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sábado, 25 de novembro de 2023

Brasileiro, brasiliano e o complexo de vira-lata - A origem do nome Brasil e do pátrio brasileiro.

 



Reina entre os povos uma curiosidade sobre a origem e a força dos nomes e do mistério que envolve o seu significado.

O nome é uma identidade e não um rótulo.

Várias tradições antigas afirmam que o nome diz muito da expectativa dos pais quanto ao destino dos filhos. Quando os pais escolhem o nome dos filhos, eles vêm carregado de expectativas.

Essa brevíssima introdução é para despertar a nossa curiosidade de saber a origem do nome Brasil e também do nome brasileiro.

Nos anais de nossa história consta que entre os primeiros brancos que povoaram o Brasil, havia muitos judeus que para cá vieram fugindo da Inquirição da Igreja romana.

Existem outros indícios da forte presença dos judeus na história do Brasil colonial, Brasil império e Brasil república.

A primeira sinagoga de todas as Américas foi em Recife, Pernambuco em 1636.

No Brasil colonial havia um judeu que comercializava o precioso “pau-de-ferro”, ou “pau barzel”, como se dizia ferro em hebraico (fonte da informação: Google).

Pau barzel tornou-se logo “pau brazil”.

Um judeu chamado BARZILAI, vendo a madeira nativa que produzia tinta vermelha e era forte para a construção naval, exportou o “pau-de-ferro” para a Europa e ficou conhecido inicialmente como madeira judaica e depois como “pau do Barzilai”.

De pau barzilai passou para pau brazil.

Portanto, o nome Brasil vem de Barzilai.

Os colonizadores portugueses chamavam, pejorativamente, de brasileiros os índios domesticados que entravam pela mata para trazer para as praias o “pau-brasil” de onde era embarcado para a Europa.

Se observarmos os 193 países reconhecidos pela ONU, nenhum tem o seu pátrio o sufixo eiro.

O sufixo eiro é de profissão: padeiro, engenheiro, pedreiro, marceneiro, etc.

O Sufixo para designar o adjetivo pátrio é ês ou ano: francês, português, japonês, inglês ou então australiano, americano, italiano, mexicano, etc...

Quando Nelson Rodrigues criou a expressão “complexo de viralata”, referia-se a inferioridade que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do mundo. Referia-se ao sentimento que dominou o nosso povo, logo após a derrota da seleção brasileira, no jogo final contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, no Maracanã.

O professor Roberto Gambini em uma palestra proferida em 1996 em Campos do Jordão sobre o tema a ALMA ANCESTRAL DO BRASIL, chama a nossa atenção para a ausência de um mito de origem. Temos vergonha, disse o professor Gambini, do nosso passado, que encaramos como se fosse uma imagem vagamente aterradora ou claramente desprezível, ignorando que nas terras onde hoje é o Brasil, havia povos há, pelo menos, 30 mil anos.

Povos que tinham religião, que construíam suas casas e sabiam cuidar de sua saúde.

Equivocadamente começamos a contar a nossa história a partir de um ato chamado descobrimento. Construirmos nossa identidade a partir da visão do colonizador português que nos chamava pejorativamente brasileiros, ou seja, simples trabalhadores sem alma e colhedores do pau brasil.

As imagens primordiais que nos identificam como nacionais nos remete a visão que os colonizadores portugueses tinham de nós como animais sem alma e sem personalidade. Portanto, não éramos gente, e consequentemente, somos marcados pelo complexo de vira-lata com disse Nelson Rodrigues.

Segundo o Dicionário junguiano, Editora Vozes, o termo complexo aparece em Jung na expressão complexo de
tonalidade afetiva, que indica uma estrutura psíquica dotada de forte carga afetiva.

Daí entendemos que o nome brasileiro é inadequado para designar um povo com uma história muito rica, da qual nos orgulhamos.

Definitivamente, não somos só “brasileiros” vira-latas, somos muito mais.

Como comentamos no início, o nome que os nossos “pais” colonizadores escolheram para nós não diz nada de nossa força, personalidade, cultura e história e sim da visão que eles, os colonizadores portugueses, tinham dos que aqui habitavam.

Temos outras expectativas além de somente ignorantes sem alma.

Nome carrega uma identidade e não somente um rótulo.

Que tal assumirmos a nossa identidade de brasilianos?

Não tenho a pretensão de esgotar o assunto. Trata-se de uma mera provocação.

A minha proposta é rever a nossa crença de que somos um simples vira-lata que se alimenta de restos das latas de lixo deixadas nas calçadas do mundo e mudarmos o pátrio que nos identifica para brasiliano.

Luiz Alberto Albuquerque de Carvalho

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