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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

A realidade é algo muito mais sinistro.

 




Em 1958, Ludwig von Mises discursou na Sociedade de Mont Pelerin (SMP) sobre o tópico da linguagem e no seu papel em moldar as massas. Referenciando o trabalho de Victor Klemperer sobre a linguagem do Terceiro Reich, Mises discutiu como a evolução da linguagem popular na Alemanha moldou as visões fundamentais de grandes parcelas da população, permitindo tanto a consolidação do poder político quanto a racionalização da ação estatal. Ele temia que a linguagem popular adotada pela profissão de economia de sua época, incluindo colegas membros da própria Sociedade Mont Pèlerin, estivesse moldando a compreensão popular dos fenômenos econômicos de modo a assegurar o controle gradual do estado sobre a economia. Mais uma vez, Mises mostrou-se profético.

De forma similar, nossa sociedade moderna é moldada pela pela popular politização da linguagem, não apenas em comunidades mais extremas da internet, mas por instituições importantes do nosso país, resultado na desumanização de figuras como Charlie Kirk, plantando as sementes para o tipo de violência horrível que aqueles que usam as redes sociais não serão capazes de desver.

Isso estava bem evidente na MSNBC que, mesmo sendo famosa por seu viés partidário, continua sendo um veículo da mídia mainstream para comentários políticos bem longe dos lugares mais obscuros dos círculos online de esquerda. Matthew Dowd, um comentarista político cuja fama inclui ter trabalhado como consultor nas campanhas de Bush e Cheney, descreveu Kirk como alguém que “[promoveu] constantemente esse tipo de discurso de ódio, dirigido a determinados grupos. E eu sempre volto à mesma conclusão: pensamentos odiosos levam a palavras odiosas, que muitas vezes levam a ações odiosas”.

A MSNBC (Microsoft and National Broadcasting Company) posteriormente demitiu Dowd, mas os sentimentos base expressos não se limitaram a ele nas transmissões da emissora. Outros veículos da esquerda institucional, como The New Republic, rotularam imediatamente Kirk como um “troll”. O The Guardian acusou os que lamentavam a morte de Kirk de ignorarem sua própria “retórica incendiária”. Embora a celebração aberta da morte de Kirk deva ser vista como uma postura restrita a radicais, racionalizar sua própria cumplicidade ao fomentar o terreno para a violência política não é.

Essa normalização gradual da violência política na esquerda está documentada para além de anedotas selecionadas da internet. No início deste ano, um estudo revelou que cerca de metade dos entrevistados “de centro-esquerda” consideraria o assassinato de Donald Trump ou Elon Musk “de certa forma justificado”.

Embora perturbador, isso não deveria causar surpresa. Afinal, a cultura intelectual dos EUA, particularmente em universidades e faculdades, confundiu a noção de linguagem e violência a tal ponto que 40% dos estudantes universitários acreditam que a violência pode ser uma resposta justificável ao discurso, incluindo a morte. Somando-se a isso a ampliação contínua do que constitui “discurso de ódio”, tem-se um ambiente cultural promovido por instituições de prestígio, muitas vezes subsidiadas por recursos estatais, que normaliza o tipo de violência política que presenciamos.

Esse não é o resultado de uma radicalização proveniente de almas perdidas que vagam em círculos marginais da internet, mas sim uma mudança coordenada, sistemática e subsidiada de círculos da elite.

A questão que enfrentamos agora é como uma sociedade responde pacificamente a essa quebra fundamental das virtudes cívicas tradicionais americanas. Uma sociedade funcional iria reconhecer as virtudes de escaladoras da descentralização política e do domínio da criação moderna da democracia como conquista.

Infelizmente, a América atual parece estar longe de uma sociedade funcional.

O texto se refere pontualmente ao caso norte americano e sua realidade socio politica, mas podemos generalizar essa realidade para todo o ociudente senão ao cenario global.

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