhan, na Rússia. Os representantes da América do Sul são um território que ocupa o sul e o oeste da Guiana e o sudeste da Venezuela, na fronteira com o Brasil. O outro fica aqui dentro do país mesmo, em Mato Grosso do Sul: 
“Uma seção da região de Matto (sic) Grosso, ao norte do Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai. Encravada, inexplorada, desconhecida, quase inabitada. Uma terra difícil de florestas, perigosa, mas habitável. Rica em recursos. Borracha, ouro, diamantes. Potencial império industrial. Poderia neutralizar grandes colônias japonesas e alemãs entrincheiradas na costa.”
Tudo isso é uma realidade paralela, um mundo em que a Segunda Guerra não existiu e nada do que veio depois foi o mesmo. A riqueza de recursos da região está lá, mas é representada hoje pelo minério de ferro, além da biodiversidade e do potencial turístico de nível global. A “indústria” está mais na soja e no gado. E o projeto que de fato saiu do papel não foi o judaico, mas o da Liga Sul-Mato-Grossense, que, pouco antes de Hefter, em 1934, iniciou os trabalhos rumo à separação de Mato Grosso, o que ocorreu em 1977.
O hipotético estado judaico em Mato Grosso do Sul fica ainda mais surreal quando sobreposto a outra realidade paralela, a das teorias conspiratórias. Há quem jure que ali pertinho, em Nossa Senhora do Livramento, 140 km acima da ainda inexistente divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, viveu até 1984 um simpático imigrante chamado Adolf Leipzig. Teria morrido em paz, com seu nome de nascença devidamente escondido: Adolf Hitler.

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